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Bioeletricidade da membrana plasmática

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• Células nervosas e muscu-
lares têm propriedades bi-
oelétricas. 
• Células musculares podem 
determinar uma contração 
quando estimuladas eletri-
camente 
• Células nervosas precisam 
do estimulo elétrico para 
conduzir a informação e 
fazer funcionar a rede 
neural. 
• Toda célula apresenta 
uma diferença de potencial 
chamada de potencial de 
membrana. 
• O potencial é calculado me-
dindo a parte interna e ex-
terna da célula. 
• A diferença de potencial é 
de Vm=-70mV. O meio in-
tracelular é carregado ne-
gativamente e o extra é 
carregado positivamente. 
• Vm= Vint - Vext, esse valor 
sempre será negativo 
• Podem existir células com 
potencial de membrana um 
pouco superior ou um pouco 
inferior dependendo das 
pequenas diferenças de 
concentração iônica. No re-
pouso (sem estimulo), o 
potencial de membrana é 
sempre negativo. Ao longo 
da aula o valor negativo de 
70 mV será o considerado 
pois é o encontrado na mai-
oria das células nervosas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Assim como representado 
na figura da direita em 
que diante de duas placas 
carregadas com cargas 
opostas ocorre o surgi-
mento de um campo elé-
trico, na célula ocorre o 
mesmo. E, portanto, se 
uma carga positiva é colo-
cada no campo elétrico ge-
rado pelas cargas opostos 
do meio intra e extra celu-
lar teremos que esta 
carga vai reagir à força 
elétrica do campo no sen-
tido de ser atraída pela 
carga oposta, que no caso 
é está concentrada no in-
terior da célula (negativo, 
como representado na ima-
gem da esquerda através 
do vetor de carga. Além de 
sofrer uma repulsão pelo 
condutor carregado pela 
carga de mesmo tipo, ou 
seja, repulsa do meio ex-
terno. 
• O potencial de membrana 
de repouso é importante 
por estabelecer um compa-
rativo em relação a uma 
membrana excitada. 
• Quando uma célula é exci-
tada o potencial de mem-
brana se torna superior ao 
valor de -70mV. 
 
 
 
 
 
 
 
Obs.: A primeira está em re-
pouso e a segunda está sob exci-
tação 
• Com a excitação o meio in-
tracelular que no repouso é 
carregado negativamente 
acaba por se tornar mais 
carregado positivamente, 
como pode ser visto na se-
gunda imagem do esquema 
anteior. Enquanto o lado 
extracelular que antes da 
excitação é carregado posi-
tivamente acaba, com a 
excitação, sendo mais car-
regado negativamente. 
• Obs.: Não que seja mais 
carregado do que a carga 
naturalmente presente no 
meio (intra= nega e ex-
tra=positivo), mas por 
apresentar algumas car-
gas opostas ao contin-
gente normal do meio. 
• Isso é importante pois 
uma excitação pontual 
pode se propagar ao longo 
de toda a célula. 
• É exatamente a base da 
excitação e o seu prolonga-
mento ao longo de toda a 
célula que faz com que 
uma célula muscular ter-
mine por se contrair nos 
pontos excitados. 
• Quando a excitação é numa 
célula nervosa ela viaja ao 
longo de toda a célula de-
terminando uma informa-
ção, um sinal. E, possivel-
mente, essa célula pode 
acabar por comunicar essa 
informação para outra 
célula. Determinando o fun-
cionamento do sistema 
nervoso e da rede neural. 
• A excitação da membrana 
será sempre determinada 
pela alteração do potencial 
de membrana de -70mV 
(repouso), através do au-
mento de cargas positivas 
no ambiente interno da cé-
lula e aumentos das car-
gas negativas no meio ex-
terno a ela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• A célula possui uma alta 
concentração intracelular 
de potássio (K+). Enquanto 
a concentração de potássio 
no meio extracelular é 
muito baixa (vide quadro 
na imagem anterior) 
• Já a concentração de sódio 
no espaço intracelular é 
baixa, enquanto no meio ex-
tra celular sua concentra-
ção é bem maior (vide qua-
dro) 
• A concentração de cloreto é 
baixa no meio intracelular e 
alta no meio extracelular. 
• Então, no tocante de po-
tencial de membrana, é im-
portante sempre lembrar 
a diferença de composição 
iônica quando se compara 
meio intra e extracelular. 
• A simples diferença de 
composição iônica não da 
conta de explicar a forma-
ção de um potencial entre 
os dois meios. 
• Para explicar a formação 
do potencial elétrico da 
membrana é preciso levar 
em consideração também a 
condutância iônica, ou seja, 
a capacidade que os íons 
tem de se deslocar de um 
lado par ao outro da mem-
brana plasmática. Os íons 
tem essa possibilidade uni-
camente se eles passarem 
através de canais iônicos. 
• A quantidade dos canais iô-
nicos se relaciona direta-
mente com a capacidade do 
potencial de membrana, ou 
seja, os canais iônicos exis-
tem para os 3 tipos de 
íons Cl-, K+ e Na+; porém em 
quantidades diferentes. 
• As células excitáveis nor-
malmente apresentam 
uma maior quantidade de 
canais iônicos de potássio 
(K+) e, portanto, se diz que 
a condutância para potás-
sio é alta. Já que ela apre-
senta muitos caias para 
esse íon. E assim, o potás-
sio tem grande capacidade 
de se deslocar de um lado 
para o outro da membrana 
plasmática. 
• Enquanto o sódio (Na+) 
possui uma baixa condu-
tância. A célula possui uma 
pequena quantidade de ca-
nais iônicos de sódio, então 
a capacidade de desloca-
mento deste íon de um lado 
para o outro da membrana 
fica reduzida. 
• O cloreto (Cl-) possui uma 
condutância intermediaria 
ao potássio e ao sódio. 
• Relação de grau de condu-
tância: 
o K+ > Cl- > Na+ 
• Ânions impermeáveis: Es-
tão presentes no líquido in-
tracelular. Moléculas orgâ-
nicas carregadas eletrica-
mente com carga nega-
tiva. Mas, atenção, essas 
moléculas não possuem ca-
pacidade nenhuma de des-
locamento entre os meios 
intra e extra celular. Elas 
estão e ficarão no meio in-
tracelular. 
• Fatores que influenciam no 
potencial de membrana: 
o Composição e concen-
tração iônica; 
o Condutância iônica; 
• Canais iônicos: estrutura 
proteica, possui um ambi-
ente interno pelo qual os 
íons transpassam com fa-
cilidade devido as moléculas 
de água que hidratam 
esse íon permitindo a rea-
ção com a seletividade 
dessa estrutura proteica 
e auxiliando, então, sua 
passagem. 
• Os canais apresentam se-
letividade e, portanto, um 
canal específico para po-
tássio só vai deixar passar 
potássio. O de sódio será 
seletivo para sódio e o de 
cloreto seletivo para clo-
reto. 
 
 
Figura 1 Canal iônico de potássio 
• As cargas que proporcio-
nam a diferença de poten-
cial de membrana são as 
cargas fornecidas pelos 
íons. E é justamente o des-
locamento desses íons que 
vai promover a diferença 
de potencial. 
• O deslocamento dos íons 
através da membrana 
está sujeito a duas forças: 
força química e força elé-
trica. O deslocamento não 
é caótico, é ordenado. 
• Força química: O íon se 
desloca do meio mais con-
centrado para o meio me-
nos concentrado 
 
 
 
• O canal iônico é um tipo de 
transporte passivo em 
que, quanto mais um íon 
está concentrado maior é a 
tendência de ele passar 
pelo canal. 
• Os íons não respeitam uni-
camente a força química 
imposta pela concentração. 
Por serem solutos carrega-
dos eles também respon-
dem a uma força elétrica. 
• Força elétrica: suponhamos 
que exista um íon negativo 
internamente à célula, por 
conta do líquido intracelu-
lar ser carregado negati-
vamente ambas as cargas 
passam a sofrer repulsão. 
O que acontece então é 
uma interação da carga 
negativa do íon interno e a 
carga positiva do ambi-
ente externo à célula, ocor-
rendo uma atração e tor-
nando possível a saída 
desse íon negativo da cé-
lula. Caso seja um íon posi-
tivo localizado no ambiente 
extracelular (ambiente 
carregado positivamente) 
teremos o caminho inverso 
que o anterior, ou seja, a 
carga positiva passa a in-
teragir com as cargas no 
ambiente intracelular (ne-
gativo) e sofrer atração, 
Figura 2 Influencia 
da concentração naforça química 
facilitando a sua entrada 
na célula. (Vide imagem) 
 
 
 
 
 
 
 
• Para o estudo do compor-
tamento dos íons se faz 
necessário a separação e 
análise de cada um deles 
separadamente. Pois anali-
sar o comportamento dos 
três íons ao mesmo tempo 
seria muito complicado. 
• Analisando o comporta-
mento do potássio teremos 
que, em uma situação ini-
cial e hipotética, a dife-
rença de potencial é 0 (Vm 
= 0), é zero pois imagina-
se que todos os potássios 
do ambiente intracelular 
estão associados aos 
ânions inorgânicos (situa-
ção de eletro neutrali-
dade). 
 
 
 
 
• A eletro neutralidade se 
dá por conta de os íons po-
sitivos estarem em intera-
ção com os íons negativos, 
tanto no ambiente intra 
(K+ e A-, gerando o sal KA) 
quanto no ambiente extra-
celular (Na+ e Cl-, formando 
o sal NaCl). 
• (Imagem anterior) Célula 
hipotética e que os únicos 
canais presentes são os 
canais iônicos de potássio 
• O tipo de parâmetro quí-
mico-físico considerado 
para estudar o comporta-
mento de um íon é uma va-
riável chamada de poten-
cial eletroquímico (Δµ) que 
é a soma da força química 
e da força elétrica. 
• Se o potencial eletroquí-
mico Δµ > 0, o íon se move 
do intra para o extracelu-
lar. 
• Se o potencial eletroquí-
mico Δµ < 0, o íon se move 
do extracelular para o in-
tracelular. 
• Se o potencial eletroquí-
mico Δµ = 0, os íons estão 
em equilíbrio. Não se deslo-
cam. 
• Ou seja, o potencial eletro-
químico é o parâmetro 
usado para estudar o 
Figura 3 Influência da 
carga no transporte de 
íons 
comportamento de um íon 
que pode se deslocar entre 
o espaço intra celular e o 
espaço extracelular. 
• Formula para o potencial 
eletroquímico maior que 
zero. Prestara tenção que 
a força eletroquímica é 
maior que zero, mas a 
força elétrica é zero. 
 
 
 
 
 
• Para o caso de o potencial 
eletroquímico for menor 
que zero, prestara aten-
ção que a força química é 
zero, mas a força elétrica 
é menor que zero. 
 
 
 
 
 
• Enquanto que se o poten-
cial eletroquímico for igual 
a zero teremos que a 
força química e a força elé-
trica possuem os mesmos 
valores, porém, são opos-
tas; sendo uma negativa e 
outra positiva e assim se 
anulando. 
 
 
• O “z” presente na formula 
da força elétrica diz res-
peito a valência do íon es-
tudado. Nos casos do K+. 
Na+ e Cl- os valores de “z” 
sempre serão 1, pois são 
monovalentes, mas para 
bivalentes será 2, tri = 3 
e etc. 
• O F é a constante de Fa-
raday. 
 
 
 
• Relembrando que o valor 
total vai me dizer para 
onde o íon está sendo enca-
minhado, isso não quer di-
zer que apenas uma das 
forças atuem por vez. Ou 
seja, eu posso ter força 
química e força elétrica 
atuando na saída do íon po-
tássio do meio intra para o 
extra celular, pois as for-
ças se somam e geram um 
potencial eletroquímico 
maior que zero. O mesmo 
pode acontecer para que 
ocorra a entrada do potás-
sio no meio intra celular, ou 
seja, não é regra que a 
força química seja zero, 
mas o valor total das 
forças deve ser menor que 
zero. 
 
 
 
• Ek = potencial de equilíbrio 
do potássio. (potencial re-
ferido para o momento em 
que o potássio já não mais 
se desloca, pois atingiu o 
seu equilíbrio) 
Exemplo de como usar: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Com o aumento da concen-
tração de potássio no meio 
extracelular ocorre uma 
maior repulsão de cargas, 
uma vez que há maior con-
centração de cargas posi-
tivas nesse meio. Provo-
cando uma atração do po-
tássio pelas cargas nega-
tivas do meio intra celular, 
levando o potássio para 
dentro. 
• Situação hipotética em 
que a célula só apresenta 
canais iônicos pra sódio: 
• O íon sódio está mais con-
centrado no meio extrace-
lular, o que quer dizer que 
através da força química 
ele possui a tendência de 
ser levado para o meio in-
tracelular. Ou seja, a 
equação leva a um poten-
cial eletroquímico contrário 
ao do potássio cujo a con-
centração é maior no meio 
intracelular. Veja a equa-
ção: 
 
 
 
 
• O sódio é encaminhado 
para o meio intracelular 
até que o acúmulo de 
carga positiva no meio 
provoque uma força elé-
trica contrária causando a 
diminuição da entrada de 
sódio até que se alcance o 
equilíbrio, ou seja, quando o 
potencial eletroquímico 
atinge o valor zero. Veja a 
equação: 
 
 
• Ao substituir os va-
lores e as constante 
na equação de po-
tencial de equilíbrio 
para o sódio teremos 
que seu valor é posi-
tivo. Veja: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Nesse caso é posi-
tiva pois uma certa 
quantidade de sódio 
entrou na célula, le-
vando consigo carga 
positiva (no caso no 
potássio, é negativa 
pois ocorre a saída 
de cargas positivas 
[saída de potássio]) 
• Célula hipotética que 
apresenta apenas 
canais iônicos para 
cloreto: 
• Assim como ocorre 
para o sódio o poten-
cial eletroquímico 
para a entrada do 
cloreto na célula 
também é menor que 
zero, uma vez que 
sua maior concentra-
ção está no meio ex-
tra celular. Veja: 
 
 
 
 
• O cloreto vai entrar 
no meio intracelular 
até que o acúmulo de 
carga negativa (Cl-) 
no meio intra provo-
que uma força elé-
trica contraria a 
força química. Ou 
seja, o cloreto conti-
nua a entrar até 
que as forças opos-
tas se igualem ge-
rando um potencial 
eletroquímico igual a 
zero. Como na ima-
gem: 
 
 
 
• Ao substituir os va-
lores e as constan-
tes na equação de 
potencial de equilí-
brio do cloreto tere-
mos um valor nega-
tivo. Veja 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O valor negativo, no 
caso do cloreto, se 
por conta da en-
trada de uma certa 
quantidade de clo-
reto entrar na célula 
levando consigo car-
gas negativas. (ao 
contrario do potássio 
que o valor é nega-
tivo pois ocorre a 
saída do potássio e 
consequentemente a 
perda de cargas po-
sitivas) 
• Então, numa mem-
brana de célula real 
se tem que os três 
íons podem se deslo-
car, logo não pode-
mos ter três valores 
de potencial de equi-
líbrio. Teremos um 
valor único para os 
três íons que agem 
concomitantemente 
• Num contexto em 
que os íons estão 
competindo se pode 
considerar o poten-
cial de equilíbrio como 
a tendência que cada 
íon tem. Porém, essa 
tendência, deverá 
ser considerada em 
conjunto com a con-
dutância iônica e a 
diferença desta en-
tre os íons. 
• A condutância iônica 
do potássio: condu-
tância muito grande, 
logo, uma grande 
quantidade de íons 
potássio. 
• A condutância do só-
dio é muito baixa, ou 
seja, uma baixa 
quantidade de sódio. 
• E, o cloreto, possui 
uma condutância in-
termediária. 
• Então, no final, os 
íons que vão conse-
guir se deslocar mais 
serão os íons que 
possuem uma maior 
condutância. 
• Portanto, o potássio 
possui uma tendên-
cia de estabelecer o 
potencial de equilí-
brio de -80mV. E, de 
fato, ele vai conse-
guir chegar muito 
perto disso por ter 
uma condutância 
muito grande. 
• Já o sódio que possui 
uma tendência de al-
cançar o potencial de 
equilíbrio de +62mV 
dificilmente vai con-
seguir chegar pró-
ximo disso, já que 
sua condutância é 
baixa. 
• Enquanto o cloreto 
possui a tendência 
de alcançar o poten-
cial de equilíbrio de -
61mV e ele terá uma 
certa capacidade de 
fazer isso pois sua 
condutância é razoá-
vel. (intermediária 
em comparação aos 
outros) 
• Então, para chegar 
a um valor único de 
potencial para os 
três íons é feito 
uma média ponde-
rada. Essa média 
leva em conta a con-
tribuição de cada íon 
considerando sua 
condutância. A média 
ponderada é calcu-
lada através da 
multiplicação da con-
dutância com o po-
tencial de equilíbrio 
de cada íon e depois 
somando e dividindo 
pela soma das condu-
tâncias de todos. 
Veja: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Então, se pode ver 
queesse potencial 
encontrado (-70mV) 
é muito próximo do 
potencial de equilí-
brio do cloreto (-
61mV) e muito pró-
ximo do potencial de 
equilíbrio do potássio 
(-80mV), que são os 
dois com maior con-
dutância. 
• A condutância, en-
tão, seria a veloci-
dade com que o íon 
consegue passar 
através da mem-
brana plasmática. A 
diferença de condu-
tância é muito im-
portante no curto 
prazo. Se pensarmos 
num curto período de 
tempo teremos a 
passagem de uma 
grande quantidade 
de potássio en-
quanto sódio passa-
ria muito pouco, mas 
passaria, pois 
mesmo que sua con-
dutância seja baixa 
ela continua não 
sendo nula. Então, a 
longo prazo a dife-
rença de condutância 
vai pesar sempre 
menos quanto maior 
o tempo esperado 
para o sódio passar 
pela membrana plas-
mática. 
• Então para se man-
ter o potencial de 
membrana no longo 
prazo é necessário 
que se tenha um 
processo que conti-
nuamente e gradual-
mente coloque sódio 
de volta pro meio ex-
tra celular e potás-
sio pro intra celular, 
trabalho esse que é 
feito pela bomba só-
dio-potássio. Sem a 
bomba a diferença 
de concentrações, a 
longo prazo, iria se 
esgotar. Pois, 
mesmo que a condu-
tância valha, aos 
poucos o sódio conse-
gue passar e se pas-
sar muito tempo o 
sódio vai contribuir, 
aumentando o valor 
de -70mV do poten-
cial de membrana. 
Então, se não hou-
vesse a bomba só-
dio-potássio ocorre-
ria a perda da habi-
lidade de manter a 
diferença de poten-
cial. 
 
• O potencial de re-
pouso deriva da or-
ganização dos íons 
dos dois lados da 
membrana plasmá-
tica, ou seja, é criado 
pelo deslocamento 
dos íons; e depois é 
mantido pela bomba 
de sódio-potássio 
que garante sempre 
a manutenção das 
concentrações de só-
dio e potássio dos 
dois lados da mem-
brana plasmática. 
• Quando uma célula é 
excitada as cargas 
se tornam um pouco 
diferentes, tendo o 
interior da célula 
uma concentração 
mais positiva e o ex-
terior mais nega-
tivo. 
• O processo de exci-
tação da célula é 
chamado também de 
polarização. 
• O nome despolariza-
ção se dá pelo fato 
de que a adição de 
cargas positivas no 
interior da célula au-
menta o potencial de 
membrana fazendo 
com que ele saia do -
70mV e se aproxime 
mais de zero. Dimi-
nuindo assim a pola-
ridade. 
• A excitabilidade é 
produzida por ou-
tras células, causada 
pelas conexões sináp-
ticas. Então, outras 
células nervosas, 
principalmente ner-
vosas, tem a possi-
bilidade de induzir 
em uma célula exci-
tável (muscular ou 
nervosa) uma despo-
larização. 
• A membrana plas-
mática constitui um 
circuito que, inicial-
mente, teremos um 
potencial de mem-
brana e, portanto, 
uma diferença de po-
tencial no repouso 
com carga negativa 
intracelularmente e 
carga positiva ex-
tracelularmente. 
Além de canais iôni-
cos que permitem o 
deslocamento de car-
gas. 
• Em um caso artifi-
cial em que um pes-
quisador excita a cé-
lula através de um 
estímulo elétrico 
promovido por um 
eletrodo, ele conse-
gue fazer com que 
uma corrente circule 
de forma que uma 
corrente positiva 
aumente a carga no 
ambiente intracelu-
lar (que é negativo). 
Ou seja, torna o am-
biente intracelular 
mais positivo e o ex-
tracelular mais ne-
gativo. Veja na ima-
gem: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Essa entrada de 
carga positiva faz 
com que o potencial 
de membrana que 
antes era de -70mV 
se torne um pouco 
mais positivo che-
gando a -65mV, 
como pode ser visto 
na imagem acima. 
• Nessa imagem é 
possível ver, tam-
bém, que a carga po-
sitiva acaba perten-
cendo a um circuito 
elétrico pela possibi-
lidade dela se deslo-
car através dos ca-
nais entre os ambi-
entes intra e extra-
celulares. 
• Então o circuito es-
tabelecido na célula 
e, pode ser entendido 
através da física 
como se os canais iô-
nicos agissem como 
resistências por onde 
passará a corrente 
elétrica (i). Veja: 
 
• É importante saber 
que, as células 
possuem esses ca-
nais pelos quais a 
carga pode passar. 
Mas possuem tam-
bém a bicamada lipí-
dica que atua como 
um isolante de cor-
rente, ou seja, por 
onde a carga não 
pode passar. Então, 
quando um pesquisa-
dor coloca carga po-
sitiva dentro do am-
biente interno da cé-
lula ele observa que 
ocorre um acúmulo 
dessas cargas próxi-
mas a camada lipí-
dica interna, que não 
vai conseguir passar 
pela membrana plas-
mática. Já no ele-
trodo externo o que 
ocorre é a tendência 
de acumular cargas 
negativas próximas 
a camada lipídica ex-
terna. Veja a ima-
gem: 
 
 
 
 
 
 
 
• Do ponto de vista da 
física, então, a bica-
mada lipídica apre-
senta aspectos de 
um capacitor que 
provoca o acúmulo de 
carga positiva no 
meio interno nas 
proximidades da ca-
mada lipídica interna 
e acúmulo de carga 
negativa nas proxi-
midades da camada 
lipídica externa. Lo-
gicamente que essas 
cargas acumuladas 
parte de um estí-
mulo feito pelo pes-
quisador, uma vez 
que a concentração 
de cargas no ambi-
ente interno é nega-
tiva e no externo é 
positiva, sendo as-
sim ao estimular 
com aplicação de car-
gas via eletrodo a 
carga introduzida no 
meio interno é con-
traria a concentra-
ção para promover 
um circuito elétrico. 
Veja a imagem de 
uma célula sendo re-
presentada como um 
capacitor: 
 
 
• Considerando os dois ele-
mentos, resistência e ca-
pacitor, trata-se do mo-
delo mais completo de uma 
membrana plasmática. 
• Então, quando é introdu-
zida uma corrente positiva 
no espaço intracelular te-
remos uma componente 
dessa corrente passando 
pela resistência e vai fe-
char o circuito da mem-
brana plasmática. Cor-
rente passada pelos canais 
iônicos. 
• Em paralelo, teremos uma 
corrente capacitativa que 
vai determinar apenas 
uma acumulação de cargas 
e uma separação dessas 
cargas entre o espaço in-
tra e extracelular. 
• O circuito da membrana 
plasmática fica represen-
tado pela seguinte imagem 
e equação: 
 
Figura 4 membrana com a resistência e o capacitor 
representados 
 
 
 
 
 
O “C” trata da capacitância, ou 
seja, a possibilidade de o capaci-
tor acumular carga é dada pela 
diferença de carga acumulada 
dos dois lados dividia pela dife-
rencia de potencial aplicado 
• No inicio de um estímulo a 
primeira coisa que acon-
tece é o acúmulo de cargas 
na camada lipídica nos pon-
tos capacitativos (pontos 
que não apresentam ca-
nais), ou seja, não há alte-
ração no valor do potencial 
de repouso que vai conti-
nuar -70mV 
Figura 5 Lei de Ohm representando a diferença de 
potencial dada pela multiplicação da resistência 
pela corrente elétrica. 
• Tendo o capacitor uma 
possibilidade finita de acú-
mulo de carga, com o 
tempo as cargas começam 
a passar pela resistência e 
promovem alteração no po-
tencial de repouso. 
• Ou seja, com o aumento do 
estimulo ocorre auemnto 
da corrente capacitativa, 
mas a variação do poten-
cial de membrana e a cor-
rente através da mem-
brana continuam estacio-
nadas. Veja imagem 
 
• A medida que o capacitor 
fica saturado começam a 
se deslocar cargas por 
meio dos canais. Dessa 
forma, teremos que o estí-
mulo se torna constante; 
ocorre diminuição da cor-
rente capacitativa uma 
vez que estão saindo car-
gas dela para passarem 
pela resistencia; aumento 
da variação de potencial de 
membrana e aumento da 
correte através da mem-
brana. Veja: 
 
 
• Com o tempo, a saturação 
do espaço do capacitor, que 
é nas proximidades da ca-
mada lipídica, ocorre e já 
não é mais possivel guar-
dar cargas. Nesse ponto, 
as cargas inseridas no sis-
tema através do eletrodo 
passam a ser todas 
encaminhadas para os ca-
nais/resistencia fechando o 
circuito. É nesse momento 
que se atinge a excitação 
máxima. No exemplo da 
imagem abaixo esse ponto 
é atingidono potencial de -
60mV. 
 
 
Como pode ser observado a 
corrente capacitativa 
nesse caso é zero, pois ela 
está saturada. Também 
ocorre a chegada ao nível 
máximo da corrente 
através da membrana 
plasmática. Nesse sentido, 
a célula se mantém exci-
tada por tanto tempo se 
mantiver a injeção de cor-
rente positiva através do 
estimulador. 
• Ao desligar o estimulador 
a variação de potencial não 
cai rapidamente pois as 
cargas acumuladas no ca-
pacitor suprem por um de-
terminado momento o fluxo 
de cargas através da 
membrana. Ver imagem: 
 
 
Como se pode ver na ima-
gem a corrente do capaci-
tor em azul está ocorrendo 
abaixo da linha do zero, 
isso ocorre justamente por 
ela estar cedendo cargas 
para serem transportadas 
através dos canais/resis-
tência. 
• Ao se utilizar todas as 
cargas acumuladas no ca-
pacitador teremos a volta 
do estado inicial. Portanto, 
a excitação da membrana 
voltou para zero, ou seja, o 
Delta V voltou para zero, 
logo -70mV. Assim como a 
corrente através da mem-
brana voltou a zero; a cor-
rente capacitativa voltou 
para zero.

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