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Da Lepra a Hanseníase Carlos Lima e Fátima Oliveira Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Enfermagem Bacharelado em de Saúde Coletiva MYCOBACTERIUM LEPRAE ou BACILO DE HANSEN A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada Mycobacterium leprae, uma bactéria que tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos, atingindo a pele e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais e mutilações severas. É considerada a doença mais antiga da humanidade. Acredita-se que a doença seja originária da Ásia. Foi somente em 1873 que o médico norueguês Gerhard Armauer Hansen conseguiu identificar o bacilo Mycobacterium leprae como o causador da lepra. Daí o nome atribuído ao bacilo. Linha do tempo 4300 a.c - Primeiros registros da doença, no Egito; 1600 - Primeiros casos registrados no Brasil, no Rio de Janeiro; 1714 - Fundação do 1º asilo para os doentes de lepra, em Recife, pelo Padre Antônio Manoel; 1873 - Gerhard Armauer Hansen identifica o bacilo Mycobacterium Leprae, causador da doença; 1897 – Em Berlim, ocorreu a 1ª Conferência Internacional da Lepra. ASPECTOS SOCIAIS ASPECTOS SÓCIO ECONÔMICOS EUROPA Por volta de 1870, a doença já havia quase desaparecido na maioria dos os países da Europa. Atribui-se que a redução da doença teve como causa principal a melhoria das condições sócio-econômicas experimentadas pelos povos europeus ao longo das Idades Moderna e Contemporânea. No Brasil, a infecção teria acompanhado a marcha da colonização. Os focos da doença correspondiam as cidades mais importantes política e economicamente. Pernambuco era o centro agrícola açucareiro mais importante do mundo. A Bahia foi capital da Colônia, o Rio de Janeiro passaria a ser a sede do governo, e São Paulo. modelo Econômico agrário (Republica velha - 1889 -1930). ASPECTOS SÓCIO ECONÔMICOS BRASIL ASPECTOS HISTÓRICOS Linha do tempo 1912 - Fundação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD); 1920 - Carlos Chagas criou a Inspetoria de Lepra e doenças venéreas; 1940 - Inauguração do Leprosário Itapuã, em 11 de maio; 1943 - Descoberta da Dapsona, no Leprosário de Carville. O medicamento fazia com que o bacilo de Hansen deixasse de se multiplicar; 1949 - Dapsona passa a ser adotada mundialmente. ASPECTOS POLÍTICOS República Velha O estado era Liberal Oligárquico - representando os interesses agrários de São Paulo, Minas- Política do café com leite, e do Nordeste. Em 1920 com a Criação do DNSP- Departamento nacional de Saúde Pública, foi instituído por Carlos Chagas a ILDV- Inspetoria da Lepra e doenças venéreas. 1º órgão federal destinado a combate a hanseníase. Ações da polícia sanitária e campanhas para atender aos padrões da economia agrária exportadora. Higienização dos portos. ASPECTOS POLÍTICOS Na era Vargas, produção industrial com crescimento da população nos grandes centros urbanos. Política de isolamento/segregação a pacientes com Hanseníase, no RS em 1940 Getúlio Vargas inaugura o HCI em Viamão. Estruturação do Ministério da Saúde a partir de 1953. Leprosários - como depósito de pessoas - concepção do hospital como lugar para morrer e não curar. O nascimento do hospital, Michel Foucault- A Microfísica do Poder. ASPECTOS SÓCIOPOLÍTICOS Linha do tempo 1950 - Publicada a Lei n.º 1.045, que dispunha sobre as concessões de alta aos doentes de lepra. Os doentes isolados poderiam ser transferidos para dispensários, desde que cessados os motivos determinantes do isolamento; 1959 - Publicada Lei n.º 3.542, que institui a Campanha Nacional contra a Lepra; 1970 - Adoção da PQT, a Poliquimioterapia, como tratamento da Hanseníase. ASPECTOS LEGAIS Linha do tempo 1995 - Publicada Lei n.º 9.010, que substitui uso do termo “Lepra” por “Hanseníase” e respectivos derivados no governo do FHC. 2007 - Publicada Lei n.º 11.520, que dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas à internação e ao isolamento compulsórios. 2019 - Visita dos alunos da Saúde coletiva/UFRGS no HCI. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Agente etiológico O M. Leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é, infecta muitas pessoas, porém poucas contraem a doença. O homem é reconhecido como única fonte de infecção (reservatório), embora tenham sido identificados animais naturalmente infectados. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Transmissão Dá-se através de uma pessoa doente, portadora do bacilo de Hansen, não tratada, através de gotículas e tosse. As portas de entrada no organismos são as vias aéreas superiores, o trato respiratório. O período de incubação pode levar de 2 a 7 anos. A doença pode atingir pessoas de todos as idades e ambos os sexos, raramente ocorre em crianças, incidindo mais sobre os homens em todas as regiões do país. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Prevalência Para o período de 2012 a 2016 foram diagnosticados 151.764 casos novos da doença no Brasil, uma taxa média de 14,97 para cada 100 mil habitantes. Os níveis de endemia estão associados às más condições socioeconômicas, culturais, ambientais e sanitárias. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS ** O grafico mostra o Brasil do periodo entre 2012 – 2016. * Taxa media de contaminados por região, sendo um total 14,97/100 mil/habitantes.Fonte: www.saude.pr.gov.br. Gráf1 Norte Nordeste Sul SC RS 3,75* 34,26* 23,42* 1,17* 2,49* 34.26 23.42 2.49 1.17 Plan1 Norte 34.26 Nordeste 23.42 Sul SC 2.49 RS 1.17 Plan1 3,75 34,26 23,42 1,17 2,49 Fisiopatologia O bacilo atinge a pele causando lesões cutâneas com a diminuição da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Vários órgãos podem ser atingidos como: olhos, rins e glândulas, testículos, fígado e baço. Atinge o sistema nervoso periférico (terminações livres e glânglios nervosos). Por isso a importância do diagnóstico e tratamento precoce evitando assim, a incapacidade física evolutiva da doença. Sintomas As pessoas podem ter: Dores locais: nas articulações, no pé ou nos olhos; Na pele: bolha, erupções, nódulos, pequena saliência, perda de cor, vermelhidão ou úlceras; Sensorial: formigamento, redução na sensação de tato ou perda da sensação de temperatura; Também é comum: deformidade física, irritação nos olhos, lesões nos nervos, perda de peso ou dificuldade em levantar o pé. Plano de Tratamento Reabilitação X Cura O tratamento é feito pelo SUS, e tem cura, o paciente em tratamento não contagia. A terminologia Lepra foi substituída pela Hanseníase oficialmente no Brasil pela Lei 9010/1995 no governo do FHC. Plano de Tratamento Reabilitação X Cura Plano de Tratamento Reabilitação X Cura Sintomas Requer um diagnóstico médico Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés. Fontes: Hospital Israelita A. Einstein Especialidades Infectologista Trata infecções, incluindo as de natureza tropical. Imunologista Diagnostica e trata distúrbios do sistema imunológico. Dermatologista Trata doenças da pele, unhas e cabelo. Plano de Tratamento Reabilitação X Cura Medicamentos PQT a Poliquimioterapia é constituída por 3 medicamentos: Rifampicina, Dapsona, Clofazimina; Corticoide Modifica ou simula efeitos hormonais, muitas vezes para reduzir a inflamação ou aumentar o crescimento e a reparação tecidual; Antibiótico Mata bactérias ou interrompe o desenvolvimento delas. Fontes: Hospital Israelita A. Einstein Plano de Tratamento Reabilitação X Cura Fisioterapia O fisioterapeuta desempenha um papel importante na equipe multidisciplinar no acompanhamento aos pacientes com hanseníase, realizando um diagnóstico precoce dasincapacidades motoras e neurológicas dos portadores de hanseníase, utilizando recursos específicos e manobras para sua reabilitação (MARQUES; MOREIRA; ALMEIDA, 2003). Plano de Tratamento Reabilitação X Cura JANEIRO ROXO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://fantasticursos.com/mortos-vivos-existem-lepra-gotica/da-conscientizacao-sobre-a-hanseníase; https://www.sbd.org.br/dermatologihttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/08_0317_M.pdf; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/08_0317_M.pdf; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_de_hanseniase.pdf REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2015/01/22/noticias-saude,188203/brasil-ocupa-o-segundo-lugar-no-mundo-em-casos-de-hanseniase.shtml; https://www.searaagape.com.br/estudobiblicosobrealepra.html http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v13n2/08.pdf; https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_leprologia.pdf; http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/AnalisedosDados2017.pdf
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