Prévia do material em texto
INSTITUTO SUMARÉ DE EDUCAÇÃO SUPERIOR PEDAGOGIA ESTRATÉGIAS ESPECIFICAS PARA TRABALHAR A LINGUAGEM GRÁFICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL EVELYN CRISTINA DE MARCOS KAMILLA FERREIRA PINHEIRO MILENA COSTA DE OLIVEIRA NATÁLIA THAÍS FIRMINO DA MOTA PATRICIA FERNANDA ALMEIDA ROBERTO São Paulo 2019 EVELYN CRISTINA DE MARCOS KAMILLA FERREIRA PINHEIRO MILENA COSTA DE OLIVEIRA NATÁLIA THAÍS FIRMINO DA MOTA PATRICIA FERNANDA ALMEIDA ROBERTO ESTRATÉGIAS ESPECIFICAS PARA TRABALHAR A LINGUAGEM GRÁFICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Trabalho apresentado a disciplina de PPI (Projeto Profissional Interdisciplinar) como requisito básico para a obtenção de nota do curso de Pedagogia. Orientador (a): Ana Paula Cassoli São Paulo 2019 INTRODUÇÃO 1.1. Tema O que é Linguagem Gráfica? Para a definirmos Linguagem Gráfica, seguimos as considerações de Coutinho & Freire (2007) e os conceitos propostos por Twyman (1979) estabelecendo como ‘gráfico’ aquilo que é desenhado ou feito visível e ‘linguagem’ como o veículo de comunicação. Logo, linguagem gráfica é o mesmo que linguagem visual, ou seja, é um tipo de linguagem em que não precisa estar escrito para transmitir uma ideia, é a comunicação por meio de elementos visuais como: símbolos, formas, desenhos, cores, imagens, além de outros, sem a necessidade de algo escrito. O uso de representações gráficas como linguagem, ou como forma de expressão e de transmissão do conhecimento não é um tema recente, foi esta a primeira maneira que o homem utilizou para se comunicar e atualmente as imagens são fundamentais na sociedade que vivemos, percebemos isto pelos meios de comunicação que valorizam a linguagem gráfica presente em nossa cultura, como por exemplo, pelas propagandas, televisão, livros e principalmente da internet. (DERDYK 2007). De acordo com as ideias apontadas no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998), a linguagem gráfica, indica signos históricos e sociais, que possibilita ao homem significar o seu mundo. 1.2. Justificativa Vivemos hoje em um mundo de imagens e para entendê-lo melhor é de extrema importância saber interpretar, ou seja, realizar uma leitura crítica do que a imagem está transmitindo. Tão importante quanto à leitura de uma imagem é o processo de construção de seu contexto: o educador precisa saber extrair dela toda a informação necessária à sua compreensão. Lévy (2007) afirma que as pessoas precisam de exemplos ou metáforas para entender um conceito abstrato, pois as definições não são suficientes por si só. E assim, as imagens servem de apoio para compreensão. A atual geração nasceu num mundo rodeado de imagens e cabe ao professor a responsabilidade de sua introdução de forma eficiente na sala de aula, ensinando os alunos a ler e interpretar as imagens, adquirindo informação e se comunicando através delas. 1.3 Problema Há muito tempo as escolas passaram a priorizar a linguagem escrita e deixar de lado a linguagem gráfica no dia a dia dos alunos. Porém, Machado (2000) adverte que a linguagem gráfica é um instrumento facilitador para compreensão e interpretação, e que por isso o número de analfabetos funcionais só cresce. Diante disto: De que forma a linguagem gráfica influencia no desenvolvimento da criança na educação infantil? Qual a relação entre o ensino da linguagem gráfica e a interpretação? Quais as iniciativas que devem ser tomadas acerca de priorizar o ensino da linguagem gráfica na educação infantil brasileira? 1.4. Hipóteses A linguagem gráfica é a primeira linguagem que a criança desenvolve no ensino infantil. A falta de interpretação tem relação significativa com a carência do desenvolvimento da linguagem gráfica nos primeiros anos da escola. O ensino da Linguagem gráfica no Brasil ainda é deficiente e ineficaz. 1.5. Objetivos Temos como objetivo deste trabalho investigar a influência do estudo da linguagem gráfica no desenvolvimento da educação infantil. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica integrativa. Pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório. A pesquisa bibliográfica tem sido utilizada com grande frequência em estudos exploratórios ou descritivos, casos em que o objeto de estudo proposto é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses precisas e operacionalizáveis. A sua indicação para esses estudos relaciona-se ao fato de a aproximação com o objeto ser dada a partir de fontes bibliográficas. Portanto, a pesquisa bibliográfica possibilita um amplo alcance de informações, além de permitir a utilização de dados dispersos em inúmeras publicações, auxiliando também na construção, ou na melhor definição do quadro conceitual que envolve o objeto de estudo proposto (GIL, 2008). Trata-se de revisão integrativa da literatura, realizada durante o mês de setembro de 2019. Foram adotados os seguintes critérios para inclusão dos artigos: artigo original e artigos com resumos e textos completos disponíveis para análise, aqueles publicados no idioma português entre os anos de 2000 e 2010 Educação Infantil A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. É a única que está vinculada a uma idade própria, atende crianças de zero a três anos na creche e de quatro e cinco anos na pré-escola. Tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 2007. LDB, art.29). Muitos são os avanços conquistados da educação infantil por intermédio da Constituição Federal de 1988 e pela LDB de 1996 que reconhece a criança como um sujeito de direitos, inclusive do direito de uma educação de qualidade. (GOMES 2009). Essas mudanças ocorridas, provocaram um avanço significativo, hoje se pode ver que é direito de todos e dever do Estado ofertar uma educação de qualidade, atendendo as especificidades de cada indivíduo. Porém é necessário ficar atento para que estes avanços não tenham ocorrido em vão. Para Kuhlmann Jr. (1998) “É preciso conhecer as representações da infância e considerar as crianças concretas, localizá-las nas relações sociais e reconhecê-las como produtoras da história”. Portanto para Gasbarro, (2011) faz-se necessário um olhar social voltado para a realidade em que se encontra a educação infantil, uma análise crítica capaz de inovar a presente situação, trazendo condições favoráveis ao atendimento dos menores e consequentemente para a manutenção das instituições, sem esquecer dos investimentos na formação contínua dos educadores. É irrelevante falar da educação infantil sem mencionar a questão da formação do profissional que atua nesse nível de ensino, Uma vez que o importante não é somente o acesso da criança na instituição de ensino, mas sim a sua permanência nesse espaço e seu desenvolvimento motor, cognitivo, social, etc… Formação Profissional Para Tancredi, Reali e Mizukami, (2003) a atividade de docência é compreendida como a resolução de problemas por meio da aplicação de conhecimentos teóricos e técnicos. Entretanto, no dia-a-dia das salas de aula, os professores enfrentam situações diversas daquelas descritas nos livros. Frequentemente, esse profissional se vê diante de situações inusitadas, incertas, variáveis, conflituosas, dilemáticas, as quais exigem de sua parte a construção de novas formas de atuação. Tornar-se professor tem sido entendido como um contínuo processo, isto é, desenvolvimento constante, ao longo da vida, que está pautado nos modos de conhecimento pessoal e profissional. Assim, a formação inicial tem sido, atualmente, vista como um momento ou fase de um processo mais longo, como qualquer outro aprendiz, o professor traz consigo conhecimentos e experiências prévias sociais e específicas que de algum modo vão influenciar as novas aprendizagens de um lado, admite-se que a aprendizagem da docência ocorre no decorrer do tempo. (DANI e ISAÍA, 1997)Parte-se do pressuposto de que o pedagogo deve ser um profissional capaz de contribuir na tarefa de democratizar o acesso aos conhecimentos, visando, entre outros objetivos, à promoção da melhoria nas condições de vida das pessoas. Entende-se que deve ser um profissional capaz de investigar, refletir, gerar conhecimento, gerir e ensinar, tanto no âmbito escolar como em espaços não-escolares. Nesse sentido, é preciso refletir sobre a importância do trabalho com as linguagens, nos cursos de formação inicial de professores, e dialogar sobre a melhor forma de inseri-las nesse processo, trazendo a esses futuros profissionais práticas diferenciadas que possam ampliar seus conhecimentos sobre a relevância dessas linguagens, na educação da infância, enquanto condição fundamental para o favorecimento do desenvolvimento humano. Múltiplas Linguagens Segundo Vanoye (2007), a linguagem é um sistema de signos socializados, o que remete claramente à função de comunicação. Para o autor, a linguagem é compreendida como um conjunto cujos elementos se determinam em suas inter-relações, ou seja, o sentido de um termo é função do contexto em que ele ocorre e dos recursos que são usados para sua expressão. Desse modo, considerar as diferentes linguagens (musical, cênica, dança, artes visuais, TV, história em quadrinhos, rádio e informática) como eixo do trabalho pedagógico, na formação inicial do pedagogo, é tomá-las no seu papel fundamental de constituidoras da consciência. As múltiplas linguagens é um processo de reconhecimento da aprendizagem e do desenvolvimento integral da criança, no qual cria, recria, usa sua imaginação e organiza o espaço a qual está inserida através de brincadeiras e a interação, trabalhar com as múltiplas linguagens, significa ajudar as crianças a perceber qualidades e características nem sempre evidentes, de modo mais profundo e significativo. Buscamos hoje uma visão de mundo em que nos impulsione e desafie na busca do conhecimento. É importante professores trabalharem enfatizando o processo de desenvolvimento integral da criança na educação infantil, pois é um momento de maturação e experiência que exige além de um acompanhamento, formas eficazes na ação pedagógica. (BRASIL, 2006) As crianças pequenas são encorajadas a explorar seu ambiente e a expressar a si mesmas através de todas as suas “linguagens” naturais ou modos de expressão, incluindo palavras, movimento, desenhos, pinturas, montagens, escultura teatro de sombras, colagens, dramatizações e música. (EDWARDS, GANDINI, FORMAN, 1999, p.21). As diferentes linguagens são recursos que permeiam no desenvolvimento infantil, e os professores devem estar preocupados em desenvolver atividades que avance nesse processo de conhecimento, tais como: leituras visuais e audiovisuais gerenciada por meio da contação de história, sendo importante proporcionar as crianças atividades lúdicas e variadas que estimulem uma aprendizagem prazerosa, trabalhando assim, além de atividades complementares como, pinturas, colagem e desenhos, métodos que possibilitem a compreensão das linguagens através das brincadeiras, considerando ainda a importância de respeitarem as individualidades e singularidades de cada sujeito. FREITAS, (2008) Contudo, é extremante importante considerar que o planejamento didático precisa estar sempre engajado a novos métodos que estimulem e envolvam as crianças. Assim, entendendo que estudos teóricos são fundamentais para melhorar a qualidade de ensino, pontuaremos a relevância dos educadores estarem sempre a par de novas formações que gerencie a melhor forma de aprendizado para os sujeitos, considerando que a criança é dotada de várias potencialidade, vê-se assim, a necessidade de conhecer as múltiplas linguagens. Linguagem Gráfica Podemos dizer que estamos vivendo numa era em que, devido aos avanços tecnológicos, as informações estão sendo transmitidas a uma velocidade muito alta. Para tanto, a transmissão do conhecimento, seja esta formal ou não, tem recorrido ao uso das mais variadas formas de expressão. Entre estas formas encontramos a expressão gráfica, que utiliza diferentes tecnologias de representação, agindo como recurso didático ao processo de aprendizado (FOGAÇA, 2006). O uso de representações gráficas como linguagem, ou como forma de expressão e de transmissão do conhecimento não é um tema recente: foi esta a primeira maneira que o homem utilizou para se comunicar, conforme podemos verificar nas pinturas rupestres encontradas em diversas regiões do nosso planeta, datadas desde o período paleolítico da história da humanidade. O desenho é o elemento precursor da Linguagem Gráfica, sendo considerado como fonte de registros primitivo anterior ao desenvolvimento da escrita. Ao longo dos tempos o desenho se transformou em uma forma de comunicação tão inerente à evolução do ser humano, quanto à própria linguagem oral e escrita e hoje é uma das principais fontes do desenvolvimento infantil (SMOLE 2000). . O trabalho com linguagens gráficas vai além daquele tradicionalmente desenvolvido na escola, havendo, portanto, a possibilidade de elaboração de estratégias que podem favorecer a aprendizagem, a expressão e o desenvolvimento integral do aluno. O recurso da imagem, desenho ou expressão gráfica na sala de aula é indispensável, não apenas para manter a escola atualizada, mas, principalmente porque ela permite a participação dos alunos e uma dinamização da aula, permitindo uma maior interação entre todos. (LENCASTE, 2007) O dia a dia da das crianças fora da escola, está ligado à imagem, sendo esta uma linguagem que eles bem conhecem, gostam e que procuram para se expressar. Esta geração nasceu num mundo rodeado de imagens e que cabe ao professor a responsabilidade de sua introdução de forma eficiente na sala de aula, ensinando os alunos a ler a informação e a se comunicar com e pelas imagens. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS SMOLE, Kátia Cristina Stocco. A matemática na educação infantil: a teoria das inteligências múltiplas na prática escolar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. DERDYK, Edith. Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo: Senac, São Paulo, 2007 BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. MOREIRA, Antônio Anisio Almeida O espaço do desenho: A educação do educador. São Paulo: Edições Loyola, 1984 TWYMAN, Michael. L. A schema for the study of graphic language. In: Processing of visible language, edited for Paul A. Kolers, Merald E. Wrolstad & Herman Bouma. Nova York & Londres 1979 COUTINHO, Solange Galvão e FREIRE, Verônica Emília Campos. Design para Educação: uma avaliação do uso da imagem nos livros infantis de Língua Portuguesa. In: Cleomar Rocha (Org.). Arte: limites e contaminações - 15º Encontro Nacional da ANPAP (2006). Anais. Salvador. 2007 MACHADO, Nilson José. Epistemologia e didática, as concepções de conhecimento e inteligência e a prática docente. São Paulo: Cortez, 2000. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais de Qualidade para Educação Infantil (PCNs). Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. 2006. FREITAS, Amanda Fonseca Soares. Corpo, Movimento e Linguagem: em busca do conhecimento na escola de Educação Infantil. Disponível:http://www.biblioteca.pucminas.br/teses/Educacao_FreitasAF_1.pdfhttps://anais.unicentro. br/seped/2010/pdf/resumo_115.pdf. Acesso dia 10 de outubro de 2018. MALAGUZZI, Loris. História, Idéias e Filosofias Básicas. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As Cem Linguagens da Criança; a. abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre; Artmed, 1999. P. 59104. GOMES, Marineide de Oliveira. Formação de Professores na Educação Infantil. São Paulo, SP: Cortez, 2009. KUHLMANN JR, Moysés. Infância e Educação Infantil: uma abordagem histórica. Porto Alegre: Mediação, 1998. 210p BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília:MEC/SEB, 2010. FARIA, Ana Lúcia Goulart de; PALHARES, Mariana Silveira. Educação Infantil pósLDB: rumos e desafios. 6.ed.Campinas. Autores Associados, 2007. GASBARRO, Ana Lúcia Marques. Estrutura e Organização da escola de Educação Infantil. São Paulo, SP: Sol, 2011. DERDYK, Edith. Disegno. Desenho. Desígnio. São Paulo: Senac, São Paulo, 2007. FOGAÇA, Mônica. Papel da inferência na relação entre os modelos mentais e modelos científicos de célula. Dissertação (Mestrado) – Ensino de Ciências e da Matemática, Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2006. LENCASTE, José Alberto; CHAVES, José Henrique. Ensinar pela imagem. Revista GalegoPortuguesa de psicologia e Educación, v. 10, n. 8, p. 2100-2105, 2007. DANI, L. S. C.; ISAÍA, S. M. A. Ressignificando o fracasso escolar no ensino fundamental. ANPED, Caxambu, 1997 MIZUKAMI, M. G. N. et al. Do projeto coletivo da escola à sala de aula: analisando processos de desenvolvimento profissional de professoras de séries iniciais do ensino fundamental. São Carlos, 1998. Relatório de pesquisa, FAPESP.