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REFERÊNCIA: OLIVEIRA, M.H.C. Você tem fome de quê? Um espaço para a expressividade no acompanhamento terapêutico em um caso de anorexia. In CUPERTINO. C.M.B. (Org.) Espaços de criação em psicologia: oficinas na prática. 1 ed. São Paulo: Annablume, 2008.p. 185 – 200. Texto 9 Nome: RA: Data: 23/04/2020 A autora trás os conceitos básicos doo Acompanhamento Terapêutico, de modo a exaltar a prática incomum com relação à clínica psicológica tradicional, pontuando ainda como uma prática “livre” no quesito físico e de produção. A disposição do acompanhante terapêutico ao moldar-se à realidade do acompanhado, impossibilitado de realizar algumas atividades por seu sofrimento psíquico ou físico, torna-se o diferencial da prática, mudando também de local, atividade e contexto de acordo com o cliente, de forma que a jornada torna-se compartilhada, possibilitando uma ressignificação do enfrentamento aos aspectos do sofrimento. A atividade torna-se terapêutica ao compartilhar o enfrentamento e modo de vida do acompanhado, bem como seus significados. O caminho se torna repleto de possibilidades, produzindo junto com o cliente novos sentidos para o que é vivido, de forma que os perímetros físicos são imprecisos e caracteriza o A.T. Frente à tamanha liberdade da prática, expõe-se aspectos lúdicos de forma enfatizada, substanciando a condução do tratamento que de forma espontânea exploram os potencias da dupla “acompanhante e acompanhado” na entrega da experiência lúdica. O compartilhar do caminho, que situacional o aclarar do cliente, clarifica também ao acompanhante novas formas de experienciar, exigindo de quem faz uso da técnica uma abertura e disposição diferenciada, com um olhar apurado para detalhes, para a alteridade do cliente e com compreensão incondicional, a fim de minimizar impedimentos e possibilitar maior autonomia. A expressão artística pode ser incorporada, partindo do conceito de que proporciona uma forma livre e ampla de manifestação dentro do contexto terapêutico, considerando ainda que a criação e necessidade de expressão é inerente ao ser humano, assim como perpetuar sua marca para a posteridade, o que contrasta com a situação angustiante. Esse trabalho ainda oportuniza o desvelar da relação homem-mundo, fazendo emergir aspectos de si mesmo de forma terapêutica e redescobrindo-se, possibilitando, todavia, identificar-se como autor da própria obra, inclusive no meio social, de modo que ao ser contextualizado meio à diversidade do cotidiano, mostra-se um senário oportuno para o convívio e compartilhamento. Apesar do contraste da prática em comparação com produções artísticas em ambientes institucionalizados, o resultado obtido no A.T. proporciona que a partir da construção em seu ambiente cotidiano, reconhecendo-a como própria, o indivíduo mobilize-se com as ações executadas, gerando um processo de reflexão sobre as formas de lidar com a vida. A expressão artística viabiliza a expressão de uma versão de mundo diferente daquele que o cliente está habituado, cheio de condições e convenções, de modo que é preciso reconhecer e respeitar a expressão da vida manifesta no trabalho, bem como da expressão de seus sentimentos. A criação artística exprime a existência do que nela está representado, de modo que ao observar a criação de um paciente é inevitável não ser tocado por ela, mesmo que, aparentemente não tenha um produto final. A função do terapeuta é propiciar um ambiente seguro para o fluir dessa demanda, exigindo a ampliação percepção para a troca que possibilita descobertas. O relato da autora sobre o acompanhamento terapêutico e a fome insaciável da cliente por coisas que não eram comida, foram manifestados em suas produções artísticas, de modo que possibilita contato com seu modo de lidar com a vida do momento, ampliando sua percepção sobre o quadro e suas verdadeiras dores a ponto de reconhecer em suas reflexões e exprimir também anseios de outros modos de vida, o que pode preencher sua ânsia em sentimentos, subsidiando o processo de fortalecimento de si em seu cotidiano.
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