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Meninges e Liquor

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Prévia do material em texto

Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
1	Ana	Luiza	Azevedo		
 NEUROANATOMIA 
MENINGES	E	LÍQUOR		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 		 	 	 	 	MENINGES		
O	tecido	do	Sistema	Nervoso	Central	–	SNC	é	muito	delicado.	
Por	 esse	 motivo	 ,	 apresenta	 um	 sistema	 de	 proteção	 que	
consiste	 de	 quatro	 estruturas:	 crânio,	 meninges,	 líquido	
cerebrospinal	 (liquor)	 e	 barreira	 hematoencefálica.	
paquimeninge.	
O	 sistema	 nervoso	 é	 envolto	 por	 membranas	 conjuntivas	
denominadas	meninges	que	são	classificadas	como	três:	dura-
máter,	aracnoide	e	pia-máter.	A	aracnoide	e	a	pia-máter,	que	
no	 embrião	 constituem	 um	 só	 folheto,	 são	 às	 vezes	
consideradas	 como	 uma	 só	 formação	 conhecida	 como	 a	
leptomeninge;	e	a	dura-máter	que	é	mais	espessa	é	conhecida	
como	paquimeninge.	
As	meninges	recobrem	e	protegem	o	tecido	nervoso,	formam	a	
estrutura	de	sustentação	para	artérias,	veias	e	seios	venoso.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	DURA-MÁTER	
É	a	meninge	mais	superficial,	espessa	e	resistente,	formada	por	
tecido	 conjuntivo	 muito	 rico	 em	 fibras	 colágenas,	 contendo	
nervos	e	vasos.	
A	dura-máter	do	encéfalo	difere	da	dura-máter	espinhal	por	ser	
formada	por	2	folhetos:	externo	e	interno,	dos	quais	apenas	o	
interno	continua	com	a	dura-máter	da	medula	espinhal.	
O	folheto	externo	adere	intimamente	aos	ossos	do	crânio	e	se	
comporta	 como	 um	 periósteo	 destes	 ossos,	 mas	 sem	
capacidade	 osteogênica	 (nas	 fraturas	 cranianas	 dificulta	 a	
formação	de	um	calo	ósseo).	
O	 	 	 forma	 as	 	 	 que	 divide	 a	 cavidade	 craniana	 em	
compartimentos,	 formando	 divisões	 parciais	 entre	 algumas	
partes	do	encéfalo.	
Em	virtude	da	aderência	da	dura-máter	aos	ossos	do	crânio,	não	
existe,	 no	 crânio,	 um	 espaço	 epidural	 como	 na	 medula.	 No	
encéfalo,	a	principal	artéria	que	irriga	a	dura-máter	é	a	artéria	
meníngea	média,	ramo	da	artéria	maxilar.	
	
A	dura-máter,	ao	contrário	das	outras	meninges,	é	 ricamente	
inervada.	 Como	 o	 encéfalo	 não	 possui	 terminações	 nervosas	
sensitivas,	 toda	 ou	 qualquer	 sensibilidade	 intracraniana	 se	
localiza	 na	 dura-máter,	 que	 é	 responsável	 pela	 maioria	 das	
dores	de	cabeça	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
2	Ana	Luiza	Azevedo		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	PREGAS	DA	DURA-MÁTER	
Em	algumas	áreas	o	folheto	interno	da	dura-máter	destaca-se	
do	externo	para	formar	pregas	que	dividem	a	cavidade	craniana	
em	 compartimentos	 que	 se	 comunicam	 amplamente.	 As	
principais	pregas	são:	
	
v Foice	do	Cérebro:	é	um	septo	vertical	mediano	em	forma	
de	 foice	 que	 ocupa	 a	 fissura	 longitudinal	 do	 cérebro,	
separando	os	dois	hemisférios.	
v Tenda	do	Cerebelo:	projeta-se	para	diante	como	um	septo	
transversal	entre	os	lobos	occipitais	e	o	cerebelo.	A	tenda	
do	 cerebelo	 separa	 a	 fossa	 posterior	 da	 fossa	média	 do	
crânio,	 dividindo	 a	 cavidade	 craniana	 em	 um	
compartimento	 superior,	 ou	 supratentorial,	 e	 outro	
inferior,	ou	infratentorial.	A	borda	anterior	 livre	da	tenda	
do	 cerebelo,	 denominada	 incisura	da	 tenda,	 ajusta-se	 ao	
mesencéfalo.	
v Foice	 do	 Cerebelo:	 pequeno	 septo	 vertical	 mediano,	
situado	 abaixo	 da	 tenda	 do	 cerebelo	 entre	 os	 dois	
hemisférios	cerebelares.	
v Diafragma	da	Sela:	pequena	 lâmina	horizontal	que	 fecha	
superiormente	a	sela	túrcica,	deixando	apenas	um	orifício	
de	passagem	para	a	haste	hipofisára.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	CAVIDADES	DA	DURA-MÁTER	
Em	 determinada	 área,	 os	 dois	 folhetos	 da	 dura-máter	 do	
encéfalo	 separam-se	 delimitando	 cavidades.	 Uma	 delas	 é	 o	
cavo	trigeminal,	que	contém	o	gânglio	trigeminal.		
Outras	cavidades	são	revestidas	de	endotélio	e	contém	sangue,	
constituído	 os	 seios	 da	 dura-máter,	 que	 se	 dispõem	
principalmente	ao	longo	da	inserção	das	pregas	da	dura-máter.	
Os	 seios	 da	 dura-máter	 foram	 estudados	 no	 sistema	
cardiovascular	junto	com	o	sistema	venoso.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SEIOS	DA	DURA-MÁTER	
Os	seios	venosos	durais	são	espaços	encontrados	entre	as	duas	
camadas	 da	 dura-máter.	 Ao	 contrário	 dos	 espaços	
subaracnóideos,	 previamente	 mencionados,	 que	 contêm	
líquido	 cefalorraquidiano,	 os	 seios	 venosos	 durais	 contêm	
sangue	 venoso.	 Veias	 superficiais	 e	 profundas	 do	 cérebro	
drenam	nestes	seios,	seja	direta	ou	indiretamente,	assim	como	
uma	 pequena	 quantidade	 de	 LCR	 através	 das	 granulações	
aracnóideas.	 Os	 seios	 venosos	 durais	 drenam	 o	 sangue	 do	
cérebro	para	as	veias	jugulares	internas.	
Uma	trombose	nalguns	destes	seios	provoca	um	aumento	de	
pressão	craniana	que	em	última	analise	pode	levar	à	morte.	
	
Existem	dois	grupos	de	seios:	grupo	superior	e	inferior.	O	
grupo	superior	contêm:	
v Seio	sagital	superior	-	localizado	na	porção	superior	da	
foice	do	cérebro.	Recobre	a	margem	superior	foice	do	
cérebro,	ficando	no	corte	sagital	superior	e	termina	na	
confluência	dos	seios.	
v Seio	sagital	inferior	-	localizado	na	porção	inferior	da	
foice	do	cérebro.	Cursa	ao	 longo	da	margem	 inferior	
foice	do	cérebro,	 logo	abaixo	do	seio	sagital	superior	
terminando	no	seio	reto.		
v Seio	reto	-	encontrado	na	tenda	do	cerebelo.	Localiza-
se	ao	longo	da	linha	de	união	entre	a	foice	do	cérebro	
e	 a	 tenda	 do	 cerebelo	 e	 drena	 o	 sangue	 da	 veia	 de	
galeno	 –	 veia	 cerebral	 magna	 (importante	 veia	 que	
drena	o	sangue	do	tálamo,	estrutura	bastante	nobre).	
Também	 recebe	 o	 sangue	 do	 seio	 sagital	 inferior,	
drenando	para	a	confluência	dos	seios.		
v Seio	 transverso	 -	 localizado	na	 tenda	do	 cerebelo.	 É	
par	 (direito	 e	 esquerdo)	 que	 leva	 o	 sangue	 da	
confluência	dos	seios	lateralmente	–	seios	centrífugos	
(fuga	do	sangue).	Dispõe-se	de	cada	lado	ao	longo	da	
inserção	da	tenda	do	cerebelo	no	osso	occipital,	desde	
a	confluência	dos	seios	até	o	seio	sigmóide.	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
3	Ana	Luiza	Azevedo		
v Seios	sigmóides	 -	encontrados	na	porção	anterior	da	
tenda	do	cerebelo,	de	onde	eles	drenam	para	as	veias	
jugulares	 internas.	 Em	 forma	 de	 “S	 do	 Senna”,	 é	 a	
continuação	do	seio	transverso	até	o	forame	jugular..	
v Seio	petroescamoso	-	encontrado	ao	longo	da	junção	
das	partes	petrosa	e	escamosa	do	osso	temporal.	
v Seio	occipital	 -	 localizado	na	parte	posterior	da	foice	
do	 cerebelo.	 Drena	 da	 região	 infratentorial	 para	 a	
confluência	dos	seios.	
v Confluência	 dos	 seios	 -	 encontrado	 lateralmente	 à	
protuberância	 occipital	 interna	 do	 osso	 occipital.	
Ponto	que	confluem	os	seios	sagital	superior,	seio	reto	
e	 seio	 occipital.	 Esses	 seios	 trazem	 sangue	 para	 a	
confluência	dos	seios	–	seios	centrípetos.	
O	grupo	inferior	de	seios	durais	inclui:	
v Seio	 cavernoso	 -	 formado	 pelas	 principais	 veias	 da	
base	 do	 crânio.	 Importante	 seio	 por	 ser	 atravessado	
pela	 artéria	 carótida	 interna,	 nervos	 abducentes,	
trocleares,	oculomotores	e	ramo	dos	trigêmeos.	
v Seios	 intercavernosos	 anterior	 e	 posterior	 -	
encontrados	ao	redor	da	glândula	pituitária	com	uma	
drenagem	especial		
v Seio	 petroso	 superior	 -	 encontrado	 em	 um	 sulco	 na	
parte	petrosa	do	osso	temporal	
v Seio	 petroso	 inferior	 -	 localizado	 na	 junção	 da	 parte	
petrosa	do	osso	temporal	com	o	osso	occipital	
v Plexo	 basilar	 -	 encontrado	 na	 parte	 basilar	 do	 osso	
occipital.	 Ele	 conecta	 os	 seios	 petrosos	 inferiores	
direito	e	esquerdo.																	Imagem	ampliada	no	final	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	ARACNOIDE	
É	uma	membrana	muito	delgada,	justaposta	à	dura-máter,	da	
qual	 se	 separa	 por	 um	 espaço	 virtual,	 o	 espaço	 subdural,	
contendo	 uma	 pequena	 quantidade	 de	 líquido	 necessário	 á	
lubrificação	das	superfícies	de	contato	das	membranas.	
	A	aracnoide	separa-se	da	pia-máter	pelo	espaço	subaracnoideo	
que	 contem	 liquor,	 havendo	 grande	 comunicação	 entre	 os	
espaços	subaracnoideos	do	encéfalo	e	da	medula.Considera-se	 também	 como	 pertencendo	 à	 aracnoide,	 as	
delicadas	trabéculas	que	atravessam	o	espaço	para	ligar	à	pia-
máter,	e	que	são	denominados	de	trabéculas	aracnoides.	Estas	
trabéculas	lembram,	um	aspecto	de	teias	de	aranha	donde	vem	
o	nome	aracnoide.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	CISTERNAS	SUBARACNOIDEAS	
A		aracnoide	justapõe-se	à	dura-máter	e	ambas	acompanham	
apenas	 grosseiramente	 o	 encéfalo	 e	 a	 sua	 superfície.	 A	 pia-
máter	adere	intimamente	a	esta	superfície	que	acompanha	os	
giros,	os	sulcos	e	depressões.	Deste	modo,	a	distância	entre	as	
duas	 membranas,	 ou	 seja,	 a	 profundidade	 do	 espaço	
subaracnoideo	é	muito	variável,	sendo	muito	pequena	nos	giros	
e	grande	nas	áreas	onde	parte	do	encéfalo	se	afasta	da	parede	
craniana.	Forma-se	assim	nestas	áreas,	dilatações	do	espaço	i,	
as	 cisternas	 subaracnoideas,	 que	 contém	 uma	 grande	
quantidade	 de	 liquor.	 As	 cisternas	 mais	 importantes	 são	 as	
seguintes:	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
4	Ana	Luiza	Azevedo		
	
v Cisterna	Magna:	ocupa	o	espaço	entre	a	face	inferior	
do	cerebelo	e	a	face	dorsal	do	bulbo	e	do	tecto	do	III	
ventrículo.	 Continua	 caudalmente	 com	 o	 espaço	
subaracnoideo	 da	 medula	 e	 liga-se	 ao	 IV	 ventrículo	
através	 da	 abertura	 mediana.	 A	 cisterna	 magna	 é	 a	
maior	e	mais	importante,	sendo	às	vezes	utilizada	para	
obtenção	de	liquor	através	de	punções.	
v Cisterna	Pontina:	situada	ventralmente	a	ponte.	
v Cisterna	 Interpeduncular:	 localizada	 na	 fossa	
interpeduncular.	
v Cisterna	Quiasmática:	situada	diante	o	quiasma	óptico.	
v Cisterna	 Superior:	 situada	 dorsalmente	 ao	 tecto	
mesencefálico,	entre	o	cerebelo	e	o	esplênio	do	corpo	
caloso.	A	 cisterna	 superior	 corresponde,	 pelo	menos	
em	 parte,	 à	 cisterna	 ambiens,	 termo	 usado	 pelos	
clínicos.	
v Cisterna	da	 Fossa	 Lateral	 do	Cérebro:	 corresponde	à	
depressão	 formada	 pelo	 sulco	 lateral	 de	 cada	
hemisfério.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	GRANULAÇÕES	ARACNOIDES	
Em	alguns	pontos	da	aracnoide,	formam-se	pequenos	tufos	que	
penetram	no	interior	dos	seios	da	dura-máter,	constituindo	as	
granulações	 aracnoideas,	 mais	 abundantes	 no	 seio	 sagital	
superior.	 As	 granulações	 aracnoideas	 levam	 pequenos	
prolongamentos	 do	 espaço	 subaracnoideo,	 verdadeiros	
divertículos	deste	espaço,	nos	quais	o	liquor	está	separado	do	
sangue	apenas	pelo	endotélio	do	seio	e	uma	delgada	camada	
de	 aracnoide.	 São	 estruturas	 admiravelmente	 adaptadas	 à	
absorção	do	liquor,	que	neste	ponto,	vai	para	o	sangue.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	PIA-MÁTER	
É	 a	 mais	 interna	 das	 meninges,	 aderindo	 intimamente	 à	
superfície	do	encéfalo	e	da	medula,	cujos	relevos	e	depressões	
acompanham	até	o	fundo	dos	sulcos	cerebrais.	Sua	porção	mais	
profunda	recebe	numerosos	prolongamentos	dos	astrócitos	do	
tecido	nervoso,	constituindo	assim	a	membrana	pio-glial.	A	pia-
máter	dá	resistência	aos	órgãos	nervosos,	pois	o	tecido	nervoso	
é	de	consistência	muito	mole.	A	pia-máter	acompanha	os	vasos	
que	 penetram	 no	 tecido	 nervoso	 a	 partir	 do	 espaço	
subaracnoideo,	 formando	 a	 parede	 externa	 dos	 espaços	
perivasculares.	
Neste	 espaço	 existem	 prolongamentos	 do	 espaço	
subaracnoideo,	 contendo	 liquor,	 que	 forma	 um	 manguito	
protetor	em	torno	dos	vasos,	muito	importante	para	amortecer	
o	efeito	da	pulsação	das	artérias	sobre	o	tecido	circunvizinho.	
Verificou-se	 que	 os	 espaços	 perivasculares	 acompanham	 os	
vasos	mais	calibrosos	até	uma	pequena	distância	e	 terminam	
por	 fusão	 da	 pia	 com	 a	 adventícia	 do	 vaso.	 As	 pequenas	
arteríolas	são	envolvidas	até	o	nível	capilar	por	pré-vasculares	
dos	astrócitos	do	tecido	nervoso.	
O	espaço	extradural	ou	epidural	normalmente	não	é	um	espaço	
real	mas	apenas	um	espaço	potencial	entre	os	ossos	do	crânio	
e	a	camada	periosteal	externa	da	dura-máter.		
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
5	Ana	Luiza	Azevedo		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	SISTEMA	VENTRICULAR		
O	sistema	ventricular	é	uma	rede	de	cavidades	preenchidas	
com	líquido	cefalorraquidiano	(ventrículos)	dentro	do	cérebro.	
Existem	quatro	ventrículos:	
v Dois	ventrículos	laterais	dentro	dos	lobos	do	cérebro		
v Terceiro	ventrículo	encontrado	entre	os	tálamos		
v Quarto	ventrículo	localizado	sobre	a	ponte	e	a	medula	
e	abaixo	do	cerebelo		
Estes	ventrículos	são	conectados	por	forames	através	do	qual	
o	LCR	passa.	
v Forame	 interventricular	 (de	Monro)	 entre	 os	 ventrículos	
laterais	e	o	terceiro	ventrículo.	
O	 forame	 de	Monro	 são	 canais	 que	 conectam	 os	 ventrículos	
laterais	 com	o	 terceiro	 ventrículo	na	 linha	média	do	 cérebro.	
Como	 canais,	 eles	 permitem	 que	 o	 líquido	 cefalorraquidiano	
produzido	nos	ventrículos	laterais	atinja	o	terceiro	ventrículo	e	
o	resto	do	sistema	ventricular	do	cérebro.		
Eles	 também	 contém	 plexo	
coróide,	 uma	 estrutura	
especializada	 em	 produzir	 o	
líquido	cefalorraquidiano.	
v Aqueduto	cerebral	(de	Sylvius)	entre	o	terceiro	e	o	
quarto	ventrículos.	
v Duas	aberturas	laterais	(de	Luschka)	entre	o	quarto	
ventrículo	e	a	cisterna	magna.	
v Abertura	mediana	(de	Magendie)	entre	o	quarto	
ventrículo	e	o	canal	central	da	medula	espinhal.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	LIQUOR	
É	um	fluido	aquoso	e	incolor	que	ocupa	o	espaço	subaracnoideo	
e	as	cavidades	ventriculares.	A	são	função	primordial	é	proteção	
mecânica	do	sistema	nervoso	central.	
• A	 circulação	 do	 liquor	 é	 extremamente	 lenta	 e	 sua	
movimentação	é	 realizada	pela	pulsação	das	artérias	
intracranianas	que,	a	cada	sístole,	aumenta	a	pressão	
liquórica,	contribuindo	para	empurrar	o	liquor	através	
das	granulações	aracnóideas.	
• Sua	produção	média	em	um	adulto	é	de	500	mL/dia,	
renovando-se	 a	 cada	 8	 horas,	 através	 da	 filtração	
seletiva	 do	 plasma	 e	 da	 secreção	 de	 elementos	
específicos.	
• Pelo	 princípio	 de	 Pascal,	 o	 líquido	 irá	 se	 distribuir	
igualmente	 a	 todos	 os	 pontos,	 constituindo	 um	
eficiente	que	frequentemente	atingem	o	SNC.	
• A	 constituição	 do	 liquor	 é	 diferente	 da	 do	 soro.	 A	
quantidade	de			(média	35mg/dL),	ao	passo	que	a	do	
soro	é	de	7000mg/dL,	 	apresenta	de	0	a	4	 leucócitos				
por	milímetro	cúbico.	
• A	pressão	normal	do	liquor	varia	entre	5	a	15	mmHg.	
	
• Excreção	 de	 produtos	 tóxicos	 do	 metabolismo	 das	
células	 do	 tecido	 nervoso	 que	 passam	 aos	 espaços	
intersticiais	 de	 onde	 são	 lançadas	 no	 liquor	 e	 deste	
para	o	sangue.	
	
• Produção	de	hormônios,	anticorpos	e	leucócito,	o	que		
auxilia	a	defesa	contra	agentes	e	microrganismos.	
	
• Manutenção	de	um	meio	químico	estável	no	sistema	
ventricular	 por	 meio	 de	 troca	 de	 componentes	
químicos	com	os	espaços	intersticiais,	permanecendo	
estável	a	composição	química	do	liquor	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
6	Ana	Luiza	Azevedo		
	 	FORMAÇÃO,	ABSORÇÃO	E	CIRCULAÇÃO	DO	LIQUOR	
Sabe-se	 hoje	 em	 dia	 que	 o	 liquor	 é	 produzido	 nos	 plexos	
corioides	dos	ventrículos	e	também	que	uma	pequena	porção	é	
produzida	a	partir	do	epêndima	das	paredes	ventriculares	e	dos	
vasos	 da	 leptomeninge.	 Existem	 plexos	 corioides	 nos	
ventrículos,	 como	 já	 vimos	 anteriormente,	 e	 os	 ventrículos	
laterais	contribuem	com	maior	contingente	liquórico,	que	passa	
ao	 III	 ventrículo	 através	 dos	 forames	 interventriculares	 e	 daí	
para	o	IV	ventrículo	através	do	aqueduto	cerebral.	
Através	das	aberturas	medianas	e	 laterais	do	 IV	 ventrículo,	o	
liquor	passa	para	o	espaço	subaracnoideo,	sendo	reabsorvido	
principalmente	pelas	granulações	aracnoideas	que	se	projetam	
para	 o	 interior	 da	 dura-máter.	 Como	 essas	 granulações	
predominam	no	eixo	sagital	superior,	a	circulação	do	liquor	se	
faz	de	baixo	para	 cima,	devendo	atravessar	o	espaço	entre	a	
incisura	da	tenda	e	o	mesencéfalo.	No	espaço	subaracnoideo	da	
medula,	 o	 liquor	 desce	 em	 direção	 caudal,	 mas	 apenas	 uma	
partevolta,	 pois	 reabsorção	 liquórica	 ocorre	 nas	 pequenas	
granulações	 aracnoideas	 existentes	 nos	 prolongamentos	 da	
dura-máter	que	acompanham	as	raízes	dos	nervos	espinhais.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	PUNÇÃO	DO	LIQUOR		
O	 exame	 do	 líquido	 cefalorraquidiano	 (LCR)	 ou	 líquor	 vem	
sendo	utilizado	como	arma	diagnóstica	desde	o	final	do	século	
XIX,	 contribuindo,	 significativamente,	 para	 o	 diagnóstico	 de	
patologias	neurológicas.	Além	do	diagnóstico,	a	análise	do	LCR	
permite	 o	 estadiamento	 e	 o	 seguimento	 de	 processos	
vasculares,	 infecciosos,	 inflamatórios	 e	 neoplásicos	 que	
acometem,	direta	ou	indiretamente,	o	Sistema	Nervoso.	
• No	 processo	 inflamatório	 viral	 possui	 poucas	 células	
que	 passam	 pela	 barreira	 hemato-encefálica,	 com	
proteínas	 normais	 ou	 pouco	 aumentada,	 glicose	
normal	e	o	tipo	de	células	presentes	são	os	linfócitos.	
• No	processo	 inflamatório	bacteriano,	há	milhares	de	
células,	 com	 características	 de	 pus,	 com	 muitas	
proteínas,	glicose	baixa	e	o	tipo	de	células	presentes	
são	os	neutrófilos.	
• Na	 tuberculose,	 células	 e	 proteínas	 podem	 estar	
normais	 ou	 pouco	 aumentada,	 a	 glicose	 está	 muito	
baixa	e	o	tipo	de	células	presentes	são	os	linfócitos.	
Através	 da	 punção	 liquórica	 é	 possível,	 também,	 a	
administração	 intra-tecal	 de	 quimioterápicos,	 tanto	 para	
tratamento	de	tumores	primários	ou	metastáticos	do	Sistema	
Nervoso	 Central,	 como	 para	 a	 profilaxia	 do	 envolvimento	
neurológico	de	tumores	sistêmicos.	
Punção	lombar	é	utilizada	para	fazer	o	seguinte:	
• Avaliar	a	pressão	intracraniana	e	a	composição	do	LCR	
(	 Anormalidades	 do	 líquido	 cefalorraquidiano	 em	
várias	doenças)	
• Reduzir	terapeuticamente	a	hipertensão	intracraniana	
(hipertensão	intracraniana	idiopática)	
• Administrar	fármacos	por	via	intratecal	ou	um	agente	
de	contraste	radiopaco	para	mielografia	
Entre	o	 saco	dural	 (S2)	 e	o	 término	da	medula	 (L2)	o	espaço	
subaracnóideo	é	maior,	contém	maior	quantidade	de	liquor	e	
nele	 se	 encontra	 apenas	 o	 filamento	 terminal	 e	 raízes	 que	
formam	a	cauda	equina	não	havendo	perigo	de	lesão	medular	
para	realização	da	punção	lombar.	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
7	Ana	Luiza	Azevedo		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	HIPERTENSÃO	INTRACRANIANA	
A	hipertensão	intracraniana	é	o		aumento	da	pressão	dentro	
do	crânio	e	ao	redor	da	medula	espinhal,	que	pode	não	ter	
uma	causa	específica,	sendo	conhecida	como	idiopática,	ou	ser	
causada	por	traumatismos	ou	doenças	como	tumor	cerebral,	
hemorragia	intracraniana,	infecção	no	sistema	nervoso,	AVC	
ou	efeito	colateral	de	alguns	remédios.	
Geralmente,	a	pressão	normal	dentro	do	crânio	varia	entre	5	e	
15	mmHg,	mas	na	hipertensão	intracraniana	encontra-se	
acima	desse	valor	e,	por	isso,	nos	casos	mais	graves	pode	
impedir	o	sangue	de	entrar	no	crânio,	deixando	de	haver	
oxigenação	adequada	do	cérebro.	
As	possíveis	causas	incluem:		
v Derrame	cerebral:	o	sangramento	pode	ser	hematoma	
subdural,	epidural	ou	subaracnóide,	
v Hidrocefalia:	 aumento	 da	 quantidade	 de	 líquido	
cefalorraquidiano.	
v Meningites:	inflamação	das	membranas	que	envolvem	
o	encéfalo.	
v Encefalites:	inflamação	do	encéfalo	(cérebro,	cerebelo	
ou	tronco	encefálico).	
Os	sintomas	incluem:		
v Cefaleia,	 vômitos,	 alterações	 pupilares	 (III	 par	
craniano),	rebaixamento	da	consciência	,	síndrome	de	
cushing	 (	 hipertensão,	 bradicardia,	 bradipnéia,		
taquipnéia)	
Havendo	 uma	 suspeita	 de	 hipertensão	 intracraniana	 deve-se	
fazer	sempre	um	exame	de	fundo	de	olho.		
O	 nervo	 óptico	 (II	 par	 craniano)	 é	 envolvido	 por	 um	
prolongamento	 do	 espaço	 subaracnóideo,	 levando	 a	
compressão	 do	 nervo	 óptico.	 Isso	 causa	 obliteração	 da	 veia	
central	da	retina,	a	qual	passa	em	seu	interior,	o	que	resulta	em	
ingurgitamento	das	veias	da	retina,	com	edema	de	papila	óptica	
–	papiledemia.	
A	papila	é	a	porção	final	do	nervo	óptico	
que	 faz	 parte	 do	 SNC,	 havendo	 uma	
compressão	das	estruturas	nervosas	 leva	
uma	inflamação	e	edema	da	papila.	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	HÉRNIAS	INTRACRANIANAS	
O	aumento	de	volume	do	encéfalo,	difuso	ou	localizado,	tende	
a	 causar	 deslocamento	 das	 partes	 afetadas	 em	 relação	 aos	
compartimentos	 intracranianos	criados	pelas	dobras	durais:	a	
foice	do	cérebro	e	a	tenda	do	cerebelo.		Isto	leva	a	insinuação	
de	 linguetas	 de	 tecido	 cerebral	 em	 espaços	 exíguos,	 com	
compressão	de	estruturas	vitais	que	são	as	chamadas	hérnias	
intracranianas.	
1. A	 hérnia	 de	 uncus	 corresponde	 à	 passagem	 do	 giro	
parahipocampal,	ou	de	sua	extremidade	anterior,	o	uncus,	
para	 a	 fossa	 posterior	 através	 do	 orifício	 da	 tenda	 do	
cerebelo,	 onde	 se	 localiza	 o	mesencéfalo.	 .É	 geralmente	
unilateral	 e	 consequente	 	 ao	aumento	de	volume	de	um	
hemisfério	 cerebral	 por	 um	 hematoma,	 infarto,	 tumor,	
abscesso	 ou	 traumatismo.	 O	 edema	 em	 torno	 da	 lesão	
potencia	grandemente	a	expansão	do	hemisfério	e	ajuda	a	
pressionar	 o	 uncus	 para	 baixo,	 entre	 a	 margem	 livre	 da	
tenda	do	cerebelo	e	o	mesencéfalo.	
2. Hérnia	central		
3. A	hérnia	de	cíngulo	é	sempre	unilateral.	Como	a	hérnia	de	
uncus,	decorre	do	aumento	de	volume	de	um	hemisfério	
cerebral.	Pode	haver	deslocamento	do	giro	do	cíngulo	para	
o	lado	oposto,	insinuando-se	entre	a	borda	livre	da	foice	do	
cérebro	 e	 o	 corpo	 caloso.	 A	 principal	 conseqüência	 é	 a	
compressão	de	uma	ou	ambas	artérias	cerebrais	anteriores,	
que	 acompanham	 o	 corpo	 caloso,	 causando	 infarto	
hemorrágico	deste	território.	
4. Hérnia	Transcalvariana		ocorre	para	fora	do	crânio,	
geralmente	através	de	orifício	de	craniotomia.	
5. Hérnia	acima	do	tronco	encefálico	
6. Hérnia	tonsilar	-	um	processo	expansivo	na	fossa	posterior	
dos	 hemisférios	 cerebelares,	 empurra	 as	 tonsilas	 do	
cerebelo	produzindo	hérnia	tonsilar,	comprimindo	o	bulbo	
Hemorragia	Subaracnóidea	(HSA)	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
8	Ana	Luiza	Azevedo		
HEMATOMAS	EXTRADURAIS	E	SUBDURAIS	
São	rupturas	de	vasos	que	resultam	em	acúmulo	de	sangue	
nas	meninges	sob	forma	de	hematomas	e	são	uma	das	
complicações	mais	frequentes	dos	traumatismos	cranianos	
(TCE).	
	
O	 hematoma	 extradural	 forma-se	 em	 lesões	 das	 artérias	
meníngeas	 ,	ocorrendo	durante	 fraturas	de	crânio,	sobretudo	
artéria	 meníngea	 média,	 resultando	 em	 acúmulo	 de	 sangue	
entre	a	dura-máter	e	o	osso	do	crânio.	
O	 hematoma	 cresce,	 separando	 a	 dura-máter	 do	 osso,	 e	
empurra	o	tecido	nervoso	para	o	lado	oposto,	formando	uma	
estrutura	biconvexa.	
O	hematoma	subdural	geralmente	ocorre	uma	ruptura	de	uma	
veia	cerebral	no	ponto	que	ela	entra	no	seio	sagital	superior,	o	
sangue	acumula-se	entre	a	dura-máter	e	a	aracnóide.		
São	 mais	 frequentes	 em	 casos	 em	 que	 o	 crescimento	 do	
hematoma	é	lento,	e	a	sintomatologia	aparece	tardiamente.	
	 	 	 	 	 	 	HEMORRAGIA	SUBARACNÓIDEA	(HSA)	
A	Hemorragia	subaracnoidea	é	o	extravasamento	súbito	de	
sangue	no	interior	do	espaço	subaracnoideo.	O	sangue	no	
espaço	subaracnoideo	produz	uma	meningite	química,	que	
geralmente	aumenta	a	pressão	intracraniana	durante	dias	ou	
algumas	semanas.		
	
O	vasoespasmo	subsequente	pode	produzir	isquemia	cerebral	
focal;	cerca	de	25%	dos	pacientes	desenvolvem	sinais	de	AIT	
ou	AVE	isquêmico.	O	edema	cerebral	é	máximo	e	o	risco	de	
vasoespasmo	e	infarto	subsequente	(denominado	angry	brain)	
é	maior	entre	72	h	e	10	dias.	A	hidrocefalia	aguda	secundária	
também	é	comum.	Às	vezes,	ocorre	uma	2ª	ruptura	
(ressangramento),	em	geral	em	um	período	de	até	7	dias.	
A	causa	mais	comum	de	sangramento	espontânea	é	a	ruptura	
de	um	aneurisma.		
Os	sintomas	incluem	cefaleia	intensa	súbita,	geralmente	com	
perda	ou	comprometimento	da	consciência.	Vasoespasmo	
secundário	(causando	isquemia	cerebral	focal),	meningismo	e	
hidrocefalia	(causando	cefaleia	persistente	e	embotamento	
mental)	são	comuns.	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	AnaLuiza	Azevedo		
9	Ana	Luiza	Azevedo		
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	HIDROCEFALIA		
A	 hidrocefalia	 é	 o	 acúmulo	 excessivo	 de	 líquido	
cefalorraquidiano	 dentro	 do	 crânio,	 que	 leva	 ao	 inchaço	
cerebral.	Este	aumento	anormal	do	volume	de	liquor	dilata	os	
ventrículos	 e	 comprime	o	 cérebro	 contra	 os	 ossos	 do	 crânio,	
provocando	 uma	 série	 de	 sintomas	 que	 necessitam	 de	
tratamento	de	emergência	para	prevenir	danos	mais	sérios.	
A	hidrocefalia,	muitas	vezes,	pode	ser	detectada	antes	mesmo	
do	nascimento,	por	meio	de	ultrassonografias	periódicas.	
Os	 sintomas	 típicos	 são	 cefaleia	 ,	 	 evoluindo	 para	 herniação,	
coma	e	óbito,	caso	não	ocorra	tratamento	de	urgência.	
Há	três	tipos	de	hidrocefalia	e	sua	classificação	se	dá	de	acordo	
com	a	causa.		
Hidrocefalia	obstrutiva	(	não	comunicantes	)		
Esse	tipo	da	doença	é	a	mais	comum	e	ocorre	quando	há	um	
bloqueio	no	sistema	ventricular	do	cérebro,	 impedindo	que	o	
líquido	cefalorraquidiano	flua	normalmente	pelo	cérebro	e	pela	
medula	espinhal.		
A	 obstrução	 do	 trajeto	 do	 liquor	 pode	 ocorrer	 no	 forame	
interventricular,	provocando	dilatação	dos	ventrículos	laterais,	
aqueduto	 cerebral,	 provocando	 dilatações	 do	 III	 e	 dos	
ventrículos	 laterais,	 abertura	 medianas	 e	 laterais	 do	 IV	
ventrículo,	provocando	dilatação	de	todo	o	sistema	ventricular	
e	 na	 incisura	 da	 tenda,	 impedindo	 a	 passagem	 do	 liquor	 do	
compartimento	 infratentorial	 para	 o	 supratentorial,	
provocando	dilatação	de	todo	o	sistema	ventricular.	
Hidrocefalia	não-obstrutiva	(	comunicantes	)		
A	hidrocefalia	não-obstrutiva	é	resultante	da	baixa	produção	ou	
absorção	 do	 líquido	 cefalorraquidiano	 em	 razão	 de	 processo	
patológico	dos	plexos	corioides	ou	dos	seios	da	dura-máter	e	
granulações	aracnóideas.	
Hidrocefalia	de	pressão	normal	
Este	tipo	de	hidrocefalia	afeta	principalmente	pessoas	 idosas.	
Ela	é	resultado	de	um	trauma	ou	doença,	mas	as	causas	exatas	
ainda	não	estão	totalmente	claras.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	HIDROCEFALIA	AGUDA	
v A	lesão	se	instala	de	maneira	súbita,	não	havendo	
tempo	do	tecido	se	adaptar.	
v Ocorre	uma	compressão	encefálica,	perdendo	a	
diferenciação	de	sucos	e	giros.	
v Há	alterações	com	sintomas	típicos	de	hipertensão	
intracraniana.	
v Geralmente	as	hidrocefalias	agudas	são	obstrutivas		
provocadas	por	forças	mecânicas.	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	HIDROCEFALIA	CRÔNICA	
v Ocorre	lesão	progressiva	dos	tecidos,	havendo	tempo	
para	se	adaptar.	
v Não	necessariamente	ocorre	sinais	e	sintomas.	
v Geralmente	as	crônicas	são	por	redução	da	absorção,	
por	comprometimento	das	granulações	aracnoides.		
v Ocorrendo	por	exemplo	na	Hidrocefalia	de	Pressão	
Normal	(HPN),	uma	doença	crônico-degenerativa,	
possuindo	uma	tríade	clássica	de	sintomas:	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
10	Ana	Luiza	Azevedo		
	
Fontes		
https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/siste
ma-nervoso/meninges-e-liquor/	
https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/meninges-
ventriculos-e-suprimento-sanguineo-do-cerebro	
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2570806/mod_resou
rce/content/1/Meninges%2C%20LCR%20e%20Barreiras.pdf	
	
	
Neuroanatomia	–	Meninge	e	Liquor	–	Ana	Luiza	Azevedo		
11	Ana	Luiza	Azevedo

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