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10/03/2015 1 Curso de PsicofarmacologiaCurso de Psicofarmacologia Fisiologia do NeurônioFisiologia do Neurônio Isabel QuadrosIsabel Quadros belhartmann@gmail.combelhartmann@gmail.com Optogenética 10/03/2015 2 Optogenética Sumário da Aula Estrutura do SNC O Neurônio Tipos de neurônios Propriedades elétricas do neurônio potencial de membrana potencial de ação 10/03/2015 3 SISTEMA NERVOSO CENTRAL RELEMBRANDO 6 Neurônios marcados pela técnica de Golgi 10/03/2015 4 UNIDADE DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL Unidade funcionalUnidade funcional O neurônio Corpo celular Dendritos Membrana Axônio Terminal axonal Fluxo da informação 10/03/2015 5 Classificação dos neurônios 1. Baseada em números de prolongamentos – unipolar, pseudounipolar, bipolares, multipolares. Outras células do SN 10/03/2015 6 NeurônioNeurônio Bainha de mielina Oligodendrócito – SNC Até 15 neurônios Células de Schwann – SNP 1 para 1 Unidade funcionalUnidade funcional Comunicação entre os neurônios - sinapses 10/03/2015 7 SINAPSES elétrica química http://www.youtube.com/watch?v=CiZLnbKVIhM Membrana plasmática 10/03/2015 8 Membrana plasmática: mosaico fluido Membrana 10/03/2015 9 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Canais iônicos Importantes para a sinalização neuronal. 1) Conduzem íons; 2) Reconhecem e selecionam íons específicos; 3) Se abrem e se fecham em resposta a sinais elétricos (dependentes de voltagem), mecânicos (dependentes de estiramento), ou químicos (dependentes de ligante). Também: canais de repouso O fluxo de íons através do canal iônico é passivo. A abertura e o fechamento de um canal envolvem alte rações conformacionais. Canais Iônicos 10/03/2015 10 Potencial de repouso No repouso, o neurônio tem excesso de cargas positivas na face externa da membrana e excesso de cargas negativas na face interna. Essa separação de cargas origina uma diferença de potencial elétrico: potencial de membrana (Vm) que é a diferença entre o potencial intracelular (Vint) e o potencial extracelular (Vext). No repouso, este potencial de membrana tem valores de –60 a –70 mV, e é denominado de potencial de repouso da membrana. Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Membrana Diferença de conteúdo intra e extracelular: Geração de uma diferença de potencial 10/03/2015 11 Potencial de repouso Esta diferença de concentração iônica gera dois tipos de forças: (1) a força química , de difusão, dada pela diferença de concentração de íons; (2) a força elétrica , de pressão eletrostática, dada pela diferença de cargas positivas e negativas dispostas nos dois lados da membrana. A resultante destas duas forças - a força eletroquímica - tem componentes químicos e elétricos provenientes da força de difusão e da força eletrostática, respectivamente. Potencial de repouso Como os gradientes iônicos contribuem para o potencial de membrana no repouso? Como são mantidos? O que impede que os gradientes iônicos se dissipem pela difusão dos íons através da membrana pelos canais passivos (de repouso)? 10/03/2015 12 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Hodgkin-Huxley (1939): Potencial de membrana em repouso = -60mV Prêmio Nobel em medicina (1963) pelas suas descobertas dos mecanismos iônicos nas células nervosas Alan L. Hodgkin (1914-1998) Andrew F. Huxley (1917- ) Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes +Meio Intracelular Meio Extracelular Na+Na+ K+ K+ Cl- Cl- - - - - - - - - - + + + + + + + + 10/03/2015 13 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes +Meio Intracelular Meio Extracelular Na+Na+ - - - - - - - - - + + + + + + + + concentração Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes +Meio Intracelular Meio Extracelular Na+Na+ - - - - - - - - - + + + + + + + + elétrico concentração 10/03/2015 14 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes +Meio Intracelular Meio Extracelular K+ K+ - - - - - - - - - + + + + + + + + concentração Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes +Meio Intracelular Meio Extracelular K+ K+ - - - - - - - - - + + + + + + + + concentração elétrico 10/03/2015 15 32 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Gradientes Somação de todas as forças: gradiente eletroquímico e potencial de equilíbrio para cada íon Equação de Nernst E íon = RTzF ln [íon]ext [íon]int Walther Hermann Nernst (1864 - 1941) Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Equação de Nernst +Meio Intracelular Meio Extracelular Na+Na+ K+ K+ - - - - - - - - - + + + + + + + + E Na= 56mV E K= - 75mV - 60 mV Potencial de repouso 10/03/2015 16 Potencial de repouso em neurônios Canais de repouso são seletivos a várias espécies iônicas. Potencial de repouso em neurônios 10/03/2015 17 Potencial de repouso em neurônios Potencial de repouso em neurônios 10/03/2015 18 Potencial de repouso em neurônios Canais de repouso são seletivos a várias espécies iônicas. Manutenção do potencial de repouso A separação das cargas através da membrana deve ser mantida constante. 10/03/2015 19 Potencial de repouso Os íons cloreto são passivamente distribuídos. Equação de Goldman Contribuições dos diferentes íons para o potencial de membrana no repouso podem ser quantificadas pela equação de Goldman. Registro e alteração do potencial de repouso despolarização Diminuição progressiva da separação normal de carga. hiperpolarização Aumento progressivo da separação normal de carga. Não desencadeia reposta ativa 10/03/2015 20 Potencial de ação Sinal elétrico regenerativo cuja amplitude não se atenua à medida que ele percorre o axônio. Potencial de ação Primeiro registro de PA – axônio gigante de lula (Hodgkin e Huxley 1939) 10/03/2015 21 Potencial de ação É gerado pelo fluxo de íons através dos canais dependentes de voltagem. Potencial de ação 10/03/2015 22 46 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Potencial de ação - Participação dos íons Na+: - Abertura de canais de Na+ dependentes de voltagem - Canais alteram a sua conformação quando a membrana fica mais positiva - Estado ativado: aumenta de 500 a 5 mil vezes a permeabilidade ao Na+ - Influxo de Na+ no meio intracelular fica mais positivo ainda DESPOLARIZAÇÃO Meio Intracelular Meio Extracelular Na+Na+ + - - - - - - - - - + + + + + + + + 47 Atividade elétrica dos neurôniosAtividade elétrica dos neurônios Potencial de ação - Participação dos íons K+: ...ao mesmo tempo: - Abertura de canais de K+ dependentes de voltagem - Mais lentos que os de Na+ - Efluxo de K+ pro meio extracelular: retorna ao estado mais negativo REPOLARIZAÇÃO Meio Intracelular Meio Extracelular K+ K+ + - - - - - - - - - + + + + + + + + 10/03/2015 23 Potencial de ação Potencial de ação Propagação Os cátions à esquerda, dentro da célula, são conseguidos a partir de um potencial de ação. Passivamente, eles se difundem para outro nódulo de Ranvier, onde gerarão um novo potencial de ação. 10/03/2015 24 Potencial de ação Mas como ocorre o início do PA? sinapses Cone de implantação, segmento inicial ou zona de di sparo (ZID) É a região onde o axônio emerge do soma neuronal, caracterizada por um baixo limiar de excitabilidade da membrana. Na Zona de Integração e Disparo (ZID) existe caracteristicamente uma concentração maior de canais voltagem-dependentes de Na+. Então, quando o potencial graduado chega a essa região, os canais são ativados facilmente e um potencial enorme é gerado, o potencial de ação. Potencial de ação 10/03/2015 25 Potencial de ação E como acaba o PA em neurônio? As terminações nervosas pré-sinápticas possuem,de modo geral, uma alta densidade de canais de Ca2+ dependentes de voltagem. A entrada de Ca2+ no neurônio estimula as vesículas de neurotransmissores à fenda sináptica. Potencial de ação 10/03/2015 26 Potencial de ação Despolarização abre canais de Ca2+ Potencial de ação Liberação dos neurotransmissores 10/03/2015 27 Potencial de ação Ação em canais dependentes de voltagem no terminal pós sináptico. Potencial de ação 10/03/2015 28 Potencial de ação 60 SinapseSinapse Junção especializada em que um terminal axonal faz contato com outro neurônio ou tipo de célula. 10/03/2015 29 61 SinapseSinapse Axo-dendrítica Axo-axônicaAxo-somática 62 SinapseSinapse Comunicação entre os neurônios: elétrica ou química? Charles Scott Sherrington (1857 – 1952) Termo sinapse – transmissão de uma célula para outra Prêmio Nobel de Medicina em 1932 Pelos seus trabalhos em relação à função dos neurônios. 10/03/2015 30 Transmissão Química – Histórico 1921 – Otto Loewi – primeira evidência direta da mediação química dos impulsos nervosos. 1910 – Henry H. Dale – estudos com a acetilcolina e várias drogas “parasimpatomiméticas e simpatomiméticas” 10/03/2015 31 “Na noite anterior ao domingo de Páscoa daquele ano (1921) eu acordei, acendi a luz e rabisquei umas poucas notas. Me ocorreu às 6:00 da manhã que durante a noite eu havia escrito algo muito importante mas eu não conseguia decifrar meus rabiscos. Na noite seguinte, às 3:00 da madrugada, a idéia voltou. Era o desenho de um experimento para verificar a hipótese da transmissão química que eu havia pensado 17 anos antes. Levantei imediatamente, fui para o laboratório e realizei um experimento simples em um coração de rã seguindo o desenho noturno...” Otto Loewi Transmissão Química – Histórico O Experimento de Loewi: Transmissão Química – Histórico 10/03/2015 32 � Otto Loewi (1921) – Vagusstoff e Acceleransstoff. � Henry Dale e colaboradores (1929 e 1936) - Todos os nervos motores e os pré-ganglionares secretam acetilcolina. - Nervos parassimpáticos pós-ganglionares secretam acetilcolina. - Nervos simpáticos pós-ganglionares secretam noradrenalina. � John Eccles (1951) – estudos eletrofisiológicos – sinapses químicas no SNC. Transmissão Química – Histórico Valenstein E.S. (2002). The Discovery of Chemical Neurotransmitters. Brain and Cognition 49, 73-95 SinapseSinapse Aspectos básicos 10/03/2015 33 �� SínteseSíntese �� ArmazenamentoArmazenamento �� LiberaçãoLiberação �� ReceptoresReceptores �� Recaptação / Recaptação / Degradação Degradação Aspectos básicos Etapas da Etapas da neurotransmissãoneurotransmissão Critérios para o estabelecimento de uma substância como neurotransmissor Neurotransmissores • precisa estar PRESENTE nas terminações nervosas e a célula precisa ser capaz de SINTETIZAR, ACUMULAR e INATIVAR a substância. • substância precisa ser LIBERADA após estimulação nervosa. • a aplicação exógena da substância precisa MIMETIZAR os efeitos da estimulação nervosa, e este efeito deve ser sensível a antagonistas apropriados. 10/03/2015 34 Aminas Aminoácidos Peptídeos Opióides Serotonina (5-HT) Ácido gama-aminobutírico (GABA) dinorfina Dopamina (DA) Glicina ββββ-endorfina Norepinefrina (NE) Ácido glutâmico (Glutamato) Met-encefalina Epinefrina Ácido as pártico (Aspartato) Leu-encefalina Acetilcolina (Ach) Gama-hidroxibutirado Histamina Outros peptídeos Melatonina Hormônios circulantes bombesina Feniletilamina Angiotensina bradicinina Octopamina calcitonina Carnosina glucagon neuropeptídeo Y Peptídeos hipofisários insulina neurotensina corticotrofina (ACTH) leptina galanina hormônio crescimento (GH) fator natriurético atrial lipotrofina estrógenos Hormônios intestinais ocitocina andrógenos Colecistocinina (CCK) Vasopressina Progestinas gastrina prolactina hormônios tireoideanos motilina secretina Neurocininas/Taquicininas Gases peptídeo vasoativo intestinal substance P Óxido nítrico (NO) neurocinina A Monóxido de carbono (CO) Neurotransmissor lipídico neurocinina B amandamida Neurotransmissores/Neuromoduladores do SNC Neurotransmissores Síntese do NeurotransmissorSíntese do Neurotransmissor Neurotransmissores - Síntese 10/03/2015 35 Liberação do NeurotransmissorLiberação do Neurotransmissor Neurotransmissores - Liberação Íon fundamental: Ca 2+ Grânulo secretor Neurotransmissores - Liberação Liberação do NeurotransmissorLiberação do Neurotransmissor “Quantum” de neurotransmissor [Ca2+]i No. de quanta liberado 10/03/2015 36 Receptores Localização • pós-sinápticos • pré-sinápticos Receptores Alta especificidade para seu NTAlta especificidade para seu NT Receptores pós-sinápticos • Neurônio pré-sináptico modula funcionamento do neurônio pós-sináptico Efeito pósEfeito pós--sinápticosináptico receptoresreceptores Receptores 10/03/2015 37 Receptores pré-sinápticos • Mecanismos de “feedback” negativo: o neurotransmissor modula o funcionamento do próprio neurônio pré- sináptico. AutoAuto--receptor modulando receptor modulando síntese de DAsíntese de DA AutoAuto--receptor modulando receptor modulando liberação de DAliberação de DA � O bloqueio de receptores pré-sinápticos pode estimular a síntese e liberação de transmissor. Receptores Receptores ReceptoresReceptores Estrutura e funçãoEstrutura e função Acoplados a canais iônicos Ligados à Proteína G Ligados à enzima Intracelulares 10/03/2015 38 Receptores ionotrópicos Receptores acoplados a canais iônicos βα αγ δ poro do canalporo do canal exteriorexterior interiorinterior � Condução de íons através da membrana; � Seletivos para diferentes íons (Na+, Ca2+ ou Cl-); � Associados a respostas rápidas (mili-segundos) NMDA GABANMDA GABA A A NicotínicoNicotínico AMPA GABAAMPA GABA C C 55--HTHT33 Kainato glicina Kainato glicina Receptores metabotrópicos Receptores ligados a proteína G I II III IV VII COOH NH2 Sítio de ligação com a proteína G extracelular V VI intracelular α β γ GDP 10/03/2015 39 Receptores acoplados a proteína G Receptores acoplados a proteína G (metabotrópicos)(metabotrópicos) 3 passos:3 passos: 1)1) NT ligaNT liga--se ao receptorse ao receptor 2)2) Receptor ativa a proteína GReceptor ativa a proteína G 3)3) Proteínas G ativam proteínas efetoras Proteínas G ativam proteínas efetoras (canais iônicos ou enzimas que sintetizam (canais iônicos ou enzimas que sintetizam os segundos mensageiros).os segundos mensageiros). α γ Receptores metabotrópicos α β γ GDPGDP receptorreceptor α β γ GTPGTP GDPGDP neurotransmissorneurotransmissor α β γ GTPGTP α β γ GTPaseGTPase GTPGTP GDPGDP membranamembrana celularcelular canais canais iônicosiônicos adenilato ciclaseadenilato ciclase fosfolipase fosfolipase C, C, fosfolipase fosfolipase AA22 10/03/2015 40 ReceptorReceptor K +KK ++ MembranaMembrana celularcelular Abertura de canal iônico pela proteína G Receptores metabotrópicos α β γ GTP Proteína GO NT Ativação/formação de segundos mensageiros Receptores metabotrópicos 10/03/2015 41 Sistema adenililSistema adenilil--ciclase / AMPcciclase / AMPc NTNT RR ACAC ATPATP AMPcAMPc AMPAMP GTP α Gs – estimula AC – AMPc Gi – inibe AC – AMPc β γ Receptores metabotrópicos Sistema adenililSistema adenilil--ciclase / AMPcciclase / AMPc Canais iônicos Enzimas de síntese do NT Proteínas que regulam a transcrição gênica PKAPKA (ativa) PROTEÍNAPROTEÍNA FOSFOPROTEÍNAFOSFOPROTEÍNA FOSFATASEFOSFATASE AMPcAMPc PKAPKA (inativa) Receptores metabotrópicos 10/03/2015 42 PLC= fosfolipase C PIP2 = fosfatidil inositol difosfato IP3 = inositol trifosfato DAG = diacilglicerol retículo retículo endoplasmáticoendoplasmático fosforilação NTNT RR PLCPLC DAGDAGPIPPIP2 GTP αβ γ IPIP33CaCa2+2+ Sistema fosfolipase C / fosfatos de inositolSistema fosfolipase C / fosfatos de inositol PKCPKC Proteína GqProteína Gq Receptores metabotrópicos Mecanismos de transduçãoMecanismos de transdução Proteína G (famílias) Estimulatória (Gs) Inibitória (Gi) Gq Efetores primários Adenilato ciclase Adenilato ciclase; canais iônicos Fosfolipase C 2o mensageiro AMP cíclico AMP cíclico; íons Diacilglicerol e IP3 Efetores secundários Proteína quinase A Proteína quinase A Proteína quinase C e cálcio Resultado Fosforilação de proteínas Inibe a fosforilação de proteínas; hiperpolarização Fosforilação de proteínas Receptores metabotrópicos 10/03/2015 43 Término da ação do neurotransmissor • metabolização – ex. AchE, MAO • recaptação – neuronal – extraneuronal Neurotransmissores – término da ação Drogas psicoativas Drogas psicoativas afetam a afetam a neurotransmissãoneurotransmissão
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