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livro texto unidade 2 de fisioterapia geriatrica e gerontológica

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63
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Unidade II
5 CAPACIDADE FUNCIONAL DA PESSOA IDOSA E AVALIAÇÃO 
FISIOTERAPÊUTICA
5.1 Capacidade funcional
A capacidade funcional é um dos principais preditores de saúde na população idosa. Atualmente, saber as 
atividades que a pessoa idosa é capaz de realizar é mais importante que o conhecimento sobre sua doença.
A capacidade funcional é a possibilidade de planejar e executar tarefas necessárias para uma vida 
independente, a aptidão da pessoa idosa de realizar atividades que lhe permitam cuidar de si mesmo 
e participar da vida em comunidade de forma ativa. Você já deve ter percebido que a capacidade de 
realizar tarefas que tenham significado para a pessoa idosa faz com que ela volte a ter alegria de viver.
Na figura a seguir, podemos observar que a capacidade funcional é um preditor do envelhecimento 
ativo. Na infância, adquirem-se diversas habilidades no desenvolvimento motor que acompanham o 
desenvolvimento das funções corporais. Na fase adulta, obtém-se um equilíbrio entre esses componentes. 
No envelhecimento, existe uma tendência ao declínio das funções corporais e, portanto, da capacidade 
funcional. Em todas as fases da vida, porém, podemos potencializar essa capacidade com a adoção 
de um estilo de vida saudável, em que incluímos a atividade física e as relações próximas com amigos 
e familiares.
Limiar da incapacidade
Variação da função 
nos indivíduos
Idade
Ca
pa
ci
da
de
 fu
nc
io
na
l
Reabilitação e garantia de 
qualidade de vida
Vida adulta
Manter o mais alto nível 
de função possível
Velhice
Manter a independência e 
prevenir as deficiências
Vida juvenil
Crescimento e 
desenvolvimento
Figura 22 – Capacidade funcional ao longo da vida
Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 9).
64
Unidade II
O fisioterapeuta que atende pessoas idosas tem como objetivo principal resgatar ou melhorar a 
funcionalidade tanto em tarefas simples, como levantar de uma cadeira e tomar banho sozinho, quanto 
em tarefas mais avançadas, como dirigir, viajar e fazer trilha. Não há limites impostos pela idade. O mais 
importante é promover a realização de sonhos funcionais.
MultidimensãoReabilitação
Envelhecimento 
Funcionalidade
Fisioterapia 
gerontológica
Figura 23 – A fisioterapia gerontológica está inserida na equipe de reabilitação 
da pessoa idosa, processo que deve ser abordado de forma multidimensional, 
com o objetivo principal de melhorar a funcionalidade
Os avanços em saúde têm buscado e conquistado o aumento da expectativa de vida da 
população, porém a fisioterapia tem o desafio de garantir qualidade e valor a esses anos adquiridos 
(Perracini; Fló, 2019).
Para uma pessoa idosa que sofreu uma queda, com consequente fratura de fêmur e redução 
da capacidade de andar, a fisioterapia possibilita o retorno independente às atividades funcionais. 
É gratificante observar a alegria da pessoa idosa reabilitada reabilitado ao devolver dispositivos como 
cadeira de rodas, andador e bengala, os quais não precisará mais usar.
Pessoas idosas que realizam com independência atividades que têm significado e trazem motivação 
atingem o envelhecimento ativo ou bem-sucedido. Um exemplo disso são pessoas idosas que mantêm 
as atividades laborativas após os 60 anos. Não há limitação cronológica para desempenhar atividades 
desafiadoras. Uma pessoa idosa pode andar numa montanha-russa, andar de bicicleta, fazer rafting, 
surfar, ter relações sexuais. Desde que seja motivador, tudo é possível.
65
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Figura 24 – Exemplo de pessoas idosas com excelente capacidade 
funcional para atividades da vida diária, como andar de bicicleta
Disponível em: https://bit.ly/3vvc4go. Acesso em: 2 jun. 2021.
Você, futuro fisioterapeuta, tente descobrir os sonhos funcionais da pessoa idosa que atender e 
procure criar estratégias terapêuticas para auxiliá-la nessa realização.
Um exemplo de sonho funcional é a capacidade de tomar banho sozinho. Devemos pensar no 
que é necessário para essa atividade: ficar em pé em apoio bipodal e unipodal, com olhos abertos e 
fechados, e ter boa mobilidade de quadril e tronco para lavar os membros inferiores e boa mobilidade 
da cintura escapular para lavar o rosto e o cabelo. Veja que tomar banho com independência exige bom 
equilíbrio e boa amplitude de movimento e força, habilidades que devem ser trabalhadas para chegar 
ao resultado final.
Como saber qual é o sonho funcional da pessoa idosa? Podemos perguntar a ela e utilizar 
instrumentos que avaliam a capacidade de realizar tarefas, os quais vão nos direcionar às atividades 
que precisam ser trabalhadas.
A avaliação da capacidade funcional nos fornece parâmetros para resgatar o desempenho funcional 
de pessoas idosas e posteriormente proporcionar uma vida mais saudável e independente. Ela deve ser 
específica ao perfil da pessoa idosa, para que fiquem claras suas habilidades e necessidades de reabilitação.
Em contexto internacional, a medida da capacidade funcional se dá pela avaliação do desempenho 
na realização das atividades da vida diária. O sucesso em realizar atividades simples, como comer 
sozinho, ou avançadas, como sair de casa usando diferentes tipos de transporte (carro, ônibus, bicicleta 
etc.), representa um importante indicador da condição funcional e da independência naquele momento 
da vida da pessoa idosa.
66
Unidade II
 Observação
O fisioterapeuta que tem conhecimento em gerontologia deve sempre 
identificar as atividades em que a pessoa idosa apresenta dificuldade 
e estudá-las, verificar quais são as barreiras e os facilitadores para essas 
tarefas, e promover um treinamento especializado a fim de garantir a 
independência e a realização de seus sonhos funcionais.
A funcionalidade da pessoa idosa é determinada pelo seu grau de independência, e existe a 
possibilidade de avaliá-la através de instrumentos específicos. Estes podem ser utilizados para identificar 
o status funcional atual e como parâmetro para considerar diferentes abordagens associadas com o 
público idoso. A seguir, veremos instrumentos de avaliação que são amplamente utilizados na população 
idosa, com diferentes objetivos e particularidades.
5.2 Instrumentos de avaliação
5.2.1 Índice de Katz
O Índice de Katz avalia o desempenho em atividades da vida diária, seguindo uma hierarquia 
de complexidade através de cinco tarefas: alimentação, transferência, higiene pessoal, capacidade de se 
vestir e se banhar, e uma função (controle esfincteriano). Está incluído na maioria das avaliações 
multidimensionais.
Sua elaboração é baseada na conclusão de que a perda funcional segue um padrão de declínio. 
Ou seja, primeiro se perde a capacidade de se banhar, uma tarefa mais complexa; depois a 
capacidade de se vestir e se transferir; por último a capacidade de se alimentar, uma função mais 
básica (Freitas; Py, 2006; Perracini; Fló, 2019).
É bastante utilizado para pacientes institucionalizados, em atendimento domiciliar e em atendimento 
das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Segundo este índice, pessoas idosas são classificadas 
como independentes se desenvolvem a atividade sem supervisão, orientação ou auxílio direto 
(Duarte; Andrade; Lebrão, 2007; Perracini; Fló, 2019).
Este instrumento é muito útil para:
• demonstrar a dinâmica da instalação da incapacidade na pessoa idosa;
• estabelecer prognósticos;
• avaliar a necessidade de assistência;
67
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
• determinar a efetividade de um tratamento;
• predizer o risco de dependência funcional.
Quadro 7 – Índice de Katz
Atividades
Pontos (1 ou 0)
Independência
(1 ponto)
Sem supervisão, orientação ou 
assistência pessoal
Dependência
(0 ponto)
Com supervisão, orientação, 
assistência pessoal ou cuidado 
integral
Banhar-se
Pontos: ___
Banha-se completamente ou necessita de 
auxílio somente para lavar uma parte do 
corpo, como as costas, os genitais ou uma 
extremidade incapacitada
Necessita de ajuda para banhar-seem mais de uma parte do corpo, 
entrar e sair do chuveiro ou 
banheira, ou requer assistência total 
no banho
Vestir-se
Pontos: ___
Pega as roupas do armário e veste as 
roupas íntimas, externas e cintos. Pode 
receber ajuda para amarrar os sapatos
Necessita de ajuda para vestir-se ou 
necessita ser completamente vestido
Ir ao banheiro
Pontos: ___
Dirige-se ao banheiro, entra e sai dele, 
arruma as próprias roupas, limpa a área 
genital sem ajuda
Necessita de ajuda para ir ao 
banheiro ou limpar-se, ou usa urinol 
ou comadre
Transferência
Pontos: ___
Senta-se/deita-se e levanta-se da cama 
ou cadeira sem ajuda. Equipamentos 
mecânicos de ajuda são aceitáveis
Necessita de ajuda para sentar-se/
deitar-se e levantar-se da cama ou 
da cadeira
Continência
Pontos: ___
Tem completo controle sobre suas 
eliminações (urinar e evacuar)
É parcial ou totalmente incontinente 
do intestino ou da bexiga
Alimentação
Pontos: ___
Leva a comida do prato à boca sem ajuda. 
Preparação da comida pode ser feita por 
outra pessoa
Necessita de ajuda parcial ou total 
com a alimentação ou requer 
alimentação parenteral
Total de 
pontos = ___
6 = independente
4 = dependência moderada
2 ou menos = muito dependente
Fonte: The Hartford Institute for Geriatric Nursing (1998 apud Duarte; Andrade; Lebrão, 2007, p. 324).
5.2.2 Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire
O Brazilian OARS Multidimensional Functional Assessment Questionnaire (Bomfaq) avalia a 
dificuldade em 15 atividades da vida diária, constituídas de 8 atividades físicas mais simples (deitar 
e levantar da cama, comer, pentear o cabelo, andar no plano, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro 
em tempo e cortar as unhas dos pés) e 7 atividades instrumentais da vida diária mais complexas 
(subir um lance de escada, medicar-se na hora, andar perto de casa, fazer compras, preparar refeições, 
sair de condução e fazer limpeza de casa). Ao fim da avaliação, quantifica-se o total de atividades 
comprometidas e classifica-se em sem comprometimento, comprometimento leve, moderado ou 
grave (Perracini; Fló, 2019).
68
Unidade II
Quadro 8 – Brazilian OARS Multidimensional Functional 
Assessment Questionnaire (Bomfaq)
Gostaria de perguntar sobre algumas atividades e tarefas do seu dia a dia. O(a) senhor(a) consegue 
fazer as atividades a seguir sem necessidade de auxílio, precisa de ajuda ou não consegue fazer essas 
atividades de forma nenhuma?
Atividade Sem dificuldade
Dificuldade
Não sabe Não respondeuPouca Muita
Deitar e levantar da cama
Comer
Pentear o cabelo
Andar no plano
Tomar banho
Vestir-se
Ir ao banheiro em tempo
Subir um lance de escada
Medicar-se na hora
Andar perto de casa
Fazer compras
Preparar refeições
Cortar as unhas dos pés
Sair de condução
Fazer limpeza de casa
Total
Pontuação: quantifica-se o total de atividades que o sujeito tem dificuldade de realizar
Classificação:
– Não houve relato de dificuldade: sem comprometimento
– 1 a 3 atividades comprometidas: comprometimento leve
– 4 a 6 atividades comprometidas: comprometimento moderado
– 7 ou mais atividades comprometidas: comprometimento grave
Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 21).
5.2.3 Medida de Independência Funcional
A Medida de Independência Funcional (MIF) surgiu na década de 1980 com o objetivo de formar 
um grande banco de dados com a avaliação e a evolução de pacientes em processo de reabilitação. 
Apresentando sucesso e ótima aplicabilidade, foi traduzida e validada para a população idosa em 
diversos países, incluindo o Brasil.
Essa avaliação vem sendo utilizada em diferentes cenários de atenção à saúde da pessoa idosa, 
especialmente no campo da reabilitação, apresentando boa aceitação científica quanto à capacidade de 
mensurar o grau de independência ou quantificar a necessidade de cuidados ou supervisão.
69
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Instrumento de avaliação do grau de independência funcional em várias dimensões do cotidiano, 
apresenta propriedades psicométricas comprovadas e sensibilidade para detectar até mínimas alterações 
funcionais, mensurando o que o indivíduo é capaz de realizar independentemente com a ajuda de 
dispositivos assistivos ou com o auxílio de terceiros (Perracini; Fló, 2019; Ribeiro et al., 2018).
A MIF é composta de 18 itens, com escore total variando entre 18 e 126 pontos, e possibilita 
quantificar a necessidade de ajuda de terceiros experimentada pela pessoa idosa para realizar determinada 
atividade da vida diária. As atividades avaliadas são autocuidado, controle dos esfíncteres, mobilidade 
e transferência, locomoção, comunicação e cognição social. Cada atividade avaliada apresenta uma 
pontuação que varia entre 1 (totalmente dependente) e 7 (totalmente independente) (Ribeiro et al., 2018).
Quadro 9 – Medida de Independência Funcional (MIF)
Atividade Admissão Alta Seguimento Comentários
Autocuidado
A. Alimentação
B. Higiene pessoal
C. Banho (lavar o corpo)
D. Vestir-se da cintura para cima
E. Vestir-se da cintura para baixo
F. Uso do vaso sanitário
Controle dos esfíncteres
G. Controle de urina
H. Controle de fezes
Mobilidade e transferência
I. Leito, cadeira, cadeira de rodas
J. Sanitário
K. Banheira, chuveiro
Locomoção
L. Marcha/cadeira de rodas
M. Escadas
Comunicação
N. Compreensão
O. Expressão
Cognição social
P. Interação social
Q. Resolução dos problemas
R. Memória
Total
Nota: não deixar nenhum item em branco; se não testável, marcar 1
MIF total ___ (18 a 126)
Subescore motor ___ (1 a 91)
Subescore cognitivo ___ (1 a 35)
18 tarefas: 1 a 7 pontos/6 dimensões
70
Unidade II
Atividade Admissão Alta Seguimento Comentários
Níveis
7. Independência completa (em segurança, em 
tempo normal)
6. Independência modificada (ajuda técnica)
Sem ajuda
Dependência modificada:
5. Supervisão
4. Ajuda mínima (indivíduo ≥ 75%)
3. Ajuda moderada (indivíduo ≥ 50%)
Dependência completa:
2. Ajuda máxima (indivíduo ≥ 25%)
1. Ajuda total (indivíduo ≥ 0%)
Ajuda
Fonte: Perracini, Guerra e Pereira (2019, p. 24).
5.2.4 Atividades Instrumentais da Vida Diária
A pessoa idosa precisa realizar atividades rotineiras, buscando os recursos disponíveis no meio 
ambiente para manter uma vida ativa e independente na comunidade (Freitas; Py, 2006).
As atividades mais complexas e necessárias para viver em comunidade são denominadas atividades 
instrumentais da vida diária, entre as quais podemos incluir arrumar a casa, telefonar, fazer compras, usar 
transporte de deslocamento, preparar alimentos, administrar os próprios medicamentos e administrar as 
finanças. A capacidade de realizar essas atividades determina se o indivíduo pode ou não viver sozinho.
Em 1969, Lawton e Brody elaboraram uma escala com 9 itens, denominada Atividades Instrumentais 
da Vida Diária (AIVDs). Os itens são:
• usar telefone;
• usar meios de transporte;
• fazer compras;
• preparar refeições;
• arrumar a casa;
• fazer trabalhos manuais domésticos;
• lavar e passar roupa;
• tomar medicações;
• cuidar do próprio dinheiro.
71
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Verifique que algumas tarefas podem ser influenciadas por cultura e gênero, especialmente no caso 
das gerações que consideram a mulher responsável por cuidar do lar e das tarefas domésticas, e o 
homem por ser o provedor, sair para trabalhar e realizar reparos em casa, como arrumar o telhado ou 
trocar uma lâmpada.
Cada item tem três opções de resposta:
• Sem ajuda: 3 pontos.
• Com ajuda parcial: 2 pontos.
• Não consegue: 1 ponto.
O escore máximo (27 pontos) corresponde à independência. Quanto menor a pontuação, maior a 
dependência (Freitas; Py, 2006; Perracini; Fló, 2019; Santos; Virtuoso Júnior, 2008).
Quadro 10 – Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs)
Pergunta Resposta Pontos
1. O(a) Sr.(a) consegue usar o telefone?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
2. O(a) Sr.(a) consegue ir a locais distantes usando algum transporte, sem a 
necessidade de planejamentos especiais?
Sem ajudaCom ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
3. O(a) Sr.(a) consegue fazer compras?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
4. O(a) Sr.(a) consegue preparar as próprias refeições?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
5. O(a) Sr.(a) consegue arrumar a casa?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
6. O(a) Sr.(a) consegue fazer trabalhos manuais domésticos, como pequenos 
reparos?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
7. O(a) Sr.(a) consegue lavar e passar sua roupa?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
72
Unidade II
Pergunta Resposta Pontos
8. O(a) Sr.(a) consegue tomar seus remédios na dose e no horário corretos?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
9. O(a) Sr.(a) consegue cuidar de suas finanças?
Sem ajuda
Com ajuda parcial
Não consegue
3
2
1
Fonte: Freitas e Miranda (2006, p. 1381).
 Lembrete
Os instrumentos de avaliação da capacidade funcional ajudam 
o fisioterapeuta a identificar de forma mais objetiva como está a 
independência da pessoa idosa nas atividades básicas e instrumentais da 
vida diária e traçar objetivos mais precisos, específicos e individuais .
5.3 Processo de avaliação e tratamento fisioterapêutico
A fisioterapia concorre para a melhora da capacidade funcional e, consequentemente, para a 
mudança da população idosa, tornando-a mais ativa e saudável. Além disso, sempre que necessário, 
é importante adotar uma abordagem interdisciplinar – por exemplo, com a nutrição, que contribui 
para o desempenho funcional ao oferecer um ótimo suporte energético através da alimentação ou 
da suplementação.
A melhora da capacidade funcional se dá por meio de mobilizações ativas e ativo-assistidas; exercícios 
resistidos, aeróbicos e respiratórios; mudanças de decúbito; terapias manuais; atividades funcionais, 
como subir e descer escadas; e treino de marcha e equilíbrio.
Cada atividade a ser recuperada deve ser analisada, identificando-se as habilidades necessárias para 
ela acontecer. A partir dessa análise, deve-se buscar a superação de limites e o sucesso do resultado final.
Lembre-se: a capacidade funcional é um importante preditor de saúde. Use o melhor instrumento para 
avaliá-la de acordo com a modalidade de atenção e o perfil da pessoa idosa. Depois, analise as atividades 
comprometidas para mudar seu cenário funcional e tornar o seu envelhecimento bem-sucedido.
73
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Exame
O processo de obter a história, 
realizar a revisão dos sistemas 
relevantes e selecionar e 
administrar os testes e medidas 
específicos para conseguir 
informação
Avaliação
O processo dinâmico no 
qual o fisioterapeuta realiza 
julgamentos clínicos baseados 
na informação coletada durante 
o exame
Diagnóstico
Tanto o processo como o 
resultado final da avaliação 
da informação obtida no 
exame, quando o fisioterapeuta 
organiza os dados em grupos, 
síndromes ou categorias 
para auxiliar a determinar as 
estratégias de intervenção mais 
apropriadas Prognóstico
Determinação do nível de melhora 
ideal que pode ser alcançado 
por meio da intervenção, bem 
como da quantidade de tempo 
necessária para atingir esse nível
Intervenção
Interação proposital e hábil do 
fisioterapeuta com o paciente/
cliente e, se apropriado, com 
outros indivíduos envolvidos 
no cuidado do paciente/cliente, 
utilizando diversos métodos e 
técnicas de fisioterapia para 
produzir mudanças na condição 
que são consistentes com o 
diagnóstico e o prognóstico
Resultados
Resultados do tratamento do 
paciente/cliente, que incluem 
remediar a limitação funcional 
e a disfunção, otimizar a 
satisfação do paciente/cliente e 
proceder à prevenção primária 
ou secundária
Figura 25 – Modelo do processo de avaliação e tratamento 
fisioterapêutico específico e personalizado do paciente idoso
Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 139).
Exemplo de aplicação
Caso clínico: uma pessoa idosa de 78 anos refere perda de peso de 5 kg e redução da força muscular 
dos membros inferiores, em especial da musculatura de tibial anterior, gastrocnêmio e sóleo, o que 
promoveu piora do desempenho para dirigir. Diante desse caso, escolha um instrumento que avalie a 
tarefa, cite um objetivo e descreva uma conduta para melhorar essa atividade e, consequentemente, a 
capacidade funcional da pessoa idosa.
6 EQUILÍBRIO, QUEDAS E ADAPTAÇÕES AMBIENTAIS
6.1 Definições
Quedas são eventos comuns experimentados por todos durante a vida, porém na pessoa idosa o 
impacto é maior pelas consequências que podem ter. A queda pode ser definida como um deslocamento 
não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial, com incapacidade de correção em 
tempo hábil e de etiologia multifatorial (Perracini; Fló, 2019; SBGG, 2008).
74
Unidade II
Muitas pessoas idosas sofrem quedas após episódios de tontura, ao tentar levantar de uma cadeira 
e em outras situações comuns do dia a dia. Além disso, percebemos que a queda nunca tem uma causa 
única; vários fatores interferem na sua possível ocorrência.
A queda é considerada a sétima causa de morte acidental na população de 75 anos ou mais, ou seja, 
tem impacto nos indicadores de morbidade e mortalidade da população idosa. Daí a importância de 
preveni-la (Pereira; Maia; Silva, 2013).
Em relação ao local das quedas, o mais comum é o próprio domicílio, seguido da via pública. 
Os mecanismos são queda da própria altura, escorregão, tropeço ou passo em falso (Gawryszewski, 2010).
A idade avançada está associada às quedas. Quanto maior a idade, maiores as alterações físicas e 
funcionais e as doenças que afetam o equilíbrio. O sexo feminino apresenta maior chance de sofrer 
quedas, talvez por maior exposição a comportamentos de risco, maior incidência de osteoporose e maior 
impacto da alteração muscular (Gawryszewski, 2010).
Duas condições prevalecem para que a queda ocorra: existência de perturbação do equilíbrio e 
falência dos sistemas antecipatórios e compensatórios dessa perturbação. Portanto, a queda está 
quase sempre relacionada a uma alteração no equilíbrio postural, variável essencial a ser observada em 
pessoas idosas.
O equilíbrio pode ser definido como a capacidade de manter o centro de gravidade projetado 
sobre a base de sustentação em situações estáticas, semiestáticas ou dinâmicas (Kleiner; Schlittler; 
Sánchez Arias, 2001; Pereira; Maia; Silva, 2013). A base de sustentação varia de acordo com o 
posicionamento do indivíduo, sendo maior quando ele está sentado e menor quando ele permanece 
em apoio unipodal – por exemplo, durante a fase de balanço na marcha.
As situações estáticas ou semiestáticas são aquelas em que o indivíduo permanece com pouco ou 
nenhum descolamento da base de sustentação, como quando fica em pé com a base de sustentação 
alargada, sem deslocá-la por 2 minutos. O termo semiestático é mais adequado, pois partimos do 
pressuposto de que ninguém fica completamente parado; são feitos pequenos deslocamentos corporais, 
como movimentos com o tronco ou com a cabeça, para promover ajustamentos.
As situações dinâmicas são aquelas em que o indivíduo realiza deslocamentos constantes da sua 
base de sustentação, como durante a marcha, ou promove conflitos na base de sustentação, como 
quando fica de olhos fechados em cima de uma espuma.
Na abordagem do equilíbrio, devemos entender a teoria dos sistemas, que compreende a integração 
dos sistemas sensoriais (aferentes), do processamento central e do sistema efetor (eferentes). Para que o 
indivíduo consiga manter o equilíbrio postural, todos esses sistemas devem estar em perfeito equilíbrio.
75
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Sistemas sensoriais 
(visual, somatossensorial 
e vestibular)
Processamento 
central (sistema 
nervoso central)
Sistema efetor 
(músculos, articulações e 
ligamentos; estratégias 
antecipatórias e reativas 
de equilíbrio)
Figura 26 – Modelo dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio
Os sistemas sensoriais incluem três sistemas de igual importância, que trazem a informaçãode 
como está a nossa estabilidade/equilíbrio (Kleiner; Schlittler; Sánchez Arias, 2001; Perracini; Fló, 2019):
• Sistema visual: reflete informações do ambiente ao redor do indivíduo. A pessoa idosa apresenta 
alterações fisiológicas, como diminuição da acuidade visual e da percepção estereoscópica (por 
exemplo, enxergar degraus de uma escada rolante), e doenças, como catarata, que dificultam a 
captação da imagem por esse sistema.
• Sistema somatossensorial: indica a posição e a velocidade dos segmentos corporais. Também 
se modifica com o envelhecimento. A sensibilidade cutânea protetora dos pés altera-se, e a 
pessoa idosa não apresenta a correta percepção do apoio dos pés no chão. Além disso, doenças 
como diabetes mellitus podem provocar neuropatias periféricas, alterando a sensibilidade e a 
percepção posicional.
• Sistema vestibular: é sensível a aceleração linear ou angular, orientação espacial e verticalidade 
da cabeça. Esse sistema fica dentro do ouvido interno e é formado por três canais semicirculares 
e dois órgãos otolíticos (utrículo e sáculo). Esses componentes têm cílios que se deslocam com o 
movimento da cabeça e se sensibilizam para perceber esses deslocamentos. No envelhecimento, 
esses cílios diminuem, alterando a percepção de movimento. Também se percebe na pessoa idosa 
o aumento da prevalência de labirintopatias, como a vertigem posicional paroxística benigna, 
em que cristais de carbonato de cálcio que ficavam aderidos à mácula dos órgãos otolíticos se 
deslocam e provocam estímulos constantes no sistema vestibular, trazendo o sintoma de vertigem, 
uma tontura rotatória em que existe a sensação de que todo o ambiente ao redor está rodando, 
trazendo maior risco de quedas.
76
Unidade II
As informações provenientes dos sistemas sensoriais são analisadas e processadas no sistema nervoso 
central, que chamamos de processamento central ao nível de córtex, cerebelo e medula. Esse sistema 
sofre alterações no processo de envelhecimento, como diminuição da velocidade de condução nervosa 
(sinapses) e perda neuronal, além de estar sujeito a doenças como demência e acidente vascular cerebral, 
com acometimento cerebelar, o que afeta o processamento das informações, tornando-o mais lento.
O sistema efetor, formado por músculos, articulações e ligamentos, recebe as informações do 
processamento central, gerando estratégias antecipatórias ou reativas para garantir a recuperação da 
estabilidade e impedir a ocorrência de quedas. Esse sistema também é afetado pelo envelhecimento, com 
redução de proteoglicanos e água no sistema articular, diminuindo a mobilidade; sarcopenia, diminuindo 
a massa e a força muscular; e doenças comuns nessa fase, como as osteoartrites, provocando respostas 
ineficientes e levando a pessoa idosa a quedas (Freitas; Py, 2006; Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
As estratégias compensatórias são (Perracini; Fló, 2019; Shumway-Cook; Woollacott, 2010):
• Estratégia do tornozelo: quando ocorre um pequeno deslocamento corporal, como ao 
permanecer na posição tandem (um pé diante do outro).
• Estratégia do quadril: quando há um deslocamento maior, como ao inclinar o corpo para a 
frente a fim de pegar um objeto no chão.
• Estratégia do passo: quando as estratégias anteriores não são suficientes para garantir a 
recuperação do equilíbrio. Entre as apresentações desta estratégia estão o passo anterior direito 
ou esquerdo, o passo posterior direito ou esquerdo, o passo lateral direito ou esquerdo, e o passo 
cruzado direito ou esquerdo.
Se a pessoa idosa usar alguma dessas estratégias, não sofrerá uma queda. Portanto, elas são de 
extrema importância no processo de envelhecimento.
Figura 27 – Estratégias de recuperação do equilíbrio: tornozelo, quadril e passo
Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 166).
77
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
 Observação
É muito importante conhecer os sistemas responsáveis pelo controle 
postural e suas funções para identificar as alterações ocorridas no 
envelhecimento e entender de forma mais clara por que a pessoa idosa cai.
As quedas em pessoas idosas têm relação com fatores de risco intrínsecos e extrínsecos, que 
quase sempre estão associados no evento (Ferreira et al., 2013; Kato-Narita; Nitrini; Radanovic, 2011; 
SBGG, 2008; Ventura; Mendonça; Couto, 2015).
• Fatores intrínsecos: são aqueles relacionados à própria pessoa idosa. Incluem:
— alterações fisiológicas do envelhecimento, como redução da acuidade visual, sarcopenia, inadequação 
da marcha, declínio cognitivo, diminuição da capacidade funcional e idade avançada;
— doenças e eventos comuns no envelhecimento, como sedentarismo, osteoporose, catarata, 
labirintopatias e efeito medicamentoso; por exemplo, o uso de benzodiazepínicos, neurolépticos 
e antidepressivos retarda a ação do sistema nervoso central, provocando alteração no 
processamento das informações.
• Fatores extrínsecos: são quase sempre relacionados ao ambiente em que a pessoa idosa está 
inserida. Incluem:
— iluminação inadequada, especialmente na atividade de ir ao banheiro durante a noite;
— superfícies escorregadias no banheiro ou em áreas externas;
— tapetes soltos ou com dobras, em que pode tropeçar;
— degraus muito altos;
— obstáculos no caminho, como excesso de móveis, fios soltos e animais domésticos;
— ausência de corrimão nas escadas e barras nos corredores e banheiros;
— prateleiras muito altas, pois assumirá um comportamento de risco, subindo em cadeiras, 
banquinhos ou escadas instáveis (ela pode apresentar tontura ao se abaixar de forma rápida);
— vias públicas mal conservadas, com buracos e calçadas de diferentes alturas;
— calçados inadequados, como chinelo ou salto alto.
78
Unidade II
Figura 28 – Pessoa idosa subindo numa escada instável, usando um calçado inadequado, 
para pegar algo numa prateleira alta, apresentando risco de cair
Figura 29 – Fatores de risco extrínsecos para quedas: 
tapete solto, animal doméstico e degrau sem sinalização
79
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
As consequências mais comuns são hospitalização, traumatismo craniano, fratura do quadril, fratura 
do fêmur, diminuição da capacidade funcional, medo de cair, institucionalização e morte a pessoa idosa
 Lembrete
Duas situações precisam acontecer para a pessoa idosa sofrer uma 
queda: uma perturbação do equilíbrio e uma falência na compensação 
dessa perturbação.
6.2 Avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda
A anamnese específica de quedas deve estar voltada para a história e os motivos que levaram a 
pessoa idosa a cair. Para isso, é importante perguntar o número de quedas no último ano, onde elas 
ocorreram, qual o horário, se apresentou algum desconforto ou ingeriu alguma bebida alcoólica antes 
de cair, e quais foram o mecanismo e as consequências da queda. Todos os detalhes são importantes 
para entender o processo.
Um exemplo é o caso de pessoa idosa que tropeça no tapete à noite ao levantar da cama. Fatores 
extrínsecos, como má iluminação e tipo de tapete, podem influenciar a queda, mas talvez algum dos 
sistemas responsáveis pelo equilíbrio não esteja íntegro nem atue da melhor forma. Pessoas idosas que 
apresentam alteração em um ou mais sistemas responsáveis pelo equilíbrio evoluem para o aumento do 
risco de quedas, fazendo-se necessária uma avaliação minuciosa e específica.
As avaliações funcionais de equilíbrio e risco de queda vêm sendo amplamente utilizadas nas pesquisas 
científicas e na prática clínica com o objetivo de identificar alterações nos sistemas responsáveis pelo 
equilíbrio, avaliar a repercussão do desequilíbrio nas atividades funcionais simples (como ficar em pé 
sem apoio) e complexas (como andar e realizar movimentos de cabeça), identificar o risco de quedas, 
programar um tratamento específico e verificar a progressão do paciente.
 Observação
Os instrumentos funcionais de equilíbrio e risco de queda avaliam 
pessoas idosas em diferentes situações. Por isso devemos ter cuidado ao 
dizer que observamosou não risco de queda, pois este não é um risco 
que aparece somente nas situações avaliadas. Por exemplo, uma pessoa 
idosa pode não apresentar risco nas situações contempladas pela Escala de 
Equilíbrio de Berg, mas sim nas situações abordadas pelo Índice de Marcha 
Dinâmica. Portanto, o ideal é associar diferentes avaliações.
80
Unidade II
6.2.1 Escala de Equilíbrio de Berg
A Escala de Equilíbrio de Berg avalia o status funcional do equilíbrio através de tarefas do dia a 
dia que exigem equilíbrio, como levantar da cadeira, permanecer em pé com os olhos fechados ou 
inclinar-se para a frente. Ela tem sido usada amplamente em pesquisas científicas e na prática clínica, 
pois apresenta baixo custo e fácil aplicabilidade, avalia o risco de queda nas tarefas avaliadas e identifica 
pessoas idosas que sofreram quedas no último ano.
Os materiais usados são uma cadeira com apoio e outra sem apoio de braço, um degrau de 20,5 cm, 
uma fita métrica e um cronômetro.
As tarefas funcionais são avaliadas por meio de 14 itens. O desempenho nessas tarefas recebe 
de 0 a 4 pontos: 0 significa o pior desempenho e 4 o melhor. O máximo de pontos que uma pessoa 
idosa pode obter nesse instrumento é 56. Quanto menor a pontuação, pior o equilíbrio. Além disso, 
essa escala avalia o risco de quedas mediante a nota de corte 45: pontuação igual ou acima desse 
valor demonstra menor risco; pontuação abaixo de 36 aponta um risco de queda de quase 100% 
(Miyamoto et al., 2004; Pereira; Maia; Silva, 2013; Perracini; Fló, 2019).
 Destaque
Escala de Equilíbrio de Berg (versão brasileira)
Nome: ______________________________ Data: __/__/__
Local: ______________________________ Avaliador: _____________
Descrição do item escore (0-4)
1. Posição sentada para posição em pé ___
2. Permanecer em pé sem apoio ___
3. Permanecer sentado sem apoio ___
4. Posição em pé para posição sentada ___
5. Transferências ___
6. Permanecer em pé com os olhos fechados ___
7. Permanecer em pé com os pés juntos ___
8. Alcançar à frente com o braço estendido ___
9. Pegar um objeto do chão ___
10. Virar-se e olhar para trás ___
11. Girar 360° ___
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ___
13. Permanecer em pé com um pé à frente ___
14. Permanecer em pé sobre uma perna ___
Total___
81
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Instruções gerais
Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão escritas. Ao 
pontuar, registrar a categoria de resposta mais baixa que se aplica a cada item.
Na maioria dos itens, pede-se ao paciente que mantenha determinada posição 
durante um tempo específico. Progressivamente, mais pontos são deduzidos, se o tempo 
ou a distância não forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador 
necessita ficar bem próximo do paciente) ou se fizer uso de apoio externo ou receber 
ajuda do examinador. Os pacientes devem entender que eles precisam manter o equilíbrio 
enquanto realizam as tarefas. A escolha sobre em qual perna ficar em pé ou qual distância 
alcançar ficará a critério do paciente. Um julgamento pobre irá influenciar adversamente 
o desempenho e o escore do paciente. Os equipamentos necessários para realizar os 
testes são um cronômetro ou um relógio com ponteiro de segundos e uma régua ou 
outro indicador de 5 cm, 12,5 cm e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter 
altura adequada. Um banquinho ou uma escada (com degraus de altura padrão) podem 
ser usados para o item 12.
1. Posição sentada para posição em pé
Instruções. Por favor, levante-se. Tente não usar as mãos para se apoiar.
( ) 4 Capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente
( ) 3 Capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos
( ) 2 Capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas
( ) 1 Necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se
( ) 0 Necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se
2. Permanecer em pé sem apoio
Instruções. Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar.
( ) 4 Capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos
( ) 3 Capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão
( ) 2 Capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio
( ) 1 Necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio
( ) 0 Incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio
82
Unidade II
Se o paciente for capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, dê o número 
total de pontos para o item 3. Continue com o item 4.
3. Permanecer sentado sem apoio nas costas, mas com os pés apoiados no 
chão ou num banquinho
Instruções. Por favor, fique sentado sem apoiar as costas, com os braços cruzados, 
por 2 minutos.
( ) 4 Capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos
( ) 3 Capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão
( ) 2 Capaz de permanecer sentado por 30 segundos
( ) 1 Capaz de permanecer sentado por 10 segundos
( ) 0 Incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos
4. Posição em pé para posição sentada
Instruções. Por favor, sente-se.
( ) 4 Senta-se com segurança com uso mínimo das mãos
( ) 3 Controla a descida utilizando as mãos
( ) 2 Utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida
( ) 1 Senta-se independentemente, mas tem descida sem controle
( ) 0 Necessita de ajuda para sentar-se
5. Transferências
Instruções. Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra 
para uma transferência em pivô. Peça ao paciente que se transfira de uma cadeira com 
apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar 
duas cadeiras (uma com e outra sem apoio de braço) ou uma cama e uma cadeira.
( ) 4 Capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos
( ) 3 Capaz de transferir-se com segurança com uso das mãos
83
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
( ) 2 Capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão
( ) 1 Necessita de uma pessoa para ajudar
( ) 0 Necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa 
com segurança
6. Permanecer em pé sem apoio com os olhos fechados
Instruções. Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.
( ) 4 Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança
( ) 3 Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão
( ) 2 Capaz de permanecer em pé por 3 segundos
( ) 1 Incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantém-se 
em pé
( ) 0 Necessita de ajuda para não cair
7. Permanecer em pé sem apoio com os pés juntos
Instruções. Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.
( ) 4 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 
minuto com segurança
( ) 3 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 
minuto com supervisão
( ) 2 Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer 
por 30 segundos
( ) 1 Necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos 
durante 15 segundos
( ) 0 Necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por 
15 segundos
8. Alcançar à frente com o braço estendido, permanecendo em pé
Instruções. Levante o braço a 90°. Estique os dedos e tente alcançar à frente o mais 
longe possível. (O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o 
84
Unidade II
braço estiver a 90°. Ao serem esticados para a frente, os dedos não devem tocar a régua. 
A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o 
paciente se inclina para a frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao 
paciente que use ambos os braços para evitar rotação do tronco.)
( ) 4 Pode avançar à frente mais que 25 cm com segurança
( ) 3 Pode avançar à frente mais que 12,5 cm com segurança
( ) 2 Pode avançar à frente mais que 5 cm com segurança
( ) 1 Pode avançar à frente, mas necessita de supervisão
( ) 0 Perde o equilíbriona tentativa, ou necessita de apoio externo
9. Pegar um objeto do chão a partir de uma posição em pé
Instruções. Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés.
( ) 4 Capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança
( ) 3 Capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão
( ) 2 Incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o 
equilíbrio independentemente
( ) 1 Incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando
( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair
10. Virar-se e olhar para trás por cima dos ombros direito e esquerdo enquanto 
permanece em pé
Instruções. Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro 
esquerdo sem tirar os pés do chão. Faça o mesmo por cima do ombro direito. (O 
examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para 
estimular o movimento.)
( ) 4 Olha para trás de ambos os lados com boa distribuição do peso
( ) 3 Olha para trás somente de um lado; o lado contrário demonstra menor distribuição 
do peso
( ) 2 Vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio
85
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
( ) 1 Necessita de supervisão para virar
( ) 0 Necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair
11. Girar 360°
Instruções. Gire-se completamente ao redor de si mesmo. (Pausa.) Gire-se 
completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário.
( ) 4 Capaz de girar 360° com segurança em 4 segundos ou menos
( ) 3 Capaz de girar 360° com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos
( ) 2 Capaz de girar 360° com segurança, mas lentamente
( ) 1 Necessita de supervisão próxima ou orientações verbais
( ) 0 Necessita de ajuda enquanto gira
12. Posicionar os pés alternadamente no degrau ou banquinho enquanto 
permanece em pé sem apoio
Instruções. Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho. Continue até que 
cada pé tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes.
( ) 4 Capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 
8 movimentos em 20 segundos
( ) 3 Capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em 
mais que 20 segundos
( ) 2 Capaz de completar 4 movimentos sem ajuda
( ) 1 Capaz de completar mais que 2 movimentos com o mínimo de ajuda
( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair
13. Permanecer em pé sem apoio com um pé à frente
Instruções. (Demonstre para o paciente.) Coloque um pé diretamente à frente do 
outro na mesma linha; se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais 
à frente do outro e levemente para o lado.
86
Unidade II
( ) 4 Capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, 
e permanecer por 30 segundos
( ) 3 Capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o 
lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos
( ) 2 Capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer 
por 30 segundos
( ) 1 Necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos
( ) 0 Perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar em pé
14. Permanecer em pé sobre uma perna
Instruções. Fique em pé sobre uma perna o máximo que você puder sem se segurar.
( ) 4 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 
10 segundos
( ) 3 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos
( ) 2 Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por mais que 
3 segundos
( ) 1 Tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora 
permaneça em pé independentemente
( ) 0 Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair
( ) Escore total (máximo = 56)
Fonte: Miyamoto et al. (2004, p. 1419-1421).
 Saiba mais
Se quiser conhecer como a Escala de Equilíbrio de Berg foi validada e 
traduzida para o português do Brasil, leia o artigo:
MIYAMOTO, S. T. et al. Brazilian version of the Berg Balance Scale. 
Brazilian Journal of Medical and Biological Research, v. 37, n. 9, 
p. 1411-1421, 2004.
87
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
6.2.2 Índice de Marcha Dinâmica
O Índice de Marcha Dinâmica avalia o equilíbrio durante a marcha de forma quantitativa e qualitativa, 
através de 8 tarefas. Cada tarefa recebe uma pontuação que varia de 0 (pior desempenho) a 3 (sem 
disfunção). O escore da escala varia de 0 a 24 pontos, sendo o maior escore relacionado ao melhor 
desempenho. Uma pontuação de 19 pontos ou menos associa-se ao risco de queda nas tarefas avaliadas 
(Castro; Perracini; Ganança, 2006; Perracini; Fló, 2019).
Os materiais utilizados são uma caixa de sapatos, empregada como obstáculo (não se especifica o 
tamanho), dois cones de sinalização de trânsito, para fazer a marcação de distância e desvio, e uma 
escada com corrimão (Castro; Perracini; Ganança, 2006; Perracini; Fló, 2019).
 Destaque
Índice de Marcha Dinâmica (4ª versão brasileira)
1. Marcha em superfície plana ___
Instruções. Ande em sua velocidade normal, daqui até a próxima marca (6 m).
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. Anda 6 m, sem dispositivos de auxílio, em boa velocidade, sem evidência de 
desequilíbrio, marcha em padrão normal.
(2) Comprometimento leve. Anda 6 m, velocidade lenta, marcha com mínimos desvios, 
ou utiliza dispositivos de auxílio à marcha.
(1) Comprometimento moderado. Anda 6 m, velocidade lenta, marcha em padrão 
anormal, evidência de desequilíbrio.
(0) Comprometimento grave. Não consegue andar 6 m sem auxílio, grandes desvios da 
marcha ou desequilíbrio.
2. Mudança de velocidade da marcha ___
Instruções. Comece andando no seu passo normal (1,5 m). Quando eu disser “Rápido”, 
ande o mais rápido que você puder (1,5 m). Quando eu disser “Devagar”, ande o mais 
devagar que você puder (1,5 m).
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. É capaz de alterar a velocidade da marcha sem perda de equilíbrio ou 
desvios. Mostra diferença significativa na marcha entre as velocidades normal, 
rápida e devagar.
88
Unidade II
(2) Comprometimento leve. É capaz de mudar de velocidade, mas apresenta discretos 
desvios da marcha, ou não tem desvios, mas não consegue mudar significativamente 
a velocidade da marcha, ou utiliza um dispositivo de auxílio à marcha.
(1) Comprometimento moderado. Só realiza pequenos ajustes na velocidade da marcha, 
ou consegue mudar a velocidade com importantes desvios na marcha, ou muda de 
velocidade e perde o equilíbrio, mas consegue recuperá-lo e continuar andando.
(0) Comprometimento grave. Não consegue mudar de velocidade, ou perde o equilíbrio 
e procura apoio na parede, ou necessita ser amparado.
3. Marcha com movimentos horizontais (rotação) da cabeça ___
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para a 
direita”, vire a cabeça para o lado direito e continue andando para a frente até que eu 
diga “Olhe para a esquerda”. Então vire a cabeça para o lado esquerdo e continue andando. 
Quando eu disser “Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. Realiza as rotações da cabeça suavemente, sem alteração da marcha.
(2) Comprometimento leve. Realiza as rotações da cabeça suavemente, com leve 
alteração da velocidade da marcha, ou seja, com mínima alteração da progressão da 
marcha, ou utiliza dispositivo de auxílio à marcha.
(1) Comprometimento moderado. Realiza as rotações da cabeça com moderada alteração 
da velocidade da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e 
consegue continuar a andar.
(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja, 
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura 
apoio na parede ou precisa ser amparado.
4. Marcha com movimentos verticais (rotação) da cabeça ___
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Olhe para cima”, 
levante acabeça e olhe para cima. Continue andando para a frente até que eu diga “Olhe 
para baixo”. Então incline a cabeça para baixo e continue andando. Quando eu disser 
“Olhe para a frente”, continue andando e volte a olhar para a frente.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. Realiza as rotações da cabeça sem alteração da marcha.
89
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
(2) Comprometimento leve. Realiza a tarefa com leve alteração da velocidade da marcha, 
ou seja, com mínima alteração da progressão da marcha, ou utiliza dispositivo de 
auxílio à marcha.
(1) Comprometimento moderado. Realiza a tarefa com moderada alteração da velocidade 
da marcha, diminui a velocidade, ou cambaleia mas se recupera e consegue 
continuar a andar.
(0) Comprometimento grave. Realiza a tarefa com grave distúrbio da marcha, ou seja, 
cambaleando para fora do trajeto (cerca de 38 cm), perde o equilíbrio, para, procura 
apoio na parede ou precisa ser amparado.
5. Marcha e giro sobre o próprio eixo corporal (pivô) ___
Instruções. Comece andando no seu passo normal. Quando eu disser “Vire-se e pare”, 
vire-se o mais rápido que puder para a direção oposta e permaneça parado de frente para 
(este ponto) seu ponto de partida.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. Gira o corpo com segurança em até 3 segundos e para rapidamente sem 
perder o equilíbrio.
(2) Comprometimento leve. Gira o corpo com segurança em um tempo maior que 
3 segundos e para sem perder o equilíbrio.
(1) Comprometimento moderado. Gira lentamente, precisa dar vários passos pequenos 
até recuperar o equilíbrio após girar o corpo e parar, ou precisa de dicas verbais.
(0) Comprometimento grave. Não consegue girar o corpo com segurança, perde o 
equilíbrio, precisa de ajuda para virar-se e parar.
6. Passar por cima de obstáculo ___
Instruções. Comece andando em sua velocidade normal. Quando chegar à caixa de 
sapatos, passe por cima dela, não a contorne, e continue andando.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. É capaz de passar por cima da caixa sem alterar a velocidade da marcha. 
Não há evidência de desequilíbrio.
(2) Comprometimento leve. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa 
diminuir a velocidade da marcha e ajustar os passos para conseguir ultrapassar a caixa 
com segurança.
90
Unidade II
(1) Comprometimento moderado. É capaz de passar por cima da caixa, mas precisa parar 
e depois transpor o obstáculo. Pode precisar de dicas verbais.
(0) Comprometimento grave. Não consegue realizar a tarefa sem ajuda.
7. Andar ao redor de obstáculos ___
Instruções. Comece a andar na sua velocidade normal. Quando chegar ao primeiro 
cone (cerca de 1,80 m de distância), contorne-o pelo lado direito. Quando chegar ao 
segundo (1,80 m após o primeiro), contorne-o pela esquerda.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. É capaz de contornar os cones com segurança, sem alteração da velocidade 
da marcha. Não há evidência de desequilíbrio.
(2) Comprometimento mínimo. É capaz de contornar ambos os cones, mas precisa 
diminuir o ritmo da marcha e ajustar os passos para não bater nos cones.
(1) Comprometimento moderado. É capaz de contornar os cones sem bater neles, mas 
precisa diminuir significativamente a velocidade da marcha para realizar a 
tarefa, ou precisa de dicas verbais.
(0) Comprometimento grave. É incapaz de contornar os cones. Bate em um deles ou em 
ambos, ou precisa ser amparado.
8. Degraus ___
Instruções. Suba estas escadas como você faria em sua casa (ou seja, usando o 
corrimão, se necessário). Quando chegar ao topo, vire-se e desça.
Classificação. Marque a menor categoria que se aplica.
(3) Normal. Alterna os pés e não usa o corrimão.
(2) Comprometimento mínimo. Alterna os pés, mas precisa usar o corrimão.
(1) Comprometimento moderado. Coloca os dois pés em cada degrau. Precisa usar 
o corrimão.
(0) Comprometimento grave. Não consegue realizar a tarefa com segurança.
Fonte: Castro, Perracini e Ganança (2006, p. 822-823).
91
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
 Saiba mais
Se quiser saber mais sobre a validação brasileira do Índice de Marcha 
Dinâmica, leia o artigo:
CASTRO, S. M.; PERRACINI, M. R.; GANANÇA, F. F. Dynamic Gait Index: 
Brazilian version. Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, v. 72, n. 6, 
p. 817-825, 2006.
Exemplo de aplicação
Caso clínico: uma idosa de 67 anos refere duas quedas no último ano, após episódio de tontura 
ao levantar da cama, tendo como consequência escoriações leves no joelho e medo de cair. Na Escala 
de Equilíbrio de Berg, obteve pontuação de 35 pontos; no Índice de Marcha Dinâmica, 17 pontos. 
Ela apresenta risco de quedas?
6.2.3 Timed Up and Go Test
O Timed Up and Go Test quantifica em segundos a mobilidade funcional e o risco de queda por 
meio de uma tarefa em que, ao comando do fisioterapeuta, a pessoa idosa levanta de uma cadeira 
com apoio de braço de 46 cm de altura, percorre uma distância de 3 m, volta e senta novamente. 
Esse trajeto é cronometrado, e deve-se avisar a pessoa idosa que o teste se inicia quando ela tira as 
costas do encosto da cadeira e termina quando ela senta novamente na cadeira e apoia as costas no 
encosto. Também é necessário orientá-la a realizar o teste em velocidade habitual, com segurança, 
podendo usar dispositivos de auxílio à marcha (Alexandre et al., 2012; Cabral, 2011; Perracini; Fló, 2019; 
Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
Pessoas idosas que realizam o teste em até 10 segundos são consideradas saudáveis. Entre 
11 e 20 segundos é o tempo esperado para as mais frágeis ou com alguma incapacidade. Um valor 
acima de 20 segundos sugere prejuízo da mobilidade e necessidade de uma investigação mais 
minuciosa do equilíbrio e da mobilidade. O risco de queda se associa a este teste quando a pessoa idosa 
realiza o trajeto em mais de 13,5 segundos (Alexandre et al., 2012; Cabral, 2011; Perracini; Fló, 2019; 
Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
92
Unidade II
Figura 30 – Timed Up and Go Test
Disponível em: https://bit.ly/3y05nE6. Acesso em: 22 jul. 2021.
6.2.4 Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio
É importante compreender qual é o sistema sensorial mais afetado na pessoa idosa. É esse o objetivo 
do Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio, que utiliza um pedaço de espuma de 60 × 60 cm 
com densidade média, uma venda de olhos e uma lanterna japonesa cortada ao meio.
No teste, a pessoa idosa deve sustentar o equilíbrio em pé por 30 segundos em 6 situações sensoriais 
diferentes, mantendo os pés juntos e as mãos posicionadas próximas ao quadril (Macedo; Gazzola; Ricci, 
2015; Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
Essas situações vão pôr em conflito um ou mais sistemas sensoriais responsáveis pelo equilíbrio 
(vestibular, somatossensorial ou visual). Na primeira situação, há estímulo adequado de todos os 
sistemas; na segunda e na terceira, há privação ou conflito no sistema visual; na quarta, há conflito 
no sistema somatossensorial; na quinta e sexta, há conflito tanto no sistema visual quanto no 
sistema somatossensorial.
Pessoas idosas que apresentam maior deslocamento ou perda de equilíbrio nas situações 2, 3 e 6 
são muito dependentes da visão para manter o equilíbrio. Portanto, é interessante trabalhar com elas 
situações de privação ou conflito no sistema visual durante a fisioterapia.
Pessoas idosas com dificuldade nas situações 4, 5 e 6 são muito dependentes de superfícies mais 
firmes. Assim, durante o treinamento é preciso trabalhar com eles em superfícies instáveis.
93
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Pessoas idosas que apresentam deslocamentos ou grandes desequilíbrios nas situações 5 e 6 têm 
alterações no sistema vestibular. Desse modo, na terapia vamos trabalhar com a reabilitação específica 
desse sistema e com a compensação dos demais.
Uma versão mais recente propõe a avaliação nas situações 1, 2, 4 e 5 sem as tarefas que utilizam a 
lanterna (Shumway-Cook;Woollacott, 2010).
Figura 31 – Teste Clínico para Interação Sensorial no Equilíbrio
Fonte: Shumway-Cook e Woollacott (2010, p. 277).
6.3 Prevenção de quedas: atuação da equipe interdisciplinar
A abordagem multifatorial em relação às quedas parece ter um efeito bastante positivo, embora 
sempre ocorra a associação de exercícios a outras estratégias para obter sucesso.
A abordagem médica acontece por adequação medicamentosa, para ajustamento emocional ou 
comportamental, e por correção de alterações visuais, mediante cirurgias ou indicação de óculos (SBGG, 
2008; Ventura; Mendonça; Couto, 2015).
94
Unidade II
A abordagem psicológica é de extrema importância quando identificamos pessoas idosas com 
medo de cair, ansiedade, síndrome do pânico ou depressão, o que lentifica os movimentos e piora a 
concentração e a participação na reabilitação (Pena et al., 2019; Perracini; Fló, 2019).
A abordagem nutricional é eficiente especialmente em casos de desnutrição, fragilidade e obesidade, 
fatores de risco para quedas. Uma adequação alimentar é possível através da suplementação, que 
auxilia na melhora do desempenho nas atividades (Shumway-Cook; Woollacott, 2010; Silva; Marucci; 
Roediger, 2016).
A correção de riscos ambientais – como a colocação de corrimão na escada, barras de apoio no 
banheiro e elevador do vaso sanitário, a retirada de tapetes ou móveis pela casa e a orientação em 
relação aos calçados adequados – também é algo significativo, porém esse trabalho educacional deve 
se dar de forma pouco invasiva, sempre respeitando a autonomia da pessoa idosa (Shumway-Cook; 
Woollacott, 2010; Ventura; Mendonça; Couto, 2015).
As estratégias de prevenção ou reabilitação pós-queda sempre incluem o fisioterapeuta, o qual, 
capacitado em gerontologia, sabe que a pessoa idosa pode e deve ser estimulada quanto a superar 
limites, a fim de melhorar a sua funcionalidade e diminuir o medo e o risco de cair.
As estratégias terapêuticas que estimulam multicomponentes – ou seja, que trabalham diferentes 
habilidades, como força, mobilidade, equilíbrio semiestático e equilíbrio dinâmico – são mais eficazes em 
relação às quedas. Portanto, promover estímulos distintos durante a terapia leva a pessoa idosa a criar 
novas adaptações e um maior número de estratégias antecipatórias e reativas, garantindo um menor 
risco de quedas (Araújo et al., 2018).
Figura 32 – Treino de equilíbrio em superfície instável, 
promovendo maior mobilidade de quadril e tornozelo
Disponível em: https://bit.ly/3izNUMu. Acesso em: 22 jul. 2021.
95
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Treinar força e mobilidade articular de forma específica tem mostrado excelentes resultados 
em pessoas idosas que apresentam quedas. Isso porque, para que sejam ativadas as estratégias de 
equilíbrio e haja recuperação de uma instabilidade, faz-se necessária a ação de músculos e articulações, 
especialmente de membros inferiores e tronco inferior. Podemos, por exemplo, realizar os seguintes 
procedimentos (Bento et al., 2010; Perracini; Fló, 2019; Shumway-Cook; Woollacott, 2010):
• priorizar o fortalecimento do tibial anterior e a mobilidade de dorsiflexão, o que vai contribuir 
para uma boa estratégia de tornozelo;
• trabalhar a força do glúteo médio, o que vai auxiliar na mobilidade do quadril, promover a 
recuperação do equilíbrio em situações de maior instabilidade e melhorar a força de extensores 
e flexores de joelho e quadril, facilitando a execução de movimentos simples que exigem 
equilíbrio, como levantar e sentar em uma cadeira ou ultrapassar um degrau;
• estimular a musculatura estabilizadora do tronco inferior, o que vai garantir boa resposta postural 
durante situações de instabilidade.
A base de sustentação em ortostase são os nossos pés. Portanto, é importante pensar em estímulos à 
mobilidade de tornozelo e à planta dos pés. Para manter boa mobilidade articular do tornozelo, podemos 
incentivar a pessoa idosa a realizar atividades descalça, estimular a planta do pé com massagem e 
diferentes texturas, além de trabalhar exercícios que exigem essa mobilidade, como andar apoiado nos 
calcanhares ou na ponta dos pés.
Figura 33 – Realização de marcha com os pés descalços, 
estimulando a base de sustentação e o sistema sensorial
Disponível em: https://bit.ly/3x0LiMC. Acesso em: 22 jul. 2021.
96
Unidade II
A mobilidade da cervical também deve ser estimulada, já que sintomas como tontura ocorrem ao 
movimentar a cabeça, e a pessoa idosa tende a restringir sua mobilidade ou contrair a musculatura 
de trapézio, escalenos e esternocleidomastóideo em situações de medo de queda ou instabilidade. 
Estratégias usadas para a região da cervical incluem alongamento, pompage, tração e massagem, que 
podem ser aplicados ao final da terapia (Perracini; Fló, 2019).
Os exercícios aeróbicos devem estar presentes nos programas de prevenção de quedas, pois garantem 
eficiência ao movimento e aos deslocamentos mais longos. Podemos incluir atividades como:
• caminhar, especialmente em terrenos com desnível e ruas próximas à casa do paciente;
• subir e descer escadas;
• andar de bicicleta, estacionária ou não.
Assim, possibilitamos à pessoa idosa vivenciar situações de desafio para reinseri-la na comunidade, 
além de promover uma melhor capacidade aeróbica, tão importante para a realização de tarefas mais 
complexas (Bento et al., 2010).
Figura 34 – Exercício aeróbico e funcional de subir e descer escadas no modelo de circuito, 
simulando situações de desafio, inicialmente com apoio no corrimão e depois sem apoio
Disponível em: https://bit.ly/3hWtuyb. Acesso em: 22 jul. 2021.
Uma das estratégias utilizadas na recuperação do equilíbrio e na diminuição do risco e do medo de 
novas quedas é a fisioterapia aquática. Diversos estímulos na água provocam a sensibilização dos sistemas 
responsáveis pelo equilíbrio. Podemos usar a turbulência da água para gerar instabilidade e estimular o 
sistema visual e vestibular. O empuxo promove diminuição da sobrecarga articular e, portanto, conflito 
no sistema somatossensorial. As estratégias são amplamente estimuladas, especialmente as de quadril, 
quando usamos atividades da técnica Halliwick e movimentos rotacionais. Vale ressaltar que dentro da 
água temos menor risco de quedas (Gabilan et al., 2006; Resende; Rassi; Viana, 2008).
97
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Figura 35 – Fisioterapia aquática: treino de equilíbrio em grupo, estratégias de equilíbrio, diminuição 
da base de sustentação e simulação de tarefas funcionais que exigem equilíbrio dentro da piscina
Fonte: Resende, Rassi e Viana (2008, p. 60).
A reabilitação vestibular deve ser usada com pessoas idosas independentemente de terem 
labirintopatias, já que o sistema vestibular é um dos responsáveis pelo equilíbrio, porém é a terapia de 
primeira escolha diante de sintomas como tontura ou vertigem. Baseia-se em exercícios específicos e 
repetitivos com olhos, cabeça e tronco, que visam ativar os mecanismos de neuroplasticidade, tendo por 
alvo a habituação e compensação vestibular, proporcionando a retomada das atividades diárias.
O objetivo dessa abordagem é promover a estabilização do olhar durante a movimentação da 
cabeça, aumentar a interação vestíbulo-ocular, proporcionar melhor estabilidade estática e dinâmica 
em situações de conflito sensorial e diminuir a sensibilidade durante a movimentação cefálica. Existem 
diversos protocolos de reabilitação vestibular, que contêm exercícios como (Mantello et al., 2008; 
Morozetti; Ganança; Chiari, 2011; Nishino et al., 2005; Shumway-Cook; Woollacott, 2010):
• movimentos oculares perseguindo um objeto;
• deslocamento do olhar para cima e para baixo, ou de um lado para o outro, sem mexer a cabeça;
• movimentos da cabeça, a fim de estimular a mobilidade cervical;
• atividades com os olhos abertos e fechados;
• rotação de tronco;
• marcha associada a movimentos de cabeça, alteração da velocidade e obstáculos.
98
Unidade II
Figura 36 – Exemplo de exercício de reabilitaçãovestibular: movimentação dos olhos para 
o lado esquerdo e para o lado direito, sem movimentar a cabeça. O movimento 
pode ser realizado com os olhos para baixo e para cima
Fonte: Mantello et al. (2008, p. 175).
Figura 37 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: movimentação da 
cabeça para cima e para baixo. Também podem ser realizados movimentos 
horizontais da cabeça para a direita e para a esquerda ou inclinação
Fonte: Mantello et al. (2008, p. 175).
Figura 38 – Exemplo de exercício de reabilitação vestibular: andar em linha 
reta olhando para cima e para baixo, ou para a direita e para a esquerda
Fonte: Mantello et al. (2008, p. 176).
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FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
A prática do tai chi chuan é efetiva na prevenção de quedas em pessoas idosas saudáveis ou 
sedentárias, pois proporciona a melhora do equilíbrio através da ativação das estratégias antecipatórias 
e reativas (Bento et al., 2010; SBGG, 2008; Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
Figura 39 – Posições do tai chi chuan que estimulam 
a diminuição da base de sustentação e o equilíbrio
Disponível em: https://bit.ly/3uBXEts. Acesso em: 2 jun. 2021.
A equoterapia, que utiliza o cavalo treinado como instrumento terapêutico, tem demonstrado 
efeitos positivos em relação ao equilíbrio e à mobilidade de pessoas idosas. O movimento do cavalo 
é tridimensional e simula a marcha humana, estimulando os deslocamentos anteroposteriores, 
médio-laterais e sagitais, além dos sistemas sensoriais do equilíbrio.
Figura 40 – A equoterapia proporciona a interação entre pessoa idosa e animal, 
que apresenta movimento similar à marcha humana, promovendo 
a movimentação especialmente de quadril e tronco
Disponível em: https://bit.ly/2TXHZYW. Acesso em: 2 jun. 2021.
100
Unidade II
É interessante pôr a pessoa idosa em situações de conflito sensorial que simulem situações de risco 
de sua rotina. Por exemplo:
• Vendar os olhos durante o exercício de sentar e levantar ou durante a marcha pode simular o 
acordar à noite para ir ao banheiro em um ambiente mais escuro.
• Andar com movimentos de cabeça voltados a olhar para a direita ou para a esquerda pode se 
aproximar da ida ao supermercado.
• Subir ou andar em cima de uma espuma ou cama elástica pode simular o caminhar na areia da 
praia, atividade prazerosa que é possível retomar.
Figura 41 – Treino de marcha estacionária em cima de 
cama elástica, simulando situações de instabilidade
Disponível em: https://bit.ly/2UBumiK. Acesso em: 22 jul. 2021.
O treinamento do equilíbrio deve estimular múltiplas tarefas, pois durante o dia realizamos tarefas 
simultâneas, como falar durante a marcha, usar o celular enquanto fazemos outra atividade em casa, e 
dirigir e cantar uma música que toca no rádio. Portanto, devemos estimular duplas tarefas motoras ou 
cognitivo-motoras. Por exemplo, realizar a marcha em diferentes velocidades e ultrapassar obstáculos, 
manter a posição tandem ou semitandem e dizer o nome de cidades que já conheceu ou de bebidas, 
jogar bola e contar, e andar e fazer cálculos simples.
101
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Figura 42 – Pessoa idosa jogando e pegando a bola, interagindo com a fisioterapeuta, inicialmente 
contando até dez e depois dizendo o nome de cidades que já conheceu a cada vez que joga a bola
Pensando na recuperação de uma instabilidade, podemos instituir no treinamento situações que 
estimulem estratégias de tornozelo e quadril, diminuindo a base de sustentação. Pedimos à pessoa 
idosa promover deslocamentos que favoreçam o alcance funcional e trabalhar a estratégia de passo, o 
que poderá ser eficiente para evitar a queda. É possível treinar essa última estratégia com passo para a 
frente, passo para trás, passo para o lado e passo cruzado, e associá-la à música e à privação de sentidos, 
como a visão.
Figura 43 – Apoio alternado do pé no degrau, promovendo 
momentos de apoio unipodal e deslocamentos
Disponível em: https://bit.ly/3zqI7zC. Acesso em: 22 jul. 2021.
102
Unidade II
Figura 44 – Apoio unipodal, iniciando com toque leve das mãos numa superfície firme e aos 
poucos desencostando-as para diminuir a base de sustentação e promover maior instabilidade
Por fim, podemos incluir nos programas de prevenção ou reabilitação pós-queda a realidade virtual 
não imersiva, que inclui videogames, sendo possível interagir com o ambiente ao redor, e a realidade 
virtual imersiva, em que se utilizam óculos específicos, e a pessoa idosa tem interação completa e 
intensa com o ambiente virtual.
Essas realidades proporcionam cenários desafiadores, como passeios no fundo do mar, na floresta ou 
na montanha-russa, promovendo diferentes estímulos visuais e auditivos, que estimulam os movimentos 
sacádicos dos olhos e os movimentos da cabeça e do tronco de forma divertida; melhorando a velocidade 
da marcha, o equilíbrio dinâmico e o controle postural estático em superfície estável e com os olhos 
fechados; aumentando os limites de estabilidade; diminuindo o medo de cair; e contribuindo para a 
adesão à terapia (Kamińska et al., 2018; Phu et al., 2019; Sápi et al., 2019).
Figura 45 – Uso da realidade virtual, que através da interação com a tela estimula 
movimentos oculares, da cabeça e do tronco, promovendo as estratégias de equilíbrio
Disponível em: https://bit.ly/3oZoA5k. Acesso em: 2 jun. 2021.
103
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
O importante em relação aos exercícios é que apresentem progressão para atingir o melhor potencial 
da pessoa idosa mas respeitando sua individualidade. Para quem utiliza dispositivos de auxílio à marcha, 
como bengala, andar ou manter-se em pé por certo tempo, com a base normal, sem apoio das mãos, 
pode ser desafiador, enquanto para outros o desafio será a posição tandem, o apoio unipodal ou ainda 
a permanência em cima de uma cama elástica. Esses desafios nunca devem se associar à idade ou à 
modalidade em que a pessoa idosa está inserida. Dependerão antes da interpretação da avaliação, que 
deve ser minuciosa (Shumway-Cook; Woollacott, 2010).
O sucesso da prevenção ou reabilitação pós-queda é resultado de uma boa avaliação, que possibilite 
a identificação dos sistemas acometidos e das situações de risco; uma abordagem com diferentes 
estímulos de exercícios e manipulações; a atuação de uma equipe interdisciplinar; e estratégias 
educativas voltadas para as quedas.
7 CUIDADOS PALIATIVOS
Segundo a OMS, cuidados paliativos são uma abordagem que, através da prevenção e do alívio de 
sofrimento, promove a qualidade de vida de pacientes com doenças que ameaçam a continuidade 
da vida. Requer identificação precoce, bem como avaliação e tratamento da dor e de outros 
problemas de natureza física, psicossocial e espiritual (Gomes; Othero, 2016).
Por que pensar nesses cuidados? Porque muitas doenças do envelhecimento são progressivas e sem 
possibilidade de tratamento modificador, como doença de Alzheimer, doença de Parkinson e câncer. 
Algumas intervenções causam mais sofrimento do que benefício, tornando a vida mais longa, repleta de 
desconfortos e procedimentos invasivos e dolorosos (Gomes; Othero, 2016).
É importante pensar em abordagens de cuidado em que conhecimento técnico da melhor qualidade 
é selecionado para a pessoa idosa, porém levando-se em conta a necessidade individual do paciente.
É frequente a retirada da autonomia de pessoas idosas diante da decisão de intervenções terapêuticas, 
mas aqui cabe a reflexão: elas não são mais crianças; já passaram por experiências anteriores; com um 
bom esclarecimento dos profissionais de saúde, podem escolher o que é melhor para a sua vida.
7.1 Princípios dos cuidados paliativos
Os cuidados paliativos devem ser de conhecimento de toda a equipe interdisciplinar. Apresentamos 
a seguir alguns de seus princípios.
Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis
A dor é um sintoma muito desagradável, que interfere nos aspectos físicos, funcionais e emocionais 
da pessoa idosa. Sabemos que afeta a vida social,o humor, os relacionamentos, o apetite, o sono e o 
bem-estar. Portanto, é um sintoma que deve constantemente ser avaliado, e intervenções terapêuticas 
medicamentosas e não farmacológicas devem ser implementadas o mais rápido possível.
104
Unidade II
O fisioterapeuta tem um arsenal de estratégias para promover a analgesia, como terapias manuais, 
eletroestimulação, acupuntura, crioterapia, termoterapia e hidroterapia. Assim, é um dos membros da 
equipe que pode promover alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida de pessoas idosas sob 
seus cuidados.
Afirmar a vida e considerar a morte um processo natural
É preciso entender que, como profissionais da saúde, não somos deuses, capazes de tornar a pessoa 
idosa imortal. A morte é uma certeza, e ninguém sabe quando ela chegará. Logo, o mais importante é 
enfatizar com pessoas idosas em cuidados paliativos a valorização da vida a cada dia. O presente é o que 
temos nas mãos. As medidas de prolongamento da vida podem ser utilizadas desde que não interfiram 
no bem-estar e na autonomia.
O fisioterapeuta pode auxiliar nesse princípio valorizando cada ganho físico, funcional ou emocional, 
compartilhando os ganhos terapêuticos. Sabemos que movimento é vida. Assim, a fisioterapia pode 
resgatar a alegria de viver da pessoa idosa, ao lhe permitir voltar a andar sozinha (mesmo que com um 
dispositivo de auxílio à marcha), ao amenizar a sua dor ou ao diminuir o medo de realizar atividades.
Não acelerar nem adiar a morte
Em cuidados paliativos, não se realiza eutanásia. Antes, discute-se com toda a equipe a necessidade 
ou não de intervenções invasivas, e muitas vezes dolorosas, que não estão de acordo com o desejo do 
paciente. O mais importante é ter um acompanhamento prévio para entender quais são os desejos e as 
limitações do paciente. Isso demanda tempo da equipe e uma abordagem interdisciplinar (Carvalho; 
Parsons, 2012).
Integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente
Quando a pessoa idosa ou sua família se deparam com uma doença que ameaça a continuidade 
da vida, vêm à tona muitos pensamentos e emoções relacionados à vida e à morte; surgem angústias, 
arrependimentos e medo do que está por vir. É nesse momento que a ajuda psicológica e espiritual de 
profissionais especialistas na área faz-se tão necessária (Freitas; Py, 2006).
Oferecer um sistema de suporte que possibilite à pessoa idosa viver tão ativamente quanto 
possível até a morte
Esse é um princípio com o qual o fisioterapeuta tem muito a contribuir. Hoje a capacidade funcional 
tornou-se mais importante do que a doença em si. Se a pessoa idosa está bem funcionalmente, ela pode 
realizar tudo o que quiser. Com isso em mente, podemos usar diferentes estratégias com a equipe para 
manter e/ou melhorar a força, o equilíbrio, a marcha e a capacidade funcional da pessoa idosa.
Oferecer um sistema de suporte para a família durante a doença e no momento do luto
O fisioterapeuta é um dos profissionais mais presentes no processo de cuidados paliativos. Portanto, 
conhecemos a família e as pessoas queridas que vão nos indagar sobre o quadro do paciente, as 
105
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
evoluções e as abordagens que realizamos. Temos sucesso nessa área quando somos atentos a cada 
detalhe e humanos a ponto de entender a dor do outro e saber acolher.
Recorrer a uma abordagem em equipe interdisciplinar
O trabalho em equipe interdisciplinar é essencial em gerontologia, especialmente em cuidados 
paliativos, onde existe uma necessidade de diferentes olhares para a pessoa idosa, a fim de reduzir ao 
máximo os seus diferentes sofrimentos, sejam eles físicos, funcionais, emocionais, sociais ou espirituais. 
Trabalhar em equipe é sempre um desafio, pois escancaramos nossa atuação profissional e colocamos 
à prova nossas vaidades. Por outro lado, é rico e gratificante perceber que o paciente tem todas as 
necessidades atendidas e que temos um limite como profissionais.
Em cuidados paliativos, a abordagem em equipe promove a discussão de casos, muita aprendizagem 
e as melhores tomadas de decisão.
Melhorar a qualidade de vida
Vale sempre lembrar que a pessoa idosa é um ser biográfico – ou seja, tem uma história de vida – e 
que deve ser respeitada em relação às suas decisões e desejos. É muito fácil atendê-la, pois descobrimos 
rapidamente suas aptidões, desejos e preferências, uma vez que gosta de conversar. Se soubermos ouvir, 
será fácil trabalhar de forma humana e individualizada.
Não existe uma “receita de bolo” da fisioterapia para melhorar a qualidade de vida; ela é pessoal e 
muda de indivíduo para indivíduo. Para algumas pessoas idosas, ter qualidade de vida é estar perto dos 
filhos e netos. Para outros, é ser independente. Para outras, é viajar pelo mundo. Para outras, ainda, é 
simplesmente não ter dor. Entender o paciente idoso e o que ele considera qualidade de vida fará da sua 
abordagem a melhor para ele.
Começar o mais precocemente possível, junto a outras medidas de prolongamento da vida
Existe um preconceito em relação aos cuidados paliativos, e por isso eles demoram a acontecer, 
causando sofrimento desnecessário à pessoa idosa.
Quanto antes forem iniciados, melhor, pois teremos a possibilidade de avaliar e entender as 
necessidades e decisões da pessoa idosa quando a sua cognição ainda está preservada e ela pode fazer 
escolhas mais assertivas, de acordo com a sua vontade. Além disso, muitos tratamentos apresentam 
excelente prognóstico quando iniciados precocemente.
Hoje se entende mais claramente que cuidados paliativos envolvem fazer tudo o que for necessário 
para promover alívio do sofrimento. Nenhum procedimento é descartado. As decisões são tomadas 
em conjunto, entre profissionais de saúde, pessoa idosa e familiares ou pessoas que ela queira que 
participem do processo.
106
Unidade II
7.2 O fisioterapeuta na equipe de cuidados paliativos
O fisioterapeuta tem um papel significativo na equipe de cuidados paliativos, pois se aproxima da 
pessoa idosa de forma intensa, com seu toque terapêutico, que é uma bela forma de comunicação 
não verbal, muitas vezes acalentadora, acolhedora, que oferece segurança e diminui a sensação de 
abandono e angústia causada pela doença.
Figura 46 – Massagem terapêutica para promover alívio da dor, 
comunicação não verbal, proximidade, cuidado e acolhimento
Disponível em: https://bit.ly/3kI5qAP. Acesso em: 22 jul. 2021.
Ser fisioterapeuta em cuidados paliativos significa poder promover o alívio do sofrimento através de 
abordagens analgésicas e manter a pessoa idosa o mais ativamente possível por meio do estímulo 
ao movimento.
Começamos com uma avaliação gerontológica, tendo como ponto de partida a queixa principal, que 
deve ser levada em conta assim como o que ele deseja conquistar com a fisioterapia.
Com a avaliação, chegamos a um diagnóstico cinético-funcional e traçamos um tratamento específico, 
individual e humano, respeitando as vontades da pessoa idosa e fazendo reavaliações diárias. É importante 
atentar para qualquer mudança no cenário funcional dela e comunicar as informações para a 
equipe. Podemos realizar abordagens de conforto e alívio de sofrimento com terapias como estas 
(Reis Júnior, 2007; Ventura; Mendonça; Couto, 2015):
• eletroestimulação transcutânea;
• massagem terapêutica;
• termoterapia;
• crioterapia;
• hidroterapia;
• pompage;
• ensino de posicionamento adequado.
107
FISIOTERAPIA GERIÁTRICA E GERONTOLÓGICA
Além disso, podemos ensinar exercícios respiratórios e tosse assistida para melhorar a capacidade 
respiratória da pessoa idosa, diminuindo o risco de complicações e a necessidade de um procedimento 
invasivo, como a aspiração ou ventilação mecânica.
Podemos ainda ensinar diferentes formas de a pessoa idosa se movimentar e se manter ativa, 
mediante mobilizações, treinos de força, equilíbrio e marcha, e a indicação de dispositivos de auxílio 
à marcha, caso sejam necessários.
O fisioterapeuta pode interferir muito positivamente

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