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Avaliação e Julgamento na Seleção de Animais

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CENTRO UNIVERSITÁRIO APARÍCIO DE CARVALHO – FIMCA
CURSO DE ZOOTECNIA
JUNIOR SANTANA DE ARAUJO
Avaliação e Julgamento como ferramentas para seleção produtiva de animais domésticos
PORTO VELHO/RO
2020
INTRODUÇÃO
As diversas raças de animais domésticos existentes no Brasil foram desenvolvidas a partir dos exemplares trazidos pelos colonizadores portugueses, logo após o descobrimento, sendo estas submetidas à seleção natural e artificial, em diferentes ambientes, desenvolvendo desta forma características específicas de adaptação a distintas condições, como rusticidade, prolificidade e resistência a endo e ectoparasitas de diversas regiões brasileiras. No início do século XX, inúmeras raças exóticas foram importadas para o Brasil, ocasionando drástica substituição das raças locais (EGITO et al., 2002).
Em países em desenvolvimento, verifica-se acelerado aumento populacional. Da mesma forma, também é crescente a demanda por alimentos em qualidade e quantidade suficiente para suprir as necessidades humanas. Isto constitui um desafio a ser solucionado, e todo complexo produtivo, desde o produtor rural às indústrias alimentícias, deve ser considerado.
Uma vez que os custos de produção se refletem nos preços de comercialização, a lucratividade de qualquer empreendimento produtivo influencia tanto consumidores quanto produtores (BETT et al., 2009a; BETT et al., 2009b; BETT et al., 2009c; FORSYTH et al., 2009). Há necessidade de aumentar a eficiência das atividades de produção animal, de modo a ajudar os produtores a atingirem maiores margens de lucro em seus empreendimentos. Isto pode ser alcançado por meio da seleção dos melhores animais e envolve uma correta definição dos objetivos almejados, das estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos, bem como da escolha de critérios de seleção para cada sistema de criação (DUBEUF & BOYAZOGLU. 2009).
Utilizado desde o início do processo de domesticação dos animais, o olho humano é a mais antiga ferramenta de seleção de animais que atende as características almejadas pelo homem. Nos dias atuais, a avaliação visual empírica continua sendo utilizada em inúmeras situações, tais como: critério de compra e descarte de animais; concessão de registros genealógicos por técnicos de associações das mais diversas raças; no julgamento comparativo nas pistas de exposições agropecuárias; e também em acasalamentos dirigidos, em que muitos profissionais analisam o exterior dos animais em complemento a genealogia, ao desempenho fenotípico e às avaliações genéticas.
Os exemplos citados ilustram situações em que o homem utiliza a apreciação visual de maneira empírica, com margem para preferências e interpretações particulares – embora haja arquétipos preconizados pelas associações de raças.
Segundo Fries (1996), o olho humano atua como instrumento insuperável integrando informações. Esforços enormes são feitos para desenvolver uma "visão artificial" que consiga extrair da imagem todas as suas formas, nuances e estabelecer um padrão para avaliação das características analisadas. A seleção dos animais domésticos, com base na forma e aparência, tem sido utilizada há centenas de anos. O conjunto de características externas dos animais é próprio de cada raça e assim, levou-se ao estabelecimento de padrões raciais e à instituição dos registros genealógicos, por meio das associações de raças, que se encarregam de preservar e melhorar tais características, procurando ajustá-las às tendências funcionais e de mercado, a partir de registros seletivos (PEREIRA, 1983).
No Brasil, as exposições agropecuárias de gado de corte, em especial o sistema de julgamento com base no exterior dos animais, promovido pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), tinha grande influência sobre a comercialização de sêmen de reprodutores (CYRILLO et al., 2000). Atualmente, a tendência de mercado na comercialização de sêmen da raça Nelore, tem sofrido alterações. Resultados da comercialização e faturamento de sêmen de uma das maiores centrais de inseminação artificial bovina do Brasil, a Alta Genetics, mostram que 80% das doses comercializadas e 75% do faturamento são oriundos de touros provados ou avaliados geneticamente que são puro de origem (PO) ou livro aberto (LA), esses últimos com certificado especial de identificação e produção (CEIP) exigido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Em relação ao mercado que preconiza reprodutores PO avaliados apenas levando-se em conta características morfológicas, esse não ultrapassa 20% das doses comercializadas e 25% do faturamento da empresa. Em relação aos 138 reprodutores da raça Nelore com sêmen disponível, 26% destes animais estão relacionados ao mercado que compra levando-se em conta as características morfológicas dos animais, enquanto que 74% dos reprodutores Nelore com sêmen disponível estão relacionados ao mercado que leva em consideração a avaliação genética dos animais.
REVISÃO DA LITERATURA 
A globalização da economia mundial tem provocado grandes mudanças em todos os setores produtivos nos diferentes países. Para adaptar-se a isso, os pecuaristas necessitam utilizar tecnologia capaz de maximizar a produtividade com o mínimo custo. Uma grande ferramenta é a utilização de programas de melhoramento genético bem elaborados, que permitam selecionar os melhores animais para reprodutores e, com isto, promover ganho genético aumentando a freqüência gênica favorável, conseqüentemente, diminuindo a freqüência dos genes de efeito desfavorável, melhorando assim a eficiência da produção. Porém, segundo SOUZA et al. (1998), os programas de seleção devem ser avaliados periodicamente, para verificar sua eficácia e fazer o redirecionamento, se houver necessidade.
A inclusão de escores de avaliações visuais em programas de melhoramento é uma alternativa para melhorar a produção de carne, qualidade de carcaça e precocidade de terminação. Estas avaliações consistem em classificar os animais em escores para conformação, precocidade de terminação, musculatura e tamanho, com a vantagem de ter baixo custo de implementação do sistema de mensurações (CAMPOS & CARDOSO, 1995; FRIES, 1996).
BUCHANAN et al. (1982) definem seleção como um diferencial de propagação entre indivíduos com fenótipos diferentes, como força primária para mudanças na freqüência gênica em uma determinada população. ELER et al. (1994) afirmaram que a seleção para o aumento de peso está sendo amplamente aplicada. RAZOOK et al. (1993) constataram em 10 anos de trabalho no rebanho de Nelore e Guzerá da estação experimental do Instituto de Zootecnia (I.Z.) de Sertãozinho, que a seleção para pesos pós desmama promoveu resposta indireta no peso ao nascer e ao desmame de machos e fêmeas, bem como no ganho diário de machos em prova de desempenho. Estudos de crescimento, por meio de pesos isoladamente, são comuns na literatura, sendo o número de trabalhos envolvendo zebuínos bastante expressivo. No entanto, raros são os trabalhos que relacionam características de produção com dimensões corporais em gado zebu (CYRILLO et al., 1998). LIMA et al. (1989) e RAZOOK et al. (1990), buscando elucidar as relações entre características ponderais e características de medidas corporais, desenvolveram trabalhos de apreciação visual das formas do corpo e caracterização racial, e encontraram fortes indícios de correlações entre medidas corporais e desempenho, observando que características raciais pouco se relacionaram com características produtivas. Segundo MAY et al. (1992), escores de musculatura e gordura de acabamento são os melhores indicadores de valor quanto à qualidade do animal vivo e da carcaça abatida. FERRAZ FILHO et al. (1998) afirmaram que o conhecimento dos parâmetros genéticos e fenotípicos das características de valor econômico é de fundamental importância para o delineamento de programas de seleção em bovinos de corte, pois permite antever a possibilidade de sucesso com a seleção. De acordo com LUSH (1964) há dois bons motivos para a adoção da seleção para conformação:atender a demanda de valorização pelo mercado de um tipo ou produto e obter resposta indireta à seleção para produtividade.
FRIES (1996) ressaltou que o olho humano é um instrumento insuperável como integrador de informações. Esforços enormes têm sido feitos para desenvolver uma “visão artificial” que consiga extrair da imagem todas as formas e nuances, aliadas ao que é um detalhe fundamental ou situação de risco que exige resposta/correção imediata. BONSMA (1993) considera os aspectos de exterior extremamente importantes, pois permitem visão do todo, da harmonia entre as várias atuações hormonais, todas intimamente ligadas e aponta várias características morfológicas que segundo o autor, estão altamente correlacionadas com a eficiência funcional. E disse ainda, que características como o dimorfismo sexual estarão mais evidentes quanto mais próximos da puberdade plena os animais estiverem, aumentando no decorrer da vida reprodutiva do mesmo. Desta forma, a avaliação visual ao sobreano, quando os animais mostram com mais evidência o seu potencial genético em relação a algumas características como as sexuais, precocidade de acabamento e o próprio desenvolvimento e harmonia como um todo, pode melhorar a eficiência na seleção para as mesmas.
CONCLUSÃO 
As herdabilidades relativas às características de classificação dos animais em julgamento de exposições são de baixa a média magnitude e, portanto, são influenciadas mais pelo ambiente do que pelos efeitos aditivos dos genes, de modo que, quanto mais baixa for à herdabilidade, menor será o progresso genético que pode ser obtido pela seleção desta característica.
Os animais com melhores classificações em exposições tendem a ter maiores valores genéticos para peso, comprimento corporal, perímetro torácico e alturas ao ano, portanto, autilização destes animais em programas de melhoramento obterá maior progresso genético a estas características.
É necessário promover encontros técnicos entre os profissionais envolvidos visando a padronização dos critérios de avaliações visuais para melhorar a qualidade dos dados coletados e aumentar sua credibilidade.
REFERENCIAL TEORICO
ALBUQUERQUE, L.G.; FRIES, L.A Modelos de regressão aleatória: possível aplicação na seleção de animais precoces. In: CONGRESSO BRASILEIRO DAS RAÇAS ZEBUÍNAS – A INTEGRAÇÃO DA CADEIA PRODUTIVA PECUÁRIA, 3., Uberaba, 1998. Anais. p.129-144.
COSTA, G.Z. et al. Estimativas de parâmetros genéticos e fenotípicos de escores visuais e de ganho médio de peso do nascimento a desmama de bovinos formadores da raça Brangus. Ars Veterinaria, v. 24, n. 3, p. 172-176, 2008. 
CYRILLO, J.N.S.G. et al. Efeitos da seleção para peso pós-desmame sobre medidas corporais e perímetro escrotal de machos Nelore de Sertãozinho (SP). Revista Brasileira de Zootecnia, v. 29, n. 2, p. 444-453, 2000.
ELER, J.P.; FERRAZ, J.B.S.; LÔBO, R.B.; JOSAKIAN, L.A. Genetic antagonism between growth and maternal ability in Nelore cattle. Rev. Bras. Genét., v. 17, p. 59-64, 1994. 
ELER, J.P.; VAN VLECK, L.D.; FERRAZ, J.B.S.; LÔBO, R.B. Estimation of variances due to direct and maternal effects for growth traits of Nelore cattle. J. Anim. Sci., v. 73, n. 1, p. 3253-3258, 1995.
FRIES, L.A. Uso de escores visuais em programas de seleção para a produtividade em gado de corte. In: SEMINÁRIO NACIONAL - REVISÃO DE CRITÉRIO DE JULGAMENTO E SELEÇÃO EM GADO DE CORTE, 1996, Uberaba. Anais... Uberaba: ABCZ, 1996. p.1-6.
JOSAHKIAN, L.A. Julgamento aplicado em gado de corte. Uberaba: Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, 1999. 115 p.

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