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O Silencio dos Homens

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Prévia do material em texto

UMA PESQUISA COM MAIS DE 40 MIL PESSOAS EM TODO O BRASIL
VOLUME 1
VIABILIZAÇÃO APOIOINICIATIVA E 
PRODUÇÃO EXECUTIVA
LIDERANÇA PESQUISA 
QUALITATIVA
JULIANA FAVA 
PESQUISA
INSTITUTO PDH
LIDERANÇA PESQUISA 
QUANTITATIVA
CONSULTORIA EM 
MASCULINIDADES E GÊNERO
GUSTAVO VENTURI
Metodologia 
de pesquisa
Etapa qualitativa
Durante a etapa qualitativa do estudo 
realizamos conversas em profundidade 
com dezenas de pessoas. Selecionamos 
especialistas e também pessoas não 
especialistas, mas com vivências 
relevantes no território das masculinidades. 
Buscamos ampla diversidade considerando 
as regiões do país, orientação sexual, 
classe, raça, escolaridade e gênero.
Investigamos fontes secundárias, 
como outros estudos, livros e artigos. 
Realizamos um monitoramento nacional e 
internacional de notícias durante a pesquisa. 
Conduzimos uma roda de conversa com 
ativistas do campo de masculinidades.
Os achados preliminares da etapa 
qualitativa serviram de base para 
estruturar o questionário quantitativo.
Após a etapa quantitativa, consolidamos 
os achados quali e quantitativos por 
meio de reuniões imersivas com o time 
e diversos colaboradores, sempre nos 
atentando para termos diversidade nesses 
encontros, garantindo múltiplos olhares 
para a construção de nossa análise.
UNIVERSO: 
população brasileira de 
14 ANOS 
OU MAIS, 
usuária da internet. 
3 A coleta foi realizada 
durante um mês, entre 
maio e junho de 2019.
Etapa 
quantitativa
ANÁLISE: 
realizamos análise 
descritiva e análise 
por clusters. 
Os resultados 
do estudo serão 
publicados em 
volumes. O presente 
volume apresenta 
somente parte da 
análise descritiva 
relativa ao questionário 
dos homens.
— 
2
DISTRIBUIÇÃO: 
por meio de 
questionário 
público na internet 
(Google Form). 
A divulgação inicial 
foi feita por meio das 
redes e bases do 
PapodeHomem. Em 
seguida, a pesquisa 
foi divulgada por sites 
diversos e reenviada a 
outros usuários pelos 
próprios respondentes 
iniciais. Como a 
intenção benéfica e de 
utilidade pública do 
estudo foi explicitada 
desde o princípio, 
houve grande 
compartilhamento 
orgânico. Por fim, 
realizamos campanhas 
com anúncios em 
redes sociais para 
chegar a determinados 
segmentos, 
necessários para 
equilibrar a amostra.
AMOSTRA INICIAL: 
3 obtivemos um total de
47.002
respostas. Desses, 43.153 
completaram todo o questionário. Sendo
PONDERAÇÃO: 
as informações da pesquisa foram ponderadas 
de modo a representar o perfil da população 
com acesso à internet, com 14 anos ou 
mais e escolaridade de nível médio ou 
superior, segundo idade, gênero, cor/
raça e grandes regiões do Brasil. 
Foram utilizados como parâmetro de ponderação 
os dados secundários da PNAD Contínua TIC 
2017. Após ponderar por todos esses fatores, 
isso levou o plano amostral a ser recalculado 
para representar 7.589 entrevistas respondidas 
por homens e 3.033 respondidas por mulheres.
27.702 
homens 
15.451
mulheres 
3 A pesquisa considera 0.5 pontos percentuais de 
margem de erro e 95% de nível de confiança.
— 
3
— 
4
Como ler esse 
relatório
Aspas: todas as aspas destacadas são fruto das conversas 
com especialistas, da etapa qualitativa de nosso estudo.
Infográficos: dizem respeito a perguntas feitas 
por nós na etapa quantitativa. O enunciado no alto 
das páginas, quando entre aspas, é a frase exata 
apresentada às pessoas no questionário.
Divisão por volumes: geramos uma quantidade de 
achados impressionante, que certamente tomará bastante tempo 
até ser digerida. Por isso optamos em dividir os resultados em 
volumes. O material que lê agora é apenas um fragmento de 
toda a inteligência gerada. Acompanhe o PapodeHomem e se 
cadastre no formulário em www.papodehomem.com.br/silencio 
para ser avisado em primeira mão dos próximos volumes.
Mesclamos texto corrido com 
infográficos e aspas dos especialistas. 
Tentamos criar uma lógica que facilitasse 
a leitura e compreensão do conteúdo.
— 
5
Introdução 
A luta das 
mulheres 
empurrou nossa 
conversa — e 
nós devemos 
agradecê-las 
por isso
“Sem os homens nós não vamos 
avançar tanto. Os homens precisam 
ser – e muitos deles querem ser – 
aliados nesse processo.” 
Sandra Vale, consultora de gestão e 
desenvolvimento no Instituto Promundo
— 
2
Esse projeto não existiria sem a 
luta das mulheres por igualdade de 
oportunidades, direitos e existência — ou 
seja, o que entendemos por equidade.
O movimento de transformação das 
mulheres impulsiona o movimento 
de transformação do homens. Ao não 
abaixarem a cabeça em sua busca, elas nos 
trouxeram até aqui e somos profundamente 
gratos pela coragem de todas elas. 
Se acredita que hoje vivemos numa 
sociedade que cada vez mais enxerga 
homens e mulheres como dignos de 
oportunidades e direitos iguais, agradeça 
às gerações de mulheres que (literalmente) 
deram suas vidas para que isso acontecesse.
Caso não tenha nem ideia de quais 
mulheres estamos falando, recomendamos 
o livro "Extraordinárias: mulheres 
que revolucionaram o Brasil".
E
“A gente tem que ter uma forma dos homens tolerarem, permanecerem no 
campo do diálogo com as mulheres, mesmo que seja um diálogo difícil. Acho 
que não existe forma de começar o diálogo, sem acolher quando elas gritam. 
Se elas gritam é porque são séculos de violência que ainda existem pra elas.” 
— Alexandre Coimbra, psicólogo e facilitador de grupos de homens
— 
3
O silêncio
homens
dos
— 
4
— 
5
Os homens 
estão em 
silêncio?
Eles têm o poder da fala, a qual 
exercem todo o tempo. Estão nas 
posições de comando da política, de 
nosso sistema jurídico e da economia. 
Se os homens já dominam tantos 
espaços, de que silêncio estamos 
tratando?
— 
6
É
É fácil associar homens a posições de poder em nossa 
sociedade, basta olhar pro lado. No Brasil, são 85% 
do Congresso, cerca de 90% do Executivo, mais de 
80% dos ministros do STF, além de ocuparem mais 
de 60% dos cargos de chefia nas empresas e 90% 
das cadeiras nos comitês executivos das grandes 
corporações. Entretanto, ao qualificar a masculinidade 
como gênero no poder, é preciso evidenciar de 
que homens estamos falando (o que faremos, com 
dados, a seguir) — os homens negros, por exemplo, 
não costumam usufruir desse lugar ao pódio. 
É natural que as pessoas acostumadas a inúmeros 
privilégios sociais e que estão no controle da política, 
das leis e da economia tenham mais espaços de fala 
e favorecimento próprio. Até 1962, as mulheres não 
podiam sequer trabalhar sem a autorização dos maridos. 
Duas ou três gerações atrás, seria comum entrar numa 
casa e ver o pai decidindo se e com quem a filha deveria 
se casar, além de determinar os rumos da 
família e o destino do dinheiro ganho.
Mas se ao menos parte dos homens já 
detém tanto poder e podem se expressar 
quando bem entendem, quais seriam suas 
queixas e por que estariam silenciados? 
Isso não seria uma contradição?
Parece paradoxal, mas não é. Os homens 
falam muito, mas pouco sobre o que habita 
dentro deles e o que realmente sentem. 
O silêncio dos homens é emocional. 
É um fechamento de seus corações, 
que escondem feridas profundas.
“O universo da 
masculinidade é um 
universo do silêncio. (...) 
Tem uma construção 
histórica de 
silenciamento 
masculino. Esse 
silenciamento masculino 
trata-se da norma, 
portanto não precisa ser 
falado, isso é dado." 
— Paula Pinto, antropóloga
— 
7
Calma, mas 
eles não são 
o gênero 
no poder?...
Talvez seja mais 
adequado falarmos em 
um "gênero de extremos"
— 
8
F
Falar em dores dos homens não significa vitimizá-
los ou dar a entender que estamos num cabo de 
guerra com as mulheres. Compaixão não é um recurso 
escasso, podemos compreender as dores de diversos 
grupos, de maneira responsável e sensível.
No Brasil, a maioria dos homens no poder são brancos, 
heterossexuais, de classe alta e com ensino superior completo. 
Já os homens negros e os não heterossexuais 
lideram as estatísticas de violências sofridas, ganham 
menos e estão ausentes da maioriados espaços 
de poder, além de enfrentarem maior preconceito 
profissional e social no cotidiano. Ou seja, os extremos 
possuem raça e orientação sexual definida.
Resumir o masculino a "gênero no poder" ignora essa 
complexidade. Pois ao mesmo tempo em que dominam 
a política, o judiciário e a economia, homens lotam os 
cemitérios e as prisões, estão nos trabalhos com maior taxa 
de óbito e acidentes, se suicidam em taxas preocupantes e 
possuem expectativa de vida significativamente menor.
Considerando tudo isso, temos investigado uma perspectiva 
que enxerga o masculino como um gênero de extremos (termo 
que vimos pela primeira vez no relatório de uma conferência 
nórdica sobre equidade de gênero, publicado em 1995; no 
Google Books, procurem por "Towards News Masculinities, 
report on a conference on men and gender equality".
Esse olhar nos permite compreender outras masculinidades 
possíveis e suas nuances, desenvolvendo rotas de conexão 
autêntica e caminhos de mudança mais eficazes. Afinal, se não 
conheço profundamente o que desejo transformar, é provável 
que não saiba como ou pra onde direcionar essa mudança.
— 
9
3 Homens brancos 
estudam em média 
10 anos, homens 
negros estudam 8 anos 
(IBGE, 2018)
3 RENDA MÉDIA 
dos brancos X dos negros no Brasil: 
R$ 1598 x R$ 898
(PNAD 2017)
3 Há duas vezes 
mais negros 
analfabetos do 
que brancos 
(IBGE)
3 Negros e pardos entre 10 
a 29 anos possuem 45% 
mais chances de suicídio do 
que brancos na mesma 
faixa etária 
(Ministério da Saúde, 2019)
3 Entre 2006 e 2016, a taxa de homicídios 
de indivíduos não negros diminuiu 
6,8%. No mesmo período, a taxa entre 
a população negra subiu 23,1%. 
(Atlas da Violência 2018)
Conhecendo melhor o extremo que 
não está no poder — dados que 
exemplificam o racismo estrutural e 
os obstáculos dos homens negros:
3 Atualmente, 
de cada 
100
pessoas assassinadas 
no Brasil,
75
são negras.
ISSO SIGNIFICA 
mais de 49.000 
mortes por ano. 
(Atlas da Violência 2019)
— 
10
3 Entre homens com ensino 
superior, trabalhadores 
negros ganham, em média, 
29% a menos que os 
brancos. Diferença maior 
que entre as mulheres. 
("O desafio da Inclusão!" Instituto 
Locomotiva, 
com base na PNAD 2017)
3 RAIO-X DE NOSSO 
SISTEMA CARCERÁRIO: 
Temos
726.712
pessoas presas para
368.049
vagas.
40% ainda não foram 
condenados
95% são homens
64% são negros 
55% têm de 18 a 29 anos
40% têm até o ensino 
fundamental incompleto, 
são analfabetos ou não 
têm cursos regulares
(Fonte: Instituto Igarapé)
“Jovens e negros do 
sexo masculino 
continuam sendo 
assassinados todos os 
anos como se vivessem 
em situação de guerra.” 
(Atlas da Violência 2017, Fórum Brasileiro de 
Segurança Pública)
— 
11
Um mapa 
das 
dores 
dos 
homens
— 
12
Saúde precária, expectativa de vida baixa
Os grandes viciados em álcool e drogas
Sexualidade restritiva e obsessiva por performance
O medo das mulheres fortes e independentes
A heterossexualidade compulsória
Fortes, rígidos, invencíveis!
As dores dos homens negros
O silêncio dos homens
O corpo trancado, a fala dura
Violência como linguagem
A pressão por prover e vencer
— 
13
3 17% deles lida 
com algum nível de 
dependência alcoólica 
(LENAD)
3 são também a 
maioria dos viciados 
nas demais drogas 
(LENAD)
3 1 em cada 4 homens 
afirma estar viciado 
em pornografia 
(dado proveniente de nosso estudo)
3 1 em cada 4 homens 
de até 24 anos afirma se 
sentir solitário sempre 
(dado proveniente de nosso estudo)
3 Cerca de 11 a 15 
milhões enfrentam 
ejaculação precoce ou 
disfunção erétil, em 
algum nível (OMS)
3 83% das mortes por homicídios e acidentes 
no Brasil têm homens como vítimas — isso 
significa mais de 110.000 mortes por ano 
(Ministério da Saúde, 2010)
3 Vivem 7 anos a menos 
que as mulheres, no Brasil 
3 se suicidam quase 
4 vezes mais (IBGE) 
3 São 82% dos estimados 110 
mil moradores de rua do país 
(Ministério do Desenvolvimento Social e 
Combate à Fome, 2008; Ipea, 2017)
3 Quando sofrem um 
abuso sexual, demoram 
em média 20 anos até 
contarem isso pra alguém 
(Associação Quebrar o Silêncio)
E quais são algumas das dores 
e obstáculos que todos os 
homens enfrentam?
— 
14
3 Na faixa de 20 a 24 anos, 
as mortes por causas externas 
(homicídios, suicídios, acidentes 
de trânsito, etc.) atingiram 
11 vezes mais homens do 
que mulheres — em especial 
os homens negros (IBGE)
3 Sofrem duas vezes mais 
acidentes no trabalho; além 
do menor auto-cuidado, ocupam 
muito mais os trabalhos mais 
perigosos e sujeitos a mortes, 
acidentes graves e amputações 
(Ministério do Trabalho)
3 Homens são cerca de 95% 
da população prisional no país, 
sendo que a maior parte dos 
encarcerados são jovens, negros 
e periféricos (Instituto Igarapé)
3 O desempenho escolar 
dos meninos vem caindo, 
assim como a quantidade 
de homens que entram nas 
universidades e concluem os 
cursos de graduação. Hoje, 
entre a população brasileira 
com acesso à Internet, 29% das 
mulheres têm superior completo 
x 25% dos homens — no Norte 
e Nordeste, a diferença é maior 
ainda: 24% delas e 18% deles 
(PNAD 2017)
3 6 em cada 10 homens afirma 
enfrentar hoje um distúrbio 
emocional — vocês podem ver 
mais detalhes sobre quais são 
esses distúrbios no capítulo 
"Um raio-x do mundo emocional
(dado proveniente de nosso estudo)
Recortes de raça, classe e orientação sexual atravessam e influenciam 
todos esses índices, em diferentes medidas. Fazendo com que 
homens negros, pobres ou LGBTs sintam mais de boa parte disso.
Mesmo diante desse cenário, identificamos em 
nossa pesquisa que apenas 3 em cada 10 
homens possuem o hábito de conversar sobre os 
seus maiores medos e dúvidas com os amigos.
— 
15
Os homens 
sofrem, mas 
sofrem calados 
e sozinhos.
Mergulhando no 
silêncio, com cortes por 
orientação sexual e 
faixa etária
— 
16
"Converso com amigos 
sobre meus maiores medos, 
dúvidas e obstáculos"
Concordância por orientação sexual (%)
Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca
Total 10% 19% 28% 27% 15%
Heteros-
sexuais
8% 
8
18% 
18
28% 
28
29% 
29
16% 
16
Não- 
Heterossexuais
15% 
15
24% 
24
28% 
28
21% 
21
12% 
12
Concordância por faixa etária (idade)
Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca
Total 10% 19% 28% 27% 15%
14 a 17 13% 
13
22% 
22
26% 
26
22% 
22
5% 
5
18 a 24 14% 
14
24% 
24
24% 
24
23% 
23
17% 
17
25 a 39 10% 
10
20% 
20
29% 
29
26% 
26
34% 
34
40 a 59 7% 
7
15% 
15
29% 
29
32% 
32
29% 
29
60 ou mais 2% 
2
17% 
17
34% 
34
29% 
29
15% 
15
— 
17
Pois 
aprenderam 
o código do 
silêncio na 
infância e 
adolescência
6 em cada 10 homens 
concordam que foram 
ensinados a NÃO 
expressar suas emoções
— 
18
"Durante minha infância 
e adolescência, fui 
ensinado a não expressar 
minhas emoções."
3 Os homens de 25 a 39 anos reportam maior concordância 
com a frase, talvez por terem sido criados de modo mais rígido 
ou por estarem num período de consolidação como homens, se 
tornando pais, estabelecendo família ou a própria carreira. 
Notamos que os jovens de até 17 anos são os que mais 
discordam da frase, sugerindo uma possível maior educação 
emocional entre os mais novos, o que seria ótimo.
Concordância por faixa etária (idade)
Concordo 
totalmente
Concordo 
em parte
Nem concordo 
nem discordo
Discordo 
em parte
Discordo 
totalmente
Total 20% 37% 13% 15% 16%
14 a 17 16% 
16
28% 
28
44% 
44
19% 
19
23% 
23
18 a 24 21% 
21
35% 
35
12% 
12
16% 
16
16% 
16
25 a 39 20% 
20
40% 
40
13% 
13
15% 
15
12% 
12
40 a 59 19% 
19
37% 
37
13% 
13
14% 
14
18% 
18
60 ou mais 20% 
20
33% 
33
16% 
16
13% 
13
19% 
19
— 
19
7 em cada 10 homens 
concordam que foram 
ensinados, durante a infância 
e adolescência, a NÃO 
demonstrarem fragilidade
Concordância por faixa etária (idade)
Concordo 
totalmente
Concordo 
em parte
Nem concordo 
nem discordo
Discordo 
em parte
Discordo 
totalmente
Total 39% 33% 8% 11% 9%
14 a 17 33% 
33
30% 
30
10%10
13% 
13
14% 
14
18 a 24 40% 
40
32% 
32
8% 
8
11% 
11
9% 
9
25 a 39 41% 
41
34% 
34
7% 
7
10% 
10
8% 
8
40 a 59 38% 
38
35% 
35
7% 
7
12% 
12
8% 
8
60 ou mais 40% 
40
28% 
28
14% 
14
10% 
10
8% 
8
— 
20
Apenas 2 em cada 10 homens 
tiveram exemplos práticos e 
boas conversas frequentes 
sobre como lidar com suas 
emoções e expressá-las de 
maneira saudável, durante a 
infância e adolescência
3 Os homens 60+ são os que mais reportam terem tido 
bons exemplos de como lidar com suas emoções. 
Supomos que talvez possa ser uma espécie de saudosismo ou quem 
sabe um certo nível de contentamento com uma outra perspectiva 
de relação com as emoções — que poderia ser vista como rígida ou 
machista para alguns, mas que é satisfatória e costumeira para eles.
Concordância por faixa etária (idade)
Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca
Total 7% 12% 21% 29% 30%
14 a 17 9% 
9
13% 
13
20% 
20
26% 
26
32% 
32
18 a 24 7% 
7
12% 
12
18% 
18
30% 
30
33% 
33
25 a 39 5% 
5
10% 
10
20% 
20
31% 
31
34% 
34
40 a 59 9% 
9
12% 
12
22% 
22
30% 
30
26% 
26
60 ou mais 9% 
9
24% 
24
28% 
28
19% 
19
20% 
20
— 
21
E só 2 em cada 10 homens 
tiveram exemplos práticos 
e boas conversas sobre 
como assumir seus medos 
e pedir ajuda, durante a 
infância e adolescência
3 Os mais jovens parecem ter ligeiramente mais exemplos positivos 
de como assumir medos, mas ainda é uma mudança tímida.
Concordância por faixa etária (idade)
Sempre Muitas vezes Às vezes Raramente Nunca
Total 7% 13% 22% 28% 30%
14 a 17 9% 
9
16% 
16
23% 
23
24% 
24
28% 
28
18 a 24 8% 
8
14% 
14
22% 
22
27% 
27
29% 
29
25 a 39 5% 
5
11% 
11
21% 
21
30% 
30
32% 
32
40 a 59 7% 
7
12% 
12
22% 
22
29% 
29
30% 
30
60 ou mais 6% 
6
17% 
17
23% 
23
27% 
27
27% 
27
— 
22
3 Observamos consequências 
dessa falta de educação 
emocional ao ver cada vez mais 
homens de 30, 40 e até mesmo 
50 anos confusos e incapazes 
de se adaptar a um mundo 
que não tem mais o masculino 
no topo. O que se reflete em 
suas relações amorosas, 
profissionais e familiares, pois 
são homens com dificuldade 
em compreender e expressar 
o que sentem, ao mesmo 
tempo em que são orgulhosos 
demais pra assumir medos 
e pedir ajuda. Quase agindo 
como crianças grandes.
A educação emocional segue sendo um ponto cego 
na maneira como os meninos são criados. O que 
vemos são o silêncio e a falta de amparo quase 
como regras na formação dos homens.
Ensinamos os meninos a não 
expressarem emoções, fragilidades, 
medos ou pedir ajuda. E depois 
pedimos a eles, quando adultos, 
que sejam sensíveis, empáticos e se 
transformem. Isso cria uma sinuca.
“O que vejo, na prática, estando em 
contato com esses homens é que, 
em geral, muito pouco foi 
ensinado. Quando comecei a 
entrar na adolescência, saindo 
daquela fase de criança e precisei 
de uma conversa mais madura, 
não encontrei. Meu pai era uma 
criança. Por isso a gente fala muito 
da falta desses ritos de passagem, 
desse lugar de amadurecimento 
emocional dos homens.” 
— Claudio Serva, Fundador do PrazerEle
— 
23
As armadilhas 
e desafios 
de linguagem: 
um de nossos 
principais 
desafios
— 
24
A
A linguagem pode ser um tremendo obstáculo, 
capaz de afastar homens e mulheres dessa 
conversa. Um termo como gênero ou equidade 
pode deixar uma pessoa animada e empolgada, 
enquanto gera em outra fechamento e aversão. 
Diante disso, como podemos desenvolver 
abordagens adequadas para furar as bolhas e 
construir pontes com quem está distante de nós?
Essa é uma pergunta constante dentro da perspectiva 
específica com a qual trabalhamos. Mas não estamos 
dizendo que todos devem construir pontes. Muitas 
vezes estar numa posição emocional ou social que 
te permita fazer isso, por si só, é um privilégio. 
Acreditamos que desenvolver linguagens 
hábeis será cada vez mais essencial para 
superar alguns dos principais desafios que 
identificamos hoje no debate de masculinidades:
3 Como trazer para a conversa e superar a 
resistência de homens que estão fechados, 
indiferentes ou com aversão ao tema — em 
especial aqueles em posições de poder?
3 Como dialogar com quem pensa muito diferente 
de nós sobre gênero, sejam homens ou mulheres?
3 Como trabalhar masculinidades sem vender 
modelos fajutos de "novos” e “virtuosos” homens?
3 Como trabalhar as dores e obstáculos dos homens 
sem roubar espaço das pautas das mulheres? Como 
fazer isso sem ingenuidade, sendo responsáveis e 
alinhados com os movimentos e demandas delas?
— 
25
"É possível 
dialogar sobre 
as dores dos 
homens, com 
responsabilidade 
e sem roubar 
espaço das 
mulheres?"
Essa pergunta surgiu ao longo das 
conversas na etapa qualitativa dos 
estudos e, pelo que escutamos de alguns 
especialistas, nos parece estar ainda em 
amadurecimento.
— 
26
“O debate de masculinidade ainda é uma espécie de subcampo do 
debate de gênero e do debate das sexualidades. Esse campo do 
gênero, da sexualidade, das relações raciais, é um campo teórico, 
mas é um campo político também. E como todo campo político, 
você tem o embate, tem as demandas, isso aparece muito forte. 
Então quando o homem aparece, é da figura como opressor, é a 
figura que está colada ao homem no campo das masculinidades.” 
— Henrique Restier, professor e pesquisador em masculinidades
Será que é possível ou desejável estabelecer uma 
perspectiva teórica que nos permita abordar as 
masculinidades sem que esse diálogo precise 
se iniciar à partir das falhas dos homens e dores 
das mulheres, mas não deixe de contemplá-las? 
Essa é uma questão que surgiu algumas vezes 
durante a etapa qualitativa de nosso estudo.
Quando o diálogo se inicia à partir da hipervalorização 
e "resgate" do masculino ou de suas dores, ele 
arrisca vir acompanhado de uma perspectiva 
machista, um retorno ao tradicional de antigamente 
e repúdio às movimentações das mulheres. 
Não apoiamos essa visão de modo algum.
Buscamos e sugerimos um caminho complementar, 
parceiro e empático às mulheres. Uma rota 
que nos permita falar sobre os sofrimentos dos 
homens nos contextos e momentos adequados, 
entendendo que isso pode ser feito sem invalidar, 
diminuir ou tomar espaço de fala delas. Portanto, 
é necessário sensibilidade e responsabilidade. 
S
— 
27
Realizamos uma pesquisa 
nacional que escutou 
mais de 9.000 pessoas 
para responder essa 
pergunta, em parceria 
com o Instituto Avon.
O resultado é o projeto 
"Construindo pontes & 
Derrubando Muros". Você 
pode encontrar na url abaixo 
o livro-ferramenta com 
os achados do estudo e 
caminhos práticos de atuação, 
assim como assistir assistir ao 
minidocumentário resultante.
Como dialogar sobre 
masculinidades em tempos de 
tamanha polarização, na prática?
"Hoje estamos trocando o lugar do clandestino. 
Antes era a opressão que ficava na clandestinidade. 
Agora são os movimentos de ressignificação que 
estão sendo empurrados pra lá." 
— Tatiana Moura, diretora do Instituto Promundo
3 W W W.PAPODEHOMEM.COM.BR/PONTES
“A gente vive um momento político muito 
conturbado. Então o discurso do medo e 
da violência, assim como o discurso 
bélico, se tornaram muito fortes. À partir 
daí erguem-se líderes políticos, em geral 
homens, filiados a determinadas 
características das masculinidades 
hegemônicas e você tem essa retomada 
reacionária. 
É uma reação ao debate de desconstrução 
e questionamento das masculinidades 
usuais, algo muito característico do 
nosso momento político.”
— Henrique Restier, professor e pesquisador em masculinidades
— 
28
— 
29
Contra o que 
estamos lutando 
então? Quais os 
inimigos a serem 
vencidos?
Defendemos que homens possam 
viver com mais liberdade, 
responsabilidade e escolha, em todos 
os sentidos. E que sua maneira de 
existir enxergue as mulheres como 
absolutamente dignas de todos os 
direitos e oportunidades que eles já 
possuem de maneira equitativa.
— 
30
A
A barreira enfrentada é o machismo: as 
noções de queo masculino é superior ao 
feminino, de que homens são mais aptos 
e capazes do que as mulheres, de que as 
mulheres estão a serviço dos homens. Isso 
se manifesta social e estruturalmente em 
diversas formas e violências, prejudicando 
prioritariamente as mulheres, mas também 
com efeitos colaterais que afetam os homens. 
Socialmente, preparamos os homens para 
viverem em pequenas e sufocantes caixas 
que delimitam o que é ser homem. 
A primeira camada se inicia por uma 
incapacidade em compreender o que sente. 
A segunda camada é a escolha em não falar, 
mesmo quando há um reconhecimento 
das emoções e sentimentos. O homem 
escolhe permanecer fechado.
A terceira camada é a censura social sofrida 
pelos homens ao expressarem sensibilidade. É 
comum serem ridicularizados ou alvo de piada 
quando se colocam vulneráveis, expressando 
medos, dúvidas ou emoções tidas como menos 
masculinas. Basicamente, raiva é a emoção mais 
permitida aos homens. Outra reação comum 
é a vulnerabilidade ser abafada com convites 
pra "deixar isso de lado", "vamos encher a 
cara que passa" ou o clássico "vira homem, 
deixa disso". Por fim, vem a indiferença, que 
é quando o sujeito se abre e é praticamente 
ignorado, como se isso não importasse muito. 
— 
31
Esse conceito 
resume boa parte 
do sufocamento 
da masculinidade: 
esteja sempre 
dentro da caixa — 
ou correrá o risco 
de ser julgado 
menos homem
A caixa do 
homem: 
A pergunta aqui 
é: como superar a 
obsessão em estar 
dentro da caixa e 
o patrulhamento 
com quem ousa 
pisar fora dela?
Em todos os casos, a mensagem é clara. 
Sensibilidade demais e falar de emoções 
não é coisa de homem. A rigidez é tanta que 
qualquer mensagem emocional corre o risco 
de ser interpretada como reclamação, fraqueza 
e, logo, um sinal de ser menos homem. 
O ciclo se retroalimenta, individual e 
coletivamente. Homens pouco falam sobre o que 
sentem. Se ao falar são ridicularizados, tolhidos 
ou ignorados, passam a ter ainda mais dificuldade 
em identificar suas emoções. Seguem sentindo, 
mas expressam ainda menos. Quando falam é 
comum se atrapalharem. Como raiva é a emoção 
mais aceita para eles e costumam guardar 
um turbilhão dentro de si, é comum que suas 
dores, tristezas e frustrações profundas venham 
acompanhadas de violência interna e externa.
E assim é o revestimento da caixa dos homens.
— 
32
MARICAS COVARDE CRIADO PELA VÓ
FILHO DA MÃE FRACOTE
MENININHA BEBEZÃO ESQUISITO
GAY NERDFROUXO BICHA
A caixa do homem: 
viver para vencer
HETEROSSEXUAL FISICAMENTE APTO
CORAJOSO FORTE NO CONTROLE 
ATIVO SEXUALMENTE EXPERIENTE 
PRONTIDÃO SEXUAL FALA FIRME
NÃO DEMONSTRA EMOÇÕES NÃO CHORA
SABE SE DEFENDER TRABALHADOR
SEXUALMENTE IMPOSITIVO PROVEDOR
 NÃO COMETE ERROS NÃO DESISTE
 AGUENTA O TRANCO COMPETITIVO
BEM SUCEDIDO BULLY
DOMINANTE EM RELAÇÃO À MULHER
 
— 
33
Defendemos que haja mais liberdade e escolha, sem deixar de lado a 
responsabilização. Para que seja ok ser sensível, ser chucro, ser fraco, 
ser forte, o que for. Não queremos obrigar ninguém a seguir um padrão 
de novos homens ou de homens bonzinhos. 
Acreditamos em 
trocar 
masculinidade, 
no singular, por 
masculinidades, 
no plural.
Há várias maneiras de ser 
homem e ninguém deve ser 
diminuído, ridicularizado ou 
agredido pela maneira como 
escolhe viver sua masculinidade.
— 
34
“O que influencia muito os meninos é 
a ideia de um poder sem limites 
apenas por serem homens. Que se 
relaciona com uma masculinidade 
hegemônica, que diz que eu sou o cara 
e posso realizar qualquer coisa, que 
nada me atinge. 
Isso é bem comum, não permitir 
fracasso, não permitir a dúvida do 
fracasso, não permitir nem a suspeita 
da possibilidade do fracasso.” 
— Sérgio Barbosa, filósofo e facilitador de grupos de homens há 
mais de 25 anos
“A gente se constrói como menino nessa sociedade 
que tende muito a dar valor às virtudes percebidas 
como masculinas. A gente tem que ser sempre 
forte, sempre bem sucedido, tem que ser sempre 
comedor, foda, vencedor, conquistador. 
Tem que viver pra vencer, pra conquistar e isso vai 
criando uma casca muito dura.”
— Leonardo Piamonte, psicólogo, que também trabalha com pater-
nidade e masculinidades
— 
35
Em nossa pesquisa, vimos que a 
maioria das mulheres e homens 
concordam que o machismo é 
uma construção social conjunta.
O machismo 
contra o qual 
lutamos é 
construído e 
reproduzido 
coletivamente
mas passou da hora dos homens 
assumirem sua responsabilidade em 
também mudar essa realidade
— 
36
O
O patriarcado é entendido como 
uma estrutura de poder existente 
há milhares de anos e que tem os 
homens na maioria das posições de 
comando em uma sociedade. O que, 
logicamente, tende a beneficiar os 
homens e gerar sofrimento para as 
mulheres. E como os homens estão em 
posição privilegiada, é natural existir 
maior resistência deles à mudança. Por 
isso é essencial se responsabilizarem, 
reconhecerem que são protagonistas 
da violência — em um perverso ciclo 
no qual são os que mais matam e mais 
morrem — e dos privilégios sociais.
Entretanto, gênero é uma construção 
social e relacional, em constante fluxo 
ao longo da história. Essa visão ampla é 
necessária para transformar a estrutura 
atual e caminharmos rumo a um mundo 
mais equitativo. Isso vai implicar o 
envolvimento de todos e todas nós.
“Em 98 a gente já estava propondo que era preciso 
falar sobre homens. Era preciso pensar que gênero é 
uma condição relacional, ou seja, você não pode falar 
na constituição de um gênero sem pensar na outra.”
— Paula Pinto, antropóloga
— 
37
Quem contribui mais para 
a existência do machismo 
em nossa sociedade? 
O quanto 
os homens 
concordam:
O quanto 
as mulheres 
concordam:
Os homens contribuem muito 
mais do que as mulheres 3333% 2525%
Os homens contribuem um pouco 
mais do que as mulheres 1717% 1616%
Ainda que de formas diferentes, 
homens e mulheres contribuem 
com peso similar para a 
existência do machismo 4444% 5555%
As mulheres contribuem um 
pouco mais do que os homens 22% 22%
As mulheres contribuem bem 
mais do que os homens 33% 22%
— 
38
3 Podemos assumir 
responsabilidade em 
reconhecer os erros das 
gerações que vieram 
antes de nós e fazer nosso 
melhor para construir um 
futuro justo e equitativo 
para todos e todas. É 
desconfortável, pode nos 
fazer sentir vergonha e 
frustração sim, mas esse 
é o processo.
Apesar da diferença percentual 
pequena, enxergamos como positivo 
mais homens enxergarem que possuem 
responsabilidade maior do que apontado 
pelas próprias mulheres. Durante muito 
tempo nós nos omitimos, usufruindo dos 
privilégios sociais e de poder.
Assumir responsabilidade 
é diferente de 
trabalhar com culpa.
“O Projeto MEMOH não é pra ficar 
gerando culpa, mas pra gerar 
responsabilização. Eu não quero 
que alguém se sinta culpado 
depois de um encontro, mas que 
entenda, reconheça o que fez e se 
responsabilize a partir dali.”
— Pedro Figueiredo, fundador do MEMOH, 
que coordena grupos de transformação 
dos homens em várias cidades do país
— 
39
Introdução 
Últimas 
palavras, 
agradecimentos 
e próximos 
passos
— 
40
Como enfatizamos ao começo, esse é 
apenas o primeiro volume de uma série 
de publicações que faremos no contexto 
do projeto "O silêncio dos homens".
Procuramos abrir boas perguntas e jogar alguns 
fachos de luz com os dados gerados em nosso 
estudo. Temos consciência de que o campo 
das masculinidades está em amadurecimento 
e vai nos alegrar muito poder dialogar e refletir 
publicamente sobre o que produzimos aqui — 
com certeza há falhas e limitações em nosso 
olhar, assim como riquezas fruto da posição 
específica na qual nossa rede se encontra. Por 
isso optamos em deixar toda nossa produção 
pública, para que possa ser avaliada, criticada e 
para que até mesmo novas análises independentes 
possam ser feitas com a base de dados gerada.
Obrigado pela confiança: todos nas equipes 
de Natura, Reserva, Monstro Filmes, Zooma 
Inc. e Estudio Nono. Vocês sãomaravilhosos. 
Agradecemos também às mais de 40.000 
pessoas que responderam nosso questionário 
e o divulgaram espontaneamente.
Que esse material possa inspirar o surgimento 
de grupos focados na transformação dos 
homens por todo o Brasil. Que inspire a 
realização de mais pesquisas e investimentos 
no campo das masculinidades.
E que todos esses esforços caminhem na direção 
de um mundo mais equitativo, com direitos e 
oportunidades iguais para todas e todas.
C
— 
41
Quer receber os 
próximos volumes 
Vamos publicar futuramente volumes contendo:
de nossa pesquisa "O silêncio dos homens"?
Análise de perfis mais comuns (clusters) de 
homens e mulheres na sociedade brasileira
Como os meninos estão sendo criados?
Um retrato dos adolescentes homens
Um breve raio-x emocional dos 
homens e das mulheres
O olhar das mulheres
Como a gente se transforma? Gatilhos, 
obstáculos e benefícios, decupados em detalhes
Se cadastre no formulário em www.papodehomem.com.br/silencio para 
ser avisado em primeira mão pelo Instituto PdH — Instituto de Pesquisa 
& Desenvolvimento em Florescimento Humano. A sigla do Instituto não 
significa "papo de homem" pois nos interessa seguir realizando estudos 
sobre temas além das masculinidades. O que, na prática, já estamos 
fazendo há alguns anos. Fiquem de olho, vem coisa boa pela frente.
— 
42
Podemos 
ajudar sua 
instituição?
Temos 12 anos de experiência. Caso deseje atuar no campo das 
masculinidades e equidade de gênero em sua organização, conte conosco. 
Realizamos palestras, workshops, formações, em formatos específicos 
indo do chão de fábrica à liderança. Fazemos eventos customizados sobre 
temas como paternidade, assédio e saúde do homem. E oferecemos um 
curso online de paternidade ativa dentro dos requisitos legais que toda 
Empresa Cidadã precisa atender para oferecer a licença de 20 dias.
Somos especialistas em dialogar com os públicos 
mais difíceis e fechados ao tema.
Além de tudo isso, conduzimos consultorias, pesquisas e também 
criamos projetos do zero. Já trabalhamos com Google, Diageo, GM, Bayer, 
Natura, Reserva, Boticário, Avon, Gillette, Unilever, Toyota, RedBull, Itaú, 
Bradesco, Banco do Brasil, Gerdau, White Martins, Serasa, dentre outras.
Vai ser um prazer conversarmos:
Guilherme N. Valadares
Sócio e diretor de pesquisa
guilherme@papodehomem.com.br
+55 11 99279-8484
Felipe Ramos
Sócio e diretor de negócios
felipe@papodehomem.com.br
+55 11 97020-9407
— 
43
Equipe
REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
Instituto PdH
EQUIPE INSTITUTO PDH — Instituto de Pesquisa & 
Desenvolvimento em Florescimento Humano
Guilherme N. Valadares | Diretor de pesquisa
Ismael dos Anjos | Coordenador de pesquisa
Felipe Ramos | Diretor de negócios e operações
Luciano Ribeiro | Liderança conteúdo
Gabriella Feola | Conteúdo
Rodrigo Cambiaghi | Mídia
Gabrielle Estevans | Relações Públicas
Bia Aquino | Financeiro
Carol Bambuy | Administrativo
Rachel Daniel | Comunidade
LIDERANÇA PESQUISA QUALITATIVA
Juliana Fava
FILTRAGEM ENTREVISTAS QUALITATIVAS
Caio César
LIDERANÇA PESQUISA QUANTITATIVA
Zooma Inc.
envolvida na pesquisa e na 
produção desse relatório
— 
44
EQUIPE ZOOMA INC.
Rodrigo Trevisan | CEO e co-fundador
Leandro Tonetto | Co-fundador
Priscila Brust Renck | Pesquisadora sênior
Kandice Van Gról | Pesquisadora
Helena Dias | Gestora de projetos e estratégia
Roberta Mandelli | Design e estratégia
Luis Miguel Carvalho | Novos negócios
REVISORES VOLUNTÁRIOS DO QUESTIONÁRIO QUANTITATIVO
Mais do que conseguimos contar, obrigado a todas e todos :)
CONSULTORIA DE PESQUISA EM GÊNERO & MASCULINIDADES
Gustavo Venturi
José Reinaldo Riscal
DESIGN DO REPORT DE PESQUISA
Estudio Nono 
APOIO INSTITUCIONAL
ONU Mulheres
Campanhas #ElesporElas
CONVÊNIO PARA DISPONIBILIZAÇÃO DA BASE DE DADOS
Consórcio de Informações Sociais da USP
— 
45
VIABILIZAÇÃO
APOIO
INICIATIVA E 
PRODUÇÃO EXECUTIVA
LIDERANÇA PESQUISA 
QUALITATIVA
JULIANA FAVA 
PESQUISA
INSTITUTO PDH
LIDERANÇA PESQUISA 
QUANTITATIVA
CONSULTORIA EM 
MASCULINIDADES E GÊNERO
GUSTAVO VENTURI

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