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Doenças Transmissíveis e não transmissíveis

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL – UDF
GRADUAÇÃO - ENFERMAGEM - TURMA: D1 3ºS
CARLOS ROBERTO V. DE JESUS RGM - 21131228
EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS E NÃO TRANSMISSÍVEIS
INTRODUÇÃO	
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos também como Objetivos Globais, é um alerta universal para ação contra a pobreza, proteção do planeta e para garantir que todas as pessoas tenham paz e prosperidade.
Este trabalho abordará o ODS 3 que tem como foco principal a saúde da população. Por isso, apresenta metas tais como: a redução drástica da mortalidade materna, o fim das mortes evitáveis de bebês e crianças, o combate a doenças como a Aids, a Tuberculose, a Malária, a Hepatite, entre outras transmissoras. Também trata de redução a um terço das mortes pré-maturas por doenças não transmissíveis, como Hipertensão e diabetes. O uso de álcool, de tabaco e entorpecentes também são graves problemas de saúde pública, eles são alvos destes ODS. As mortes em situações de trânsito constituem outras complicações, expressas na meta (3.6), esta que terá um enfoque maior neste trabalho.
É importante ressaltar que o acesso ao sistema da saúde, o sistema de prevenção e de proteção do bem-estar dos cidadãos, também serão abordados aqui nestes ODS, assim como novos desenvolvimentos de vacinas e pesquisas para a melhoria da saúde no planeta.
A área da saúde pública conta com indicadores bastantes consolidados no mundo, com protagonismo da organização mundial da saúde, órgão da organização das nações unidas. E a coleta e o tratamento de informação sobre saúde pública no Brasil já tem uma série de referências que se aprimoram a cada ano.
DESENVOLVIMENTO
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
· AIDS
A AIDS é a doença crônica originada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que afeta o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. Esse vírus consegue alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo, ele age de forma a se multiplicar, rompendo com os linfócitos em buscando outros para continuar a infecção.
A ocorrência da transmissão da AIDS acontece por meio do sexo vaginal, anal, oral sem camisinha, uso de seringa por mais de uma pessoas, na transfusão de sangue contaminado, nos instrumentos que furam ou cortam quando não esterilizados, bem como da mãe grávida, durante a gestação, no parto ou na amamentação.
De acordo com as informações fornecidas pelo Ministério da Saúde, a epidemia brasileira se concentra em alguns segmentos populacionais, no qual estão exposto a situações de maior vulnerabilidade, tais como: pessoas trans, as privadas de liberdade, as que são usuárias de drogas e álcool, as trabalhadoras do sexo, os gays e outros HSH.
Essa doença prevalece principalmente em homens jovens, na faixa etária de 25 a 39 anos de idade.
Segundo dados estatísticos apresentados pelo ministro da saúde dos 900 mil brasileiros com HIV, 766 mil foram diagnosticados, 594 mil fazem tratamento com antirretroviral e 554 mil não transmite o HIV. No entanto, dados mostram que o número de indivíduos que carregam o vírus continua aumentando, no ano de 2018, foram evidenciados 43,9 mil novos casos.
Conforme o “Boletim Epidemiológico HIV/Aids”, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, em 2018 foram evidenciados um total de 10.980 mortes devido a aids, apresentando uma taxa de mortalidade padronizada de 4,4/100.00 habitantes.
No período de cinco anos, entre 2014 e 2018, houve uma queda de 22,8% mortalidade nos quadros de aids no Brasil. Esse decréscimo se deu em consequência da recomendação “tratamentos para todos”, bem como o aumento da oportunidade de diagnóstico precoce da infecção.
Na imagem abaixo, entre o ano de 2008 a 2018, mostra os dados numéricos de mortalidade padronizado de aids em cada região. Podendo destacar dentre os estados, São Paulo e Santa Catarina foram os que mais apresentaram declínio em seus coeficientes padronizados de mortalidade.
· SÍFILIS
Sífilis é uma doença causada pela bactéria “treponema pallidum”, a sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que pode ser curada, porém ela se apresenta em diferentes estágios clínicos, podendo ser : primária, secundária, latente e terciária. É uma enfermidade bastante grave, contudo bastante comum entre as doenças sexualmente transmissíveis. Nos estágios primários e secundário da infecção, a probabilidade de transmissão é maior. Sua transmissão acontece por meio de relações sexuais sem o uso do preservativo, em que o parceiro é portador da infecção, outra forma de contágio é quando há contato com sangue contaminado ou durante gestação ou parto, da mãe para o bebê.
O tratamento mais eficaz, é o uso da penicilina benzatina (benzetacil), que combate a bactéria, essa medicação é aplicada nas unidades básicas de saúde.
Baseado nos dados de 2010 a 2018, disponibilizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de sífilis neste período teve um aumento considerável, sendo: a taxa de incidência de sífilis congênita aumentou 3,8 vezes, passando de 2,4 para 9,0 casos por mil nascidos vivos, e a taxa de detecção de sífilis em gestantes aumentou 6,1 vezes, passando de 3,5 para 21,4 casos por mil nascidos vivos. Desde 2010 os casos de sífilis teve as taxas de detecção elevada de 34,1 casos por 100.000 habitantes em 2015 para 75,8 casos por 100.000 habitantes em 2018, como mostra no gráfico abaixo:
	De acordo com os dados do “Boletim Epidemiológico de Sífilis 2019”, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, ao analisar o relatório por região, UF e capitais no Brasil, observa-se que as taxas detecção de sífilis em gestantes sempre prevalece com estatísticas elevadas quando comparada com a de incidência de sífilis congênita por 1.000,00 nascidos vivos.
Constata-se que segundo os dados no Brasil, a população mais afetada pela doença são as mulheres, na faixa etária de 20 a 29 anos, na maior parte as negras e jovens. Em 2018, quando realizado o comparativo por sexo na faixa etária de 20 a 29 anos, as mulheres atingem um percentual de 24,4% do total de casos notificados, enquanto os homens apresentaram 16,1% dos casos notificados.
Em 2018, o número de óbitos por sífilis em crianças menores de um ano, corresponde a 8,2 por 100.000 nascidos vivos. As regiões que apresentam as maiores taxas de mortalidade são: Nordeste, Sudeste, Norte, Centro-Oeste e depois o Sul. Um comparativo entre 2017 a 2018, mostra que o coeficiente de mortalidade aumentou 8,5% a cada nascido vivo, conforme a figura da tabela abaixo, em seguida mostra também que todos os coeficientes das regiões em casos de sífilis ficaram acima do coeficiente de mortalidade nacional.
· MENIGITE
Meningite pode ser causada por uma bactéria ou vírus, que ultrapassa as defesas do organismo e causa a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro, a medula espinhal e demais partes do sistema nervoso central.
As meningites podem ser transmitidas de diferentes formas:
Meningite bacteriana, transmitida de indivíduos para indivíduos pelas vias respiratórias, por gotículas e secreções das narinas e da garganta. Os agentes causadores da doença são as bactérias meningococos, pneumococos e hemófilos. Existem algumas pessoas portadoras da doença que são assintomáticas, transportam essa bactéria dentro ou sobre seus corpos. Os sintomas são: febre alta, vômitos, mal-estar, dores de cabeça e no pescoço e manchas vermelhas distribuídas pelo corpo. 
Meningite viral, pode ser transmitida de variadas formas, porém depende do vírus causador. Essas se apresentam em um quadro mais leve, seus sintomas podem ser comparados aos das gripes e resfriados. No caso, dos enterovírus, a contaminação é fecal-oral, podendo ser transmitidos no contato de aperto de mãos, quando em contato com uma pessoainfectada, com objetos, beber água ou comer alimentos que contenha o vírus. Já a transmissão dos arbovírus acontece por meio de picada de mosquitos contaminados.
Podemos ainda mencionar outros dois tipos de meningites que não são transmitidas de pessoas para pessoas, porém existe outras formas de adquirir. 
A meningite fúngicas, adquiridas pela inalação dos esporos, que entram em contato com os pulmões, podendo chegar nas meninges, e outros fungos podem estar no solo ou em ambientes contaminados com excrementos de morcegos e pássaros.
Meningite causada por parasitas, sua transmissão ocorre pela ingestão de alimentos contaminados que possua a forma ou fase infecciosa do parasita.
Existe um outro fungo que pode ser adquirido em ambientes hospitalares que também podem causar a meningite, chama-se Candida.
O tratamento para as meningites bacterianas, as meningites virais, as meningites fúngicas e meningites por parasitas são diferenciados. E a forma preventiva da meningite é por meio da vacinação.
De acordo com o “Boletim Epidemiológico de Meningites bacteriana não especificada no Brasil de 2007 a 2016”, divulgado pelo Ministério da Saúde, mostra que no Brasil neste período o percentual das meningites permaneceu regular, apresentando o maior percentual de casos de 2011 a 2013, principalmente na região Sudeste em seguida da região Nordeste.
INCIDENCIA
O risco de contrair meningite é maior entre crianças menores de cinco anos, principalmente até um ano, no entanto pode acontecer em qualquer idade.
No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica. Casos da doença são esperados ao longo de todo o ano, com a ocorrência de surtos e epidemias ocasionais. A ocorrência das meningites bacterianas é mais comum no outono-inverno e das virais na primavera-verão.
· HEPATITES VIRAIS
A Hepatite é uma doença causada pela inflamação no fígado. Os maiores motivos de sua causa é pelo vírus A, B, C, D e E. também pelo uso de remédios, álcool, drogas, bem como por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Essas as quais a maioria das vezes são silenciosas, e quando os sintomas aparecem são através do cansaço, enjoo, vômitos, febre, dor abdominal, urina escora, entre outros.
No Brasil tem uma predominância das maiores causas serem pelo vírus A, B e C. Já o vírus D e E é mais frequente na África e Ásia.
Essa doença pode ser transmitida por meio do contágio fecal-oral, em situações as quais as condições de saneamento básico, higiene pessoal e dos alimentos são precárias (vírus A e E), também pode haver o contágio pela transmissão sanguínea quando há compartilhamento instrumentos que furam ou cortam quando não esterilizados, e através do sexo desprotegido (vírus B,C e D), e pôr fim a transmissão da mãe grávida para o filho, durante a gestação, no parto ou na amamentação (vírus B, C e D).
No Brasil, em 2008 o histórico de incidência da hepatite A era maior do que a de hepatite C, entretanto, após esse período ocorreu uma diminuição, atingindo 1,0/000 mil habitantes no ano de 2018. Os índices de hepatite B apresentaram um declínio nos últimos cinco anos, enquanto a hepatite C evidenciou aumento gradativo, tendo apresentado taxas superiores à da B a partir de 2015. As taxas que apresentaram menores incidências foram a hepatite D, de acordo com a imagem abaixo:
De acordo com o “Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais 2019”, do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, de 2000 a 2017, no Brasil foram evidenciados 70.671 óbitos por causas básicas e relacionadas às hepatites virais dos tipos A, B, C e D. Tabulando em percentuais 1,6% foram associados à hepatite A, 21,3% à hepatite B, 76% à hepatite C e 1,1% à hepatite D, conforme mostra o gráfico abaixo:
As taxas de incidências foram empregadas com base na definição específica de cada hepatite viral, variando de acordo com cada região com país.
Sendo hepatite A
No período de 2008 a 2018, a proporção de casos de
hepatite A no sexo masculino foi de 54,9%, e no sexo
feminino, de 45,1%.
A partir de 2017,
entretanto, as maiores taxas se verificaram entre os
indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos, principalmente
entre os homens (Tabela 6; Figura 7).
A em homens de 20 a 39 anos, observa-se que,
até 2015, a maioria desses casos tinha como provável
fonte/mecanismo de infecção a água ou algum alimento
contaminado.
A partir de 2016, no entanto, observa-se
redução do percentual de casos ocorridos por via
alimentar, acompanhada de aumento do percentual
de casos transmitidos por via fecal-oral associados à
prática sexual e do percentual de casos com mecanismo
de transmissão ignorado. Esses resultados indicam que
o aumento.
No período de 2000 a 2017, do total de óbitos por
causa básica hepatite A, 448 (54,9%) ocorreram no sexo
masculino e 368 (45,1%) no sexo feminino
hepatite B
Quando comparadas as taxas de detecção por faixa etária
em um período de dez anos, pode-se observar que a
detecção de hepatite B diminuiu entre indivíduos de até 39
anos. A taxa entre indivíduos de 40 a 44 anos sofreu poucas
variações no período, e praticamente coincidiu nos anos
de 2008 e 2018 (11,8 casos em 2008 e 11,7 casos em 2018 a
cada 100.000 habitantes). Todas as faixas compreendidas
acima de 45 anos de idade apresentaram aumento na taxa
de detecção nos dez anos da análise, com destaque para
os indivíduos de 60 anos ou mais, nos quais a taxa passou
de 5,1 casos para 8,0 casos a cada 100.000 habitantes, entre
2008 e 2018 (Tabela 12; Figura 12).
 
hepatite C
hepatite D
hepatite E
CONCLUSÃO
De acordo com o exposto fica claro que para alcance das metas da ODS 03 – Saúde e bem-estar é preciso haver avanços mais reais que exigem envolvimento profundo de diversos setores da sociedade. 
Ainda que com foco na meta 3.6, os números obtidos em especifico pelo Distrito Federal foi bastante satisfatórios conforme divulgação dos últimos resultados, é necessário os demais estados reavaliar os seus projetos e ações para diminuição deste número de mortes nas estrada, uma vez que se trata de um dos objetivos da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Salienta também os últimos resultados apresentados referente a evolução das ODS 03, podendo ser destacados os seguintes dados abaixo:
A taxa de mortalidade materna diminuiu 37% desde 2000 e, entre 2012 a 2017, quase 80% dos nascidos vivos em todo mundo receberam assistência de profissionais qualificados, um aumento de 18%, quando comparado com o período entre 2000 a 2005. Além disso, a taxa de mortalidade infantil (menores de 5 anos) caiu 47% e a mortalidade neonatal caiu 39%.
Até mesmo em regiões que enfrentam grandes desafios no campo da saúde, o progresso dos últimos anos foi impressionante. Desde 2000, a taxa de mortalidade materna na África subsaariana reduziu em 35% e a taxa de mortalidade infantil caiu 50%.
Contudo observa-se que muita há de ser realizado com base nas metas das ODS 03 para que se alcance resultados mais expressivos.
REFERÊNCIAS
BRAZILIENSE, CORREIO. “Trânsito: Corrida para salvar vidas”. Disponível em: <http://especiais.correiobraziliense.com.br/transito-corrida-para-salvar-vidas> Acesso em: 18 de agosto de 2019.
BRASIL, UNAIDS. “ODS 3 Saúde e bem-estar” Disponível em: <https://unaids.org.br/2019/04/ods-3-sobre-saude-e-bem-estar-e-o-objetivo-do-mes-em-abril/> Acesso em: 18 de agosto de 2019.
SOCIAL, INOVA. “A evolução dos ODS: O relatório 2018 dos objetivos de desenvolvimento Sustentável – Parte 1”. Disponível em: <http://inovasocial.com.br/inova/evolucao-ods-relatorio-2018-parte-1/> Acesso em: 18 de agosto de 2019.
SAÚDE, MINISTÉRIO <https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/aids-hiv> acessado em 20/04/2020
SAÚDELOGO - https://saude.abril.com.br/medicina/no-brasil-135-mil-pessoas-convivem-com-o-hiv-e-nao-sabem/
acessado em 22/04/2020 - Por Karine Melo (Agência Brasil)
access_time1 dez 2019, 10h21 - Publicado em 29 nov 2019, 17h16
SAÚDE, MINISTÉRIO - BOLETIM EPIDEMIOLOGICO de hiv/aids 2019
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2019/boletim-epidemiologico-de-hivaids-2019acessado em 22/04/2020.
SAÚDE, MINISTÉRIO - https://saude.gov.br/saude-de-a-z/sifilis acessado em 24/04/2020.
SAÚDE, MINISTÉRIO https://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos
VARELLA , DRAUZIO https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/meningite/ acessado em 27/04/2020.

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