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Direito Constitucional _ Controle de Constitucionalidade Concentrado

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Direito Constitucional 
Controle de Constitucionalidade
Professora Francielle Vieira Oliveira
Controle de Constitucionalidade Concentrado
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Ao contrário do controle difuso, em que a inconstitucionalidade é verificada em casos concretos e incidentalmente ao objeto principal da lide, no controle concentrado a representação de inconstitucionalidade tem por objeto principal a declaração de inconstitucionalidade da lei ou ato normativo impugnado. 
Através do controle concentrado, almeja-se expurgar do sistema lei ou ato normativo viciado (material ou formalmente), buscando, por conseguinte, a sua invalidação. 
Entende-se por leis todas as espécies normativas do art. 59 da CF/88, quais sejam: emendas à Constituição; leis complementares; leis ordinárias; leis delegadas; medidas provisórias; decretos legislativos e resoluções. 
Em relação aos atos normativos, podem ser citados, por exemplo: a) resoluções administrativas dos tribunais; b) atos estatais de conteúdo meramente derrogatório, como as resoluções administrativas; c) as deliberações administrativas dos órgãos judiciários. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
É possível o ajuizamento de ADI contra norma originária da Constituição? 
Ex.: ADI contra o art. 143, § 2º por afronta ao art. 5º, I.
A Constituição é parâmetro de controle, e não objeto. 
Os aparentes conflitos devem ser harmonizados por meio da atividade interpretativa, de forma sistêmica. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Emendas constitucionais: podem ser objeto de controle – manifestação do poder derivado reformador. 
Emendas serão inconstitucionais se violarem cláusulas pétreas da Constituição? SIM!!! A emenda constitucional não poderá violar qualquer das limitações impostas ao poder constituinte derivado reformador. 
O poder constituinte derivado reformador deve observar os limites impostos e estabelecidos pelo poder constituinte originário, como decorre da observância às regras do art. 60, CF/88. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Súmula: só podem ser objeto de controle perante o STF leis e atos normativos federais ou estaduais. Súmula de jurisprudência não possui grau de normatividade qualificada, não podendo, portanto, ser questionada perante o STF através do controle concentrado. 
Obs: conforme o previsto no §2.º do art. 103-A, CF/88, existe a possibilidade de proceder a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula mediante aprovação daqueles que podem propor a ADI. Tal procedimento foi disciplinado pela Lei nº 11.417/2006 e pela Res. n.º 388 do STF. Sua tramitação se dá de forma eletrônica, não se confundindo com o processo de ADI.
Súmula vinculante: o art. 103-A, CF/88 fixa a possibilidade de o STF, de ofício ou por provocação, mediante decisão de 2/3 dos seus membros, após reiteradas decisões sobre a matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
Obs.: a Ministra Ellen Gracie, em algumas de suas decisões, entendeu que o mecanismo para rever a súmula vinculante seria a própria ADI. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Medida provisória: é caso de controle repressivo, pois já produz efeitos. Tem força de lei, constituindo-se como ato estatal em plena vigência. 
Sendo ela convertida em lei, ou tendo perdido a sua eficácia por decurso de prazo, nos termos do art. 62, § 3.º, CF/88, considerar-se-á prejudicada a ADI pela perda do objeto da ação. O autor da ADI, na primeira hipótese, deverá aditar o seu pedido à nova lei de conversão. 
Os requisitos constitucionais de relevância e urgência podem ser objeto de controle jurisdicional? Conforme entendimento consolidado do STF, apenas em caráter excepcional os conceitos indeterminados de relevância e a urgência se submetem ao crivo do Poder Judiciário, por força da regra da separação dos poderes (veja-se ADI 2.213; ADI 1.647; ADI 1.753-MC). 
Os requisitos constitucionais de imprevisibilidade e urgência (art. 62 c/c o art. 167, § 3.º, CF/88) da medida provisória que abre crédito extraordinário também são passíveis de apreciação pelo Poder Judiciário (veja-se ADI 4.048-MC e ADI 4.049-MC). 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
No dia 25/03/2020 =» Medida Provisória n.º 928/2020 – mudanças na Lei de Acesso à Informação, editada em 2011 e com início de vigência em 2012. 
Os artigos da Medida Provisória alteravam a dinâmica dos prazos para fornecimento de respostas a pedidos de informação (transparência passiva), enquanto estivéssemos no período da pandemia COVID-19.
26/03/2020 =» o Ministro Alexandre de Moraes, por meio da ADI n.º 6531, movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, deferiu a cautelar que impede as mudanças na Lei de Acesso à Informação.
Obs.: 
Art. 102, I, “p”, CF/88: cabe ao STF processar e julgar, originariamente, o pedido de cautelar nas ações diretas de inconstitucionalidade. 
Art. 10, caput, da Lei 9.855/99: a medida cautelar será concedida por decisão da maioria absoluta (6 Ministros) dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22 – quorum de instalação da sessão de julgamento com pelo menos 8 Ministros dos 11. 
Desde que presentes os requisitos do periculum in mora e do fumus boni iuris, poderá ser concedida medida liminar, suspendendo a eficácia do ato normativo. 
Efeitos da medida cautelar: eficácia erga omnes, efeitos ex nunc. A negativa da medida cautelar não implica presunção de constitucionalidade da norma capaz de gerar efeitos vinculantes.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Regra geral: os regulamentos ou decretos regulamentares expedidos pelo Executivo e demais atos normativos secundários não podem ser objeto de controle de constitucionalidade concentrado. 
Art. 84. “Compete privativamente ao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução” =» Trata-se tal decreto de regulamento executivo, que tem como balizas a impossibilidade de inovar na ordem jurídica, criando direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas. 
Neste caso, temos o controle de legalidade, pois não seria um ato normativo primário, com fundamento de validade diretamente na Constituição, mas ato secundário, com base na lei. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Exceção: o STF tem admitido ADI cujo objeto seja decreto, quando este, no todo ou em parte, manifestamente não regulamenta a lei, apresentando-se, assim, como decreto autônomo. 
Art. 84. “Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: a)organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”;
Art. 84, VI, antes da Emenda Constitucional n.32 de 11.09.2001: “dispor sobre a organização e o funcionamento da administração federal, na forma da lei.” Veja-se que o regulamento de organização só era cabível na forma da lei. Hoje, a organização da administração pública federal – desde que não acarrete aumento de despesa ou criação de órgãos públicos – pode ser feita por simples decreto do Chefe do Executivo. Esse é, portanto, o argumento de alguns doutrinadores para fundamentar a existência de decreto autônomo no Brasil.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Exemplo: 
	Ação direta de inconstitucionalidade: Objeto. Tem-se objeto idôneo à ação direta de inconstitucionalidade quando o decreto impugnado não é de caráter regulamentar de lei, mas constitui ato normativo que pretende derivar o seu conteúdo diretamente da Constituição (Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 1.590—7/SP, relatada pelo Ministro Sepúlveda Pertence perante o Plenário, com acórdão veiculado no Diário da Justiçade 15 de agosto de 1997)
É preciso demonstrar que o decreto do Chefe do Executivo decorre de competência direta da Constituição, ou tire seu fundamento da Carta Magna. Nessa hipótese, caso o regulamento não se amolde ao figurino Constitucional, não caberá análise de constitucionalidade pelo Supremo. Caso contrário será mero vicio de inconstitucionalidade reflexa, afastando o controle concentrado em ADI – porque – como salienta Carlos Velloso: “é uma questão de opção. Hans Kelsen, no debate com Carl Schmitt, em 1929, deixou isso claro. E o Supremo Tribunal fez essa opção também no controle difuso, quando estabeleceu que não se conhece de inconstitucionalidade indireta. Não há falar-se em inconstitucionalidade indireta reflexa. É uma opção da Corte para que não se realize o velho adágio: “muita jurisdição, resulta em nenhuma jurisdição”. (ADI 2387-0 DF – Rel. Min. Marco Aurelio).
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
É possível ajuizar ADI contra tratado ou convenção internacional que afrontem o texto da Constituição? NÃO!!! Os tratados ou convenções Internacionais têm jurisdição internacional e o STF tem jurisdição interna, nacional. 
A ADI será movida em face do decreto legislativo que incorporou o tratado à ordem interna.
 OBS.: o reconhecimento da inconstitucionalidade do decreto legislativo que ratifica um tratado internacional não torna o ajuste internacional nulo, mas apenas exclui o Brasil de seu cumprimento, sujeitando-o, no entanto, a sanções internacionais decorrentes do descumprimento. 
Tratados internacionais: ingressam no ordenamento interno com o caráter de norma infraconstitucional, guardando estrita relação de paridade normativa com as leis ordinárias, podendo, por conseguinte, ser revogados por norma posterior e ser questionada a sua constitucionalidade perante os tribunais, de forma concentrada ou difusa. 
Tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos cf. art. 60, §2.º e art. 5, §3.º, CF/88: equivalem a emendas constitucionais – podem ser objeto de controle de constitucionalidade. 
Tese da supralegalidade dos tratados internacionais sobre direitos humanos: podem sofrer controle de constitucionalidade, já que devem respeito ao princípio da supremacia da Constituição. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Resoluções do CNJ e do CNMP
Segundo o STF, as resoluções do CNJ e do CNMP, quando dotadas da qualidade da generalidade, impessoalidade e abstração, possuem natureza de ato normativo primário, pelo que podem ser objeto de ADI. 
Exemplo: Res. nº 175/2013 do CNJ – que veda às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo. 
Veda-se, portanto, nestes casos, a impetração de mandado de segurança para questionamento de tais atos normativos primários =» S. 266/STF. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Ato administrativo genérico
Na ADI 3.202 (Rel. Min. Cármen Lúcia, j. 05.02.2014, Plenário, DJE de 21.05.2014), o STF deparou-se com o seguinte caso: 
Diversos servidores do TJRN conseguiram, quer administrativa quer judicialmente, determinada gratificação por trabalho científico, técnico ou administrativo que exija conhecimento especial. Partindo desse precedente, com base no princípio da isonomia, dois servidores fizeram pedido administrativo perante o TJ objetivando a mesma gratificação. 
Inicialmente, o pedido foi indeferido. Interposto agravo regimental no Processo Administrativo, o Plenário do TJRN deu provimento para conferir aos agravantes a gratificação e, além disso, determinou a extensão desse benefício aos servidores que se encontravam em situação idêntica. 
Na sequência, foi posta a questão preliminar: cabe ADI genérica da decisão proferida no agravo regimental no referido processo administrativo que estendeu os efeitos para todos os servidores em situação idêntica? Estamos diante de um ato administrativo normativo genérico? 
O STF entendeu que sim, pois trata-se de ato com suficiente densidade normativa, considerados os aspectos de generalidade, abstratação e de impessoalidade que o tipificam. Portanto, a extensão poderia ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade por meio da ADI genérica. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Leis orçamentárias
O orçamento é formalmente instrumentalizado por meio de lei, mas, materialmente, se traduz em ato político-administrativo. Trata-se de lei porque possui imperatividade (obrigatoriedade) e normatividade (atribuem poder ou dever de fazer ou de não fazer), porém, diferentemente das leis em sentido próprio, possuem concretude e individualização. 
Neste sentido, o STF não admitia o controle concentrado e abstrato de constitucionalidade das leis orçamentárias por meio de ADI, por entender que constituíam meras peças administrativas de caráter concreto, desprovidas de normatividade, abstração, generalidade e impessoalidade (ADI 2.484-MC, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento 19/12/2001, DJ de 14/11/2003); 
Contudo, mais recentemente, no julgamento da ADI 5.449-MC (10/03/2016), o Plenário do STF afirmou ser possível, em sede de controle abstrato de constitucionalidade, de leis orçamentárias. De acordo com o Ministro Teori Zavascki, as “leis orçamentárias que materializem atos de aplicação primária da Constituição Federal podem ser submetidas a controle de constitucionalidade em processos objetivos”.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Ato normativo anterior à Constituição não pode ser objeto de controle de constitucionalidade – não cabe ADI para questionar a constitucionalidade de lei ou ato normativo anterior à CF/88. 
O que se verifica é se o ato normativo foi ou não recepcionado pelo novo ordenamento jurídico =» fenômeno da recepção
As normas pré-constitucionais que não contrariam os dispositivos da Constituição recém-promulgada continuam a ter validade, sendo portanto recepcionadas pelo novo ordenamento jurídico, desde que atendidos alguns requisitos, quais sejam: 
	a) que a norma esteja em vigor no momento do advento da nova Constituição; 
	b) que não tenha sido declarada inconstitucional sob a vigência da Constituição anterior; 
	c) que seja compatível com a Constituição recém-promulgada =» basta a compatibilidade material, sendo dispensada a formal. Isso porque é admitida, p. ex., a recepção de uma Lei Ordinária como Lei Complementar no novo ordenamento. Foi exatamente o que ocorreu com o Código Tributário Nacional, que foi publicado originalmente como Lei Ordinária, na vigência da Constituição anterior, mas recepcionado pela CF/88 como uma Lei Complementar.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Quando a norma pré-constitucional não é recepcionada, ou seja, é incompatível com o ordenamento estabelecido pela nova Constituição, ela é dita revogada por falta de recepção.
Esse fenômeno não se confunde com a inconstitucionalidade. Por decisão do STF, não se admite a inconstitucionalidade superveniente =» é necessária a contemporaneidade do ato normativo com a Constituição para que possa ser declarado inconstitucional. Só se fala em inconstitucionalidade de lei perante a Constituição sob a qual foi publicada.
Por esse motivo, não cabe ação direta de inconstitucionalidade para normas pré-constituionais. Porém, sua validade perante a nova Constituição pode ser questionada por meio de Ação de Descumprimento de Preceito Fundamento – ADPF (art. 102, § 1.º, CF/88; Lei 9.882/99).
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Divergência entre a ementa da lei 
e o seu conteúdo
o STF entendeu não caracterizar situação de controle de constitucionalidade, na medida em que a simples divergência entre a ementa da lei e o seu conteúdo não seria suficiente para configurar afronta à Constituição (STF, Pleno, ADI 1.096-4, medida liminar, Rel. Min. Celso de Melo, DJ 1, de 22.09.1995, p. 30589).
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
	Proposta de Emenda Constitucional ou Projeto de Lei
Não cabe ADI (genérica)contra ato normativo ainda em fase de elaboração, tendo em vista o caráter repressivo do controle jurisdicional. Contudo, se aprovado o ato normativo, devidamente promulgado e publicado, mesmo que ainda não esteja em vigor, poderá sofrer controle de constitucionalidade direto.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
É possível que uma lei ou ato normativo municipal seja impugnado por meio de ADI proposta no Supremo Tribunal Federal?
NÃO. A CF/88 somente autoriza que seja proposta ADI no STF contra lei ou ato normativo FEDERAL ou ESTADUAL. Veja:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
	I - processar e julgar, originariamente:
	a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
O máximo que pode ser feito é o controle via sistema difuso, podendo a questão ser levada ao Judiciário, através de recurso extraordinário, de forma incidental, ser apreciada pelo STF e ter a sua eficácia suspensa, pelo Senado Federal, nos exatos termos do art. 52, X, CF/88.
Há, ainda, a possibilidade de ajuizamento da arguição de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto lei municipal confrontada perante a CF.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
É possível que uma lei ou ato normativo municipal seja impugnado por meio de ADI proposta no Tribunal de Justiça?
SIM. A CF/88 autorizou essa possibilidade, determinando que o tema seja tratado nas Constituições estaduais. Confira:
	Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.
	§ 1º - A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.
	§ 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais OU MUNICIPAIS em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão.
A CF/88 utilizou o termo “representação de inconstitucionalidade”, mas é plenamente possível que a chamemos de “ação direta de inconstitucionalidade estadual” (ADI estadual).
Lei ou ato normativo estadual/municipal que contrariar a CE =» TJ local.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Quando o TJ julga uma ADI contra lei estadual ou municipal, ele poderá declará-la inconstitucional sob o argumento de que viola um dispositivo da Constituição Federal?
Em regra, não. Isso porque o parâmetro da ADI proposta perante o TJ é a Constituição Estadual (e não a Constituição Federal).
Assim, em regra, na ADI estadual, o TJ irá analisar se a lei ou ato normativo atacado viola ou não a Constituição Estadual. Este é o parâmetro da ação. O TJ não pode examinar se o ato impugnado ofende a Constituição Federal. 
O STF, em reiteradas oportunidades, já decidiu sobre o tema: Não cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade de leis e demais atos normativos municipais em face da Constituição Federal. (STF. Plenário. ADI 347, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 20/09/2006).
Logo, o TJ não pode dizer o seguinte: julgo a presente representação de inconstitucionalidade porque a Lei municipal XX/2015 viola o art. YY da Constituição Federal de 1988.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Quando o TJ julga uma ADI contra lei estadual ou municipal, ele poderá declará-la inconstitucional sob o argumento de que viola um dispositivo da Constituição Federal?
Exceção
	Os Tribunais de Justiça, ao julgarem a representação de inconstitucionalidade proposta contra lei municipal, poderão declará-la inconstitucional utilizando como parâmetro dispositivos da Constituição Federal, desde que eles sejam normas de reprodução obrigatória pelos Estados.
Normas de reprodução obrigatória
Normas de reprodução obrigatória são dispositivos da Constituição Federal de 1988 que, como o próprio nome indica, devem ser repetidos nas Constituições Estaduais.
As normas de reprodução obrigatória são também chamadas de "normas de observância obrigatória" ou "normas centrais".
Importante esclarecer que, se uma norma é de reprodução obrigatória, considera-se que ela está presente na Constituição Estadual mesmo que a Carta estadual seja silente. Ex: a CF/88 prevê que os Municípios são autônomos (art. 18). Trata-se de norma de reprodução obrigatória. Isso significa que, mesmo se a Constituição Estadual não disser que os Municípios são autônomos, ainda assim considera-se que essa regra está presente na Carta Estadual.  
Não existe um artigo da Constituição Federal que diga quais são as normas de reprodução obrigatória. Isso foi uma "construção" da jurisprudência do STF, ou seja, em diversos julgados o Tribunal foi mencionando quais as normas seriam de reprodução obrigatória.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Resumindo:
Em regra, quando os Tribunais de Justiça exercem controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais deverão examinar a validade dessas leis à luz da Constituição Estadual.
Exceção: os Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados.
Exemplos da exceção:
Ex1: Município do Paraná aprovou lei tratando sobre direito do trabalho; foi proposta uma ADI estadual no TJ contra esta lei; o TJ poderá julgar a lei inconstitucional alegando que ela viola o art. 22, I, da CF/88 (mesmo que a Constituição do Estado não tenha regra semelhante); isso porque essa regra de competência legislativa é considerada como norma de reprodução obrigatória. Nesse sentido: STF. 1ª Turma. Rcl 17954 AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/10/2016.
Ex2: Município do Rio Grande do Sul editou lei criando gratificação para o Prefeito fora do regime de subsídio, o que violaria o art. 39, § 4º, da CF/88; o TJ/RS poderá julgar a lei municipal inconstitucional utilizando como parâmetro este dispositivo da Constituição Federal; isso porque a regra sobre o subsídio para membros de Poder e detentores de mandato eletivo é considerada norma de reprodução obrigatória. Nesse sentido: STF. Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).
Desse modo, Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados. 
Obs.: Contra esta decisão, cabe recurso extraordinário.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Obs.: Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos Estados (STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 - repercussão geral).
“Recurso extraordinário. Argüição de inconstitucionalidade de dispositivo da Lei Orgânica do Município de Boa Vista, Estado de Roraima, julgada improcedente. 2. Assentado o entendimento de que a fixação do número de vereadores da Câmara Municipal de Boa Vista, pelo art. 13 da Lei Orgânica em foco, então impugnado, está dentro dos limites da regra constitucional Federal. 3. Juízo de validade de norma municipal, pelo Tribunal de Justiça do Estado, em face de regra da Constituição Federal. O art. 125, § 2º, da Lei Magna, prevê a hipótese de controle concentrado de constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal, tão-só, diante da Constituição estadual. 4. A norma da Carta de Roraima apontada como ofendida – o art. 15 – não constitui regra de repetição do art. 29, IV, a, da Lei Magna Federal, à vista do qual se proferiu a decisão. 5. Não dispunha a Corte local de competênciapara processar e julgar a constitucionalidade de dispositivo da Lei Orgânica do Município de Boa Vista, perante a Constituição Federal (art. 29, IV, a). 6. Extinção do processo sem julgamento do mérito por impossibilidade jurídica do pedido, eis que a Constituição não prevê a hipótese de ação direta em que se argüa a inconstitucionalidade de lei municipal em face da Constituição Federal. 7. Recurso extraordinário conhecido e provido para anular o acórdão, por incompetência do Tribunal local.” (STF – Recurso Extraordinário – RE n. 171819/RR – Relator(a):  Min. Néri da Silveira – Julgamento em  08/04/2002 – Órgão Julgador:  Segunda Turma – DJ 24-05-2002 PP-00069) (destacamos)
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
“CONSTITUCIONAL. PENAL. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEIS OU ATOS NORMATIVOS MUNICIPAIS. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO. VALIDADE DA NORMA EM FACE DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. HIPÓTESE DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. I – Os Tribunais de Justiça dos Estados, ao realizarem o controle abstrato de constitucionalidade, somente podem utilizar, como parâmetro, a Constituição do Estado. II – Em ação direta de inconstitucionalidade, aos Tribunais de Justiça, e até mesmo ao Supremo Tribunal Federal, é defeso analisar leis ou atos normativos municipais em face da Constituição Federal. III – Os arts. 74, I, e 144 da Constituição do Estado de São Paulo não constituem regra de repetição do art. 22 da Constituição Federal. Não há, portanto, que se admitir o controle de constitucionalidade por parte do Tribunal de Justiça local, com base nas referidas normas, sob a alegação de se constituírem normas de reprodução obrigatória da Constituição Federal. IV – Recurso extraordinário conhecido e provido, para anular o acórdão, devendo outro ser proferido, se for o caso, limitando-se a aferir a constitucionalidade das leis e atos normativos municipais em face da Constituição Estadual.” (STF – Recurso Extraordinário – RE n. 421256/SP – Relator(a):  Min. Ricardo Lewandowski – Julgamento em  26/09/2006 – Órgão Julgador:  Primeira Turma – DJ 24-11-2006 PP-00076) (destaques nossos)
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Lei ou ato normativo distrital em face da CF/88
Art. 32, § 1.º, CF/88: ao DF são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios =» assim o controle concentrado a ser exercido pelo STF será possível ou não, de acordo com a natureza da norma elaborada pelo DF. 
Lei ou ato normativo distrital de natureza estadual que contrariar a CF =» STF
Lei ou ato normativo distrital de natureza municipal que contrariar a CF =» não há controle concentrado através de ADI, só difuso. Há, contudo, a possibilidade de ajuizamento de ADPF. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Lei ou ato normativo distrital 
em face da Lei Orgânica Distrital
Art. 32, caput, CF/88: o DF, vedada a sua divisão em municípios, reger-se-á por lei orgânica. 
Embora a CF/88 não tenha incluído o DF no art. 125, § 2.º, que atribui competência aos TJs dos Estados para instruir a representação de inconstitucionalidade em face das Constituições Estaduais, a lei orgânica do DF apresenta natureza de verdadeira Constituição local, ante a autonomia política, administrativa e financeira que a CF confere a este ente federado. 
Em razão disso, o TJDF é competente para processar e julgar ADI de lei ou ato normativo distrital em face da Lei Orgânica Distrital. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Lei municipal em face da 
Lei Orgânica do Município
Não estamos diante de controle de constitucionalidade, mas de simples controle de legalidade, cujas regras deverão ser explicitamente previstas na Lei Orgânica de cada Município.
Recurso Extraordinário. 2. Controle concentrado de constitucionalidade de lei municipal em face da Lei Orgânica do Município. Inexistência de previsão constitucional. 3. Recurso não conhecido. (STF – Recurso Extraordinário – RE n. 175.087/SP – Relator(a):  Min. Néri da Silveira – Julgamento em  19/03/2002 – Órgão Julgador:  Segunda Turma – DJ 17-05-2002 PP-00073).
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Competência: 
O art. 102, I “a”, da CF/88 estabelece que compete ao STF, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe processar e julgar, originariamente, a ação direta de inconstitucionalidade (ADI) de lei ou ato normativo federal ou estadual. 
Lei ou ato normativo federal/estadual que contrariar a CF =» STF
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Legitimidade: art. 103, CF/88
Legitimadados neutros ou universais: art. 103, I, II, III, VI, VII, VIII =» aqueles cuja função institucional autoriza a defesa da Constituição em qualquer hipótese. 
Legitimados interessados ou especiais: art. 103, IV, V e IX =» devem demonstrar o interesse na propositura da ação relacionado à sua finalidade institucional. 
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Legitimados neutros ou universais
Presidente da República – pode questionar atos que tenham sido promulgados mediante a derrubada de seu veto (art. 66, §4º a 7º, CF). 
Mesmo quando o próprio Presidente tenha participado diretamente do processo de elaboração da lei, mediante iniciativa ou sanção, poderá ele suscitar o controle de constitucionalidade. Isso porque a constatação superveniente de que a lei é inconstitucional não pode inibir a atuação do Chefe do Executivo para a defesa da Constituição. 
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Legitimados neutros ou universais
Mesas da Câmara e do Senado podem questionar qualquer ato normativo passível de controle por via principal, inclusive os seus próprios atos e aqueles que podem ser sustados por deliberação exclusiva do Congresso Nacional. 
Obs.: A Mesa do Congresso Nacional não está inserida no rol de legitimados ativos.
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Legitimados neutros ou universais
Procurador-Geral da República possui juízo discricionário para propor ou não ação direta. 
Deve, todavia, manifestar-se em todas as ações de inconstitucionalidade (seja ou não o autor do pedido) e demais processos de competência do STF. (art. 8º da Lei 9868/99). 
Art. 103 § 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.
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Legitimados neutros ou universais
Conselho Federal da OAB: em virtude do tratamento especial recebido, à OAB não são aplicáveis as restrições de outras entidades de classe, como a necessidade de pertinência temática para a propositura da ação. 
Nesse sentido, afirma Moreira Alves que “em se tratando do Conselho Federal da OAB, sua colocação no elenco que se encontra no mencionado artigo, e que a distingue das demais entidades de classe de âmbito nacional, deve ser interpretada como feita para lhe permitir, na defesa da ordem jurídica com o primado da Constituição Federal, a propositura da ação direta de inconstitucionalidade contra qualquer ato normativo que possa ser objeto dessa ação; independente do requisito de pertinência temática entre seu conteúdo e o interesse dos advogados como tais de que a Ordem é entidade de classe”. (ADIn 3-DF, RTJ 142:383, 1992)
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Legitimados neutros ou universais
Partido político também tem atuação irrestrita, nos termos da jurisprudência do STF.
Obs.: 
Não há que se falar em representação por advogado para os legitimados arrolados nos incisos I a VII do art. 103 da CF, tendo em vista que sua capacidade postulatória decorre diretamente do texto constitucional. 
Só cabe, portanto, exigência de advogado no caso de partido político com representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Exige-se procuração com poderes especiais para a propositura da ação e específicos para atacar a norma objeto da ação.
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LEGITIMIDADEPASSIVA: 
Órgãos ou autoridades responsáveis pela lei ou pelo ato normativo objeto da ação, aos quais caberá prestar informações ao relator do processo. 
Somente atos emanados do Poder Público são passíveis de controle abstrato, portanto, somente órgãos públicos poderão ser demandados nessa ação. 
Pessoas privadas jamais poderão figurar como parte passiva. 
A defesa da norma impugnada, seja estadual ou federal, caberá ao Advogado Geral da União, como curador da presunção de constitucionalidade dos atos emanados do Poder Público. 
Nos termos do art. 103, §3º da CF: Art. 103 [...] § 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. ADI 3916
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
PROCESSO E JULGAMENTO
Procedimento previsto na Lei n.º 9868/99
Art. 3.º: “A petição inicial indicará: I – o dispositivo da lei ou ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações; II – o pedido, com suas especificações”. 
Embora o autor tenha que apresentar os fundamentos jurídicos do pedido a respeito da inconstitucionalidade do ato normativo impugnado, não estará o STF vinculado a tais fundamentos, podendo decidir por razões diversas da petição inicial. 
Art. 4.º: “A petição inicial inepta, não fundamentada e manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator”. 
Parágrafo único: “Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial”
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Procedimento previsto na Lei n.º 9868/99
Processo objetivo =» não é admitida a desistência do autor. 
“A legislação brasileira não admite desistência de ação direta de inconstitucionalidade (art. 5º da Lei n. 9.868/99). Princípio da Indisponibilidade.” ADI 4125/TO. Rel. Min. Cármen Lúcia. DJe- 15-02-2011. No mesmo sentido, ADI 1971-6/SP, Rel. Min. Celso de Mello.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Procedimento previsto na Lei n.º 9868/99
Art. 7.º: “Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade”.
	§2.º: “O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir (…) a manifestação de outros órgãos ou entidades”. 
A intervenção de terceiros no processo da ação direta de inconstitucionalidade é regra excepcional prevista no art. 7º, § 2º, da Lei 9.868/1999, que visa a permitir ‘que terceiros — desde que investidos de representatividade adequada — possam ser admitidos na relação processual, para efeito de manifestação sobre a questão de direito subjacente à própria controvérsia constitucional. A admissão de terceiro, na condição de amicus curiae, no processo objetivo de controle normativo abstrato, qualifica-se como fator de legitimação social das decisões da Suprema Corte, enquanto Tribunal Constitucional, pois viabiliza, em obséquio ao postulado democrático, a abertura do processo de fiscalização concentrada de constitucionalidade, em ordem a permitir que nele se realize, sempre sob uma perspectiva eminentemente pluralística, a possibilidade de participação formal de entidades e de instituições que efetivamente representem os interesses gerais da coletividade ou que expressem os valores essenciais e relevantes de grupos, classes ou estratos sociais. Em suma: a regra inscrita no art. 7º, § 2º, da Lei n. 9.868/99 — que contém a base normativa legitimadora da intervenção processual do amicus curiae — tem por precípua finalidade pluralizar o debate constitucional.’ (ADI 2.130-MC, rel. min. Celso de Mello, DJ 2-2-2001). Vê-se, portanto, que a admissão de terceiros na qualidade de amicus curiae traz ínsita a necessidade de que o interessado pluralize o debate constitucional, apresentando informações, documentos ou quaisquer elementos importantes para o julgamento da ação direta de inconstitucionalidade. (ADI 3.921, Rel. Min. Joaquim Barbosa, decisão monocrática, (ADI 3.921, Rel. Min. Joaquim Barbosa, decisão monocrática, julgamento em 24-10- 07, DJ de 31-10-07, in www.stf.gov.br)
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Procedimento previsto na Lei n.º 9868/99
Art. 8º: “Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias”. 
Art. 103, § 3.º, CF/88: “Quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. 
ADI 1616: O STF entendeu que o AGU poderia deixar de defender o ato impugnado caso houvesse decisão da Corte em sentido contrário ao disposto na norma questionada. O Advogado-Geral da União não se encontra, em princípio, obrigado a opinar favoravelmente à constitucionalidade questionada quando entender que o ato realmente ofende norma inscrita na Carta Magna. Caso contrário, estaria afrontando sua consciência jurídica e, sobretudo, a própria Constituição.
ADI 3916: O STF, aprofundando as discussões, entendeu que caso haja decisão anterior da Corte pela inconstitucionalidade da matéria, ou se a defesa da lei acabar violando a Constituição, parece razoável a interpretação do STF no sentido de ter o AGU o direito de manifestação, não tendo que passar pelo constrangimento de defender o ato normativo contrário à Constituição.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Princípio da parcelaridade: o STF pode julgar parcialmente procedente o pedido de declaração de inconstitucionalidade, expurgando do texto legal apenas uma palavra ou uma expressão. 
Obs.: diferentemente ocorre no veto presidencial (controle de constitucionalidade prévio ou preventivo realizado pelo executivo), que só poderá fazê-lo integralmente (veto de todo o projeto de lei) ou parcialmente (texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea – art. 66, §§ 2.º, CF/88). 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto
O STF pode declarar que a mácula da inconstitucionalidade reside em dado sentido interpretativo. 
Neste caso, o STF indica qual seria a interpretação conforme (aquela que se coaduna com o sentido da Constituição), pela qual não se configura a inconstitucionalidade. 
Obs.: a interpretação conforme só será admitida quando existir um espaço para a decisão do Judiciário, deixado pelo Legislativo. A interpretação não cabe quando o sentido da norma é unívoco.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Efeitos das decisões no âmbito do controle concentrado-abstrato de constitucionalidade:
	1) Quanto ao aspecto subjetivo (quem é atingido pela decisão?):
	a) Eficácia contra todos (erga omnes);
	b) Efeito vinculante.
	2) Quanto ao aspecto objetivo (que partes da decisão produzem eficácia erga omnes e efeito vinculante?):
	a) Teoria restritiva – somente o dispositivo da decisão produz efeito vinculante. Os motivos invocados na decisão (fundamentação) não são vinculantes;
	b) Teoria extensiva – além do dispositivo, os motivos determinantes (ratio decidendi) da decisão também são vinculantes. Admite-se a transcendência dos motivos que embasaram a decisão.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Com base na teoria da transcendência dos motivos determinantes, havendo, por exemplo, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei de determinado Estado, a fundamentação utilizada nessa ação como razão de decidir (ratio decidendi) teria eficácia vinculante erga omnes (contra todos) e atingiria todas as leis materialmente iguais de outros Estados, sem a necessidade de se propor novas ações diretas.
Art. 927.  Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade =» Essa previsão, segunda a doutrina que defende a incidência dessa teoria, possibilitaria ou reforçaria a sua aplicação,devendo ser lido que os Juízes não se delimitariam apenas ao dispositivo das decisões, mas aos argumentos trazidos nas decisões pelo STF.
Art. 988, CPC/2015.  Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para: III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; § 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam =» Percebam que o art. 988 do CPC prevê como hipótese de cabimento de reclamação constitucional a garantia da observância de tese jurídica fixada em decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade.
O STF NÃO admite a ‘teoria da transcendência dos motivos determinantes’.” (STF. 2ª Turma. Rcl 22012/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 12/9/2017 – Info 887).
Questão ainda controvertida…
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Inconstitucionalidade por arrastamento: existem duas situações em que tal fenômeno poderia, em princípio, ser visto: 
A pessoa ou órgão legitimado (art. 103, CF) para propor ADI solicita, na petição inicial, que seja analisada a inconstitucionalidade de determinados dispositivos legais; no acórdão, se procedente a ADI, o STF declara a inconstitucionalidade desses dispositivos e, também, a inconstitucionalidade de outros dispositivos, os quais não foram questionados na petição inicial, mas cuja permanência tornar-se-ia inócua em virtude de sua eficácia depender diretamente da eficácia daqueles dispositivos então invalidados.
propõe-se uma ADI para a análise da inconstitucionalidade de determinada lei que seja regulamentada por decreto (art. 84, IV, CF); no acórdão, se procedente a ADI, o STF declara a inconstitucionalidade da lei e, também, do respectivo decreto regulamentar, cuja permanência tornar-se-ia juridicamente inútil em virtude de depender da validade da lei para produzir efeitos.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (Genérica)
Inconstitucionalidade por arrastamento:
EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta. Lei nº 2.749, de 23 de junho de 1997, do Estado do Rio de Janeiro, e Decreto Regulamentar nº 23.591, de 13 de outubro de 1997. Revista íntima em funcionários de estabelecimentos industriais, comerciais e de serviços com sede ou filiais no Estado. Proibição. Matéria concernente a relações de trabalho. Usurpação de competência privativa da União. Ofensa aos arts.  21, XXIV, e 22, I, da CF. Vício formal caracterizado. Ação julgada procedente. Inconstitucionalidade por arrastamento, ou conseqüência lógico-jurídica, do decreto regulamentar. É inconstitucional norma do Estado ou do Distrito Federal que disponha sobre proibição de revista íntima em empregados de estabelecimentos situados no respectivo território”. (ADI 2947, Relator (a): Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Tribunal Pleno, julgado em 05/05/2010, DJe-168 DIVULG 09-09-2010 PUBLIC 10-09-2010 EMENT VOL-02414-02 PP-00244 RT v. 99, n. 902, 2010, p. 128-131)
Ação Direta de Inconstitucionalidade vs.
 Ação Declaratória de Constitucionalidade
Há de se distinguir a ação direta de inconstitucionalidade da ação declaratória de constitucionalidade. 
São irmãs, cujo alcance é chegar-se à conclusão quer sobre o vício, quer sobre a harmonia do texto em questão com a Carta da República.
O que as difere é o pedido formulado: 
	a) na ação direta de inconstitucionalidade, requer-se o reconhecimento do conflito do ato atacado com a Constituição Federal; 
	b) na declaratória de constitucionalidade, busca-se ver proclamada a harmonia.
São ações dúplices ou ambivalentes: a improcedência de uma implica na procedência da outra. 
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Previsão constitucional: art. 102, I, “a”; art. 102, §2.º
Legitimidade: art. 103, caput, CF/88
Tem por objetivo declarar a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal (somente lei ou ato normativo federal, diferentemente do que ocorre com a ADI genérica). 
	Obs.: O ato normativo pressupõe grau de generalidade, autonomia e abstração.
As leis e atos normativos possuem uma presunção relativa (juris tantum) de constitucionalidade; julgada procedente a ADC, tal presunção torna-se absoluta (jure et jure). 
Obs: 
A decisão do STF, em sede de ADC, vincula os órgãos do Poder Judiciário e a Administração Pública, que não mais poderão declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo que esteve em causa. 
O STF poderá mudar a sua decisão, alterando a interpretação dada à lei ou ato normativo; ou seja, a lei ou ato normativo declarado constitucional, pode ser novamente objeto de controle de constitucionalidade, mas só pelo STF!.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Cabe ADC estadual, tendo como parâmetro a Constituição estadual, julgada pelo TJ local contra lei estadual ou municipal? 
José Afonso da Silva: Não trata do tema, dando a entender que não caberia. Não há previsão da Constituição federal e nem na EC 03/93.
Nagib Slaibi, Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Maronini. Ingo, Mitidiero e posição majoritária: Sim, autonomia do Estado-membro e capacidade de autoorganização (art.26) e competência legislativa supletiva (art. 24, XI) e representação de inconstitucionalidade (art. 125°e 2º) . Basta previsão na Constituição Estadual.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Gilmar Ferreira Mendes: “Ora, tendo a Constituição de 1988 autorizado o constituinte estadual a criar a representação de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal em face da Carta Magna estadual (CF, art. 125, § 2º) e restando evidente que tanto a representação de inconstitucionalidade, (...) quanto a ação declaratória de constitucionalidade, (...) possuem caráter dúplice ou ambivalente, parece legítimo concluir que, independentemente de qualquer autorização expressa do legislador constituinte federal, estão os Estados-membros legitimados a instituir a ação declaratória de constitucionalidade” (MENDES. Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade: estudos de direito constitucional.2004, p. 367).
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Lei nº 11.697, de 13 de junho de 2008 (Lei de Organização Judiciária do Distrito Federal e dos Territórios)
Art. 8.º - Compete ao Tribunal de Justiça:
	I - processar e julgar originariamente:
	o) a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo do Distrito Federal em face de sua Lei Orgânica;
	§1.º O procedimento da reclamação das ações direta de inconstitucionalidade e declaratória de constitucionalidade será regulado pelo Regimento Interno.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99
Art. 14. A petição inicial indicará:
	I - o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido.
	II - o pedido, com suas especificações.
	III - a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória. 
É necessário, para o conhecimento e análise do mérito, a demonstração da controvérsia judicial que põe em risco à presunção de constitucionalidade do ato normativo sob exame, permitindo que o STF tome conhecimento das alegações a favor da constitucionalidade e contra ela, e do modo como estão sendo decididas num e noutro sentido. 
Obs.: Esta comprovação é imprescindível pois constitui elemento fundamental para que a ação possa ser recebida e conhecida. Sem ela a petição é inepta, por carecer de elemento essencial legalmente exigido. Assim sendo, o autor deve anexar decisões que, contraditórias ou divergentes, provoquem insegurança de modo a determinar a apreciação do caso, em sede de ação declaratória.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 – Petição inicial 
"O ajuizamento da ação declaratória de constitucionalidade, que faz instaurar processo objetivo de controle normativo abstrato, supõe a existência de efetiva controvérsia judicial em torno da legitimidadeconstitucional de determinada lei ou ato normativo federal. Sem a observância desse pressuposto de admissibilidade, torna-se inviável a instauração do processo de fiscalização normativa in abstracto, pois a inexistência de pronunciamentos judiciais antagônicos culminaria por converter, a ação declaratória de constitucionalidade, em um inadmissível instrumento de consulta sobre a validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal, descaracterizando, por completo, a própria natureza jurisdicional que qualifica a atividade desenvolvida pelo Supremo Tribunal Federal. O Supremo Tribunal Federal firmou orientação que exige a comprovação liminar, pelo autor da ação declaratória de constitucionalidade, da ocorrência, 'em proporções relevantes', de dissídio judicial, cuja existência -- precisamente em função do antagonismo interpretativo que dele resulta -- faça instaurar, ante a elevada incidência de decisões que consagram teses conflitantes, verdadeiro estado de insegurança jurídica, capaz de gerar um cenário de perplexidade social e de provocar grave incerteza quanto à validade constitucional de determinada lei ou ato normativo federal." (ADC 8-MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 13-10-1999, Plenário, DJ de 4-4- 2003.) No mesmo sentido: ADC 1, rel. min. Moreira Alves, julgamento em 1º-12-1993, Plenário, DJ de 16-6-1995.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Não cabe por mera controvérsia doutrinária; 
Não cabe ADC contra lei ou ato normativo estadual ou municipal (perante o STF); 
Não cabe contra normas anteriores à Constituição. É caso de recepção/revogação e não de inconstitucionalidade; 
Não cabe contra atos de efeitos concretos (ou seja, que possui um destinatário específico e se refere a uma situação concreta e individualizada; é preciso que o ato normativo possua os atributos da generalidade e abstração ); 
Não cabe contra projeto de lei; 
Não cabe contra súmula ou súmula vinculante. 
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 – Petição inicial 
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator. 
"Trata-se de ação declaratória de constitucionalidade ajuizada pela (...), `entidade civil sem fins lucrativos, de âmbito nacional'. Afirma, a autora, que cabe `ao Supremo Tribunal Federal o dever e a obrigação de declarar a constitucionalidade ou não do Artigo 5º. Parágrafo LXXVIICF' (...). (...) Esse o relatório, passo a decidir. Fazendo-o, avanço, sem demora, para assentar que a alínea "a' do inciso I do art. 102 da Constituição Federal institui a ação declaratória de constitucionalidade, tão somente, de `lei ou ato normativo federal'. Portanto, não se presta à declaração de constitucionalidade de dispositivo da própria constituição, em sua redação originária. Isso posto, indefiro liminarmente a petição inicial, o que faço com fundamento no art. 15 da Lei n° 9.868/1999." (ADC 22, rel. min. Carlos Britto, decisão monocrática, julgamento em 4-8-2009, DJE de 13-8-2009.)
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 – Petição inicial 
Art. 15. A petição inicial inepta, não fundamentada e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator.
	Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.
	
	Por força da regra explícita do art. 1070 e da previsão geral fixada no art. 1003, § 5.º, o prazo para a interposição desse recurso é de 15 dias úteis. 
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 – Petição inicial 
Art. 16. Proposta a ação declaratória, não se admitirá desistência. 
RISTF, art. 169, § 1º: Proposta a representação, não se admitirá desistência, ainda que ao final o Procurador-Geral se manifeste pela sua improcedência.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 
Art. 18. Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação declaratória de constitucionalidade. 
	"Não há razão lógico-jurídica plausível para afastar a aplicação da regra prevista no § 2º do art. 7º da Lei n. 9.868/99, específico das ações diretas de inconstitucionalidade, às ações declaratórias de constitucionalidade. Nesse sentido, este Supremo Tribunal Federal já admitiu o ingresso e a sustentação oral de amicus curiae em ação declaratória de constitucionalidade, atendidos os requisitos constantes do § 2º do art. 7º referido (ADC n. 12, j. 20-8-08, rel. min. Carlos Britto, DJe 17-12-09)." (ADC 24, rel. min. Cármen Lúcia, decisão monocrática, julgamento em 17-3-2010, DJE de 24-3-2010.)
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 
Art. 19. Decorrido o prazo do artigo anterior, será aberta vista ao Procurador Geral da República, que deverá pronunciar-se no prazo de quinze dias. 
RISTF, art. 171: Recebidas as informações, será aberta vista ao Procurador-Geral, pelo prazo de quinze dias, para emitir parecer. 
Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 
RISTF, art. 172: Decorrido o prazo do artigo anterior, ou dispensadas as informações em razão da urgência, o Relator, lançado o relatório, do qual a Secretaria remeterá cópia a todos os Ministros, pedirá dia para julgamento. 
As regras sobre votação e quorum são as mesmas expostas na ADI genérica: desde que presente o quorum para instalação da sessão de julgamento de 8 Ministros, a declaração de constitucionalidade dar-se-á pelo quorum da maioria absoluta dos 11 Ministros do STF, isto é, pelo menos 6 deverão posicionar-se favoráveis à procedência da ação. 
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 
Art. 20. Vencido o prazo do artigo anterior, o relator lançará o relatório, com cópia a todos os Ministros, e pedirá dia para julgamento. 
	
	§ 1º Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.
	§ 2º O relator poderá solicitar, ainda, informações aos Tribunais Superiores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma questionada no âmbito de sua jurisdição. 
	§ 3º As informações, perícias e audiências a que se referem os parágrafos anteriores serão realizadas no prazo de trinta dias, contado da solicitação do relator.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 
Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na determinação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo. 
"No quadro de evolução da nossa jurisdição constitucional, parece difícil aceitar o efeito vinculante em relação à cautelar na ação declaratória de constitucionalidade e deixar de admiti-lo em relação à liminar na ação direta de inconstitucionalidade. Na primeira hipótese, tal como resulta do art. 21 da Lei n. 9.868, de 1999, tem-se a suspensão do julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou ato normativo objeto da ação declaratória até seu término; na segunda, tem-se a suspensão de vigência da lei questionada na ação direta e, por isso, do julgamento de todos os processos que envolvam a aplicação da lei discutida. Assim, o sobrestamento dos processos, ou pelo menos das decisões ou julgamentos que envolvam a aplicação da lei que teve a sua vigência suspensa em sede de ação direta de inconstitucionalidade, haverá de ser uma das conseqüências inevitáveis da liminar em ação direta. Em outras palavras, a suspensão cautelarda norma afeta sua vigência provisória, o que impede que os tribunais, a administração e outros órgãos estatais apliquem a disposição que restou suspensa." (Rcl 2.256, voto do rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 11-9- 2003, DJ de 30-4-2004.)
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Procedimento: Lei n.º 9.868/99 
Art. 21. Parágrafo único. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo o Tribunal proceder ao julgamento da ação no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de perda de sua eficácia.
Deferida a medida cautelar, o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ADC fica suspenso. Essa suspensão perdura apenas por 180 dias, contados da publicação da parte dispositiva da decisão no DOU. Findo esse prazo, sem julgamento, cessará a eficácia da medida cautelar. 
Ação Declaratória de Constitucionalidade
Efeitos da decisão: 
erga omnes (eficácia contra todos);
ex tunc; 
vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Previsão constitucional: art. 103, § 3.º, CF/88
Lei 12.063/99: acrescenta à Lei no 9.868/99 o Capítulo II-A, que estabelece a disciplina processual da ADO. 
Busca-se com a ADO combater uma “doença”, chamada pela doutrina de “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”.
"Se o Estado deixar de adotar as medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição, em ordem a torná-los efetivos, operantes e exequíveis, abstendo-se, em consequência, de cumprir o dever de prestação que a Constituição lhe impôs, incidirá em violação negativa do texto constitucional. Desse non facere ou non praestare, resultará a inconstitucionalidade por omissão, que pode ser total, quando nenhuma providência é adotada, ou parcial, quando é insuficiente a medida efetivada pelo Poder Público." (ADI 1.458- MC, rel. min. Celso de Mello, julgamento em 23-5-1996, Plenário, DJ de 20-9-1996.)
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Omissões normativas
Total 
(ou Absoluta)
Parcial
Omissões normativas Parciais
Parcial propriamente dita
Parcial relativa
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Na omissão total, o dever de legislar não foi cumprido, ou seja, não foi elaborada a lei necessária para regulamentar dispositivo constitucional e permitir a prática do direito nele garantido. Como exemplo, temos o direito de greve dos servidores públicos, garantido pelo art. 37, VII, da Constituição. Até hoje a lei para regulamentar esse direito não foi elaborada pelo poder legislativo.
A omissão parcial ocorre quando a lei infraconstitucional integrativa foi elaborada, mas de forma insuficiente. Esse tipo de omissão pode ser subdividida em parcial propriamente dita e parcial relativa. 
Na omissão parcial propriamente dita, a lei existe, mas regula de forma incompleta o direito. É o exemplo da lei que define o valor do salário mínimo, insuficiente para suprir as garantias relacionadas no art. 7º, IV, da Constituição.
Já na omissão relativa, a lei integrativa existe, porém só garante o benefício do direito a uma determinada categoria, em detrimento de outras. Tal omissão fere o princípio da isonomia. Destaque, no entanto, para a Súmula Vinculante nº 37/2014 do STF, que determina que não cabe ao judiciário determinar o aumento de vencimentos de servidores públicos com base em isonomia de funções.
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
O art. 103, § 3.º, CF/88 determina que, declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. 
Obs.: fala-se em omissão de cunho normativo, que é mais ampla que a omissão de cunho legislativo. Assim, engloba atos gerais, abstratos e obrigatórios de outros Poderes e não apenas daquele ao qual cabe, precipuamente, a criação do direito positivo. A omissão então pode ser do Poder Legislativo, do Poder Executivo (atos secundários de caráter geral, como regulamentos, instruções, resoluções etc.), ou do próprio judiciário (p. ex. a omissão em regulamentar algum aspecto processual em seu Regimento Interno). 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Obs.: O que se busca é tornar efetiva norma constitucional destituída de efetividade, ou seja, somente as normas constitucionais de eficácia limitada.
Normas constitucionais de eficácia limitada são aquelas normas que, de imediato, no momento em que a Constituição é promulgada, ou entra em vigor, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional, ou até mesmo de uma integração por meio de emenda constitucional. 
As normas constitucionais de eficácia limitada produzem um mínimo efeito, ou, ao menos, o efeito de vincular o legislador infraconstitucional aos seus vetores. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão x 
Mandado de Injunção
Tanto a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão quanto o Mandado de Injunção são instrumentos jurídicos previstos na Constituição Federal de 1988 com o objetivo de questionar a omissão atribuída ao Poder Público. Ambas as ações visam garantir efetividade a normas constitucionais que necessitam de regulamentação.
O mandado de injunção pode ser utilizado por qualquer pessoa ou entidade que venha a se sentir prejudicado por omissões na legislação que inviabilizem o exercício dos direitos e das liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania (artigo 5°, LXXI, da CF/88). 
Entre os temas já julgados em mandados de injunção pelo STF estão o direito de greve de servidores públicos (MIs 670, 708 e 712) e a aposentadoria especial no serviço público. Os vários casos relativos a esse tema levaram o STF a editar a Súmula Vinculante 33, que determina a aplicação aos servidores públicos, no que couber, das regras do regime geral da previdência social sobre a matéria até a edição de lei complementar específica.
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão x 
Mandado de Injunção
A ADO visa tornar efetiva uma norma constitucional e dar ciência ao Poder competente para adoção das providências necessárias. 
Os legitimados para ajuizar ADO são os mesmos autorizados a apresentar ADI. 
Entre os temas já analisados pelo STF em ADOs estão os repasses a Estados por desoneração de exportações (ADO 25, na qual o Plenário fixou prazo de 12 meses para que o Congresso Nacional editasse lei complementar regulamentando a matéria) e os critérios de distribuição do FPE – Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (ADO 23). Nesse caso, foi concedida liminar pela Presidência da Corte para determinar que as regras de distribuição do FPE, declaradas inconstitucionais pelo STF, continuassem em vigor por mais 150 dias, em caráter emergencial. Posteriormente, a ação foi extinta depois que foi publicada nova lei dispondo sobre os novos critérios de rateio.
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Competência: STF (art. 103, § 2.º, c/c art. 102, I “a”)
Legitimidade: os mesmos da ADI genérica (art. 103)
Procedimento: nos termos do art. 12-B da Lei 9.868/99, a petição inicial deve indicar: 
a omissão constitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; 
o pedido, com suas especificações. 
Obs.: A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão liminarmente indeferidas pelo relator, cabendo agravo da referida decisão (prazo de 15 dias úteis). 
Obs.: Proposta a ação, não se admitirá desistência. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Procedimento – Lei n.º 9868/99: 
Os legitimadosconstantes do art. 103 da CF/88 poderão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo das informações, bem como apresentar memorais. 
O art. 8.º, da Lei n. 9.868/99, estabelece que, decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 15 dias, não se estabelecendo, na lei, o conteúdo dessa manifestação.
Medida cautelar: art. 12-F da Lei 9.868/99 – em caso de excepcional urgência e relevância da matéria, o STF, por decisão da maioria absoluta de seus membros, observado o disposto no art. 22 (quorum de instalação da sessão de julgamento com no mínimo 8 Ministros), poderá conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional, que deverão pronunciar-se no prazo de 5 dias. 
Exemplo: ADO 24-MC que fixou o prazo de 120 dias para que o Congresso Nacional editasse a lei prevista no art. 27 da EC n.º 19/98 – lei de defesa do usuário de serviços públicos. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Efeitos: declarada a inconstitucionalidade, pode o STF elaborar lei para suprir a omissão? 
Em respeito ao princípio da separação dos Poderes, não é permitido ao Judiciário legislar (salvo nas hipóteses constitucionalmente previstas, como a elaboração do seu Regimento Interno).
O art. 103, § 2.º c/c o art. 12-H, §1.º, da Lei 9.868/99, estabelece efeitos diversos para o poder competente e para o órgão administrativo: 
poder competente: será dada ciência ao poder competente, não tendo sido fixado qualquer prazo para a adoção das providências necessárias. 
órgão administrativo: deverá suprir a omissão da medida no prazo de 30 dias, sob pena de responsabilidade, ou, na dicção do artigo 12-H, § 1.º, da Lei 9.868/99, em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
O art. 103, § 2º, CF/88 poderia ser interpretado de duas maneiras:
ou o prazo foi estabelecido apenas para o órgão administrativo, não podendo o STF fixar prazo para o Legislativo ou outro Poder omisso;
ou o prazo pode ser fixado pelo Judiciário tanto para o órgão administrativo como para o Legislativo ou outro órgão omisso. Porém, se estabelecido para o órgão administrativo, deverá ser dentro de 30 dias e, agora, nos termos do art. 12-H, § 1.º da Lei n.º 9.868/99, em prazo razoável a ser estipulado excepcionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstâncias específicas do caso e o interesse público envolvido. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
	ADO 26: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu parcialmente da ação direta de inconstitucionalidade por omissão. Por maioria e nessa extensão, julgou-a procedente, com eficácia geral e efeito vinculante, para: a) reconhecer o estado de mora inconstitucional do Congresso Nacional na implementação da prestação legislativa destinada a cumprir o mandado de incriminação a que se referem os incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição, para efeito de proteção penal aos integrantes do grupo LGBT; b) declarar, em consequência, a existência de omissão normativa inconstitucional do Poder Legislativo da União; c) cientificar o Congresso Nacional, para os fins e efeitos a que se refere o art. 103, § 2º, da Constituição c/c o art. 12-H, caput, da Lei nº 9.868/99; d) dar interpretação conforme à Constituição, em face dos mandados constitucionais de incriminação inscritos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Carta Política, para enquadrar a homofobia e a transfobia, qualquer que seja a forma de sua manifestação, nos diversos tipos penais definidos na Lei nº 7.716/89, até que sobrevenha legislação autônoma, editada pelo Congresso Nacional, seja por considerar-se, nos termos deste voto, que as práticas homotransfóbicas qualificam-se como espécies do gênero racismo, na dimensão de racismo social consagrada pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento plenário do HC 82.424/RS (caso Ellwanger), na medida em que tais condutas importam em atos de segregação que inferiorizam membros integrantes do grupo LGBT, em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, seja, ainda, porque tais comportamentos de homotransfobia ajustam-se ao conceito de atos de discriminação e de ofensa a direitos e liberdades fundamentais daqueles que compõem o grupo vulnerável em questão; e e) declarar que os efeitos da interpretação conforme a que se refere a alínea “d” somente se aplicarão a partir da data em que se concluir o presente julgamento, nos termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli (Presidente), que julgavam parcialmente procedente a ação, e o Ministro Marco Aurélio, que a julgava improcedente. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
	 ADO 26: Decisão (continuação): Em seguida, por maioria, fixou-se a seguinte tese: 1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei nº 7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”); 2. A repressão penal à prática da homotransfobia não alcança nem restringe ou limita o exercício da liberdade religiosa, qualquer que seja a denominação confessional professada, a cujos fiéis e ministros (sacerdotes, pastores, rabinos, mulás ou clérigos muçulmanos e líderes ou celebrantes das religiões afro-brasileiras, entre outros) é assegurado o direito de pregar e de divulgar, livremente, pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, o seu pensamento e de externar suas convicções de acordo com o que se contiver em seus livros e códigos sagrados, bem assim o de ensinar segundo sua orientação doutrinária e/ou teológica, podendo buscar e conquistar prosélitos e praticar os atos de culto e respectiva liturgia, independentemente do espaço, público ou privado, de sua atuação individual ou coletiva, desde que tais manifestações não configurem discurso de ódio, assim entendidas aquelas exteriorizações que incitem a discriminação, a hostilidade ou a violência contra pessoas em razão de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero; 3. O conceito de racismo, compreendido em sua dimensão social, projeta-se para além de aspectos estritamente biológicos ou fenotípicos, pois resulta, enquanto manifestação de poder, de uma construção de índole histórico-cultural motivada pelo objetivo de justificar a desigualdade e destinada ao controle ideológico, à dominação política, à subjugação social e à negação da alteridade, da dignidade e da humanidade daqueles que, por integrarem grupo vulnerável (LGBTI+) e por não pertencerem ao estamento que detém posição de hegemonia em uma dada estrutura social, são considerados estranhos e diferentes, degradados à condição de marginais do ordenamento jurídico, expostos, em consequência de odiosa inferiorização e de perversa estigmatização, a uma injusta e lesiva situação de exclusão do sistema geral de proteção do direito, vencido o Ministro Marco Aurélio, que não subscreveu a tese proposta. Não participaram, justificadamente, da fixação da tese, os Ministros Roberto Barroso e Alexandre de Moraes. Plenário, 13.06.2019.
A manifestação da AGU no controle concentrado
Com a promulgação da Constituição de 1988, a AGU passou a ser a instituição que, diretamente ou por meio deórgão vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar (LC n.º 73/93), as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo (art. 131, caput), representação esta que se implementa não apenas no plano interno mas, também, no internacional, como, por exemplo, nos processos em que o Brasil é parte perante a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Dentre tantas atribuições, o art. 103, § 3.º, CF/88, estabelece que quando o STF apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. A grande questão que se coloca é se, de fato, o AGU tem o dever de "defender" o texto impugnado, ou se haveria alguma flexibilidade na literalidade da norma.
A manifestação da AGU no controle concentrado
No julgamento da ADI 72 (j. 22.03.90), o STF posicionou-se, em um primeiro momento, como sendo obrigatória a defesa da lei por parte do AGU. 
"EMENTA: Ação Direta de Inconstitucionalidade. Advogado-Geral da União: Indeclinabilidade da defesa da lei ou ato normativo impugnado (cf., art. 103, par. 3.). Erigido curador da presunção da constitucionalidade da lei, ao Advogado-Geral da União, ou quem lhe faça as vezes, não cabe admitir a invalidez da norma impugnada, incumbindo-lhe sim, para satisfazer requisitos de validade do processo da ação direta, promover-lhe a defesa, veiculando os argumentos disponíveis".
A manifestação da AGU no controle concentrado
Em um segundo momento, no julgamento da ADI 1616 (j. 24.05.2001), o STF permitiu que o AGU deixe de defender o texto impugnado se já houver manifestação do STF:
"EMENTA: (...) 4. O munus a que se refere o imperativo constitucional (CF, artigo 103, § 3.º) deve ser entendido com temperamentos. O Advogado-Geral da União não está obrigado a defender tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua inconstitucionalidade (...)".
A manifestação da AGU no controle concentrado
No julgamento da ADI 3916 (j. 03.02.2010), a matéria veio a ser rediscutida. O Tribunal, por maioria, rejeitou a questão de ordem no sentido de suspender o julgamento para determinar ao Advogado-Geral da União que necessariamente apresentasse defesa da lei impugnada, nos termos do art. 103, § 3.º, da CF/88.
Com base na interpretação sistemática, o STF entendeu que o AGU tem o direito de manifestação, não necessariamente a favor da lei, mas na defesa da Constituição e, assim, dos interesses da União (art. 131).
Ademais, uma questão prática pesou para esse entendimento, qual seja, a inexistência de sanção prevista na Constituição em caso de não ser defendida a lei, inclusive de caráter processual, já que, mesmo que o AGU não se manifeste a favor da lei, essa sua atitude não acarretaria a nulidade processual ou o impedimento de julgamento da matéria.
O AGU tem a atribuição de exercer o papel de contraditor do processo objetivo, mas, em contrapartida, não se pode criar um constrangimento se a sua convicção jurídica for outra. Conforme o Min. Ayres Britto, "...a Advocacia-Geral da União defenderá o ato ou o texto impugnado quando possível, quando viável".
A manifestação da AGU no controle concentrado
A tese a favor da liberdade de atuação fica muito mais evidente quando se trata de vício formal de inconstitucionalidade, pois, nesse caso, não poderia o AGU funcionar como advogado de lei inconstitucional, já que, em essência, deve-se pautar pela defesa da Constituição.
Segundo a Min. Cármen Lúcia, a expressão "defesa" prevista no art. 103, § 3.º, deve ser interpretada como a manifestação na qual se apresentará a argumentação que lhe parecer mais adequada.
Nesse sentido, o art. 8.º, da Lei n. 9.868/99, estabelece que, decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de 15 dias, não se estabelecendo, na lei, o conteúdo dessa manifestação. 
Segundo o Min. Ayres Britto, "...não se pode constranger o Advogado-Geral da União a ponto de, para defender o ato atacado, agredir a própria Constituição; ou seja, ele sairá em defesa da lei menor e em combate da Lei Maior, porque há situações em que a inconstitucionalidade é patente, é evidente".
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 
Intervenção 
Conceito:
Intervenção é uma medida através da qual quebra-se excepcional e temporariamente a autonomia de determinado ente federativo, nas hipóteses taxativamente previstas na Constituição Federal.
Trata-se de mecanismo utilizado para assegurar a permanência do pacto federativo, ou seja, para impedir a tentativa de secessão (princípio da indissociabilidade do pacto federativo).
A intervenção é uma exceção, pois em regra todos os entes federativos são dotados de autonomia. “A organização político-administrativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição” (art. 18 da CF).
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 
Intervenção 
Intervenções:
Intervenção da União: nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios localizados em território federal.
Intervenção dos Estados: nos Municípios localizados nos seus territórios.
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 
Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal
	1. Conceito:
Processo através do qual a União quebra excepcional e temporariamente a autonomia dos Estados ou do Distrito Federal por descumprimento das regras localizadas no artigo 34 da Constituição Federal
2. Hipóteses de intervenção federal:
Rol taxativo
Para manter a integridade nacional (art. 34, I da CF).
Para repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra (art. 34, II da CF).
Para pôr termo a grave comprometimento da ordem pública (art. 34, III da CF).
Para garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação (art. 34, IV da CF).
Para reorganizar as funções da unidade da Federação que (art. 34, V da CF):
	Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de 2 anos consecutivos, salvo motivo de força maior.
Deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei.
Para prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial (art. 34, VI da CF).
Para assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais (art. 34, VII da CF):
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático (art. 34, VII, “a” da CF).
Direitos da pessoa humana (art. 34, VII, “b” da CF).
Autonomia municipal (art. 34, VII, “c” da CF).
Prestação de contas da administração pública, direta e indireta (art. 34, VII, “d” da CF).
Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde (art. 34, VII, “e” da CF).
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 
Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal
3. Espécies:
Intervenção espontânea: O Presidente da República decreta a intervenção federal de ofício.
Defesa da unidade nacional (art. 34, I e II da CF).
Defesa da ordem pública (art. 34, III da CF).
Defesa das finanças públicas (art. 34, V da CF).
Intervenção provocada: O Presidente da República depende da provocação de terceiros para decretar a intervenção federal.
Intervenção provocada por solicitação: Defesa dos Poderes Executivo ou Legislativo locais.
Se a coação recair sobre o Poder Legislativo ou Executivo, a decretação da intervenção federal pelo Presidente da República dependerá de solicitação do Poder Legislativo ou Executivo coacto ou impedido (art. 34, IV e art 36, I, 1ª parte da CF).
Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva 
Intervenção Federal nos Estados e no Distrito Federal
Intervenção provocada por requisição:
Requisição do STF: Se a coação recair sobre o Poder Judiciário,

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