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MAD-II 30/09/2019 Mecanismos de Agressão e Defesa *PÓS-férias: Microbiota Normal Humana, Imunidade Inata, Imunidade Adaptativa e inflamação. 1- Microbiota normal humana: Microbiota (definição): presença de micro-organismos (bactérias, fungos etc.) que estabelecem residência permanente ou não no organismo humano, sem causar danos ao hospedeiro em situações normais. A microbiota é dividida em: Transitória e Permanente/residente. Transitória: micro-organismos que permanecem pouco no organismo humano, sem uma colonização significativa e que, quando perturbada, não se recompõe. Permanente/residente: micro-organismos que colonizam o organismo humano por período indeterminado, com regularidade em determinadas partes do corpo em situações normais e que quando perturbada, se recompõe com facilidade. *colonizar não é causar doença! A interação dinâmica entre a microbiota residente e o ser humano pode ser harmônica. Início da microbiota humana: O desenvolvimento da microbiota ocorre logo após o nascimento e esta influencia a fisiologia do hospedeiro, o desenvolvimento e morfogênese de órgãos e a manutenção do equilíbrio de tecidos e órgãos. As partes do corpo expostas ao ambiente, como a pele e a mucosa, rapidamente sofrem colonização por diversos microrganismos. Estes se distribuem de maneira não uniforme compondo a microbiota normal, a qual permanece em desenvolvimento no indivíduo até o fim de sua vida. Sendo assim, o início da microbiota pode ser é por meio da amamentação do bebê no peito, por fórmula, e posteriormente por, comidas sólidas, antibióticos, etc. *Exemplos de microbiota por região do corpo humano: Vantagens da microbiota humana residente: O antagonismo microbiano: É a inibição de uma espécie de microrganismo por outra. Sendo assim, a presença da microbiota protege o ser humano, o que impede a colonização de micro-organismo potencialmente patogênico. Essa colonização de um microrganismo potencialmente patogênico é impedida por conta da competição de nutrientes, de sítios de adesão, de produção de substâncias nocivas à esses micro-organismos, além da alteração de pH (o que pode dificultar a proliferação de outros). Além disso, a microbiota oferece benefícios nutricionais, que auxiliam na quebra enzimática de alimentos no intestino grosso humano e realizam a produção de vitaminas B e K. Outro fator importante é a estimulação do sistema imune, uma vez que muitas bactérias na região estimulam uma grande produção de IgA secretória (imunoglobulina predominante em secreções: saliva, lágrima, leite, mucosas do trato gastrointestinal, trato respiratório e genitourinário) pelos linfócitos B ativados. Essa imunoglobulina (anticorpo) atinge o lúmen intestinal e reage contra antígenos específicos, impedindo a interação física dos agentes nocivos contra a superfície de mucosa. Desvantagens da microbiota humana residente: Pode causar doença por conta de uma microbiota oportunista → migração da microbiota do seu habitat para outra região do organismo humano (em procedimentos cirúrgicos ou acidentes, por ex.), sendo seu principal público alvo, indivíduos imunocomprometidos ou debilitados (desnutrição, HIV, pacientes submetidos ao tratamento com quimioterápicos e corticosteróides) ou a sua proliferação em excesso. Fatores que interferem na microbiota humana residente: O uso de antibióticos, principalmente os de amplo espectro, afeta não só o microrganismo alvo, como também toda microbiota residente. * A resistência do C. difficile (clostridium difficile: uma bactéria que está naturalmente presente na flora intestinal de cerca de 3% dos adultos) ao antimicrobiano pode ser passada para outras bactérias, através de transferência de genes Transplante de microbiota fecal: é um concentrado de bactérias que visa repor a microbiota intestinal e fazer o controle do C. difficile. No entanto,devemos lembrar que ele pode ser ruim também, uma vez que não é qualquer pessoa que pode doar, pois pessoas com bactérias resistentes à antibióticos que vão doar à pessoas com certa fragilidade,podem piorar seu caso. 2- Imunidade inata ou natural: Características da Imunidade Inata ou Natural: - É a primeira linha de defesa do corpo humano - É conferida por componentes celulares e subcelulares que o indivíduo já possui ao nascer. - É constituída por barreiras, células e proteínas - Possui diferença entre o próprio e o não próprio - Não é específica ao antígeno - Não gera memória imunológica - Não são reforçadas pelo contato subsequente ao mesmo patógeno. Barreiras da Imunidade Inata: físicas/mecânica (1ª em azul claro), químicas (2ª em azul claro) e biológicas (1ª em azul claro). *O sistema imunológico é constituído por uma intrincada rede de órgãos, células e moléculas, e tem por finalidade manter a homeostase do organismo, combatendo as agressões em geral. A imunidade inata atua em conjunto com a imunidade adaptativa e caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, independentemente de estímulo prévio, sendo a primeira linha de defesa do organismo. Seus mecanismos compreendem barreiras físicas, químicas e biológicas, componentes celulares e moléculas solúveis. A primeira defesa do organismo frente a um dano tecidual envolve diversas etapas intimamente integradas e constituídas pelos diferentes componentes desse sistema. Células que compõem a imunidade inata ou natural: as células efetoras da imunidade inata são representadas principalmente pelos fagócitos (neutrófilos, monócitos e macrófagos), células dendríticas e células NK (Natural Killer). - Neutrófilos - Basófilo - Eosinófilo - Monócito - Mastócitos - Macrófagos - Células dendríticas - Células NK (“natural killer”) Fagócitos: Os fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são as células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. Neutrófilos: são células sanguíneas que são recrutadas para os locais de infecção, em que reconhecem e ingerem os microrganismos para a morte intracelular. Os neutrófilos são o primeiro tipo de célula a responder para a maioria das infecções, particularmente infecções bacterianas e fúngicas e, portanto, são as células dominantes da inflamação aguda (além de serem a população mais abundante de células brancas sanguíneas circulantes). Além disso, eles expressam receptores para produtos da ativação do complemento e para anticorpos de revestimento dos microrganismos → Esses receptores amplificam a fagocitose (ingestão de microrganismos ou partículas sólidas pelas células fagocíticas) e também fazem a transdução dos sinais de ativação que aumentam a capacidade dos neutrófilos de matar os microrganismos ingeridos. Os neutrófilos também são recrutados para os locais de danos nos tecidos na ausência de infecção, em que iniciam a depuração dos detritos (restos) celulares. Eles vivem por apenas algumas horas nos tecidos, por isso são os primeiros a responder, mas não fornecem defesa prolongada. Os neutrófilos podem migrar rapidamente para locais de infecção após a entrada de microrganismos. Após a entrada nos tecidos, eles funcionam por somente 1 a 2 dias e, então, morrem. Macrófagos/monócitos: são células que estão amplamente distribuídas nos órgãos e tecidos conectivos, que possuem papel central na imunidade inata e na adaptativa. Possuem vida longa nos tecidos derivados dos saco vitelino e precursores hepáticos fetais. No adulto, surgem a partir de células precursoras da medula óssea, direcionadas pela proteína M-CSF → Fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago). Os precursores evoluem para monócito, que entram e circulam no sangue e então migram para os tecidosespecíficos durante reações inflamatórias, onde amadurecem e viram macrófagos. Dessa maneira, podemos dizer que existem monócitos clássicos, que produzem abundantes mediadores inflamatórios e são rapidamente recrutados para locais de infecção e tecido danificado. O macrófago possui funções importantes na imunidade inata, sendo a principal (1): 1- ingerir e matar os microorganismos, sendo um dos mecanismos, a geração enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, que são tóxicas para os microrganismos e digestão proteolítica (digestão de proteínas por enzimas). 2- Realizar a limpeza após uma infecção ou lesão tecidual: ingere células mortas (seja pelo trauma ocorrido ou suprimentos sanguíneo interrompido, ou de neutrófilos acumulados nos locais de infecção. 3- Reconhecer e engolfar células apoptóticas antes que as células mortas comecem a liberar seus conteúdos e induzir resposta inflamatória. 4- A eliminação de células mortas, sendo esse o papel do macrófago em todo o corpo e em toda a vida de um indivíduo. 5- A secreção de citocinas que agem nas células endoteliais que recobrem vasos sanguíneos para aumentar o recrutamento de mais monócitos e de outros leucócitos do sangue para os locais infeccionados. 6- Servem como APCs (→ Células Apresentadoras de Antígenos) as quais apresentam antígenos e microrganismos (aos linfócitos T) e ativam os linfócitos T. 7- Estimula o crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) 8- Promove a síntese de matriz extracelular rica em colágeno (fibrose) 7 e 8 são funções mediadas por citocinas secretadas pelos macrófagos que agem em várias células teciduais. Como os macrófagos são ativados na imunidade inata? → Por meio de reconhecimento de diferentes moléculas microbianas (bem como moléculas do hospedeiro produzidas em resposta às infecções e lesões). Essas moléculas se ligam a receptores de sinalização específicas que estão localizados na superfície ou dentro do macrófago (Ex de receptores: tipo Toll (TRL) e IFN-y (interferon gamma) → esses receptores participam da ativação clássica dos macrófagos (M1), que fazem a destruição dos microrganismos e desencadeiam a inflamação). → Também são ativados quando os receptores da sua membrana se liga à apsoninas (uma opsonina é qualquer molécula que se liga a um antígeno e facilita o seu processo fagocitose) na superfície dos microrganismos. (Ex de receptores para apsoninas: receptores de complemento e receptores para anticorpo Fc). *Quando há ausência de fortes sinais de receptores do tipo Toll (TRL), há a indução pelas citocinas IL-4 e IL-3 (que são secretadas por linfócitos T) → Interleucinas (citocinas). Esses são os macrófagos (M2) de ativação alternativa, os quais são considerados mais importantes para reparação dos tecidos e para acabar com a inflamação. → Sendo assim, os macrófagos podem ser ativados por duas diferentes vias que servem funções distintas: A via clássica (M1) e a via alternativa (M2). Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos: São células adicionais que possuem grânulos citoplasmáticos com vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos. Eles se envolvem na resposta imune e fazem proteção contra helmintos (vermes parasitas que causam uma variedade de doenças em seres humanos) e reações que causam doenças alérgicas. Mastócitos: São células derivadas da medula óssea e que estão presentes na pele e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina (amina biogênica vasodilatadora envolvida em processos bioquímicos de respostas imunológicas) e outros mediadores. Os mastócitos maduros normalmente não são encontrados no sangue, mas sim nos tecidos, adjacentes à pequenos vasos sanguíneos e nervos. Apresentam receptores de alta afinidade na membrana plasmática para a imunoglobulina E (IgE), e geralmente são recobertos com esse anticorpo. Os mastócitos reconhecem produtos microbianos e respondem produzindo citocinas e outros mediadores que induzem inflamação. Os mastócitos também sintetizam e secretam mediadores de lipídeos (p. ex.,prostaglandinas) e citocinas (p. ex., o TNF), que estimulam a inflamação. Basófilos: São células que amadurecem na medula óssea e circulam no sangue (assim como os granulócitos). São menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Podem ser recrutados para locais inflamatórios. Os basófilos sintetizam mediadores mesmo dos mastócitos, expressam receptores para IgE, se ligando a esta imunoglobulina. Eles podem ser ativados por antígenos (substâncias estranhas ao organismo) quando ligado à IgE. Eosinófilos: Os eosinófilos são granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplasmáticos contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro. Assim como os neutrófilos e basófilos, os eosinófilos são derivados da medula óssea. As citocinas GM-CSF (Fator Estimulador de Colônias de Granulócitos e Macrófagos), IL-3 e IL-5 promovem a maturação do eosinófilo a partir de precursores mieloides. Alguns eosinófilos normalmente estão presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas coberturas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário, e seus números podem aumentar com o recrutamento a partir do sangue em uma situação de inflamação. * Interleucinas são proteínas produzidas principalmente por leucócitos, e a maioria delas está envolvida na ativação ou supressão do sistema imune e na indução de divisão de outras células. Células apresentadoras de Antígenos (APCs): Essas células, como já dito anteriormente, capturam microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. O principal tipo de APC que está envolvido na iniciação das respostas da célula T é a célula dendrítica. Além disso, muitas APCs, tais como células dendríticas e macrófagos, também reconhecem e respondem aos microrganismos durante as reações imunes inatas e, assim, ligam as reações imunes inatas às respostas do sistema imune adaptativo. As principais células apresentadoras de antígenos são: células dendríticas, macrófagos e linfócitos B. Células Dendríticas: As células dendríticas são as APCs mais importantes para a ativação das células T imaturas e têm papel principal nas respostas inatas às infecções e na ligação das respostas imunes inata e adaptativa. Elas são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos (conjunto de células que são responsáveis pela função de um determinado órgão). A maioria das células dendríticas é parte de linhagem mieloide de células hematopoéticas e se origina de um precursor que também pode se diferenciar em monócitos. A maturação das células dendríticas é dependente de uma citocina denominada ligante Flt3, que se liga ao receptor tirosinoquinase Flt3 nas células precursoras. Similarmente aos macrófagos, as células dendríticas expressam receptores que reconhecem moléculas tipicamente produzidas pelos microrganismos e não células de mamíferos, e elas respondem aos microrganismos com a secreção de citocinas. Desse modo, essas citocinas secretadas apresentam duas funções principais: iniciam a inflamação e estimulam as respostas imunes adaptativas. Células Natural Killer (NK): As células natural killer (NK) reconhecem células infectadas e perturbadas e respondem destruindo essas células e secretando a citocina ativadora de macrófagos IFN-γ. Por meio da ativação de células infectadas, as células NK despejam o conteúdo dos seus grânulos citoplasmáticos no espaço extracelular, as proteínas dos grânulos entram nas células infectadas e ativam apoptose. As células NK sintetizam e secretam INF-y. O INF-y ativa os macrófagos a matar os organismos fagocitados. Os macrófagos e células dendríticas secretam citocinasque aumentam a capacidade das células NK de proteger contra infecções. A interleucina realiza (IL-15) o desenvolvimento e maturação das NK; INF-I e IL-12: aumentam a função de destruição das células NK. Os receptores ativadores reconhecem moléculas geralmente expressas em células infectadas com vírus ou bactérias intracelulares, bem como células com danos no DNA e transformações malignas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_imune Sistema Complemento: É um conjunto de proteínas circulantes e associadas à membrana que são importantes na defesa contra os microrganismos. Muitas são enzimas proteolíticas (enzimas que quebram ligações peptídicas entre os aminoácidos das proteínas) e a ativação do complemento envolve a ativação sequencial destas enzimas. A cascata do complemento pode ser ativada por 3 vias: Via alternativa: Ativada por superfícies microbianas - componente da imunidade inata. Via clássica: Ativada por anticorpos ligados aos microrganismos - componente da imunidade adaptativa humoral. Via da lectina: Ativada quando uma proteína plasmática ligadora de carboidratos liga-se a resíduos de manose na superfície dos microrganismos - componente da imunidade inata. Como a Imunidade Inata reconhece os microrganismos? O sistema imune inato reconhece as estruturas que são compartilhadas por várias classes de microrganismos e que não estão presentes nas células normais do hospedeiro → Os padrões moleculares associados a patógenos (PAMP): LPS, receptores para peptidoglicano, resíduos de manose, RNA dupla fita, nucleotídeos (CpG) ricos em CG não metilados. Receptores que reconhecem essas estruturas são os receptores de reconhecimento de padrões - PRR. Ele também reconhece moléculas liberadas das células danificadas ou necróticas: Padrões moleculares associados a danos (DAMP). O sistema imune inato reconhece estruturas essenciais para a sobrevivência e capacidade de infecção dos microrganismos. Os microrganismos não conseguem evadir imunidade inata através de mutação ou não expressão dos alvos. Como a Imunidade Inata age? Porta de entrada: epitélio da pele e dos sistemas gastrointestinal e respiratório. Os mecanismos de defesa iniciais incluem barreiras físicas, moléculas antimicrobianas e células linfóides. Nos tecidos: Microrganismos são detectados pelos macrófagos residentes, células dendríticas e mastócitos. As células reagem, secretando citocinas, que iniciam o processo de inflamação e os fagócitos recrutados destroem os microrganismos. No sangue: as proteínas plasmáticas, incluindo sistema complemento, reagem contra os microrganismos e promovem a sua destruição. Os vírus provocam reações especiais, incluindo a produção de interferons a partir das células infectadas inibem a infecção de outras células e a morte das células infectadas através das células NK 3- Imunidade adaptativa: Os mecanismos da imunidade inata fornecem a defesa inicial contra infecções. As respostas imunes adaptativas se desenvolvem mais tarde e necessitam de ativação de linfócitos. A cinética das respostas imunes inata e adaptativa são aproximações e podem variar em diferentes infecções. As respostas imunes adaptativas são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos e aumentam em magnitude e capacidade defensiva em cada exposição subsequente a um microrganismo particular. O sistema imune adaptativo reconhece e reage a um grande número de substâncias microbianas e não microbianas. As características que definem a imunidade adaptativa são a habilidade de distinguir entre diferentes substâncias, chamada especificidade, e a habilidade de responder mais vigorosamente a exposições repetidas ao mesmo microrganismo, conhecida como memória. Os componentes exclusivos da imunidade adaptativa são células denominadas linfócitos e seus produtos secretados, tais como anticorpos. Substâncias estranhas que induzem as respostas imunes específicas ou são reconhecidas pelos linfócitos ou anticorpos chamam-se antígenos. As citocinas constituem um grande grupo de proteínas secretadas com diversas estruturas e funções, que regulam e coordenam muitas atividades das células da imunidade inata e adaptativa. Todas as células do sistema imune secretam, pelo menos, algumas citocinas e expressam receptores específicos de sinalização para várias citocinas. A nomenclatura para as citocinas é inconsistente, com algumas designadas interleucina, seguida por um número, e outras denominadas pela primeira atividade biológica atribuída a elas, tais como fator de necrose tumoral (TNF, do inglês tumor necrosis factor) ou interferon. Entre as muitas funções das citocinas que serão discutidas, estão o crescimento e diferenciação de todas as células imunes, a ativação de funções efetoras dos linfócitos e fagócitos e o movimento direcionado de células imunes do sangue para os tecidos e dentro dos tecidos. O grande subgrupo de citocinas estruturalmente relacionadas que regulam a migração e o movimento celular é denominado quimiocinas. *Alguns dos fármacos mais efetivos desenvolvidos recentemente para tratar doenças imunológicas têm como alvo as citocinas, o que reflete a importância destas proteínas nas respostas imunes. Quando as citocinas entram na célula, elas fazem com que as células se reproduzam mais rápido para haver uma melhor resposta imune. Tipos de imunidade adaptativa: Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade humoral e imunidade mediada por célula, que são mediadas por diferentes componentes do sistema imune e atuam para eliminar diferentes tipos de microrganismos. A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e secreções mucosas, denominadas anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B (também chamados de células B). Os anticorpos reconhecem os antígenos microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e focam nos microrganismos para sua eliminação por vários mecanismos efetores. A imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra microrganismos extracelulares e suas toxinas, porque os anticorpos secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas e auxiliar na sua eliminação. Os próprios anticorpos são especializados e podem ativar diferentes mecanismos para combater os microrganismos (mecanismos efetores). Por exemplo, diferentes tipos de anticorpos promovem a ingestão de microrganismos pelas células do hospedeiro (fagocitose), ligação e ativação da liberação de mediadores inflamatórios das células e são ativamente transportados para os lumens de órgãos mucosos e através da placenta para fornecer defesa contra microrganismos ingeridos e inalados e contra infecções do recém-nascido, respectivamente. Na imunidade humoral, os linfócitos B secretam anticorpos que previnem as infecções e eliminam os microrganismos extracelulares. Na imunidade mediada por célula, os linfócitos T auxiliares ativam macrófagos para matar microrganismos fagocitados ou linfócitos T citotóxicos destroem diretamente células infectadas. Os linfócitos T citotóxicos atacam e matam as células infiltradas (célula onde um vírus infiltrou ou uma bactéria infectou). Os linfócitos T citotóxicos geram anticorpos que se ligam à patógenos circulantes e atacam diretamente células que estão de alguma forma anormais. Já os linfócitos T auxiliadores são um tipo de “alarme” do sistema imune. Eles reconhecem antígenos nas superfícies das células apresentadoras de antígenos (APCs) (→ Lembrando que as células apresentadoras de antígenos profissionais, que possuem MHC tipo II para ativar linfócitos T auxiliares, são : Células dendríticas; Fagócitos mononucleares: Monócitos e Macrófagos; Alguns linfócitos B e Células epiteliais do timo) e secretam citocinas, que estimulam diferentesmecanismos de imunidade e inflamação. https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3citos_T_auxiliares https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lulas_dendr%C3%ADticas https://pt.wikipedia.org/wiki/Mon%C3%B3cito https://pt.wikipedia.org/wiki/Macr%C3%B3fago https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3citos_B https://pt.wikipedia.org/wiki/Timo *Aumento da expressão do MHC da classe II pelo IFN-γ. O IFN-γ, produzido pelas células NK e por outros tipos de células nas reações imunes inatas a microrganismos ou por células T nas reações imunes adaptativas, estimula a expressão do MHC da classe II nas APCs e, desta forma, aumenta a ativação de células T CD4+. O IFN-γ e interferons do tipo I têm efeito semelhante na expressão de moléculas do MHC da classe I e na ativação de células T CD8+. O que são MHC? Complexo de histocompatibilidade principal! → São glicoproteínas celulares da membrana, codificadas por um grupo de genes. Possui 3 tipos: Descritos primeiramente por sua capacidade de provocar a rejeição vigorosa dos enxertos permutados entre membros diferentes da mesma espécie (HLA) Só carregam peptídeos (só aquilo que vem de proteína) combinam com fragmentos PEPTÍDICOS curtos originados das proteínas produzidas pela célula (MHC classe I) ou das proteínas que foram interiorizadas pela célula por meio da fagocitose ou da pinocitose (MHC classe II) Reconhecimento: As células dendríticas e macrófagos expressam receptores tipo Toll e outros sensores microbianos que respondem a microrganismos através do aumento da expressão de moléculas do MHC e de coestimuladores, melhorando a eficiência da apresentação de antígenos e ativando as APCs para produzirem citocinas, todas as quais estimulam respostas de células T. As moléculas da classe I são expressas em virtualmente todas as células nucleadas (servem tanto para linfócito T CD8(células infectadas ou reservatórios de vírus). Apresentam peptídeos e são reconhecidos por células T CD8+ As moléculas da classe II são expressas apenas em células dendríticas, linfócitos B, macrófagos e alguns outros tipos de células. Apresentam peptídeos para as células T CD4+ A expressão de moléculas do MHC é aumentada pelas citocinas produzidas durante as respostas imunes inata e adaptativa. Apesar de moléculas da classe I serem expressas constitutivamente em células nucleadas, sua expressão é aumentada pelos interferons IFN-α(antiviral principal), IFN-β e IFN-γ(ativa macrófago). Os interferons são citocinas produzidas durante a resposta imune inata inicial contra muitos vírus. Ativação de célula T: célula vai reconhecer o antígeno e vai apresentar para a célula T quem faz isso são as células APC. Moléculas MHC classe I:ligam peptídeos derivados de proteínas no compartimento celular citoplasmático Moléculas MHC classe II: interagem com a molécula CD4, expressa na superfície da subpopulação de células T chamadas células TCD4. As células TCD4 ativadas sintetizam um extenso conjunto de citocinas que afetam diversos tipos celulares. Resposta Imune: células imaturas são ativadas principalmente em órgãos linfóides Células efetoras diferenciadas podem responder a antígenos e funcionar em qualquer tecido Esse processo de diferenciação de células imaturas para células efetoras confere às células a capacidades de realizar funções especializadas e a habilidade de migrar para qualquer lugar de infecção ou inflamação Nesses locais, as células efetoras encontram novamente o antígeno para o qual elas são específicas e respondem com a finalidade de eliminar a fonte do antígeno. Funções das células T: Células T da linhagem CD4: secretam citocinas e expressam moléculas de superfície que podem ativar outras células imunes, essas células efetoras vão ser classificadas em subpopulações com base suas funções. Algumas células T auxiliares diferenciadas ativam macrófagos para destruir microrganismos fagocitados, outras secretam citocinas que recrutam leucócitos e assim estimulam a inflamação; outras vão amplificar as funções de barreira da mucosa; umas permanecem em órgãos linfóides e ajudam células B a se diferenciarem em células que secretam anticorpos. Linfócitos T citotóxico CD8: as células efetoras da linhagem CD8, destroem as células infectadas e células tumorais que apresentam antígenos associados ao MHC de classe 1 e também secretam citocinas que ativam macrófagos e causam a inflamação. Subgrupos das células TCD4: Células CD4(auxiliar) TH1: Produzem a citocina interferon gama, que ativa os fagócitos(macrófagos) para eliminarem microrganismo ingeridos e estimula a produção de anticorpos(se ligam diretamente aos receptores FC do fagócito ativando o complemento, gerando produtos que se lingam aos receptores de complemento do fagocito) que promovem a ingestão dos microrganismos pelos fagócitos B Células CD4(auxiliar) TH2: São específicas para antígenos proteicos e não proteicos. Produzem IL4 que estimulam a produção de anticorpos IgE e a IL5 que ativa eosinófilos. Estimulam a imunidade mediada por eosinófilos, independente do fagocito, que é especialmente para parasitas helmínticos (A IgE participa na ativação dos mastócitos pelos antígenos proteicos e cobre os helmintos para a destruição pelas eosinófilos). Ela também estimula a produção de outros anticorpos que neutralizam os microrganismos e as toxinas, mas não se ligam aos receptores FC ou ativam efetivamente o complemento. Células CD4(auxiliar) TH17: Produz IL-17 e IL-22, IL-17 tem leucócitos e células do tecido (leucócitos ativam quimiocinas, TNF, IL1, IL6 e faz inflamação, resposta de neutrófilo). Já o IL-22 são células epiteliais que produz aumento da carreira de integridade. Os dois juntos peptídeos antimicrobianos. → Inflamação reação mais forte e mais prolongada à inflamação e resposta de neutrófilo, secreção de peptídeos antimicrobianos. Funções das células TCD8: Reconhece os peptídeos associados ao MHC classe 1 e recebe sinais co-estimuladores se uma APC profissional abrigar um microrganismo citoplasmático. O Reconhecimento do antígeno ligado ao complexo de histocompatibilidade classe 1. Eliminação de células infectadas por parasitas intracelulares. Faz reconhecimento de antígenos e ligação de CTL em células alvo, ativação de CTL e exocitose de grânulos, apoptose de células-alvo Memória imunológica: Pequena fração de células T ativadas por antígenos se tornam células de memória, células de longa duração que desempenham papel chave em respostas secundárias ou subsequentes ao antígeno, e ajudam a proporcionar proteção em exposições secundárias ou sub-sequentes a muitos patógenos. 4- Inflamação: A principal maneira pela qual o sistema imune lida com as infecções e lesões teciduais é estimulando a inflamação aguda, que é o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e fluido derivado do sangue em tecido extravascular, local de infecção ou lesão. Os leucócitos e as proteínas plasmáticas normalmente circulam no sangue e são recrutados para os locais de infecção e lesão, onde eles realizam várias funções efetoras que servem para matar os microrganismos e iniciar o reparo do tecido danificado. Tipicamente, o leucócito mais abundante que é recrutado do sangue para os locais de inflamação aguda é o neutrófilo, mas os monócitos sanguíneos, que se tornam macrófagos no tecido, são cada vez mais importantes ao longo do tempo e podem se tornar a população dominante em algumas reações. Entre as proteínas plasmáticas importantes e que entram nos locais inflamatórios, incluem-se as proteínas do complemento, anticorpos e reagentes de fase aguda. A distribuição destes componentes derivados do sangue para os locais inflamatórios é dependente de alterações reversíveis nos vasos sanguíneos dos tecidos infectados ou danificados. Essas alterações abrangem mudanças no fluxosanguíneo para o tecido atribuídas à dilatação arteriolar, adesividade aumentada dos leucócitos circulantes para o revestimento endotelial das vênulas e permeabilidade aumentada dos capilares e vênulas às proteínas plasmáticas e fluidos. Todas essas alterações são induzidas por citocinas e pequenas moléculas mediadoras inicialmente derivadas das células residentes nestes tecidos, tais como os mastócitos, macrófagos e células endoteliais, em resposta à estimulação por PAMP e DAMP . À medida que o processo inflamatório se desenvolve, os mediadores podem ser derivados de leucócitos ativados que chegaram recentemente e de proteínas do complemento. A inflamação aguda pode se desenvolver em minutos a horas e durar por dias. A inflamação crônica é um processo que demora mais do que a inflamação aguda se a infecção não for eliminada ou se a lesão tecidual for prolongada. Normalmente, ela envolve o recrutamento e ativação de monócitos e linfócitos. Os locais de inflamação crônica frequentemente também passam por remodelamento tecidual, com angiogênese e fibrose. Embora o estímulo imune inato possa contribuir para a inflamação crônica, o sistema imune adaptativo também pode estar envolvido porque as citocinas produzidas pelas células T são potentes indutores da inflamação (Cap. 10). Descrições detalhadas dos vários mediadores e manifestações patológicas da inflamação aguda e crônica podem ser encontradas nos livros texto de patologia. Focaremos nossa discussão nos aspectos particulares do processo inflamatório agudo que têm grande relevância para ambas as imunidades inata e adaptativa e nas doenças inflamatórias imunomediadas. Sendo assim, a inflamação: É a principal meio usado pelo sistema imune inato para lidar com infecções e lesão tecidual. Consiste no acúmulo de leucócitos, proteínas, plasmáticas e líquido derivado do sangue em um sítio de infecção ou lesão tecidual. Resulta da liberação de citocinas, quimiocinas, fragmentos do complemento e aminas vasoativas pelos macrófagos e mastócitos depois do encontro inicial com um patógeno. Recruta neutrófilos e as proteínas plasmáticas ao foco infeccioso porque induzem vasodilatação dos vasos sanguíneos situados próximos do foco de infecção e também atuam como fatores quimiotáxicos para os neutrófilos do sangue circulante. Leucócitos e proteínas são recrutados ao local da infecção/lesão, onde desempenham funções efetoras e iniciam reparo tecidual. Resposta inflamatória: Edema; Eritema (causado pela dilatação capilar); Dor; Aumento de temperatura local; Perda de função Citocinas pró-inflamatórias: Uma das primeiras etapas da imunidade inata. Produzidas por macrófagos e células dendríticas teciduais, incluindo os mastócitos, células endoteliais e algumas células epiteliais também produzem. Maioria de ação parácrina Indução da inflamação, inibição da replicação viral, promoção de respostas de células T e limitação das respostas imunes inatas TNF (fator de necrose tumoral): principais mediadores da resposta inflamatória, se liga a receptores de superfícies que servem para ativar caspases nas células ou induzir expressão gênica ou morte celular. O choque séptico inicia-se pelo processo inflamatório que não se resolve e é mediado principalmente por tnf. Mediador da resposta inflamatória aguda bactérias (no epitélio para aumentar a expressão de moléculas de adesão. Estimulada por DAMPS e PAMPS IL-1: Tem função similar ao TNF. É produzida por outros tipos celulares IL-6: Respostas inflamatórias agudas, com efeitos locais e sistêmicos. Estimula secreção de proteína C reativa no fígado. Muita célula NK na infecção viral. Estimula produção de neutrófilos na medula óssea. Promove a diferenciação de células T auxiliares produtoras de IL 1. Respostas aos PAMPS IL-12: Secretadas por células dendríticas e macrófagos Estimula produção de interferon gama por interleucinas 1, células NK e células T. Intensifica a citotoxicidade mediada pela NK e pelo complemento. Promove diferenciação de células TH1 Consequências sistêmicas: Febre:secreção das células hipotalâmicas de prostaglandinas (os anti inflamatórios inibem a ação das prostaglandinas. Redução da função metabólica dos microrganismos. Consequências patológicas: Nas infecções graves pode haver uma superprodução de TNF (inibe a contratilidade cardíaca). Ocorre mais trombose, mais sepse. Inflamação aguda pode causar lesão tecidual. Resposta antiviral: Os interferons do tipo 1 inibem a replicação viral e induzem um estado antiviral, em que as células tronco se tornam resistentes à infecção. Sistema imune inato estimula a imunidade adaptativa.
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