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EXERCÍCIO SOBRE PARÁGRAFOS I TEXTO SUPORTE PARA AS QUESTÕES 01, 02 E 03: O parágrafo pode ser considerado um microtexto e apresenta três partes indispensáveis: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução contém a ideia principal ou ideia-núcleo; no desenvolvimento faz-se de acordo com o tópico frasal, pode constar de: explicitação de ideias;enumeração de pormenores ou fatos; analogia ou comparação; exploração de aspectos espaciais; exploração de aspectos temporais; contraste de ideias; razões, causas,consequências e efeitos. E na conclusão, deve estar relacionada com o desenvolvimento. Diante do exposto, analise os parágrafos abaixo quanto ao que se pede nas questões 01,02 e 03: 01.Divida os parágrafos em introdução, desenvolvimento e conclusão. 02. Na introdução está a ideia básica do texto, o tópico frasal.Transcreva – o. 03. Informe qual o tipo de desenvolvimento utilizado e justifique com expressões do parágrafo. a) “Quando me acontecer alguma pecúnia, passante de um milhão de cruzeiros, compro uma ilha; não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar a graxa e a fumaça do porto. Minha ilha (e só de a imaginar já me considero seu habitante) ficará no justo ponto de latitude e longitude que, pondo-me a coberto de ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá-los diuturnamente. Porque esta é a ciência e, direi, a arte do bem viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização.” Carlos Drummond de Andrade b) "O livro foi sempre considerado o baluarte em que poderiam confiar os pessimistas da cultura de massa no momento em que tivessem de salvar do incêndio a cultura autêntica. Todavia, agora, e cada vez mais, esses pessimistas têm razões de sobra para se desesperar. O livro, ao qual tinham acesso apenas as minorias privilegiadas, passa a figurar no cardápio da classe média e do proletariado. Os últimos anos marcaram o aparecimento em grande estilo dos livros de bolso, ostensivamente concorrendo com jornais e revistas nas bancas e na disputa das horas de ócio dos leitores. As edições de livros de bolso se multiplicaram. O livro, antes privilégio da gente de espírito e sensibilidade, de repente é elevado à categoria de produto de consumo para a massa, tratado no mesmo nível do sabão de coco e do sabonete. O livro penetra na drugstore e a cultura é equiparada a um comprimido que se compra para dor de cabeça. A cultura veiculada pelo livro adquire então o aspecto vulgar que faz a ira dos inimigos da cultura de massa: o de tratar com simplicidade coisas por natureza complicadas". (Charles R. Wright, Comunicação de Massa- parágrafo modificado) c) “Poluição do ar é a alteração de composição ou das propriedades de ar atmosférico, produzida por descarga de poluentes ou de outras substâncias, de maneira a torná-lo impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais e à vida animal e vegetal, prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e das atividades normais da comunidade.” (Revista Comércio & Mercado, dezembro de 1973) d)"Não se pode imaginar contraste mais o violento do que o existente entre duas regiões. De um lado, a terra escura, pegajosa, úmida, cavada de sulcos ou embebida de água, com árvores frutíferas, mangueiras, laranjeiras, canaviais, rios limosos. De outro lado, um caos de pedras cinzentas cavadas em desordem no chão de argila seca, rachado pelo sol, e vastas extensões de areia ardente. No litoral, a riqueza da vegetação exuberante, de um verde quase negro, com raízes mergulhadas nos pântanos e o cimo muitas vezes coroado de brumas matinais – plantas que arrebentam de seiva, de mel, de perfumes. No sertão, a caatinga, como lhe chamavam os índios, com uma vegetação de cactos, de moitas espinhosas, de ervas raquíticas, amarelas, calcinadas, de árvores esqueléticas com folhas raivosamente eriçadas, transformadas em espinhos ou arestas, de árvores ventrudas que são como odres para reter sob a casca rugosa a maior quantidade possível da mesquinha água da chuva. À paisagem voluptosa da cana-de-açúcar, em que tudo é tentação de vadiar, de dormir, de sonhar, de amar, opões-se esta paisagem dura, angulosa, trágica." (Roger Bastide) e)“Recentes desenvolvimentos tecnológicos tornaram possível uma nova forma de comunicação humana:a comunicação de massa. Essa forma se diferencia das anteriores pelas seguintes e principais características: é dirigida a audiências relativamente grandes, heterogêneas e anônimas; as mensagens são transmitidas publicamente , na maior parte das vezes programadas para atingir simultaneamente a maioria dos membros da audiência, e têm caráter transitório; o comunicador tende a operar dentro de uma organização complexa que pode envolver grandes despesas. Essas condições têm conseqüências importantes para as atividades tradicionais que são desempenhadas por comunicadores na sociedade.” (Charles R. Wright, Comunicação de Massa) f) “Talvez seja o rádio o único canal de comunicação coletiva que vem ganhando uma audiência rural cada vez mais expressiva no Brasil. Isso se explica, em parte pela existência de 959 emissoras radiofônicas, distribuídas principalmente nas cidades do interior, e com um raio de audiência incluindo também as áreas rurais . Mas a razão fundamental da penetração crescente do rádio nos meios rurícolas é o desenvolvimento da indústria nacional de aparelhos receptores, com o barateamento do transistor, tornando-o acessível à bolsa popular.” (José Marques de Melo, Comunicação, opinião, desenvolvimento) RESPOSTAS: 1. Do texto Carlos Drummond de Andrade A. Introdução: Quando me acontecer alguma pecúnia, passante de um milhão de cruzeiros, compro uma ilha; Desenvolvimento:não muito longe do litoral, que o litoral faz falta; nem tão perto, também, que de lá possa eu aspirar à graxa e a fumaça do porto. Minha ilha (e só de a imaginar já me considero seu habitante) ficará no justo ponto de latitude e longitude que, pondo-me a coberto de ventos, sereias e pestes, nem me afaste demasiado dos homens nem me obrigue a praticá-los diuturnamente. Conclusão: Porque esta é a ciência e, direi, a arte do bem viver; uma fuga relativa, e uma não muito estouvada confraternização. 2. O tópico frasal é “compro uma ilha”. 3. Desenvolvimento do parágrafo por exploração de aspectos espaciais, (espaço). É relatada a localização da ilha. As expressões do parágrafo são: longe, perto, latitude e longitude. B. Texto Charles R. 1. Introdução: O livro foi sempre considerado o baluarte em que poderiam confiar os pessimistas da cultura de massa no momento em que tivessem de salvar do incêndio a cultura autêntica. Desenvolvimento: O livro, ao qual tinham acesso apenas as minorias privilegiadas, passa a figurar no cardápio da classe média e do proletariado. Os últimos anos marcaram o aparecimento em grande estilo dos livros de bolso, ostensivamente concorrendo com jornais e revistas nas bancas e na disputa das horas de ócio dos leitores. As edições de livros de bolso se multiplicaram. O livro, antes privilégio da gente de espírito e sensibilidade, de repente é elevado à categoria de produto de consumo para a massa, tratado no mesmo nível do sabão de coco e do sabonete. O livro penetra na drugstore e a cultura é equiparada a um comprimido que se compra para dor de cabeça. Conclusão: A cultura veiculada pelo livro adquire então o aspecto vulgar que faz a ira dos inimigos da cultura de massa: o de tratar com simplicidade coisas por natureza complicadas. 2. O tópico frasal é o “livro”. 3. Desenvolvimento do parágrafo exploração de aspectos temporais (tempo passado e futuro). As expressões do parágrafo são: todavia e agora. C. Texto Revista Comércio. 1.Introdução: Poluição do ar é a alteração de composição ou das propriedades de ar atmosférico. Desenvolvimento: produzida por descarga de poluentes ou de outras substâncias, de maneira a torná-lo impróprio ou nocivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais e à vida animal e vegetal Conclusão: prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e das atividades normais da comunidade. 2. O tópico frasal é “poluição do ar”. 3. O desenvolvimento do parágrafo por explicitação de idéias, porque é explicado o que é a poluição do ar, com outras palavras. D. Texto Roger Bastide. 1. Introdução: Não se pode imaginar contraste mais o violento do que o existente entre duas regiões. Desenvolvimento: De um lado, a terra escura, pegajosa, úmida, cavada de sulcos ou embebida de água, com árvores frutíferas, mangueiras, laranjeiras, canaviais, rios limosos. De outro lado, um caos de pedras cinzentas cavadas em desordem no chão de argila seca, rachado pelo sol, e vastas extensões de areia ardente. No litoral, a riqueza da vegetação exuberante, de um verde quase negro, com raízes mergulhadas nos pântanos e o cimo muitas vezes coroado de brumas matinais – plantas que arrebentam de seiva, de mel, de perfumes. No sertão, a caatinga, como lhe chamavam os índios, com uma vegetação de cactos, de moitas espinhosas, de ervas raquíticas, amarelas, calcinadas, de árvores esqueléticas com folhas raivosamente eriçadas, transformadas em espinhos ou arestas, de árvores ventrudas que são como odres para reter sob a casca rugosa a maior quantidade possível da mesquinha água da chuva. Conclusão: À paisagem voluptosa da cana-de-açúcar, em que tudo é tentação de vadiar, de dormir, de sonhar, de amar, opões-se esta paisagem dura, angulosa, trágica. 2. O tópico frasal é diferença entre duas regiões. 3. O desenvolvimento do parágrafo contraste de idéias. Porque há demonstração de diferenças entre as regiões: litoral e o sertão. E. Texto Charles R. 1. Introdução: Recentes desenvolvimentos tecnológicos tornaram possível uma nova forma de comunicação humana: a comunicação de massa. Desenvolvimento: Essa forma se diferencia das anteriores pelas seguintes e principais características: é dirigida a audiências relativamente grandes, heterogêneas e anônimas; as mensagens são transmitidas publicamente, na maior parte das vezes programadas para atingir simultaneamente a maioria dos membros da audiência, e têm caráter transitório; o comunicador tende a operar dentro de uma organização complexa que pode envolver grandes despesas. Conclusão: Essas condições têm conseqüências importantes para as atividades tradicionais que são desempenhadas por comunicadores na sociedade. 2. O tópico frasal é comunicação de massa. 3. O desenvolvimento do parágrafo enumeração de pormenores ou fatos. Porque o autor enumera as características que compõe a comunicação de massa. F. Texto José Marques de Melo 1. Introdução: Talvez seja o rádio o único canal de comunicação coletiva que vem ganhando uma audiência rural cada vez mais expressiva no Brasil. Desenvolvimento: se explica, em parte pela existência de 959 emissoras radiofônicas, distribuídas principalmente nas cidades do interior, e com um raio de audiência incluindo também as áreas rurais. Mas a razão fundamental da penetração crescente do rádio nos meios rurícolas é o desenvolvimento da indústria nacional de aparelhos receptores, com o barateamento do transistor. Conclusão: tornando-o acessível à bolsa popular. 2. O tópico frasal é audiência do radio na zona rural. 3. O desenvolvimento do parágrafo razões, causas, efeitos e conseqüências. Porque o autor mostra a causa e a razão da audiência do radio ter aumentado na zona rural com o barateamento dos aparelhos.