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2019_1 FONTES, PRINCÍPIOS E RELAÇÕES DO DIREITO ELEITORAL COM OUTRAS CIÊNCIAS JURÍDICAS

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FONTES DO DIREITO ELEITORAL
A palavra fonte designa o local onde algo é produzido, indicando, portanto, sua procedência, sua origem. Na doutrina jurídica, expressa a origem ou o fundamento do direito.
Distinguem-se duas espécies de fontes: materiais (reais) e formais.
Fonte Material são múltiplos fatores que influenciam o legislador em seu trabalho de criar normas jurídicas. Tais fatores podem compreender diversas tendências psicológicas, fenômenos e dados presentes no ambiente social, envolvendo pesquisa de ordem histórica, econômica, religiosa, axiológica (Que designa ou possui caráter de um valor), moral, politica, psicológica, sociológica, entre outras.
Também não se podem ignorar os ajustes feitos no Parlamento, bem como a forte atuação de “grupos de pressão”, os famosos lobbys, a influenciar na definição do conteúdo da norma. 
Fontes Formais designam os “processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa”(REALE, 1994, p. 140). 
Em outras palavras, trata-se dos veículos ou meios em que os juízos jurídicos são fundamentados. 
As fontes do Direito Eleitoral estão classificadas em dois grandes grupos: fontes diretas ou primárias e indiretas ou secundarias.
Fontes diretas
São fontes diretas ou primárias do Direito Eleitoral, dentre outras:
a) A Constituição Federal: é a fonte suprema. O Direito Eleitoral, como todos os demais ramos da dogmática jurídica, tira seu fundamento de validade na CF promulgada em 1988. Na Constituição é que se encontram os princípios fundamentais do Direito Eleitoral, as prescrições atinentes a sistema de governo (art. 1º), nacionalidade (art.12), direitos políticos (art. 14), partidos políticos (art. 17), competência legislativa em matéria eleitoral (art. 22, inciso I), organização da Justiça Eleitoral (art. 118 ss), mas lei complementar federal poderá autorizar que estados legislem sobre questões especificas dessa matéria (art. 22, parágrafo único).
Tantas e tão relevantes são as normas eleitorais emanadas da Constituição que para se designá-las já se tem empregado a expressão Constituição Eleitoral.
b) O Código Eleitoral: (Lei 4.737/65) e leis posteriores que o alteraram. As normas desse diploma organizam o exercício de direitos políticos, definindo também a competência dos órgãos da Justiça Eleitoral. Apesar de ser, originariamente, lei ordinária, foi, recepcionado pela CF/88 como lei complementar, nos termos do art. 121, caput. Assim, em parte, o CE goza do status de lei complementar.
c) A Lei Orgânica dos Partidos Políticos – LOPP- (9.096/95) dispõe sobre partidos políticos.
d) A Lei das Inelegibilidades (LC nº64/90) institui inelegibilidades, nos termos do artigo 14, § 9°, da CF.
e) A Lei das Eleições (Lei nº9.504/97) Estabelece normas gerais para as eleições brasileiras. 
f) Resoluções do TSE de grande valia as Resoluções do TSE. O artigo 105 da Lei das Eleições fixa limites a serem observados nessa espécie normativa. As Resoluções pertinentes às eleições devem ser publicadas até o dia 5 de março do ano do pleito.
g) Consultas – quando respondida, a consulta dirigida a tribunal apresenta natureza peculiar. Embora não detenha natureza permanente jurisdicional, trata-se de “ato normativo em tese, sem efeitos concretos, por se tratar de orientação sem força executiva com referência a situação jurídica de qualquer pessoa em particular”.
h) Decisões da Justiça eleitoral, especialmente do TSE – porém, sem a nota de generalidade.
Fontes indiretas
São chamadas fontes indiretas ou subsidiarias porque podem ser aplicadas supletivamente ao Direito Eleitoral, podemos citar:
a) Código Penal; 
b) Código de Processo Penal;
c) Código Civil;
d) Código de Processo Civil;
e) Os estatutos dos partidos políticos;
RELAÇÃO COM OUTRAS DISCIPLINAS 
O despontar do Direito Eleitoral fê-lo polarizar várias atividades que se inseriram nos quadros dos outros departamentos jurídicos, desde que a matéria adquiriu singular conotação, compatível a essa esfera de atividade.
A Constituição Federal constitui fonte primária e referência primordial, pois dela emanam seus princípios fundamentais. Daí a relação umbilical do Direito Eleitoral com o Direito Constitucional.
Pretenderam alguns conferir ao Direito Eleitoral o atributo de Direito Político, com o qual se confundiria.
“O Direito Eleitoral é diferente do Direito Político. Enquanto o Direito Político cuida do direito da cidadania, da nacionalidade, o Direito Eleitoral é o direito do eleitor, o direito de quem, por meio do sufrágio, contribuiu para a organização do governo do Estado.” (Ivair Nogueira Itagiba)
É, portanto, o Direito Constitucional, por ser o Direito Político, exatamente o ponto de confluência entre a Ciência Jurídica e a Ciência Política. 
As relações do Direito Eleitoral se iniciam e se mantêm com o Direito Constitucional. Projetam-se às demais disciplinas jurídicas. 
Com o Direito Constitucional mantém relação muito próxima, tendo dele se apartado por exigência da própria Constituição. 
A CF se limitou a enumerar alguns casos de inelegibilidade: analfabetos, inalistáveis e parentes até o segundo grau do titular do Poder Executivo, no espaço territorial de sua atuação funcional. Atribui ainda à lei complementar, no momento a LC nº 64/90, o encargo de estabelecer as demais hipóteses (art. 14 § 9º da CF).
A Ação de Impugnação de Mandato Eletivo está prevista na própria Constituição, ficando assim patenteado o objetivo do constituinte em torná-la um instrumento processual de assepsia para o exercício do poder. Trata-se de um mecanismo de ativação da jurisdição para a exclusão daqueles que, por macularem o processo eletivo, se tornaram indignos para o exercício do mandato. 
Avultam-se os contatos com o Direito Financeiro e Tributário, como acontece na aplicação das normas de controle sobre finanças e contabilidade dos partidos, na distribuição e administração de multas e penalidades em dinheiro e na sua convergência para o fundo partidário.
Com o Direito Comercial/Empresarial o Direito Eleitoral extrai o conceito de controle de empresa ou grupo de empresas, processo de liquidação judicial ou extrajudicial. 
Mantém também com o Direito Comercial/Empresarial permuta de contribuição, ao dispor sobre propaganda eleitoral, cuidando de refrear a utilização do poder econômico, examinando o conteúdo dos contratos que possam celebrar com empresas de planejamento e propaganda das campanhas políticas, estendendo-se ainda esse controle pelos órgãos da Justiça Eleitoral sobre movimentação das contas bancárias de candidatos, coligações e partidos.
Com o Direito Civil ao tratar no Direito Eleitoral das relações de parentesco, casamento e união estável, como causas de inelegibilidade ou incompatibilidade eleitorais, conceitos de domicilio, pessoa (física e jurídica), patrimônio, bens, capacidade, responsabilidade, invalidade, decadência, direitos de personalidade, tanto quanto necessita de conceitos extraídos do Direito Civil no tocante a propriedade de modo a ser identificada como pública ou privada, rural ou urbana, para o fim de funcionamento de mesa recebedora de votos. 
Do Direito Administrativo é extraído o conceito de servidor público para fins de desincompatibilização. 
O conceito de autoridade, cargo, Administração Pública direta e indireta é também extraído do direito Administrativo.
Através do Direito Administrativo o Direito Eleitoral estabelece contornos para a configuração do abuso do poder político, do poder de autoridade ou desvio de finalidade, na ação administrativa objetivando captação de voto.
Existe uma vasta relação entre estes dois ramos do Direito, são exemplos ainda: a organização e distribuição do eleitorado por seções; nas suas transferências, na aplicação do poder de polícia para manutenção da ordem, na prevenção e apuração dos delitos; no controle dos partidos políticos; e na conceituação das entidades públicas e privadas que podem ocasionar impedimentose inelegibilidade, tanto quanto sobre as condições legais de servidores e funcionários públicos.
Do Direito Penal doa ao Eleitoral toda a teoria do crime, além dos institutos versados na Parte Geral do Código Penal, tais como lugar e tempo do delito, consumação e tentativa, pena e sua aplicação e dosimetria, concurso de pessoas, concurso de crimes, concurso de normas penais, sursis e extinção da pretensão punitiva estatal. Outrossim, no Direito Eleitoral Penal incidem todas as medidas de caráter despenalizador, como transação penal e sursis processual.
Na seara processual, vale destacar os influxos do processo jurisdicional constitucional no processo jurisdicional eleitoral. Ademais, são intensos os laços tanto com o Direito Processual Civil, quanto com o Processo Penal. Estas disciplinas subsidiam o processo jurisdicional eleitoral, havendo diversos ritos estabelecidos para a solução de lides de natureza politico-eleitoral, administrativa e penal.
PRINCÍPIOS DE DIREITO ELEITORAL
Conceito de princípio
O vocábulo princípio tem vários sentidos ou significados.
No campo jurídico, princípio pode ser empregado no sentido de regra fundamental, regra padrão ou regra paradigma à ciência do direito.
Sob essa ótica, vários são os princípios que podem ser divisados no Direito Eleitoral. Entre os princípios fundamentais podem-se destacar os seguintes: 
DEMOCRACIA
O princípio da Democracia, como aponta o renomado José Jairo Gomes é atualmente considerado como ‘um dos mais preciosos valores da humanidade’. O fundamento normativo para a afirmação “é que o artigo XXI da Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, e o artigo 25 do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, de 1966, elevaram-na ao status de direitos humanos”.
Embora esteja prevista formalmente em diplomas normativos, a democracia não é algo fixo, pois encontra-se em permanente construção; para muitos pensadores políticos, cuida-se de ideal a ser alcançado. Como ideal, a busca constante de sua concretização exige a efetiva participação de todos os integrantes da comunhão social.
Embora seja um princípio de vasta aplicação e importância, percebe-se que há Estados que a forjam, escamoteiam regimes totalitários com a máscara de vertente democrática. Gomes assevera que a imprecisão do conceito de democracia dá margem à formação “de diferentes concepções de democracia, exemplo da liberal, cristã, marxista, social, neoliberal, representativa.”
Antes de tudo, para a efetivação da democracia é preciso uma sociedade esclarecida e ativa. 
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA 
A participação popular no governo é condição sine qua non da democracia. A vista disso foram concebidos alguns modelos de democracia, os quais podem ser reunidos em três grupos: democracia direta, indireta e semidireta. 
O modelo clássico é a democracia direta. Por ela procura-se realizar o ideal de autogoverno, no qual os cidadãos participam das decisões governamentais. Pretende-se coincidirem as vontades de governantes e governados. As decisões são tomadas em assembleia pública, da qual devem participar todos os cidadãos. 
Indireta é a democracia representativa. Nela os cidadãos escolhem aqueles que os representarão no governo. Os eleitos recebem um mandato. A participação das pessoas no processo político se dá, pois, na escolha dos representantes ou mandatários. A estes toca o mister de conduzir o governo tomando as decisões politico-administrativas que julgarem convenientes, de acordo com as necessidades que se apresentarem.
Consiste o mandato no poder – ou conjunto de poderes – conferido pelos “eleitores soberanos”, pelo qual o mandatário fica habilitado a tomar decisões politico-estatais seja no Poder Executivo, seja no Legislativo. 
Atualmente, a representação politica se faz por intermédio de partidos políticos. 
Democracia semidireta ou mista procura conciliar os dois modelos. O governo e o Parlamento são constituídos com base na representação: os governantes são eleitos para representar o povo e agir em seu nome. Todavia, são previstos mecanismos de intervenção direta dos cidadãos. 
Esse modelo é o modelo consagrado na nossa CF, que, em seu art. 1º, paragrafo único, impera: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”
Assim, no sistema brasileiro, a democracia representativa é temperada, com mecanismos próprios de democracia direta, entre os quais citem-se: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular (CF, art.14, I, II, III, e art. 61 §2º).
Mas, conforme assinalado, a implementação da representação passa necessariamente pelos partidos políticos, a cujas tendências e orientações encontra-se o mandatário vinculado.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
Tradicionalmente, o Estado é apresentado como uma associação humana, que vive em determinado território sob o comando de uma autoridade central, a qual não se encontra sujeita a nenhum outro poder. São elementos do Estado: povo, território e poder soberano. 
Para iniciar a análise desse importantíssimo princípio faz-se mister citar a Carta Maior:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” 
O ser um Estado de Direito implica que as estruturas estatais devem pautar-se pelos critérios do Direito, e não da força, prepotência ou arbítrio. 
No Estado Democrático de Direito fundado pela Constituição vigente, os direitos fundamentais, sociais e políticos encontram lugar privilegiado, sendo consagrados os princípios da democracia econômica, social e cultural. 
PRINCÍPIO DA LEGITIMIDADE
A legitimidade das eleições é princípio inscrito no art. 14, § 9º, da CF. Por igual, legítimos devem ser os mandatos delas resultantes.
§ 9º  Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. 
Legitimo é o que está de acordo com a verdade, com a ideia de justiça e com valores predominantes, é o que observou procedimento legal antecipadamente traçado, enfim, é o que resulta da soberania popular.
Poder legitimo é, portanto, aquele consentido ou aceito como justo. Autoridade legitima é aquela respeitada na comunidade, sendo seus comandos reconhecidos e observados. 
MORALIDADE
O principio da moralidade é previsto no art. 14, § 9º, da CF. 
Tornou-se comum, nos dias de hoje, a exigência de ética na política e, de resto, em todos os setores da vida social. As ações imorais, antiéticas têm sido repudiadas em toda parte. Tanto que o art. 37, caput, da CF erigiu a moralidade administrativa como principio da Administração Pública. Mas, infelizmente, muitos ainda não se sentem incomodados com isso. Talvez por acreditarem no altíssimo índice de impunidade creditado às instituições brasileiras, que só conseguem punir gente pobre, carente de poder e influência.
No âmbito dos direitos políticos, o princípio da moralidade inscrito no art. 14, § 9º, da CF conduz à ética para dentro do jogo eleitoral. Significa dizer que o mandato obtido por meio de práticas ilícitas, antiéticas, imorais, não goza de legitimidade. Mais que isso: significa que o mandato politico deve ser sempre conquistado e exercido dentro dos padrões éticos aceitos pela civilização. 
“Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!” Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta) 
PROBIDADE
A ideia de probidade(probitate) encontra-se arraigada à ideia de ética e moral. Refere-se à possessão de certas qualidades morais e ao agir em harmonia com preceitos ético-morais. Significa integridade de caráter, honradez e pundonor (Excesso de rigor e pudor; decoro.). Probo (probu) qualifica o que é honesto, justo, reto, honrado; é aquele que apresenta caráter íntegro, que cumpre seus deveres e é criterioso ao agir. 
Improbidade é o contrário, de sorte que a ação improba é desvestida de honestidade, de bom caráter, de boa-fé, de justiça, de retidão, enfim, de licitude. 
PRINCÍPIO DA ANUALIDADE OU DA ANTERIORIDADE DA LEI ELEITORAL
É o princípio que está inserido no art. 16 da Constituição Federal, com a redação dada pela EC nº 4/93, assim redigido: "a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até 1(um) ano da data de sua vigência”.
Destarte, para que uma lei modificadora ou alteradora do processo eleitoral produza eficácia especificamente a determinado pleito, ela terá que ser publicada no Diário Oficial da União (DOU), no mínimo, um ano e um dia antes da data da respectiva eleição.
PRINCÍPIO DA CELERIDADE
Em razão da temporariedade do exercício dos mandatos eletivos, o Poder Judiciário tem de dar a maior prioridade possível na apreciação dos feitos eleitorais.
Com efeito, estando para ser apreciado um processo oriundo da Justiça Eleitoral e outro advindo da Justiça Comum, o magistrado dará prioridade àquele, ressalvados apenas os casos de “habeas corpus" e de Mandado de Segurança.
A rapidez na tramitação processual, portanto, deve ser a marca registrada do processo eleitoral.
PRINCÍPIO DA LISURA DAS ELEIÇÕES OU DA ISONOMIA DE OPORTUNIDADES
As eleições em um regime verdadeiramente democrático devem ser pautadas pela igualdade de oportunidades entre todos os candidatos em disputa.
A garantia da lisura das eleições no Brasil está calcada na ideia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à influência do poder econômico ou político nas eleições.
Por seu turno, no plano infraconstitucional, o princípio está expressamente tratado no art. 23 da Lei das Inelegibilidades (LC nº64/90), in verbis: "O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que preservem o interesse público de lisura eleitoral".
PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE CANDIDATOS E PARTIDOS POLÍTICOS
O princípio da responsabilidade solidária entre candidatos e partidos políticos na propaganda eleitoral está expressamente contido no art. 241 do Código Eleitoral: "Toda propaganda eleitoral será realizada sob a responsabilidade dos partidos e por eles paga, imputando-lhes solidariedade nos excessos praticados pelos seus candidatos e adeptos".
Todavia, com o advento da Lei nº 12.891/13, houve restrição à responsabilidade solidária entre candidatos e partidos, ao se acrescentar o parágrafo único ao supratranscrito art. 241 do CE, assim redigido: "a solidariedade prevista neste artigo é restrita aos candidatos e aos respectivos partidos, não alcançando outros partidos, mesmo quando integrantes de uma mesma coligação".
Ademais, pela Lei nº 13.165/15, novamente houve mais restrição ao princípio da responsabilidade solidária para partidos políticos por sanções aplicadas pela Justiça Eleitoral a candidatos, pois foi inserido o § 11 ao art. 96 da Lei nº 9.504/97, com a seguinte redação: "As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições desta Lei não se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando comprovada a sua participação".
Não obstante, a Lei nº 9.504/97, em diversos dispositivos, torna explícito o aludido princípio da responsabilidade solidária quando assevera:
a) As despesas da campanha eleitoral serão realizadas sob a responsabilidade dos partidos, ou de seus candidatos, e financiadas na forma desta Lei (art. 17);
b) O candidato é solidariamente responsável com a pessoa indicada na forma do art. 20 desta Lei pela veracidade das informações financeiras e contábeis de sua campanha, devendo ambos assinar a respectiva prestação de contas (art. 21, com redação dada pela Lei nº 11.300/06); e
c) Independe da obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de propaganda eleitoral pela distribuição de folhetos, adesivos, volantes e outros impressos, os quais devem ser editados sob a responsabilidade do partido, coligação ou candidato (art. 38, caput, com redação dada pela Lei nº 12.891/13).
Incumbe acrescentar, por último, que, eventual responsabilidade penal por crime eleitoral será individual do infrator (sempre pessoa física), pois não há previsão legal de punição por prática de aludido delito por pessoa jurídica.

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