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Trabalho de psicodrama Completo!!!

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1 - INTRODUÇÃO
Criado por Jacob Levy Moreno no início do século 20, o psicodrama foi criado na possibilidade de resgatar o autoconhecimento e também a espontaneidade. Iniciando com um enfoque terapêutico ou educacional, o psicodrama foi dirigido a pacientes com comprometimento psiquiátrico, que eram incentivados a representar peças com textos improvisados.
Para Moreno, o jogo dramático dá margem aos participantes exteriorizarem seus conflitos através da representação teatral de maneira espontânea, refletindo nos personagens o que antes permaneciam no inconsciente.
Os processos de mudança ocasionados pela dramatização desperta um maior conhecimento na investigação da alma humana mediante a ação, pois as barreiras quebradas com a espontaneidade resultam na libertação do ser.
2 - BIOGRAFIA
Jacob Levy Moreno, o criador do Psicodrama, nasceu em 6 de maio de 1889, na cidade de Bucareste, na Romênia. Era de origem judaica. Sua família veio da península ibérica e radicou-se na Romênia na época da Inquisição.
Aos cinco anos de idade mudou-se com a família para Viena e foi neste local que vivenciou a brincadeira de ser deus, que ele, com humor, relaciona a sua ideia de espontaneidade como centelha divina que existe em cada um de nós.
Até 1920, Moreno teve uma intensa vida religiosa. Fez parte de um grupo que fundou a "Religião do Encontro". Neste período, ele ia aos jardins de Viena e criava jogos de improviso com as crianças, favo recende-lhes a espontaneidade, e participou, no ano de 1914, em Amspittelberg, juntamente com um médico venereologista e um jornalista, de um trabalho com prostitutas vienenses através do qual, utilizando técnicas grupais, conscientizou-as de sua condição, o que proporcionou que organizassem uma espécie de sindicato.
Formou-se em medicina em 1917.
Interessou-se pelo Teatro onde, segundo ele, "existiam possibilidades ilimitadas para a investigação da espontaneidade no plano experimental". Fundou, em 1921, o Teatro Vienense da Espontaneidade, experiência que constituiu a base de suas ideias da Psicoterapia de Grupo e do Psicodrama.
A partir daí ele criou o "jornal vivo", em que dramatizava as notícias do jornal diário junto com o grupo participante, lançando naquele momento as raízes do Sociodrama.
Ao trabalhar com os pacientes do hospital psiquiátrico usando o "Teatro da Espontaneidade", criou o Teatro Terapêutico, que depois foi chamado "Psicodrama Terapêutico".
De 1917 até 1920 colaborou com a Daimon Magazine, importante revista existencialista e expressionista, na qual colaborava também Martin Buber, Max Scheller, Jakob Wasserman, Kafka, entre outros.
Em 1925 emigrou para os EUA. Dois anos depois fez a primeira apresentação do Psicodrama fora da Europa.
Em 1931 introduziu o termo Psicoterapia de Grupo e este ficou sendo considerado o ano verdadeiro do início da Psicoterapia de Grupo científica, embora as fundamentações e experiências tenham iniciado em Viena.
3 - TEORIA SOCIONÔMICA
A teoria socionômica estuda o individuo em situações cotidianas, em sues grupos e comunidades, ou seja, o indivíduo é estudado através de suas relações interpessoais. (Gonçalves, Wolff e Almeida, 1988).
“ Toda a teoria moreniana parte dessa idéia do Homem em relação, e, portanto, a inter-relação entre as pessoas constitui seu eixo fundamental. Para investigá-la, Moreno criou a Socionomia, cujo nome vem do latim sociu = companheiro, grupo, e do grego nomos = regra, lei, ocupando-se, portanto, do estudo das leis que regem o comportamento social e grupal.” ( Gonçalves, Wolff e Almeida, 1988, p.41)
A sociodinâmica estuda o funcionamento, ou a dinâmica das relações interpessoais. O seu método de estudo é o role-playing, ou jogo de papéis, que permite ao indivíduo dramatizar diferentes tipos de papéis, e desta forma, desenvolver um papel espontâneo e criativo.
O role-playing é utilizado para treinar o papel profissional e sempre que for desenvolver-se outro papel o método pode ser utilizado, pois possibilita espontaneidade e criatividade, descartando o medo e a ansiedade.
A Sociometria, por sua vez, tem como objetivo medir as relações entre as pessoas. E para isso seu método é o teste sociométrico.
 “O teste sempre deve ser aplicado de forma integral para que possa ser elaborado adequadamente pelos elementos do grupo. O teste contem quatro etapas, e são elas:
1º) A escolha do critério pelos elementos do grupo , que deverá ser consensual.
2º) cada um deve fazer suas escolhas positivas, negativas e indiferentes seguidas do porquê da escolha. Serão escolhidos todos os integrantes do grupo.
3º) Fazer o chamado “percentual”,que consiste em dizer como será escolhido por cada um dos elementos do grupo e o porquê da escolha.
4º) As escolhas serão lidas depois em conjunto no grupo e será montado o sociograma, que é a síntese gráfica das congruências e incongruências na escolha dos indivíduos”. (Gonçalves, Wolff e Almeida, 1988, p.42)
Com e evidencia das escolhas é necessário tempo e espaço no grupo para alguns confrontos e clarificações entre os participantes. Quando não houver a possibilidade da
aplicação integral do teste, não aplicá-lo de forma parcial ou incompleta, pois isso geraria crises grupais e graves dificuldades para alguns elementos do grupo.
A Sociatria é a terapêutica das relações sociais. Tem como métodos: O Psicodrama, a Psicoterapia de Grupo e o Sociodrama. 
Moreno vislumbra que com a aplicação desses três métodos seria possível o tratamento e possivelmente a cura do social mais amplo, o que lhe custou a desegnação da Sociatria como a utopia moreniana.( Gonçalves, Wolff e Almeida, 1988, p.43).
4 - MÉTODO PSICODRAMÁTICO
O método psicodramático usa principalmente cinco elementos: O palco, nele podem-se representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos, delírios, alucinações. Protagonista, pode ser um indivíduo, dupla ou grupo, é quem protagoniza seu próprio drama, representando a si ação se integram, ampliando as vias de abordagem. Diretor, o psicoterapeuta é também o diretor psicodramático, sua função é propiciar e facilitar o bom desenvolvimento da cena dramática. Egos-auxiliares são as pessoas que contracenam com o protagonista, podendo ser profissionais ou participantes do público, que são convidados a subir no palco terapêutico. Público ou plateia são os membros do grupo que participam assistindo a cena dramática.
Descrevendo os cincos elementos básicos requeridos para conduzir uma sessão psicodramática, formulamos a seguinte pergunta: Para que efeito? Descrevemos um único fenômeno: a cartase mental, (proveniente do grego, com o significado de purificação). Coube ao psicodrama redescobrir e tratar a ideia de cartase, em sua relação com a psicoterapia.
Moreno foi capaz de dar à improvisação dramática e retomou o conceito de cartase, pois ao ocorrer uma identificação do espectador com os atores, ocorre como poderíamos dizer uma cartase, e também certa conscientização. A cartase, como conceito, foi introduzido por Aristóteles. Ele empregou esse termo para expressar o efeito peculiar exercido pelo teatro grego sobre os seus espectadores. Na poética, sustentou que o teatro tende a purificar os espectadores, ao excitar artisticamente certas emoções que agem como uma espécie de alívio ou descarga de suas próprias paixões egoístas. Esse conceito de cartase sofreu uma revolucionária mudança, desde que o sistemático trabalho psicodramático teve início em Viena, em 1919. Essa mudança foi exemplificada pelo distanciamento do teatro escrito (conservador), em favor do teatro espontâneo (psicodrama), transferindo-se a ênfase dos espectadores para os atores.
O psicodrama possui o conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal como pontos básicos da sua teoria, além de outros como: Tele, Empatia, Co-inconsciente e matriz de identidade.
4.1 - Espontaneidade
Não é criado por uma vontade consciente, que atua frequentemente como barreira inibitória, mais por uma libertação que, de fato, é o livre surgimento da espontaneidade. A criança,ao nascer, realiza seu primeiro ato criativo: é o primeiro ato de cartase de integração. Nasce com uma capacidade criadora própria do ser humano que irá completando com a maturidade e com a ajuda dos outros. O ato espontâneo está intimamente ligado ao instante, dali surgi à noção do aqui e agora. O teatro da espontaneidade irá criar uma representação espontânea sem texto pronto ou decorado, com atores criando no momento, relacionando-se com a plateia.
4.2 – Teoria dos papéis
Antes mesmo de ter a noção de eu, da personalidade, ou de construir a linguagem falada à criança desempenha papéis. Os papéis são formas de funcionamento do indivíduo em relação ao meio. Então, os papéis são um conjunto de respostas aos meio compostos por atos que conjugam o contexto, o momento, as características do indivíduo e a sua cultura. Moreno nos apresenta a classificação de papéis psicossomáticos, papéis psicodramáticos (ou psicológicos) e papéis sociais.
4.2.1 - Papéis psicossomáticos
Quanto aos papéis psicossomáticos, Moreno os define como os primeiros desempenhados pelo ser humano e ligados às funções vitais. Assim, temos, por exemplo, os papéis de ingerido, defecado, urinado, dormidor, respirador. Ao desempenhar os papéis psicossomáticos, a pessoa estabelece contato com o mundo basicamente por meio do seu corpo e, a partir das necessidades fisiológicas, ela capta e registra as vivências de sua matriz de identidade.
4.2.2 – Papéis sociais
Quanto ao conceito de papel social, Moreno o define como: “uma experiência interpessoal que necessita, usualmente, de dois ou mais indivíduos para ser realizada” (MORENO, 1974, p. 238). Papel social é um conjunto de respostas de um indivíduo ao outro, que também responde assumindo um contra papel ou papel complementar. Portanto, os papéis sociais exigem papéis complementares, para que se dê o estabelecimento do vínculo social, tais como médico/paciente, motorista/passageiro, avô/neto, cônjuges. Um papel, para ser desempenhado, necessita do papel complementar. São a partir da complementação de papéis entre os indivíduos que os dramas da existência humana se fazem presentes. Assim, as cenas de nossas vidas são incrementadas pelos papéis em nossos vínculos. Portanto, papel social é a forma real que o “eu” assume em seu contato com o meio. Nesse sentido, os papéis, por exemplo, de cozinheiro, de líder, de soldado, de pai, dentre outros, seguem os padrões de uma cultura ou de uma sociedade e ao mesmo tempo exprimem a personalidade de cada pessoa que os desempenha.
4.2.3 – Papéis psicodramáticos
Quanto aos papéis psicodramáticos, define como os papéis vividos num contexto específico do Psicodrama, o cenário psicodramático. Esses papéis emergem da síntese entre a imaginação e a ação. Assim, os papéis psicodramáticos concretizam, na ação dramática, os papéis imaginários. Portanto, o cenário psicodramático possibilita uma realidade suplementar a partir da vivência de cenas que exteriorizam os personagens do mundo imaginário ou do mundo social do protagonista. Assim, o protagonista pode representar vários papéis psicodramáticos, tais como os de “pai”, “amiga”, “babá”, “príncipe”, “bruxa” ou de algum sentimento, objeto ou pensamento, dando vida, no cenário do psicodrama, aos conflitos ou aos temas por ele relatados. A vivência dos papéis psicodramáticos poderá propiciar, em diversos níveis, a catarse de integração, ou seja, o resgate de emoções e experiências que influenciarão criativamente os papéis sociais do indivíduo. Os papéis imaginários são, em grande parte, inconscientes e pertencem ao mundo interno do indivíduo, ao universo intrapsíquico, à dimensão do eu. Por isso, no vínculo, eles fomentam o fenômeno da transferência, sendo, portanto, mais complexos. Eles serão resgatados ou concretizados por meio dos papéis psicodramáticos, no palco do Psicodrama, na ação espontânea do ator-autor criador (ou do protagonista). No entanto, o cenário psicodramático é o espaço no qual os papéis imaginários vêm à consciência através da ação dramática, e, portanto, podem ser atuados terapeuticamente.
4.3 – Matriz da identidade
“Um encontro de dois: olhos nos olhos, face a face. E quando estiveres perto, arrancar-te-ei os olhos e colocá-los-eis no lugar dos meus; e arrancarei meus olhos para colocá-los no lugar dos teus; então ver-te-ei com os teus olhos e tu me ver-me-ás com os meus.” ( Moreno, 1975).
Lugar do nascimento, segundo Moreno( 1975, p.114), “é a placenta social da criança, o lócus em que ela mergulha as suas raízes”. Na evolução da criança, a matriz está ligada aos processos fisiológicos, psicológicos e sociais, refletindo a herança cultural na qual está inserida, que a prepara para a sociedade, ou seja, é o primeiro processo de aprendizado emocional da criança. A criança depende desta “placenta social” onde assimila e desenvolve os papéis que desempenhará na relação com o mundo, garantindo a proteção e a direção dos seus desenvolvimento.
Destacamos três fases na matriz de identidade: Identidade do Eu, a mãe atua como Ego-auxiliar da criança, agindo como se fosse seu “duplo”, uma vez que não há distinção entre o Eu e o Tu; está misturada ao mundo. Reconhecimento do Eu, fase do espelho, a criança começa a se perceber enquanto indivíduo, separada dos outros (Eu-Tu). Reconhecimento de Tu, fase da inversão de papéis, a criança tem a capacidade de se colocar no lugar de sua mãe, já que garante o reconhecimento de si mesma. Moreno classifica o mundo da criança de primeiro universo, tudo é um, ligada somente ao tempo presente e, segundo universo, é o momento onde a criança se transita entre a fantasia e a realidade, relacionando-se com o outro. Partindo dessas conceituações, verificamos que a criança desenvolve seus papéis de acordo com suas relações e vínculos, formando assim a sua identidade enquanto indivíduo.
4.4 – Psicoterapia grupal
“A psicoterapia de grupo é um método para tratar, conscientemente, na fronteira de uma ciência empírica, as relações interpessoais e os problemas psíquicos dos indivíduos de um grupo...” assim define Moreno. Na sua concepção, todos no grupo são agentes terapêuticos, e todo o grupo também o pode ser em relação a outro grupo. Este método aspira alcançar o melhor agrupamento de seus membros para os fins que perseguem. Não trata somente dos indivíduos, mas de todo o grupo, e todos os indivíduos que estão em relação com ele. Em sua relação sociológica vê a sociedade humana total como o verdadeiro paciente. O conceito de encontro está no centro da psicoterapia de grupo, comunicação mútua que não se esgota no intelectual, mas que abrange a totalidade de seu ser.
4.4.1 - Tele 
Capacidade de se perceber de forma objetiva o que ocorre nas situações, e o que se passa entra as pessoas.
4.4.2 – Empatia
Tendência para se sentir o que se sentiria caso estivesse na situação e circunstância experimentadas por outra pessoa.
4.4.3 - Co-inconsciente
Vivências, sentimentos, desejos e até fantasias comuns a duas ou mais pessoas, e que se dão em estado inconsciente.
5 - O PSICODRAMA ANALÍTICO
O psicodrama psicanalítico nasceu na França em 1944. Hoje, há uma corrente na qual define que a cena dramática é reconhecida na função de concentrar o drama e permitir que apareçam novos significados. Dizem que “... o psicodrama não é a busca de certo sentido, nem tampouco de um significante fundamental. Por isso, deve-se evitar a interpretação que proporcione o sentido e a perda do sentido...”. Conforme Anzieu “... o psicodrama analítico favorece a expressão dos conflitos por intermédio de imagens simbólicas...” e, caracteriza quatro aspectos importantes no psicodrama: dramatização dos conflitos, comunicação simbólica, efeito catártico e natureza lúdica. 
Na América Latina, a Argentina é o país pioneiro em psicodrama. Atualmente, Brasil, México e outros fizeram um importante desenvolvimento,sendo pertinente destacar o psicodrama no Brasil que, inicialmente foi desenvolvido por docentes argentinos e, atualmente, por seus próprios docentes.
Para Osório, a teoria moreniana, que se torna pouco sólida, se a compararmos com a teoria psicanalítica, tem, entretanto, alguns aspectos que não são excludentes, mas que se complementaram e, em alguns casos, são parcialidades de conceitos psicanalítico não reconhecidos, e rebatizados com outros nomes ou trabalho sob outro ângulo, como acontece com os conceitos de regressão e fixação. A regressão em psicodrama não se obtém através da transferência, mas através de cena dramática que torna presente o passado. Tele e transferência em moreno são conceitos herdeiros da transferência freudiana. Espontaneidade, essencialmente, está relacionada, com o conceito de libido de Freud. Se nos fixamos na cena dramática, esta desde o ponto de vista moreniano fundamenta seu valor da seguinte maneira: a representação dramática é liberadora, é uma segunda vez, é a forma que adquirem o passado e o futuro no presente. O encontro, o compartilhar, a criatividade e o ato espontâneo possibilitam novos papéis e resgata energias perdidas. Isto levará a uma cartase de integração, e a uma cartase do público. A cena é a representação do passado, um lugar simbólico onde se revela o imaginário através das cenas atuais ou manifestas, podendo explorar e elaborar situações conflitivas do mundo externo, encontrando sua conexão com o mundo interno dele o dos indivíduos, em sucessivas ações dramáticas com cenas antigas e inconscientes. Sintetizando, a cena dramática é, basicamente, a presentificação e corporização que, através da representação, têm os vínculos intrapsíquicos em sua mútua e dinâmica reestruturação com os vínculos interpessoais.
6 - O PSICODRAMA APLICADO NA TERAPIA DE CASAL
Com a realização do casamento um novo contexto histórico é formado para duas pessoas, há um compromisso recíproco onde o bem estar de um não se desenvolve sem o bem estar do outro. Essa relação satisfaz necessidades fundamentais na saúde psicológica de cada indivíduo.
Toda decisão tomada altera a história do casal tal como a quantidade de filhos e sua educação, onde morar, trabalhar ou não, viagens longas entre outras quais o comportamento de cada um agora é afetado pelo outro. O compartilhar dessa relação estreita pode levar a angústia da dependência, um sentimento de impotência como num “beco sem saída”, o adoecer do co-inconsciente que gera a patologia.
O Psicodrama nesta modalidade de casal leva ao autoconhecimento e a superação de obstáculos, tudo ligado à dramatização.
Vivenciando as situações essa abordagem tem em vista a resolução dos conflitos de uma forma espontânea onde a terapia une a versatilidade em representações mentais com o “aqui e agora” e ação unida à palavra.
6.1 - A terapia
A terapia pode ser feita com o diretor, dois ego-auxiliares e o casal como protagonistas ou, como é mais comum, somente o casal como protagonistas e o diretor.
A fase do aquecimento deve ser muito bem manejada pois quase sempre os pacientes já procuram a terapia em estado avançado do conflito onde as tensões os deixam a beira da separação e muitas vezes acabam colocando o terapeuta na posição de juiz.
Alguns jogos dramáticos podem ser utilizados nessa fase para facilitar, sendo estes adaptados a situação de casal, tal como pedir a cada um, separadamente, porém ao mesmo tempo, monte, no contexto dramático, uma imagem da família com bonecos. Terminando, cada um deve comentar a própria criação e a de seu parceiro. Isso traz aos participantes a ideia do contexto dramático, a escolha do conflito a ser resolvido e os envolve na temática da reunião e no entendimento de que cada um é um agente terapêutico.
Na representação algumas técnicas dramáticas podem ser usadas, e estas fazem uma relação com as etapas do desenvolvimento psíquico de moreniano. São elas:
1º Etapa: Identificação do eu – Técnica do Duplo: Um ego-auxiliar desempenha o papel do protagonista verbal e gestualmente completando o que o protagonista não consegue expressar por conta de suas inibições, ou está oculto nas próprias angústias. O inconsciente do protagonista é projetado por este ego-auxiliar. Ficando junto do protagonista o ego-auxiliar (no caso da terapia de casal, o diretor desempenha este papel) “imita” a cena e por isso o nome da técnica.
2º Etapa: Reconhecimento do eu – Técnica do Espelho: O protagonista sai do palco e torna-se espectador de si mesmo, onde um ego-auxiliar (neste caso o diretor) reproduz a cena com suas características a fim de trazer uma auto percepção aos participantes como se observassem suas ações num espelho.
3º Etapa: Reconhecimento do tu – Inversão de Papéis: Esta etapa busca o sentido desses personagens no mundo dos protagonistas através da representação de seus respectivos antagonistas, ou seja, um representa o papel do outro. Visualizando as duas perspectivas o casal consegue perceber melhor as angústias que afligem a relação que antes eram encobertas por individualismos e certo egoísmo gerado no conflito. Cada protagonista deve refazer a cena dramatizada na sessão se colocando no lugar do outro e tenta entender como o outro se sente naquela situação.
Por fim o compartilhamento esfria as emoções mais tocantes na dramatização e o casal contam quais foram às experiências vividas na cena e como se sentiram em realçam a toda a encenação e como pretendem encarar os comportamentos agora com uma visão grupal do conflito.
As sessões são feitas enquanto o casal tiver conflitos ou angústias que queiram resolver. Cada sessão pode ser feita com técnicas diferentes de acordo com o contexto da cena que o casal for trabalhar.
Há de se salientar que nem sempre a terapia de casal está ligada á junção do casal, o objetivo é alcançar a saúde psicológica de duas pessoas diferentes, estando elas juntas na relação ou separadas.
7 – CONCLUSÃO
O Psicodrama trabalha com situações do dia-à-dia com a construção de histórias familiares através da representação dramática tratando das relações do ser humano e seus vínculos. Ele aborda as relações humanas e desenvolve a espontaneidade e a criatividade nas relações pessoais e sociais de modo a resgatar o envolvimento das pessoas entre sí. 
Os conflitos encenados permitem ao pacientes uma visão ampla de seu próprio comportamento ou mesmo traz uma identificação com conflitos similares e amplia o autoconhecimento, tornando as relações mais saudáveis
Sua aplicação se dá em clínicas psicoterápicas, escolas, empresas, hospitais e instituições. Uma relação saudável no casamento é dificil em um país que a própria cultura fere os ideais de um casal que seria impossível o psicodrama não ter um desempenho tão efetivo na terapia de casais, isso por que o resgate da espontaneidade culmina no ponto mais deficiente nos casais que procuram a terapia, a falta de diálogo. Tendo este ponto de apoio, o psicodrama desempenha um papel ainda pequeno na sociedade, mas de uma efetividade muito grande que vêm mostrando em todas as áreas de sua aplicabilidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ANDOLFI, M; ANGELO, C; SACCU, C. O casal em crise. Tradução de Silvana Finzi Foá. 3. ed. São Paulo: Summus, 1995.
CARNEIRO, T. F. Diferentes abordagens em terapia de casal: uma articulação possível?. Temas em psicologia, Ribeirão Preto, v.2, n.2, p. 53-63, Ago. 1994.
DIAZ, V. R. C. Psicodrama: Teoria e prática. São Paulo: Ágora, 1987.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PSICODRAMA. Disponível em <http://www.febrap.org.br>. Acesso em 10 set. 2012.
GONÇALVES, C. S; WOLFF, J. R; ALMEIDA, W. C. Lições de Psicodrama: Introdução ao pensamento de J. L. Moreno. 2. ed. São Paulo: Ágora, 1988.
MORENO, J. L. O Psicodrama. São Paulo: Cultriz, 1975.
VITALE, M. A. F(Org.). Laços amorosos. São Paulo: Ágora, 2004.
YOZO, R. Y. 100 Jogos dramáticos para grupo: uma abordagem psicodramática para empresas, escolas e clínicas. São Paulo: Ágora, 1996.

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