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Modelo Petição Inicial - Ação de Exoneração de Alimentos

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EXMO.(A) SR.(A) DR.(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PELOTAS - RS
Processo n. ____________________
JOÃO DA SILVA MEDEIROS, brasileiro, casado, juiz de direito, portador da cédula de identidade RG n. 5051384678 e inscrito no CPF sob o n. 500.345.789-61, usuário do endereço eletrônico joaomedeiros@gmail.com, residente em Rua Gomes Carneiro, n. 262, centro, CEP 97011-150, nesta Comarca de Pelotas, vem, respeitosamente perante V. Exa., por seu advogado que esta subscreve, com escritório em Avenida Bento Gonçalves, n. 5060, centro, CEP 96060-160, Pelotas, com base no art. 186 do Código Civil (CC) e demais dispositivos aplicáveis à espécie, propor a presente 
AÇÃO DE EXONEREÇÃO DE ALIMENTOS PELO PROCEDIMENTO COMUM
em face de MARIA AMÉLIA ROSÁRIO, brasileira, casada, desempregada, portadora da cédula de identidade RG n. 2345566789 e inscrito no CPF sob o n. 123.456.789-01, usuária do endereço eletrônico mariaamelia12@yahoo.com, residente em Avenida Dom Joaquim, n. 724, Três Vendas, CEP 98080-145, nesta Comarca de Pelotas, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
I. DOS FATOS
Desde o ano de 2006, o autor e a parte ré eram casados. Do fruto deste casamento, as partes tiveram um filho, Pedro Rosário Medeiros (doc. 2 – certidão de nascimento), desde então Maria deixou de exercer sua profissão de advogada para se dedicar ao filho e as atividades do lar, e também por não necessitar, já que o autor, por ser juiz de direito, recebe de salário mensal cerca de R$25.000,00 (doc. 3 – comprovante de renda).
Contudo, no ano de 2013, as partes se divorciaram (doc. 4 – certidão de divórcio), por uma ação de divórcio (doc. 5 – título executivo). Assim, foi acordado entre as partes o pagamento de pensão alimentícia de 15% mensal do salário de João, destinado ao filho Pedro, como também 10% destinados a Maria, devido aos motivos acima expostos. Totalizando então 25% dos rendimentos do autor.
Em 2020, João casou-se novamente (doc. 6 – certidão de casamento), e deste casamento teve dois filhos, Manuel e Francisco. Ademais (docs. 7 e 8 – certidões de nascimento), Maria também se casou (doc. 9 – certidão de casamento), com Alfredo, que é empresário e tem uma renda mensal de R$15.000,00.
Assim, conforme os documentos acostados que estão acima descritos.
Por todo o exposto, o autor não vê mais necessidade de vir a pagar à título de pensão os 10% designados a Maria e quer que o mesmo seja revisto. Pode-se notar que foram incrementados mais gastos devido aos filhos do atual relacionamento. Ademais, a parte ré recebeu a quantia destinada durante 7 anos, tempo razoável para a mesma se reinserir no mercado de trabalho, e durante este tempo casou-se novamente, não havendo mais necessidade alguma de seguir recebendo o valor.
II. DO DIREITO 
O presente pedido de exoneração encontra amparo legal no art. 15, da Lei n. 5.478/1968 (Lei de Alimentos), no qual dispõe: 
Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados.
Deve-se observar neste sentido o art. 505, I, do Código de Processo Civil: 
Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:
I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
Institui, nesse sentido, o artigo 1.699, do Código Civil: 
Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo.
O STJ tem limitado o pagamento de pensão ao ex-companheiro (a). Em julgado recente, deixou assentado que:
“O fim de uma relação amorosa deve estimular a independência de vidas e não, ao contrário, o ócio, pois não constitui garantia material perpétua. O dever de prestar alimentos entre ex-cônjuges ou companheiros é regra excepcional que desafia interpretação restritiva, ressalvadas as peculiaridades do caso concreto, tais como a impossibilidade de o beneficiário laborar ou eventual acometimento de doença invalidante.”
Com esse entendimento, a Terceira Turma do STJ deu provimento ao recurso especial para exonerar o ex-marido de continuar pagando pensão alimentícia à ex-mulher. O relator do recurso especial, destacou o entendimento do STJ sobre o caráter temporário da pensão alimentícia. Citando julgado da ministra Nancy Andrighi, afirmou que "os alimentos devidos a ex-cônjuge devem apenas assegurar tempo hábil para sua “inserção, recolocação ou progressão no mercado de trabalho, que lhe possibilite manter, pelas próprias forças, status social similar ao período do relacionamento”.
Julgado assim ementado:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ALIMENTOS. EXONERAÇÃO DE PRESTAÇÃO ALIMENTAR PAGA HÁ MAIS DE 6 ANOS A EX-CÔNJUGE INSERIDO NO MERCADO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A prestação de alimentos entre ex-cônjuges é excepcional, de modo que, quando fixada sem prazo determinado, deve persistir apenas pelo tempo necessário para a reinserção no mercado de trabalho ou autonomia financeira do alimentado, considerados o tempo decorrido de pagamento dos alimentos e o potencial para o trabalho do beneficiário, ao invés da análise apenas do binômio necessidade-possibilidade.2. Caso concreto no qual o pagamento de pensão há mais de 6 anos a ex-cônjuge inserido no mercado de trabalho possibilita a exoneração da prestação alimentar, notadamente porque a existência de despesas superiores às possibilidades econômicas da alimentada não podem ser transferidas ao ex-marido, por caber aquela ajustar sua vida e a contração de obrigações ao seu orçamento.3. Agravo interno desprovido. (STJ - AgInt no AREsp 1256698/RS, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/05/2018, DJe 04/06/2018)
Ainda nesse sentido:
"(...) .4. Os alimentos devidos entre ex-cônjuges não podem servir de fomento ao ócio ou ao enriquecimento sem causa, motivo pelo qual devem ser fixados com prazo determinado.5. (...) "(STJ - RHC 95.204/MS, 3a Turma, DJe 30/04/2018).
Como também este agravo no mesmo sentido:
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. EX-CÔNJUGE. DEVER DE EXAMINAR A NECESSIDADE. NÃO PROVIMENTO. 1. Nos termos da orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, os alimentos devidos entre ex-cônjuges devem ter caráter excepcional e transitório, excetuando-se somente esta regra quando um dos cônjuges não detenha mais condições de reinserção no mercado de trabalho ou de readquirir sua autonomia financeira, seja em razão da idade avançada ou do acometimento de problemas de saúde. 2. Na hipótese dos autos, a Corte de origem não examinou se, após 20 (vinte) anos de pagamento de alimentos, a necessidade da ex-cônjuge, que é advogada e, em princípio, apta a prover o próprio sustento, ainda permanece. 3. Agravo interno a que se nega provimento. 5.- PEDIDO SUBSIDIÁRIO COM REVISIONAL DE ALIMENTOS
III. DA OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Em atenção ao art. 319, VII, do CPC, e demais dispositivos cabíveis, o autor manifesta seu interesse na realização de sessão de conciliação, com o objetivo de buscar uma solução consensual para o litígio.
IV. DO PEDIDO, DOS REQUERIMENTOS E DO VALOR DA CAUSA
Ante o exposto, PEDE E REQUER o autor a V. Exa.:
a) A citação da requerida por mandado, para que compareça à audiência de conciliação a ser designada e, querendo, apresentem contestação;
b) A produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a documental (documentos acostados a esta inicial) e testemunhal;
c) A procedência da presente ação para exoneração do autor de pagar pensão alimentícia pelo título executivo, tudo na forma e para fins de direito;
d) A fixação de honorários, nos termos do art. 85, do NCPC.
Dá-se à causa o valor de R$ 30.000,00 (trintamil reais), nos termos do art. 292, III, do NCPC.
Termos em que,
Pede deferimento.
Pelotas, 31 de março de 2020
Desiree de Ramos Ferreira
OAB/RS XXXXXX

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