Buscar

Case HMCS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
SINOPSE DO CASE: Movimento antivacina: liberdade dos pais ou violação ao 
direito à saúde da criança?1 
Antonio Victor Pereira do Nascimento2 
Tuanny Soeiro Sousa3 
 
1 DESCRIÇÃO DO CASO 
 
Em 1904, no Rio de Janeiro, aconteceu o motim popular conhecido como 
Revolta da Vacina, em que as pessoas se recusavam a ser vacinadas contra a varíola. 
Doença que hoje em dia foi erradicada no mundo todo graças a esse tipo de 
imunização ativa artificial. Movimentos atuais parecidos com esse têm surgido nos 
últimos anos, afetados por essas ideias foram o casal Brenda e Guilherme, dois 
empresários residentes de São Luís, MA. 
Brenda e Guilherme passaram pelo ensino superior, sendo ela formada em 
Administração pela UEMA e seu esposo em Engenheira Civil pela USP. Eles, 
atualmente, são empresários, a mulher sendo proprietária de uma rede de sapatarias 
e o homem da área de construção civil. Percebe-se então que são pessoas influentes 
e abastadas. 
Após a lua de mel descobriram que seriam pais, e como é comum, logo 
receberam informações de todo tipo pelos familiares, através das redes sociais. Dessa 
forma chegou a eles uma desinformação a qual dizia que as vacinas eram ineficazes 
na proteção e prevenção de doenças contágio-infecciosas. Essa fake news até 
mesmo argumentava com estudos, inclusive com um que afirmava a possibilidade de 
as vacinas desenvolverem autismo em crianças. 
A partir de outras leituras sobre o movimento antivacina, encontraram 
pessoas com pensamentos parecidos principalmente em países ditos desenvolvidos, 
como Estados Unidos e alguns outros da Europa. Suas pesquisas foram feitas em 
plataformas como Google, Facebook e outras redes sociais de acesso livre. Após suas 
“profundas pesquisas”, criaram o primeiro grupo antivacina de São Luís. 
 
 
1Case apresentado à disciplina Homem, Meio Ambiente, Cultura e Sociedade, do Centro Universitário 
UNDB. 
2Aluno do 2º período do curso de Biomedicina da UNDB. 
3Professora, Mestra, Orientadora. 
2 
2 IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO 
 
2.1 Descrições das decisões possíveis 
Para resolver a situação Brenda e Guilherme como também dos 
contaminados por suas informações falsas, o Estado deveria providenciar debates 
informativos e de fácil acesso para a população, como em programas de televisão 
aberta. Para mais, seria interessante se os profissionais da saúde ligados diretamente 
à saúde das crianças, como pediatras e enfermeiros sempre informassem sobre como 
funcionam as vacinas e suas consequências para o desenvolvimento da sociedade. 
 
2.2 Argumentos capazes de fundamentar cada decisão 
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Capítulo I, 
parágrafo único: “é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados 
pelas autoridades sanitárias”. Dessa forma, a Sociedade Brasileira de Imunizações 
(2017), entende que responsáveis legais pelas crianças que se recusam a vacinar 
estão cometendo um ato de negligência e devem ser responsabilizados por isso. Além 
disso, caso a criança acabe morrendo por causa de uma das doenças que poderia ter 
sido evitada por aplicação de uma vacina obrigatória, pode ser considerada uma morte 
por negligência. 
De acordo com o Ministério da Saúde (2009) a não-vacinação em larga 
escala pode causar falência e o sofrimento de milhões de pessoas, já que uma pessoa 
que não se vacina pode colocar em risco seus próximos e sua comunidade gerando 
um efeito em cascata, com consequências trágicas. 
Conforme a Sociedade Brasileira de Imunizações (2016) as vacinas 
estimulam o sistema imune a produzir defesas prévias, ou seja, proporcionam uma 
imunização preventiva, eliminado o risco de doenças e de complicações médicas 
muitas vezes desencadeando na morte precoce. 
Para Abbas, Lichtman e Pillai (2015), a vacinação ainda é o método mais 
eficiente para prevenção de infecções. Por isso a varíola foi a primeira doença 
erradicada do planeta terra por meio da técnica de vacinação. Além de que outras 
doenças infectocontagiosas tiverem uma queda abrupta na percentagem de casos 
com programas de vacinação efetivas. 
Mizuta et al. (2018) afirmam que apesar de que os grupos de recusa vacinal 
ou de movimentos antivacina não terem um número de adeptos tão grande, ainda 
TUANNY SOEIRO SOUSA
1990
3 
podem colocar em risco o sucesso que vem sendo alcançado com o grande número 
de doenças minimizadas graças às vacinas. Tendo até mesmo situações recentes em 
que fake news associaram a vacina contra rubéola e os casos de microcefalia em 
bebês de mães infectadas pelo Zika vírus. Epidemias de doenças virias, que poderiam 
ter sido evitadas, foram relacionadas com as informações falsas que se difundem nas 
redes sociais. 
Um dos casos de fake news mais repercutidos a respeito da vacinação foi 
sobre sua aparente relação com o desenvolvimento de autismo, tendo sido colocado 
na rede social Twitter do presidente dos EUA, Donald Trump (2014): “Crianças 
saudáveis vão ao médico, são bombardeadas por doses massivas de muitas vacinas 
não se sentem bem e então: autismo. Tantos casos!”. O responsável por isso foi o 
médico Andrew Wakefield, que em 1998 publicou um estudo com dados manipulados 
e falsos a respeito deste tema. Infelizmente, com isso os níveis de vacinação entraram 
em queda primeiro no seu país, Inglaterra e depois no mundo todo. (BBC Brasil, 2017) 
O Ministério da Saúde (2009) declara que os pais devem ser informados 
por um profissional que tem um bom vínculo com a família sobre os benefícios da 
vacinação, como elas são produzidas e os possíveis riscos. A melhor maneira é 
sensibilizar os pais com folhetos, campanhas, e cartilhas como a produzida pela 
Sociedade Brasileira de Imunizações. Esses veículos orientadores devem ser de fácil 
acesso e amplamente distribuídos, dessa forma todos saberão o porquê de vacinar e 
seus benefícios, não só individuais, mas coletivos também. 
 
2.3 Descrição dos critérios e valores 
 Os pais devem fazer sempre o que podem para os filhos, isso inclui 
deixá-los ser vacinados para que contraiam menos doenças e não contaminem os 
próximos. 
 Melhor do que obrigar os responsáveis é informá-los dos riscos e 
convencê-los das vantagens desse ato tão importante. 
 ECA Capítulo I, parágrafo único: “É obrigatória a vacinação das crianças 
nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.” 
 
 
 
4 
REFERÊNCIAS 
 
ABBAS, Abul K; LICHTMAN, Andrew H; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e 
molecular. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 
 
BBC BRASIL. (São Paulo). A história que deu origem ao mito da ligação entre 
vacinas e autismo. 2017. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-
40663622. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. (Brasília). Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 2008. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_crianca_adolescente_3ed.pdf. 
Acesso em: 14 set. 2019. 
 
BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. (Rio Grande do Sul). O que fazer quando as 
mães não desejam vacinar seus filhos ou quando as vacinas estão em 
atraso? 2009. Disponível em: https://aps.bvs.br/aps/o-que-fazer-quando-as-maes-
nao-desejam-vacinar-seus-filhos-ou-quando-as-vacinas-estao-em-atraso/. Acesso 
em: 14 set. 2019. 
 
BRASIL, SBIM. (Rio de Janeiro). Imunização: Tudo o que você sempre quis saber. 
2016. Disponível em: https://sbim.org.br/images/books/imunizacao-tudo-o-que-voce-
sempre-quis-saber.pdf. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
BRASIL, SBIM. (São Paulo). Não vacinar crianças é ilegal, afirmam advogados. 
2017. Disponível em: https://sbim.org.br/noticias/782-nao-vacinar-criancas-e-ilegal-
afirmam-advogados. Acesso em: 14 set. 2019. 
 
MIZUTA, Amanda Hayashida et al. PERCEPÇÕES ACERCA DA IMPORTÂNCIA 
DAS VACINAS E DA RECUSA VACINAL NUMA ESCOLA DE MEDICINA. Revista 
Paulista de Pediatria, [s.l.], v. 37, n. 1, p.34-40, jan. 2019. FapUNIFESP. Disponível 
em: http://dx.doi.org/10.1590/1984-0462/;2019;37;1;00008.Acesso em: 14 set. 2019. 
 
TRUMP, Donald. 2014. Disponível em: 
https://twitter.com/realdonaldtrump/status/449525268529815552. Acesso em: 14 set. 
2019.

Continue navegando