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AULA Nº 05 CIÊNCIA DOS MATERIAIS Introdução: Propriedades Térmicas dos Materiais de Engenharia Prof. Delson Torikai Condutividade Térmica dos materiais: • A recíproca do coeficiente de transferência de calor é o isolamento térmico. Em resumo: • Condutância térmica , cuja unidade é o watt por kelvin (W/K), propriedade do objeto. • Resistência térmica , cuja unidade é o kelvin por watt (K/W); propriedade do objeto. • Coeficiente de transferência de calor , cuja unidade é o watt por kelvin e por metro quadrado (W/(K.m²)). • Isolação térmica , medida em kelvin metro quadrado por watt (K.m²/W). Definição: • Condutividade Térmica: é a quantidade de calor que passa por unidade de tempo através de uma prato circular de área unitária (1m2) e espessura também unitária (1m) quando a diferença de temperatura entre suas faces é unitária (1 K) (habilidade dos materiais de conduzir energia térmica): Alta condutividade térmica dissipadores térmicos Baixa condutividade térmica isolamentos térmicos É uma característica específica de cada material: f(T, pureza, defeitos); condutividade térmica se comporta de forma análoga ao visto na condutividade elétrica. Outras Propriedades Térmicas importantes: • Capacidade Térmica ou Calor Específico: quantidade de calor necessária para promover a variação de 1 K (1 °C) de temperatura. • Dilatação Térmica: aumento do volume de um corpo ocasionado pelo aumento de sua temperatura: Dilatação linear: ∆L = Lo . α . ∆T, superficial: ∆S = β . So . ∆T (β = 2 x α) e volumétrica: ∆V = γ . Vo . ∆T (γ = 3 x α) p/ materiais isotrópicos. • Fluência: deformação plástica que ocorre num corpo quando submetido a uma carga constante aplicada, a um determinado nível de temperatura, durante um prolongado período de tempo. Dilatação Térmica A variação dimensional com a temperatura é importante para toda aplicação onde ocorra uma variação de temperatura: Gradiente térmico deformação não uniforme Tensão térmica Tensão térmica têmpera térmica (tensões residuais) Ex. vidro temperado Fluência Os metais e as ligas metálicas em geral não estão sujeitos ao fenômeno da fluência à temperatura ambiente, contudo a partir de um determinado nível a deformação plástica começa a aparecer, caracterizando-se como um fenômeno termicamente ativado (comumente acima de 0,4 da temperatura de fusão do metal. A falha por fluência em metais pode resultar de uma excessiva deformação plástica do componente ou da ruptura desse componente. Exemplos típicos de sistemas mecânicos sujeitos à fluência: vasos de pressão, turbinas a gás e motores aeronáuticos; contudo, todos os sistemas operando em altas temperaturas, sob consideráveis níveis de tensão, estão sujeitos ao aparecimento da fluência Falha por Fluência A analise microscópica dos metais submetidos a fluência permite identificar diversos mecanismos pelas quais ela pode se manifestar: 1. movimentação de discordâncias ao longo de planos de deslizamentos superando barreiras com a ativação térmica 2. ascensão de discordâncias conduzindo a formação de estrutura de sub-grãos, 3. deslizamento de contornos de grãos 4. difusão de vacâncias Ensaios de fluência e curva de fluência Podem ser conduzidos com diferentes tipos de tensão; porém é comum o uso de esforço de tração devido a facilidade de aplicação. Nesse ensaio, realizado a um determinado nível de temperatura e a uma carga ou tensão constante, pode-se determinar a velocidade de fluência, o nível do esforço de tração para ruptura e a fluência total em todos esses estágios. Representação do ensaio de fluência Esboço de um aparelho utilizado para o ensaio de fluência Representação de uma curva de fluência típica: Estágio I: a taxa de fluência é decrescente Estágio II: a taxa ou velocidade de fluência é praticamente constante Estágio III: a taxa é crescente até a ruptura. Resistência à Fluência A resistência à fluência corresponde, portanto, ao nível de tensão que causa uma determinada velocidade mínima de fluência. A resistência à ruptura por fluência se refere à tensão que conduz a uma determinada vida sob fluência. Ambas são definidas para níveis constantes de temperatura. Ligas metálicas resistentes à fluência Os mecanismos usados para aumentar a resistência à fluência são semelhantes aqueles usados para aumentar a resistência mecânica a temperatura ambiente, ou seja: Ø Endurecimento por solução sólida Ø Endurecimento por solubilização e precipitação (de partículas de segunda fase muito finas) Máxima temperatura de uso de alguns metais: Metal Temp.Fusão(o C) Máxima T uso(oC) Máxima T na prática (oC) Al 660 350 0,56 Cu 1083 630 - Ni 1453 880 0,74 Fe 1536 930 0,47-0,57 Ti 1668 1020 0,4 Zr 1852 1150 - Máxima temperatura de uso de alguns metais ( continuação) Metal Temp.Fusão (oC) Máxima T uso (oC) Máxima T na prática (oC) Cr 1900 1180 0,6 Hf 2222 1370 - Nb 2468 1550 0,54 Mo 2610 1650 - Ta 2996 1910 - W 3410 2160 0,76 Fluência para Cerâmicas Uma das vantagens das cerâmicas sobre os metais é a sua habilidade em suportar temperaturas de serviço tão altas como 1650oC. A resistência à temperatura das cerâmicas é caracterizada por diversas propriedades térmicas como resistência à fluência, expansão térmica, condutibilidade térmica e resistência ao choque térmico. Fluência para Cerâmicas Alguns exemplos: Para cerâmicas estruturais, especialmente Si3N4 prensado a quente, a taxa de fluência pode ser controlada ajustando a composição e, então, as propriedades das fases dos contornos de grão. A resistência à fluência do SiC também é afetada pelas fases intergranulares, mas as taxas de fluência desse material são baixas. Fluência para polímeros e compósitos Os plásticos e compósitos podem ser usados numa larga faixa de temperatura. Porém quase todas as propriedades dos plásticos, incluindo as propriedades físicas, mecânicas, elétricas e químicas são dependentes da temperatura. Consequentemente, a temperatura frequentemente é considerada um parâmetro importante no projeto com polímeros. Fluência para polímeros e compósitos Os termofixos usualmente tem maior resistência à temperatura que os termoplásticos devido ao seu alto grau de ligações cruzadas. Entretanto, eles são substituídos pelos termoplásticos de engenharia resistentes a altas temperaturas, tais como o poli-éter-éter-cetona (PEEK) ou o polissulfeto de fenileno (PPS). Esses materiais tem a vantagem de serem moldáveis por injeção. Máximas temp. de uso de polímeros
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