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1 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Pós-Graduação em Direito Penal e Processual Penal Resenha Crítica de Caso Nome do aluno: Gilvan Ribeiro de Santana Trabalho da disciplina: Crise do sistema penitenciário Tutor: Prof. Paulo Jorge dos Santos Fleury Santo André/SP 2020 http://portal.estacio.br/ 2 CRISE DO SISTEMA PENITENCIÁRIO 1 Introdução Neste trabalho será tratado sobre o problema da administração do sistema carcerário brasileiro que por sua vez, a cada dia, vem se trazendo uma grande preocupação para toda a sociedade brasileira, pois diante da grande massa da população carcerária, indica que a qualquer momento haverá uma ruptura, uma explosão, tendo em vista as inúmeras rebeliões que ultimamente tem causado uma tamanha barbárie, com assassinatos cruéis seguidos de decapitações e torturas entre os detentos e as vezes até os funcionários das penitenciárias, principalmente os agentes carcerários não escapam de tais violências. Ao passo em que o Estado tem a prerrogativa de punir o agente delituoso, este mesmo Estado tem a obrigação de disponibilizar uma estrutura e que seja adequada para o legal cumprimento da punição imposta ao condenado, pois, embora o indivíduo através da pena imposta perca seu direito de ir e vir, no entanto, todos os demais direito e garantias devem ser preservado pelo Estado, pois se trata de direitos e garantias expressamente encontrados não só na Lei de Execução Penal, como na Constituição Federal. 2 Crime Apesar de no Brasil existir o Código Penal de 1940, que trata do direito material, o conceito de crime está expresso no artigo 1º da Lei de Introdução do Código Penal que diz: “Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”. Mesmo com a redação dada do conceito de crime, havendo a prática desta conduta, não quer dizer que automaticamente será aplicada a pena, pois no 3 ordenamento jurídico pátrio determina em matéria rigorosa que ninguém será considerado culpado sem que haja o devido processo legal, que por sua vez deverá incluir obrigatoriamente ao acusado o princípio do contraditório e da ampla defesa, na falta destes princípios haverá nulidade em uma possível sentença condenatória. 3 Punição Quando se houve falar em prática de crime, o que se vem na cabeça é que haverá uma punição, todavia, após a instrução de um processo criminal, obedecendo os princípios do contraditório e da ampla defesa, para haver uma sentença condenatória, deverá ser feita a dosimetria da pena, observando alguns critérios legais. O Código Penal em seu artigo 32, traz o elenco de espécies de penas que poderão ser aplicadas ao condenado, como penas de: privativa de liberdade, restritiva de direitos de multa. Embora, quando se fala em população carcerária, a pena que é levada em consideração é a privativa de liberdade, que é a que leva o indivíduo a disposição do Estado, o qual deverá encaminhá-lo a uma estrutura adequada. 4 Superlotação Carcerária Verifica-se que desde os tempos primordiais, lá na libertação da escravatura, não foram criados nenhum mecanismo de desenvolvimento com o fim de cria políticas de acolhimento da grande massa de escravos libertados, nem foram desenvolvidas políticas voltadas a educação, a profissionalização dessa população para que estes fossem inseridos no mercado de trabalho e, principalmente, muito embora foram libertados, mas não eram considerados como os demais cidadãos. Não pode se dizer que somente negros ou pessoas de baixa ou sem nenhuma renda cometem crimes, entretanto, são apontadas nas pesquisas que negros, pardos, pessoas com baixa renda e de pouca escolaridade compõem maciçamente a população carcerária. Todavia, além da precariedade existente no sistema carcerário brasileiro, as políticas de encarceramento e aumento de pena se voltam, via de regra, contra a 4 população negra e pobre. Entre os presos, 61,7% são pretos ou pardos. Vale lembrar que 53,63% da população brasileira têm essa característica. Os brancos, inversamente, são 37,22% dos presos, enquanto são 45,48% na população em geral. E, ainda, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em 2014, 75% dos encarcerados têm até o ensino fundamental completo, um indicador de baixa renda. Dados do Governo do Brasil (Infopen-2019), aponta que o Brasil possui uma população prisional de 773.151 pessoas privadas de liberdade em todos os regimes. Até junho de 2019, a população carcerária no Brasil era de 773.151 presos, número que triplicou desde 2000, segundo dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) divulgados nesta sexta-feira (14). A taxa de encarceramento a cada 100 mil habitantes passou de 137, em 2000, para 367,91 até junho do ano passado. Em 1990, essa taxa era de 61 pessoas presas a cada 100 mil habitantes. Segundo o Depen, a maior parte das pessoas que estavam presas até junho de 2019 cometeu crimes relacionados à lei de drogas (39,4%). Apenas 11,31% são presos por crimes contra a pessoa, como homicídio, aborto, ameaça, violência doméstica e auxílio a suicídio, entre outros. Número de assassinatos no Brasil cai 19% em 2019 Os dados do Depen mostram que houve um crescimento de 3,89% na população carcerária no primeiro semestre de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento, porém, ficou abaixo das projeções, que falavam em um crescimento de mais de 8%. “Se vê uma série de inverdades que são colocadas sobre o sistema carcerário. Havia uma expectativa de aumento de 8% ao ano, que não se concretizou, houve um aumento de 3,8%”. A população carcerária no Brasil subiu de 232,7 mil em 2000, ano em que as informações começaram a ser sistematizadas no país, para 773,1 mil no primeiro semestre do ano passado. O déficit de vagas no sistema prisional – a diferença entre o número de presos e o número de vagas – passou de 97 mil vagas em 2000 para 312,1 mil no ano passado. Os dados do Depen também permitem analisar os crimes que mais prendem no Brasil. Até junho de 2019, a maior parte dos presos em todo o país havia 5 cometido crimes relacionados a drogas, como tráfico, associação criminosa, indução ao uso de drogas, entre outros crimes. Eram 304 mil presos nesta categoria, 39,4% do total. Em seguida, aparecem os crimes contra o patrimônio, responsáveis pelo encarceramento de 284 mil presos no pais, 36,7% do total. Crimes contra a pessoa, como homicídio, aborto, ameaça, violência doméstica e auxílio a suicídio, entre outros, correspondem a 11,3% do total de presos até junho do ano passado, 88 mil pessoas. Apenas 820 pessoas estavam presas por terem cometido crimes contra a administração pública – 0,1% do total." Assim, é inevitável a tal “explosão” no sistema carcerário brasileiro, pois cada pesquisa é apontada um grande aumento na população carcerária e, ainda deparamos com dados, principalmente os governamentais, que divulgam pesquisam como lhe convém. Conclusão Observamos que a cada dado divulgado, há um aumento considerável na população carcerária do Brasil, mesmo com opiniões divergentes, mas a realidade é que não há, principalmente nos dias atuais, pois é notório que o país vive uma recessão, ao invés de progredir, as políticas em prol da população estão voltando a “idade da pedra”, políticas públicas que tornem um fácil acesso á educação e ao emprego pelas pessoa menos favorecidas, de baixa renda, negras ou pardas. Apesar de já estarmos no século XXI, no Brasil ainda predomina o racismo e o preconceito contra pessoas quevivem em situações de miserabilidade, não há que se falar em “coitadismo”, isso é uma forma de disfarçar a falta de vontade de desenvolver políticas públicas para tornar todos os cidadãos iguais sem distinção de raça, cor, religião ou etnia e muito menos condição social. 6 Referência: JUS. Disponível em, <https://jus.com.br/artigos/47517/conceito-de-crime-no-direito- penal-brasileiro>. Acesso em, 24 de abril de 2020. Âmbito Jurídico. Disponível em, < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito- penal/a-crise-no-sistema-carcerario-brasileiro-2/>. Acesso em, 24 de abril de 2020. Ministério da Justiça e Segurança Pública, Disponível em, < https://www.novo.justica.gov.br/news/depen-lanca-paineis-dinamicos-para-consulta- do-infopen-2019>. Acesso em, 21 de abril de 2020. Câmara do Deputados. Disponível em, <https://www2.camara.leg.br/atividade- legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/sistema-carcerario- brasileiro-negros-e-pobres-na-prisao>. Acesso em, 26 de abril de 2020. https://jus.com.br/artigos/47517/conceito-de-crime-no-direito-penal-brasileiro https://jus.com.br/artigos/47517/conceito-de-crime-no-direito-penal-brasileiro https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-crise-no-sistema-carcerario-brasileiro-2/ https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/a-crise-no-sistema-carcerario-brasileiro-2/ https://www.novo.justica.gov.br/news/depen-lanca-paineis-dinamicos-para-consulta-do-infopen-2019 https://www.novo.justica.gov.br/news/depen-lanca-paineis-dinamicos-para-consulta-do-infopen-2019 https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/sistema-carcerario-brasileiro-negros-e-pobres-na-prisao https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/sistema-carcerario-brasileiro-negros-e-pobres-na-prisao https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/noticias/sistema-carcerario-brasileiro-negros-e-pobres-na-prisao
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