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Princípios constitucionais em espécie (hierarquia entre princípios)
Como se houvesse três camadas normativas compondo o sistema jurídico-penal: a mais densa e profunda é composta pelos: princípios ditos basilares ou estruturantes; a outra é integrada pelos: princípios derivados ou decorrentes, cuja fonte inspiradora é contido no núcleo central (tais como o princípio da humanidade da pena, da retroatividade benéfica); por fim, a camada mais superficial: são todas as regras, quais somente conseguem aderir ao sistema e manter-se como partes integrantes dele enquanto estiverem em harmonia com as camadas mais profundas (com os princípios - basilares e decorrentes).
Princípios Basilares:
Princípio da dignidade da pessoa humana
A dignidade da pessoa humana é o mais importante dos princípios constitucionais. 
Sua elevada hierarquia e privilegiada posição no ordenamento jurídico reclamam lhe seja dada a máxima atenção. Nossa Constituição elege-a como fundamento da República. Considerando o ser humano como o fim último da atuação estatal, “fonte de imputação de todos os valores, consciência e vivência de si próprio”. 
A doutrina tende a vislumbrar dois aspectos ligados ao princípio da dignidade da pessoa humana no âmbito do Direito Penal, um deles voltado ao crime, outro vinculado à pena. São eles: a proibição de incriminação de condutas socialmente inofensivas (pois o Direito é que está a serviço da humanidade, e não o contrário); e a vedação de tratamento degradante, cruel ou de caráter vexatório.
Anterioridade da Norma ou Princípio da Legalidade
Há a exigência de uma lei anterior que defina a prática de um ato reprovável como crime. Caso o ato não seja caracterizado crime, então o praticante não será condenado. “Não existe crime, ou pena, sem lei prévia que o defina.” 
O princípio da legalidade
Desdobra-se em quatro subprincípios: a) anterioridade da lei; b) reserva legal; c) proibição de analogia in malam partem; d) taxatividade da lei (ou mandato de certeza).
a) Anterioridade: Leis anteriores ao fato. Inexiste legalidade sem a correlata anterioridade. A necessidade de que o crime se encontre definido em lei anterior, que a pena se baseie em prévia cominação legal e que leis penais jamais retroagirão (salvo para beneficiar o réu).
b) Reserva Legal: é preciso que haja lei no sentido formal, proibir criação de penas pelos costumes. Obs: as leis penais são editadas pela união, congresso nacional, mas no art. 21, diz que a lei complementar poderá autorizar aos Estados editar a lei penal.
c) Proibição de analogia (in malam partem): Analogia é um método de integração no ordenamento jurídico, só pode ser usada de beneficiar o réu e não para agravar penas.
d) Taxatividade: É a clareza, certeza, a lei concreta e compreensível, sem algo vago e indeterminado.
Princípio da Culpabilidade:
Não há pena sem culpa. Aquele autor do fato não pode ser responsabilizado pelo seu resultado, caso não tenha agido com culpa ou dolo. Culpabilidade fática e normativa - A consciência da ilicitude como requisito da culpabilidade, como dado que se agrega ao dolo e assim acolhe-se o denominado dolus malus (dolo normativo ou dolo jurídico), isto é, dolo mais consciência da ilicitude. Exige-se que o agente, no momento da conduta, represente a realidade fática (requisito intelectual do dolo).
Princípios decorrentes (decorre dos basilares)
Princípio da retroatividade benéfica da lei penal 
A doutrina fala em dois princípios: o da irretroatividade da lei penal (regra) e o da retroatividade benéfica da lei penal (exceção). A lei penal retroagirá para beneficiar o réu, art. 2, justifica-se como medida de isonomia. Decorre do princípio da legalidade e da retroatividade. 
- Obs: Já as normas de caráter estritamente processual, as quais seguem a regra contida no art. 2º do CPP, o ato processual deve ser praticado de acordo com a lei vigente ao seu tempo, independentemente de ser ela mais ou menos rigorosa que a anterior. 
– Obs 2: Existem leis mistas(híbridas), são ao mesmo tempo penais e processuais, por força da lei penal, estas devem retroagir.
Princípio da Insignificância (Bagatela)
Decorre do princípio da dignidade da pessoa humana. Onde se conclui que condutas causadoras de danos ou perigos ínfimos aos bens penalmente protegidos são consideradas (materialmente) atípicas, inexpressível a lesão jurídica provocada.
- Esse princípio é uma causa de exclusão da tipicidade material, ou seja, embora a conduta esteja encaixada formalmente na norma, materialmente, substancialmente, escapa desse encaixe. Obs: Não existe insignificância quando o crime tiver ameaça ou agressão; crimes contra a administração pública não admite insignificância, é moralmente atingida.
Vetores de uma conduta para ser considerada por insignificância segundo o STF e STJ:
a) A ausência de Periculosidade social da ação; 
b) O reduzido grau de Reprovabilidade do comportamento;
c) A mínima Ofensividade da conduta; e, 
d) A inexpressividade da Lesão jurídica provocada
Princípio da bagatela imprópria
Não se deve confundir o princípio da insignificância, o qual afasta a tipicidade (material), com a bagatela imprópria, que, uma vez reconhecida, exclui a culpabilidade no comportamento praticado. A tese é: Se não houver necessidade preventiva de punir, o fato torna-se insignificante (bagatela imprópria). 
- Se embasa num conceito funcional de culpabilidade, requer a satisfação de necessidades preventivas. Aplica-se o princípio nas seguintes situações: ínfimo desvalor da culpabilidade, ausência de antecedentes criminais, reparação dos danos, reconhecimento da culpa ou a colaboração com a justiça, os quais, apreciados globalmente e verificados no caso concreto, podem tornar a imposição da pena desnecessária.
Princípio do fato
Só serão punidas condutas concretizadas (realizadas). Ninguém pode ser punido pelo simples pensar, não pode sancionar conduta puramente subjetiva.
Princípio da alteridade ou transcendentalidade:
O direito penal somente pode incriminar comportamentos que produzem lesões a bens alheios. Fatos que não prejudiquem terceiros, apenas o próprio agente, são irrelevantes penais.
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos:
O Direito Penal deve tutelar atos atentatórios a bens jurídicos fundamentais e reconhecidos na Constituição Federal, ou seja, proteger os bens constitucionalmente protegidos. Ex: Liberdade, pensamento. Deriva do princípio da dignidade da pessoa humana.
Princípio da ofensividade (ou lesividade): 
Não há crime sem lesão efetiva ou ameaça concreta ao bem jurídico tutelado. O princípio da ofensividade cuida da exigência de resultado jurídico ou normativo, limita-o à presença da efetiva lesão ou do perigo real ou concreto. Acolhendo-se este princípio, portanto, tornam-se inconstitucionais os crimes de perigo abstrato (ou presumido), por não lesionarem, nem ofenderem efetivamente o bem. Nestes, o tipo penal se limita a descrever uma conduta, presumindo-a perigosa.
Princípio da intervenção mínima:
O direito penal deve ser a “ultima ratio”, última razão - O Direito Penal deve ser a última fronteira no controle social, uma vez que seus métodos são os que atingem de maneira mais intensa a liberdade individual. Quando todos os ramos falharem, se busca o direito penal, o último. 
- A subsidiariedade, é o reflexo imediato da intervenção mínima. O Direito Penal deve atuar diante de um comportamento que produz grave lesão ou perigo a um bem jurídico fundamental para a paz e o convívio em sociedade.
- A fragmentariedade, significa que cabe ao Direito Penal atribuir relevância somente a pequenos fragmentos de ilicitude. Somente uma pequena parcela interessa ao Direito Penal, aqueles que corresponde aos atos mais graves, atentatórios dos bens mais relevantes para a vida em comum.
Direito Penal em intervenção – U.R – S – F 
Princípio da adequação social
O direito penal não deve criminalizar fatos socialmente adequados, aceitos. (Quem escolhe o direito penal é a sociedade; atos corriqueiros, do cotidiano). A tipificação de fatos socialmente adequados deveser repudiada e, dada sua incompatibilidade com o princípio da dignidade da pessoa humana, inegável abuso do poder de legislador. 
Obs: É importante não confundir adequação social com mera indulgência. Aquilo que pode ser tolerado por um setor da sociedade jamais será, só por isso, socialmente adequado, ex: jogo do bicho.
Princípio do “ne bis in idem”
 Cuida-se da proibição de dupla condenação por fato único, o mesmo fato. (No mesmo momento, data, hora, lugar).
Princípio da humanidade
Este princípio, derivado da dignidade da pessoa humana; vedando-se a tortura, o tratamento desumano ou degradante. (CF, art. 5º, III e XLVII). 
Princípio da proporcionalidade
Os meios devem ser adequados e necessários, menos gravosos – este é o proporcional; esse princípio proíbe excessos e a deficiência, a muita e pouca pena.
- O princípio da proporcionalidade desdobra-se em: 1) adequação (idoneidade da medida adotada); 2) necessidade (exigibilidade do meio adotado); 3) proporcionalidade em sentido estrito (comparação da restrição imposta com a ofensa praticada). O exame desses elementos conduz ao teste de proporcionalidade. 
Princípios Basilares: Dignidade da pessoa humana, culpabilidade e legalidade.
Decorrentes: Retroatividade benéfica, da bagatela, do fato, alteridade, proteção de bens jurídicos, da ofensividade, intervenção mínima, da adequação social, bis in idem, da humanidade, proporcionalidade.

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