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APOSTILA EXTERIOR E RAÇAS

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EZOOGNÓSIA E JULGAMENTO ANIMAL
 INTRODUÇÃO 
Estuda as regiões do corpo do animal e de seu conjunto a fim de avaliar o mérito de cada indivíduo, tendo em vista a utilidade ou serviço prestado ao homem. 
Origem da palavra Ezoognósia: E do latim EX que significa fora ou movimento para fora, ZOO do grego zôon que significa ser vivo, animal e GNOSE do grego GNOSIS que significa conhecimento, sabedoria, isto é, conhecimento exterior do animal. 
A Ezoognósia propicia a observação da harmonia entre as partes, os defeitos e a beleza, bem como a relação entre a conformação e a produtividade do animal. Facilita o reconhecimento dos atributos morfológicos associados às funções econômicas. 
São princípios fundamentais desse estudo o conhecimento de anatomia, fisiologia, mecânica e patologia com vistas à aplicação da funcionalidade específica, ou seja, a Ezoognósia é a base para o julgamento dos animais. 
A Ezoognósia torna possível o reconhecimento da idade, do temperamento, da saúde e da raça dos animais pela observação de determinadas partes, garantindo uma decisiva vantagem ao comprador capaz de identificar as vantagens do animal pelo exterior. 
2. EZOOGNOSIA
É o estudo do exterior dos animais domésticos, auxiliando na avaliação de suas qualidades e defeitos, e no relacionamento entre essas particularidades e algumas características de importância relacionadas com o enquadramento racial, estado de saúde, produção, etc.
3. JULGAMENTO
Julgar é comparar: primeiro entre o tipo ideal e os animais presentes; segundo, entre esses.
Animais
Para fins de julgamento os animais são agrupados em categorias separadas por sexo, idade e raça.
4. ALGUNS CONCEITOS:
Raça: é um grupo de indivíduos da mesma espécie, que possuem uma série de características comuns, distintas de outros da mesma espécie, sendo estas características transmissíveis à sua descendência, e divididas em morfológicas — são visíveis, palpáveis, mensuráveis, tais como formato de orelha, cor de pelagem, peso ou estatura; fisiológicas — relacionadas à fisiologia em geral, como precocidade, rusticidade, vigor e capacidade de adaptação; psicológicas — relacionadas ao sistema nervoso, como temperamento, vivacidade, disposição e caráter do animal, e; econômicas — relacionadas à aptidão dos animais, como produção de leite carne, pelo ou pele.
Beleza: tem sentido funcional e não estético. Beleza absoluta é aquela desejável em qualquer raça; Beleza relativa é aquela ligada a determinada raça.
Forma e Função: são integrantes de um todo. E necessário que as manifestações funcionais estejam resguardadas por formas capazes de assegurar uma produção longeva e econômica.
Defeito: falta de adaptação de uma região ou órgão para desempenhar sua função. Defeito absoluto é aquele que não apresenta compensação X Defeito relativo é aquele que apresenta compensação. Defeito hereditário ou genético é aquele que aparece espontaneamente, sem causa externa X Defeito adquirido é aquele oriundo de causa externa.
Temperamento: reações psíquicas que os animais esboçam frente a um estímulo externo. Temperamento nervoso ou sanguíneo com reações de grande intensidade, rápidas ou violentas frente ao estimulo; Temperamento calmo ou linfático com reações de menor intensidade, tardias aos mesmos estímulos.
Regiões Zootécnicas: cabeça, pescoço, tronco e membros. Normalmente apresentam base óssea definida, de maneira que a boa conformação da região depende da base óssea.
Ordem de Avaliação Zootécnica do Animal: da frente para trás, de cima para baixo, da esquerda para direita ou da direita para a esquerda
5. NOMENCLATURA DA PARTE DO CORPO A SEREM JULGADAS
O corpo é dividido em quatro partes: 
· cabeça, 
· pescoço,
· tronco
· membros. 
a) CABEÇA:
FACE ANTERIOR:
Chifres: estojos córneos que recobrem as cavilhas ósseas dos ossos frontais; nos bovinos existem diversos tipos que variam de acordo com o direcionamento:
· Próceros: chifres voltados para frente da linha da marrafa;
· Ortóceros: idem para cima;
· Opistóceros: idem para trás;
· Banana (flutuantes) — falsos chifres, não apresentam fixação, intermediário entre caráter mocho e chifrudo.
Marrafa: região situada na parte antero-superior da cabeça, inversamente proporcional ao tamanho do chifre.
Nimbure: saliência comum nas raças zebuínas, localizada no centro da marrafa.
Fronte ou testa: região localizada na parte antero-superior da cabeça; limite posterior = nuca, inferior: chanfro; laterais: orelhas, olhos, olhais e parte das parótidas.
Chanfro: região localizada abaixo da fronte e acima do focinho; apresenta como referência os ossos nasais.
Focinho: região intermediária entre o chanfro e o lábio superior tendo lateralmente as narinas; é uma região de grande sensibilidade.
REGIÃO LATERAL: DAS PARÓTIDAS ATÉ A REGIÃO LABIAL.
Orelhas: localizadas na parte superior da cabeça, ao lado da fronte, à frente da nuca e acima das parótidas e têmporas.
Têmporas: região saliente localizada na face lateral da cabeça entre as orelhas, olhais, fronte e bochecha, correspondendo á articulação temporo-mandibular; defeitos prejudicam a mastigação.
Olhais: região ligeiramente reentrante localizada na área superior do olho, correspondendo á fossa orbito-temporal; elemento secundário de avaliação da idade do animal.
Olhos: localizados ao lado da fronte, constituída pelo globo ocular e pálpebras superior e inferior.
Bochechas: Região que se estende desde as parótidas até a comissura labial, tendo na parte anterior a fronte e o chanfro e posterior as ganachas (ramos das mandíbulas).
ÁPICE:
Narinas: região localizada na extremidade inferior da cabeça; apresenta-se como orifício das cavidades nasais; ligada a capacidade respiratória do animal. Face Posterior: desde a garganta até o mento.
Ganachas: localizadas lateralmente à fauce indo desde a garganta até região da barba; elemento secundário de avaliação da idade dos animal.
Fauce:	região localizada entre as ganachas, de formato triangular
Barba: região intermediária entre a fauce e o lábio inferior; tem como base anatômica a união dos ramos da mandíbula.
EXTREMIDADE INFERIOR: CONSTITUÍDA PELA BOCA
Lábios superior e inferior: localizados externamente formando a comissura labial; região de grande sensibilidade: defeitos podem dificultar apreensão de alimentos.
Dentes: responsáveis pela mastigação dos alimentos.
Gengivas: recobrem a cavidade bucal e o colo dos dentes.
Barras: correspondem ao espaço intermediário entre o último incisivo e o primeiro molar (pré-molar).
Língua: órgão muscular, responsável pela apreensão de alimentos nos bovinos.
EXTREMIDADE SUPERIOR OU BASE DA CABEÇA: PORÇÃO INTERMEDIÁRIA ENTRE CABEÇA E PESCOÇO.
Nuca: localizada na porção mais alta da cabeça, atrás da fronte, a frente da extremidade anterior do pescoço e entre as orelhas.
Garganta: região situada entre as parótidas, bordo inferior do pescoço e fauce.
Parótidas: localizadas lateralmente.
2 - PESCOÇO: região intermediária entre cabeça e tronco
· 2 extremidades: anterior, que se liga a cabeça e posterior, que se liga ao tronco.
· 2 bordos: superior, mais afilado e inferior, mais largo e arredondado.
· 2 faces laterais ou tábuas: canal ou goteira da jugular, próximo ao bordo inferior. 
Barbela: localizada no bordo inferior do pescoço; é uma prega de pele abundante nas raças bovinas zebuínas e mais reduzida nas européias.
3-TRONCO:
Cernelha (garrote ou cruz): região saliente localizada entre o bordo superior do pescoço e o dorso, tendo como base anatômica a região que compreende as apófises espinhosas da 2ª a 7ª vértebras toráxicas. É onde se localiza o cupim ou giba nos bovinos de raça zebuína.
Dorso: região situada entre a cernelha e o lombo. 
· lordose = afundamento do dorso;
· cifose = convexidade da região dorsal
· escoliose = desvio lateral da região dorsal.
Lombo: região situada entre o dorso e a garupa acima dos flancos e adiante das ancas.
Ancas: localizadas lateralmente na região intermediária entre o lombo e a garupa; tem como referência anatômica a ponta dos íleos; defeitos relacionados à dificuldade de parto.
Garupa:situada entre o lombo e a base da cauda, tendo como referência anatômica o sacro, o coxal e os músculos.
Cauda: apêndice posterior do tronco, constituído por uma parte óssea (vértebras coccígeas) e uma parte pilosa.
Peito: região localizada entre os ombros, tendo como referência anatômica a parte anterior do esterno e músculos; largura correlacionada com capacidade respiratória do animal; defeitos no peito podem provocar problemas no direcionamento dos membros.
Axila: região de inserção do membro anterior ao tórax; interaxilas localizada entre as axilas, atrás do peito e a frente do cilhadouro.
Costados: tem como referência a arcada das costelas ou gradil costal; amplitude ligada a capacidade respiratória do animal.
Cilhadouro: região situada atrás dos membros anteriores, abaixo dos costados e a frente do ventre; local de passagem da cilha.
Refêgo: região intermediária entre a barbela e o umbigo dos bovinos.
Ventre: região localizada atrás e abaixo dos costados estendendo-se até a região inguinal, tendo como base anatômica os músculos abdominais.
Bainha: região onde localiza-se a verga ou pênis.
Flanco vazio ou ilharga: região de forma triangular localizada atrás dos costados, a frente da coxa, abaixo do lombo e acima do ventre.
Inguinal: região localizada entre os membros posteriores que se estende desde o ventre até a região perineal; nos machos se encontra o pênis e a bolsa escrotal; nas fêmeas temos a inserção do aparelho mamário.
Perineal: se localiza desde a base da cauda até a região inguinal, sendo observada por detrás do animal; é onde se encontra o ânus e a vulva das fêmeas.
4-MEMBROS:
Anteriores:
Espádua ou paleta: região localizada abaixo da cernelha e acima do braço, tendo como referência anatômica a escápula e músculos; alto da espádua, próximo a cernelha; espinha da espádua e ponta da espádua, que articula com o braço formando o ombro; defeitos relacionados com a capacidade respiratória e andadura.
Braço: região entre a ponta da espádua e o antebraço, tendo como base o úmero.
Antebraço: região situada entre o braço e o joelho zootécnico, tendo como base óssea o rádio e a ulna, apresentando na articulação úmero-rádio-ulnar uma proeminência denominada codilho ou cotovelo.
Joelho zootécnico: região entre o antebraço e a canela, tendo como base óssea os ossos do carpo.
Posteriores:
Coxa: região situada abaixo da garupa, acima da perna, atrás do vazio e a frente da nádega; separada da nádega pela linha da miséria; a base anatômica é o fêmur e músculos.
Perna: região situada entre coxa e o jarrete na parte anterior forma com a coxa a articulação fêmur-tíbio-patelar, o joelho anatômico ou soldra.
Soldra: o rótula anatômico, formado pela articulação fêmur-tibio-patelar.
Nádega: localizada na parte posterior do tronco, estendendo-se desde a tuberosidade isquiática até o jarrete, constituída pelos músculos semi-membranoso e semi-tendinoso.
Jarrete ou curvilhão: tem como base a articulação tíbio-tarso-metatarsiana; apresenta uma face anterior (curva), duas faces laterais (sulcos) e uma região posterior (ponta).
Regiões comuns:
Canela: região situada entre o joelho zootécnico ou jarrete e o boleto, tendo com o base óssea os metacarpianos ou metatarsianos.
Boleto: região situada entre a canela e a quartela, tendo como base óssea a articulação do metacarpo ou metatarso com as falanges e os sesamóides; apresenta uma face anterior (curva), duas laterais (interna e externa) e uma posterior, onde se encontra o esporão córneo — machinho ou sobreunha
Quartelas: região situada entre o boleto e a coroa, tendo como base óssea a 1ª falange; nos membros anteriores são mais curtas, mais largas e menos inclinadas.
Coroa: região interfalangeana situada entre a quartela e o casco, tendo como base parte da 2ª falange e cartilagens laterais.
Casco: estojo córneo que recobre a porção terminal do membro, sendo a base de sustentação do animal; tem como referência anatômica parte da 2ª e 3ª falanges.
ATITUDES E APRUMOS
ATITUDES: são posicionamentos do animal quando está parado.
Estação: livre (tripedal) ou forçada (quadripedal)
· Animal em posição: membros verticais paralelos dois a dois; utilizada na avaliação dos aprumos.
· Animal acampado: atitude de equilíbrio, membros anteriores para frente e posteriores para trás.
· Animal juntado: atitude de defesa, membros anteriores para trás e posteriores para frente.
Decúbito: posição quando deitado
· Animal em decúbito dorsal: deitado com região dorsal para baixo e membros para cima.
· Animal em decúbito esterno-abdominal: deitado apoiando o esterno e abdome.
· Animal em decúbito esterno-costal: animal inclinado de lado.
· Animal em decúbito lateral: atitude natural do animal quando cansado.
Sentado: atitude patológica.
APRUMOS:
Ligado à verticalização dos membros, de forma a sustentar solidamente o corpo do animal e permitir seu deslocamento fácil; as 1inhas de aprumo devem ser paralelas e conservar seu trajeto normal; defeitos nos aprumos afetam a dinâmica do animal, causando desconforto ou esforços desgastantes; defeitos podem ser hereditários ou adquiridos, comum quando os cascos não são corretamente aparados.
· Linhas de aprumo dos membros anteriores vistos de frente: 2 linhas paralelas saindo da ponta dos ombros cortam todo o membro e atingindo o solo no centro do casco.
· Desvios totais: aberto de frente, fechado de frente; Parciais: joelhos, boletos ou pés cambaios, joelhos, boletos ou pés arqueados.
· Linhas de aprumo dos membros anteriores vistos de perfil: linha saindo da ponta do ombro e caindo ao solo logo adiante do casco.
· Desvios totais: debruçado ou sobre si de frente, estacado ou acampado de frente; Parciais: ajoelhado, transcurvo, emboletado, encastelado ou reto de quartela, sapateiro.
· Linhas de aprumo dos membros posteriores vistos de perfil: linha saindo da ponta da nádega, tangenciando o jarrete e o tendão da canela e caindo ao solo logo atrás do casco.
· Desvios Totais: acampado de trás, sobre si de trás; Parciais: jarrete aberto, jarrete fechado.
· Linhas de aprumo dos membros posteriores vistos de trás: 2 linhas paralelas saindo da ponta das nádegas, passando pelo meio do jarrete, canela, boleto, quartela e casco.
· Desvios Totais: aberto de trás, fechado de trás; Parciais: jarretes, boletos ou pés cambaios, jarretes, boletos ou pés arqueados.
Avaliação dos animais
Importância da Avaliação dos Animais:
· direcionar o melhoramento genético;
· selecionar os animais que serão mantidos no rebanho e os que serão descartados;
· aumentar o tempo de permanência dos animais no rebanho e reduzir a taxa de descarte involuntário;
· selecionar os animais de exposição;
· auxiliar na aquisição de novos animais.
Métodos de Avaliação dos Animais:
· Individual ou escala de pontos
· Classificação Linear
· Prova zootécnica
· Comparativo
O objetivo da maioria dos criadores é o retorno econômico da atividade Assim, a conformação funcional é indispensável, influenciando a vida produtiva e reprodutiva dos animais, com reflexos no aumento do tempo de permanência no rebanho e diminuição na taxa de descarte involuntário.
Para avaliação desta conformação funcional, é preciso se definir, inicialmente o que é “Tipo zootécnico”.
TIPO ZOOTÉCNICO
Tipo zootécnico é a conformação que torna o animal altamente utilizável, em determinado gênero de exploração (DOMINGUES, 1961).
A criação de animais é explorada pelo homem, com duas finalidades principais: carne e leite. Em bovinos, as raças Chianina, Santa Gertrudes, Charolês e Nelore são alguns exemplos do tipo zootécnico adequado para produção de carne. Já o Holandês, o Jersey e o Guernsey pertencem ao tipo produtor de leite.
Tipo Zootécnico para Corte
Em animais destinados ao abate, ou corte, as características exteriores indicam com bastante precisão, a aptidão do animal para produzir carne.
Conformação: forma cilíndrica, estrutura relativamente grande, corpo alongado.
Aspecto geral: o corpo é musculoso e sem saliências ósseas. Linha dorso-lombo-garupa reta, alongada, larga e amplamente coberta de musculaturaCabeça: pequena, com o focinho largo e as narinas abertas, o que facilita a respiração.
Pescoço: curto e musculoso, bem unido à cabeça, e harmoniosamente inserido às espáduas.
Tronco: cilíndrico com o peito desenvolvido e não saliente, tórax amplo, costelas bem arqueadas e afastadas entre si. Garupa comprida e larga em toda a sua extensão, tendendo para a horizontal. Cauda inserida paralelamente à garupa, e sem depressão. Todo o tronco deve ser liso, sem saliências ósseas, e ricamente coberto de músculos. 
Membros: bem aprumados, com ossatura desenvolvida, mas não grosseira, com boa cobertura muscular.
Pele:	macia e coberta de pelos finos, curtos e sedosos.
Tipo Zootécnico Para Leite
O gado leiteiro ocupa lugar de destaque, pela importância de sua produção. Uma exploração leiteira tem como base de sucesso o conhecimento de cada animal, especialmente a sua produção, sendo uma base segura na formação de um rebanho de elevada produtividade. Há casos, em que o animal apresenta toda a aparência de aptidão para leite, mas sua produção não corresponde. O contrário também ocorre, animais cuja conformação não corresponde a do gado de leite, mas sua produção é excelente.
Entretanto, algumas características exteriores são indispensáveis, pois, embora o leite seja produzido pelas glândulas mamárias, essa função está intimamente relacionada a outros sistemas do organismo, por exemplo, a capacidade digestiva, pois se não houver grande transformação de alimento, não há grande produção de leite.
Conformação: a conformação, que caracteriza um bom animal leiteiro, corresponde à forma de uma cunha, facilmente verificada observando-se o animal de três ângulos:
1. De lado, consideram-se duas linhas: uma superior, ao longo da coluna vertebral, e outra inferior, ao longo do ventre. Essas linhas não são paralelas, e se prolongadas, unem-se à frente da cabeça do animal.
2. De cima, consideram-se duas linhas, que vão das tuberosidades isquiáticas até as pontas das espáduas. Essas linhas não são paralelas, e, se prolongadas, elas unem-se á frente da cabeça do animal.
3. De frente, consideram-se duas linhas, de baixo para cima, horizontais as espáduas. Essas linhas, se prolongadas, unem-se acima da cruz.
A conformação de um bom animal leiteiro lembra a forma de um triângulo, que tem como base o trem posterior, como lados todas as costelas e espáduas, e como vértice, a cabeça.
Aparência geral: animal atraente, demonstrando feminilidade.
Cabeça: fina e de tamanho médio, com fronte e focinho largos, narinas grandes, revelando boa capacidade respiratória.
 Pescoço: longo e descarnado, unindo-se à cabeça e tronco, de maneira harmoniosa. No ponto de união com a cabeça, é bastante fino, alargando-se à medida que se aproxima do tronco.
Peito. relativamente estreito.
Tórax: amplo, o que indica boa capacidade respiratória e circulatória. Costelas arqueadas e bem espaçadas.
Cernelha: bem definida e com pouca massa muscular, mostrando uma verdadeira forma de cruz.
Dorso e lombo: linha dorso-lombar, longa e horizontal, formando uma ligeira crista. O dorso e o lombo devem ser largos e musculosos, para sustentar o peso dos órgãos torácicos e abdominais.
Abdômen: volumoso e bem colocado, indicando grande capacidade digestiva, ou seja, maior capacidade de transformar os alimentos. Em animais já velhos, o abdômen pode estar caído, conseqüência natural do relaxamento dos músculos abdominais.
Garupa. ampla e comprida, nunca muito cheia. Pode-se dizer que o trem posterior é mais desenvolvido que o anterior. Cauda com inserção harmoniosa, saindo em ângulo reto com a coluna vertebral. A garupa facilita o ato da parição, principalmente nas raças maiores, cujos filhotes nascem muito grandes.
Úbere. de grande tamanho, largo, bem estendido para diante e de inserção alta na parte posterior, volumoso e simétrico. Nas grandes produtoras, a glândula mamária apresenta-se repleta antes da ordenha e completamente vazia (murcha) após a mesma.
Os reprodutores de alta linhagem leiteira possuem os mesmos caracteres que as fêmeas, com algumas variações relativas ao sexo: cabeça mais larga e mais pesada e pescoço mais longo, O tronco é grande, vigoroso e masculino. O trem posterior é amplo, a garupa com pouca massa muscular e nádegas nitidamente separadas. Os membros são aprumados e com ossatura lisa, forte, mas não pesada. Tamanho de acordo com a raça.
Método Individual:
Aplicado quando queremos avaliar um indivíduo isoladamente.
É chamado também de avaliação de tipo. Consiste no exame das diversas regiões do corpo do animal, tanto daquelas relacionadas com a sua função econômica, como das características raciais e sexuais.
A escala de pontos é a descrição resumida e metódica do animal ideal dentro de uma determinada raça ou conjunto de raças. As regiões e conjunto de regiões têm um valor numérico máximo, de acordo com sua importância, e são descritas segundo os atributos ideais do padrão.
O total de pontos obtidos seria aplicado a uma escala de classificação, que permite formar o conceito global do animal.
As características econômicas seriam valorizadas tendo em vista as correlações genéticas (aptidão para carne ou leite), as raciais avaliadas de acordo com o padrão racial, e as sexuais, segundo a integridade dos órgãos sexuais externos.
A seguir são apresentados exemplos de Escala de pontos para avaliação do tipo, adotada AABCC (2002) e pelo PROZEBU (1988) e as Escalas de Ponto Resumida e de Classificação:
Exemplos de Escalas de Pontos para avaliação de tipo:
Escala de pontos oficial da Associação Brasileira de Criadores de Caprinos(2002), por especialização de produção e sexo.
	Característica
	Leiteira
	Corte
	Mista
	
	Macho
	Fêmea
	Macho
	Fêmea
	Macho
	Fêmea
	Característica racial
	10
	05
	10
	10
	10
	05
	Cabeça
	05
	05
	05
	05
	05
	05
	Paleta e linha superior
	10
	08
	10
	10
	10
	08
	Membros e pés
	15
	12
	15
	15
	15
	12
	Caracteres leiteiros
	25
	20
	
	
	15
	15
	Caracteres de corte
	
	
	25
	20
	15
	15
	Capacidade Corporal
	25
	20
	25
	25
	20
	20
	Úbere
	
	10
	
	07
	
	08
	Ligações dianteiras
	
	06
	
	02
	
	02
	Ligações traseiras
	
	05
	
	02
	
	03
	Textura
	
	05
	
	02
	
	03
	Tetos
	
	04
	
	02
	
	04
	Aparelho Genital
	10
	
	10
	
	10
	
	Total Geral
	100
	100
	100
	100
	100
	100
Escala de pontos do PROZEBU (1988)
D – Desenvolvimento e Harmonia do Conjunto..................................30 pontos
1 – Aspecto geral (saúde e harmonia do corpo).........................4 pontos
2 – Ossatura (constituição óssea),..............................................2
3 – Altura...................................................................................5
4 – Cabeça e Pescoço (tamanho e implantação)........................2
5 – Cupim (desenv., forma e implantação)................................3
6 – Tórax, costelas e ventre (abertura de peito,
amplitude, profundidade e arqueamento)..........5
	7 – Linha Dorso-Lombar (compr., nivelam., e inserções)........5
	8 – Ancas e garupa (largura, nivelam., compr. e osso sacro)...4
 E – Características Econômicas................................................30 pontos
	1 – Distribuição muscular (musculatura e acúmulo
de gordura).....................................................5
	2 – Cobertura muscular dos dianteiros (paleta e peito).........5
	3 – Cobertura muscular da linha dorso-lombar.....................5
	4 – Cobertura muscular da garupa (alcatra)...........................5
	5 – Cobertura muscular da coxa (patinho e chã de fora).......5
	6 – Cobertura muscular da coxa (culote e chã de dentro).....5
 R – Características Raciais:...........................................................20 pontos
	1 – Perfil................................................................................1
	2 – Fronte (largura, marrafa, goteira e nimbure)...................4
	3 – Chanfro e focinho (posição, comprimento e
pigmentação do espelho)...............................2
	4 – Olhos e cílios (forma e pigmentação)..............................1
	5 – Orelhas (tamanho, forma e movimentação)....................36 – Chifres (forma, posição, saída, tamanho e cor)...............2
	7 – Barbela (desenvolvimento e flexibilidade)......................1
	8 – Cauda e vassoura (inserção, comprimento e
coloração da vassoura)...................................2
	9 – Pigmentação da pele (coloração).....................................3
	10 – Pelagem (cor e aspecto dos pelos).................................1
 A – Aprumos e membros...............................................................10 pontos
	1 – Anteriores (proporções, direção e articulações)..............5
2 – Posteriores (proporções, direção e articulações).............5
 S – Características Sexuais............................................................10 pontos
	1 – Masculinidade ou feminilidade (aparência do animal)...2
	2 – Umbigo e prepúcio (comprimento, forma e
recolhimento do prepúcio.............................3
	3 – Bolsa e testículos ou vulva, úbere e tetas (volume,
comprimento, posição e flexibilidade da
pele)..............................................................5
Escala de Pontos Resumida:
D – Desenvolvimento e harmonia do conjunto...............30 pontos
E – Características Econômicas......................................30 pontos
R – Características Raciais..............................................20 pontos
A – Aprumos e Membros................................................10 pontos
S – Características Sexuais..............................................10 pontos
				TOTAL.......................100 pontos
Escala de Classificação:
· 91 pontos ou mais — Excelente;
· 81 pontos até 90 — Muito bom;
· 71 pontos até 80— Bom;
· 61 pontos até 70 — Regular;
· Abaixo de 60 pontos — Mau ou ruim.
	O Método Individual pode ser empregado isoladamente ou em conjunto com um ou com os outros dois métodos. 
MÉTODO DE CLASSIFICAÇÃO LINEAR
iTENS AVALIADOS:
	Estatura
	Ligação do úbere e anterior
	Profundidade do corpo
	Colocação das tetas
	Ângulo da garupa
	Comprimento das tetas
	Largura da garupa
	Profundidade de úbere
	Musculatura
	Altura de úbere
	Conjunto de pernas e pés 
	Ligamento suspensório
	Ângulo do casco
	
Método Comparativo
O Julgamento Comparativo consiste no exame dos animais em grupo, dentro de categorias, comparando-os entre si e ao tipo ideal que o juiz tem na memória.
O Julgamento Comparativo de bovinos é feito em cinco etapas sucessivas de avaliações estáticas e dinâmicas:
1ª Etapa: 1ª Avaliação dinâmica: Os animais são postos a caminhar em círculo, um atrás do outro. Neste momento se observa as diferentes regiões do corpo, como se movimentam e fixando-se bem cada defeito e/ou beleza de cada região, observa-se também as características raciais, angulosidade, aprumos, cobertura muscular, comprimento do corpo e da garupa, arqueamento de costelas, etc.
2ª Etapa: 1ª Avaliação Estática: Os animais são colocados em fila indiana em linha reta e em estação. O juiz examina os animais de perfil, avaliando bem a conformação de cabeça, olhos, cunhas, pescoço, ossatura, linha superior, inserção de cauda, detalhes do úbere (volume, nivelamento, simetria), etc.
3ª Etapa: 2ª Avaliação Estática: Os animais são postos lado a lado, afastados entre si. O juiz observa o animal de frente, examinando características raciais, orelhas, chifres, cunha frontal, largura de peito, aprumos e cascos.
4ª Etapa: 2ª Avaliação Dinâmica: Animais caminham em linha reta, sendo observados um a um, nos aprumos (anteriores e posteriores).
5ª Etapa: Avaliação Dinâmica Final: Os animais são novamente colocados em fila, em círculo, para avaliação de encerramento, quando o juiz já tem um levantamento dos méritos e defeitos de cada animal e, através de um último confronto aproximando os animais de maior equivalência define a premiação.
Julgamento em Exposições: Seguem o regulamento de cada exposição.
Método da Eficiência Funcional ou Provas Zootécnicas
É o que se baseia em dados mais objetivos. A avaliação é feita com base em dados informativos sobre o desempenho dos animais, obtidos através de índices colhidos em provas de melhoramento genético.
Este método é empregado principalmente na escolha de reprodutores, como instrumento único ou aliado ao processo de avaliação do tipo.
Apesar de alguns autores não reconhecerem o valor do julgamento do tipo, este completa a avaliação pelas provas zootécnicas, principalmente em gado de corte. Por mais ajustados que sejam os dados, os índices obtidos por eficiência funcional não indicam as características morfológicas dos animais. Entre dois animais de corte com o mesmo índice, um deles pode ser do tipo tradicional (compacto) e outro do tipo moderno (longilíneo). Pelas correlações genéticas conhecidas, sabemos que as respectivas carcaças terão características diferentes.
Atualmente, inclui-se dados obtidos pelo Método de Eficiência Funcional não só na escolha dos reprodutores, mas também em exposições, concursos e até mesmo em julgamento para Registro Genealógico. Algumas Associações de raças incluem no Padrão Racial tabelas com peso mínimo ou de produção leiteira
DEFEITOS DESCLASSIFICANTES:
De modo geral, os animais que apresentarem um destes defeitos não devem ser sequer submetidos à avaliação, independente da espécie:
· Olhos com íris despigmentadas;
· Cegueira parcial ou total;
· Albinismo;
· Lordose e/ou cifose acentuadas;
· Membros fracos mal aprumados;
· Monorquidismo ou criptorquidismo;
· Testículos atrofiados;
· Hiperplasia testicular uni ou bilateral;
· Hipoplasia testicular uni ou bilateral;
· Hermafroditismo;
· Qualquer anormalidade dos órgãos sexuais, como hipoplasia peniana;
· Esterilidade comprovada ou defeitos que impeçam a reprodução;
· Defeitos físicos ou congênitos;
· Ancas excessivamente estreitas, que possam interferir no parto;
· Peito excessivamente estreito, interferindo nos aprumos;
· Masculinidade, nas fêmeas;
· Feminilidade, nos machos.
A ARTE DE JULGAR
O julgamento é uma arte cuja perfeição depende das aptidões e dos conhecimentos de quem a exerce. Poder-se-ia definir mais precisamente o julgamento como sendo “a arte de determinar as qualidades de um animal, comparando-as ao tipo ideal ou a um padrão reconhecido” (Isidore, 1934).
Sendo uma arte, os seus rudimentos podem ser adquiridos pelo estudo e treino. Porém, grande eficiência de julgamento somente é alcançada por aqueles que possuem um Dom especial, quase que intuitivo, para a apreciação dos animais. Um adágio muito conhecido diz que “os bons jurados já nascem feitos, não se fazem“. Apesar disso, a observação cuidadosa e metódica, as práticas constantes por vários anos podem conduzir à formação de bons jurados. O jurado eficiente é um constante estudioso da forma e função dos animais.
A eficiência do julgamento tende a aumentar com a observação e o estudo que se adquire pela prática constante de observar animais. Por essa razão, para aqueles que desejam se aperfeiçoar nessa arte, o contato freqüente com animais bem caracterizados quanto à raça, e bem definidos quanto ao tipo, é um meio seguro de alcançar maior proficiência. 
Os seguintes elementos são considerados essenciais para bem julgar:
1º) Conhecimento aprofundado da raça em julgamento.
O interessado deve adquirir primeiramente bom conhecimento do tipo padrão da raça. Em outras palavras, deve ter em mente as características ideais da raça, os defeitos desclassificantes e bem assim, os toleráveis ou permissíveis.
2º) Observação acurada
Grande parte dos erros cometidos no julgamento prove da observação imperfeita ou apressada. Sem observação acurada não se pode ver o indivíduo como ele realmente é, e como conseqüência, a decisão final deixa de ser correta.
O poder de observação acurada se costuma chamar de “olho”. Muitas pessoas possuem naturalmente esta qualidade, que se traduz por um espírito de observação muito agudo. Mas, pode-se adquiri-la, fazendo-se uso sistemático da observação mediante prática bem orientada.
3º) Bom senso
O jurado de bom senso e habilidade ao fazer comparações, pesarbem as características evidentes, e assim alcançar uma conclusão lógica e justa. O jurado pode ter em mente um quadro bem completo das características ideais de um tipo padrão; pode ser bem cuidadoso na observação dos defeitos e qualidades dos animais; mas, pode falhar na decisão final, porque não teve suficiente bom senso ou critério ao balancear as vantagens e as faltas de um animal em confronto com as de outro. Este último elemento é essencial a um jurado, embora de difícil aprendizado, pois depende de uma condição inerente à pessoa, e que, freqüentemente, não pode ser ensinada ou demonstrada.
4º) Coragem e honestidade
São duas características indispensáveis aos bons jurados. Uma vez apreciado o animal de forma conscienciosa e científica, o jurado deve dar a sua decisão, revelando as suas convicções com coragem, não se deixando influenciar por opinião alheia. Se a sua decisão é séria, a honestidade em apresentá -la compensará perfeitamente os erros e as falhas por ventura existentes, e que tenham provocado des contentamento. Não há pior coisa para o insucesso de uma exposição que a suspeita, por parte dos exibidores, de que o jurado não esteja agindo de acordo com as suas convicções, e sofrendo a influência de estranhos. Finalmente, é preciso não esquecer que a capacidade de bem julgar não se adquire sem estudo, e que um jurado não alcança a perfeição na habilidade de sua arte, de uma hora para outra. Pelo contrário, aquela qualidade de julgar intuitivamente se manifesta depois de alguns anos de um trabalho sério, sistemático e criterioso.
TÉCNICAS DE JULGAMENTO
1. Nunca percorrer os pavilhões de gado, antes do julgamento e sim após o término do mesmo, comentando alguns animais com os expositores.
2. Se surgir alguma crítica, uma boa resposta é “uma coisa é um animal dentro do galpão e outra, dentro da pista”.
3. Os animais devem mover-se no sentido dos ponteiros do relógio e o jurado indica, por meio de gestos, quando quer que caminhem ou parem.
4. Primeira inspeção ao entrar na pista: de frente, de lado e de trás (olhado por cima).
frente: analisa a cabeça, largura do peito e aprumos das mãos (membros anteriores).
lado: analisa o corpo em geral (pescoço, paletas, costado e garupa).
trás e por cima: analisa a garupa, pernas e pés, aprumos, Cruz, bacia e região dorso lombar.
IMPORTANTE: o exame individual deve durar aproximadamente 30 segundos.
5. O jurado fica no centro da pista a 7 ou 8 metros, vendo caminhar os animais no período de duas voltas na pista (que é suficiente) e neste período imagina as colocações. 
6. Uma vez parados, revisar individualmente dos dois lados, de frente e por trás.
7. Decidida a classificação, colocam-se os animais na ordem preferida, sempre de frente para o público.
8. O jurado percorre as colocações e indica para que caminhem 5 ou 6 animais primeiros colocados, com igual distancia entre eles. Uma volta é o suficiente para decidir definitivamente.
9. Se for necessária uma troca de posições, é melhor o inferior passar para melhor do que remover o superior para a classificação inferior.
10. Antes de indicar a decisão ao secretário, o jurado revisa todos, caminhando pela fernte e voltando por trás do animal.
11. Para cada categoria, geralmente 20 minutos são suficientes. Um jurado que demora na avaliação prejudica o espetáculo por aborrecer e cansar o público. O jurado deve andar rápido, seguro sem fazer demoras e perder tempo.
12. Alguns jurados preferem escolher enquanto os animais andam, escolhendo o melhor, e os outros a seguir na ordem para logo alinhá-los. Qualquer que seja o método deve ser o mesmo para todas as categorias.
13. Quando surgem dúvidas com 2 ou 3 animais um processo recomendável é o de levar esses animais a um canto isolado da pista, caminhando juntos, compará -los e decidir.
14. O jurado deve explicar as razões de sua decisão em voz alta e clara: não se exceder em cada animal, ser conciso, preciso e explicar até o 4º ou 5ª prêmio, quando julgar conveniente.
15. Quatro ou cinco razões em linguagem clara e técnica (não pedante) são suficientes. Deve evitar conceitos sobre o futuro do animal (o jurado julga o que vê e não o que acredita ver).
16. Ao analisar convém observar e falar do animal numa só maneira, referindo-se ao mesmo de frente para trás ou de trás para frente. A linguagem deve ser exercitada e precisa. A análise ou crítica exagerada a um animal deve ser evitada. É preferível ignorar o animal. Não repetir com frequência: “Muito Bom”, “Bom”, “Muito Mal”; “Me Agrada”.
17. Uma linguagem clara, precisa, técnica, deixa geralmente uma impressão muito útil, inesquecível. Assim, o animal “X” é superior por seu conjunto harmônico, e boa união de suas partes. Cabeça típica, pescoço descarnado, boa linha superior, muita profundidade de coração, garupa bem nivelada, muita qualidade e temperamento leiteiro. Em 2º lugar, um animal menos perfeito de cabeça com mais papada (garganta) muito bom na linha superior. Possui muita profundidade, bons aprumos, porém com menos qualidade e temperamento leiteiro.
18. Frases como: “preciosidade”, “realmente atraente”, “hoje é o dia dele”, acompanhadas de correto vocabulário podem ser usadas, mas não educam o público.
19. Sempre usar expressões tais como: “Gostaria de ver esse animal com melhor ligamento posterior”.
JULGAMENTO DOS CONJUNTOS
Os conjuntos deverão mostrar antes de tudo uniformidade. Não é justo somar simplesmente a classificação obtida pelos animais individualmente nas categorias, obter uma média e dar o primeiro lugar ao conjunto de média mais alta.
Ao classificar os conjuntos, dê igual importância à individualidade (pontos tais como; conformação, qualidade e características das raças usadas previamente na classificação individual) e à uniformidade. Dê atenção relativa ao tamanho, especialmente com relação ao peso por idade em cada animal, atendendo às característica s hereditárias que podem determinar as considerações expostas acima.
Sugere-se os seguintes passos para o julgamento de conjuntos:
1. Se o grupo de animais não é muito numeroso ponha-os em linha do mesmo modo como foram postos nos julgamentos individuais.
2. A classificação dos conjuntos deve ser feita revendo cuidadosamente todos os grupos a partir do primeiro.
3. Movimente os grupos para o centro da pista, pela ordem de classificação.
4. Em caso de conjuntos atrelados será necessário guiar os animais de forma qu e se veja desde a cabeça até a cauda. Deve-se fazer uma inspeção lateral antes de decidir a classificação final.
Descrição do conjunto: 
Muita harmonia – simétrico – suave – boa união das partes – porte atraente – muito ou pouco expressivo – muita ou pouca qualidade e temperamento leiteiro – masculino – feminino – desarmônico – assimétrico – grosseiro – pouco atraente – falho de qualidade – estilizado – compacto.
Razões de julgamento:
1. O 1º deve ser harmônico, melhor tamanho e profundidades com as melhores características leiteiras ou corte, bons aprumos.
2. O último menos atraente, desarmônico, com defeitos sérios.
3. O maior deve sempre ser melhor colocado do que o menor quando todas as outras qualidades se igual.
4. Os menores sobre os maiores quando a este falte balanceamento ou simetria ou também outros defeitos graves. É preferível um pequeno de qualidade, a um animal maior, alvo de críticas em vários aspectos.
5. Nas fêmeas geralmente, a de melhor úbere.
6. Um úbere mal conformado pode levar ao último posto um animal com outras boas qualidades.
7. Há vários graus de desvios (nuances) de qualquer aspecto considerado.
 8. As patas devem ser examinadas ao andar.
TÉCNICAS E PROCEDIMENTOS DE UM JURADO
1. PRÉ-JULGAMENTO
a. Horário de chegada;
b. Traje pessoal;
c. Apresentação à Comissão Organizadora;
d. Verificação do Regulamento Oficial, e das particularidades regionais;
e. Inspeção da pista de julgamento;
f. Determinação dadisposição, fluxo e ritmo das categorias em pista;
g. Cálculo do tempo de trabalho em função do número de animais e categorias;
Observação: O jurado deve evitar visita aos galpões e aos criadores antes do julgamento.
2. FORMAÇÃO DE PISTA
a. Cobrar do Assistente de Pista o respeito aos horários estabelecidos;
b. Autorizar a movimentação inicial da categoria, indicando o sentido-relógio para giro, com os animais em ordem crescente de idade;
c. Instruir, quando necessário, os puxadores para posicionamento correto;
Observação: O jurado comanda os movimentos dos animais na pista e comunica-se com os apresentadores sempre por gestos.
3. ANÁLISE – PERSPECTIVA A (FRONTAL) 
O Jurado posiciona-se à frente da categoria e faz andarem os animais, observando o intervalo entre indivíduos e analisando:
a. Forma e temperamento da cabeça;
b. Pescoço;
c. Amplitude do peito;
d. Articulação úmero-escapular;
e. Implantação dos aprumos dianteiros;
4. ANÁLISE - PERSPECTIVA B (LATERAL INTERNA) 
O Jurado posiciona-se no centro da pista e mantendo distância conveniente observa os animais, em movimento;
a. O perfil lateral;
b. Perfil da cabeça; pescoço e paletas;
c. Profundidade do tórax, abdômen e flanco;
d. Inclinação e comprimento da garupa;
e. Sistema mamário (vista lateral) forma – volume - inserção anterior - vascularização;
Observação: Nesta perspectiva o jurado avalia a harmonia da forma, do temperamento leiteiro ou carne e facilidade de locomoção.
5. ANÁLISE – PERSPECTIVA C (POSTERIOR) 
O Jurado posiciona-se entre os animais, em movimento, mantendo distância adequada entre um e outro e analisa;
a. A linha caudal – frontal ;
b. Pescoço, cruz, inserção de paletas; Vértebras dorsais, lombares e apófises;
c. Saída e arqueamento das costelas;
d. Firmeza da linha dorsal;
e. Largura e inclinação da garupa;
 f. Posição da vulva e cauda;
g. Largura e altura do úbere posterior;
h. Ligamento mediano;
i. Forma e posição das tetas;
j. Forma e limpeza das coxas
 k. Articulação e aprumos posteriores;
6. ANÁLISE – PERSPECTIVA D (LATERAL EXTERNA)
a. O Jurado caminha em sentido contrário ao movimento dos animais e faz uma rápida inspeção lateral.
b. Se julgar necessário, o Jurado pode determinar a parada de cada animal para análise minuciosa e/ou apalpação.
c. O Jurado repetirá em todos os animais o mesmo comportamento de observação;
d. Nesta análise mais próxima e detalhada, o Jurado irá construindo mentalmente os argumentos para as justificativas.
7. PRÉ - ORDENAMENTO
a. O Jurado, chama para o centro da pista, os animais pela ordem de preferência ou de idade.
b. A categoria mantém-se em movimento circular periférico.
c. Os animais chamados ficarão parados da direita para a esquerda, pela ordem decrescente.
8. DECISÃO – COMPARAÇÃO ESTÁTICA
a. Alinhados todos os animais, pela ordem inicial, o Jurado movimenta-se, observando;
i. A perspectiva posterior comparativa;
ii. A linha superior, em posição estática;
iii. Perspectiva frontal comparativa;
b. Após as comparações, o Jurado poderá proceder às alterações de ordenamento que julgar necessárias.
c. Eventualmente poderá estabelecer comparação específica entre dois animais, movimentando-os separadamente
9. DECISÃO – ORDENAMENTO FINAL
a. Efetuada a comparação estática, o Jurado ordena a movimentação final da categoria.
b. Após uma volta na pista, o Jurado ordena ao secretário de pista a formação para premiação, no pódium.
10. PREMIAÇÃO
O Secretário de pista posiciona os animais no pódium, em ordem decrescente, da esquerda para a direita, com o posterior voltado para o público.
11. ARGUMENTACÃO DIDÁTICA
- Este é o momento decisivo do sucesso do trabalho do Jurado.
- Suas razões tem de ser:
a. Claras;
b. Concisas;
c. Tecnicamente corretas;
- Durante o comentário de cada animal, o Jurado determina a sua movimentação de saída do pódium.
- No comentário, o Jurado sempre destacará as virtudes de um animal sobre seu subsequente.
- O Jurado abster-se-à de comentar defeitos, dando-lhes destaque.
 - A linguagem nos comentários obedecerá aos padrões e vocabulário técnico.
APARÊNCIA GERAL 
A aparência geral inclui a vaca como um todo, feminilidade, vigor, equilíbrio, força, estilo e uma boa união de partes. Isto inclui todas as partes de vaca e se vincula às seguintes subpartes: estatura, parte anterior, linha superior (dorso - lombar), pernas e cascos.
a.) Estatura
Vacas com estatura de mediana para altas são mais desejada.
Acima de tudo elas possuem mais capacidade de produção de leite. Por outro, lado, uma vaca alta, usualmente possui pernas longas, acarretando maior distância do corpo ao solo podendo acolher um sistema mamário com maior capacidade.
b.) Parte Anterior
As paletas e ombros, assim como os cotovelos, ajustam-se suavemente contra a parede do tórax. A cruz bem definida é formada pela união firme e suave das paletas, com a linha dorsal que se eleva ligeiramente acima das pontas das paletas podendo-se observar as vértebras dorsais bem marcadas.
c.) Linha Superior
A linha dorso – lombar deve ser retilínea e levemente ascendente. Será melhor se uma vaca jovem (2 anos) possuir discreta sifose - arqueamento na região dorso lombar porque a própria idade se encarregará de nivelar a linha. Uma garupa desejável é longa, larga e levemente desnivelada no sentido íleo ísquio.
O discreto desnível (2cm) facilita a drenagem do trato reprodutivo, quando comparadas com garupas perfeitamente planas e niveladas ou com aqueles que apresentam os ísquios mais altos que os íleos. As articulações coxofemorais devem ser altas, largas e colocadas próximas à metade da distancia entre as pontas dos íleos e ísquios, quando observadas (vista lateral).
d.) Pernas e Cascos
Bons pés e pernas ajudam as vacas a permanecerem maior tempo em produção. As quatro patas deverão estar colocadas formando um paralelograma embaixo do corpo do animal e, ao caminhar, deixar um rastro retilíneo e paralelo. As patas posteriores necessitam de uma ossadura plana, achatada, limpa s nos jarretes e deverão estar posicionadas próximo a perpendicular na região do jarrete à quartela (metatarso) quando observadas (vista lateral). As quartelas devem ser fortes e curtas, enquanto que os casos deverão ser bem formados, curtos, com talões pr ofundos e com as unhas fechadas.
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