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resumo av1 direito civil III

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Tópicos AV1 Civil III ( Casos do 1 ao 5) 
CONCEITO DA TEORIA GERAL DOS CONTRATOS 
E o que seria um contrato? 
 De acordo com Antunes Varela o contrato é o acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurídica, 
destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir 
relações jurídicas de natureza patrimonial. 
 Pablo Stolze conceitua como sendo um negócio jurídico bilateral, por meio do qual as partes, visando a atingir 
determinados interesses patrimoniais, convergem as suas vontades, criando um dever jurídico principal (de dar, fazer ou não 
fazer) e, bem assim, deveres jurídicos anexos, decorrentes da boa-fé objetiva e do superior princípio da função social. 
 A ilustre professora Maria Helena Diniz, a qual eu tenho muita admiração traz uma noção de contrato a partir de dois 
elementos, são eles: 
a) O estrutural – Isto é, a alteridade, pois o contrato, como negócio jurídico bilateral ( ou plurilateral), requer a fusão de duas 
ou mais vontades contrapostas. Em outras palavras, este elemento estrutural traz o sentido do negócio jurídico bilateral ou 
plurilateral nos contratos, em que deverá haver mais de uma pessoa para a criação de um contrato. Todavia, há a possibilidade 
do autocontrato, por exemplo: Desde quando uma pessoa possa representar ambas as partes, como no caso do contratante que 
intervém por si mesmo, em seu próprio nome, e como representante, munido de poderes delimitados, de outrem, 
manifestando sua vontade sob ângulos diversos, de tal sorte que haja duas vontades jurídicas diferentes, embora expressa por 
uma única pessoa. 
b) O funcional - Segundo Diniz, este caráter funcional seria a composição de interesses contrapostos, mas harmonizáveis, 
entre as partes, constituindo, modificando e solvendo direitos e obrigações na área econômica. 
 Resumindo: O contrato, em seus diferentes tipos, é instrumento jurídico que exerce função econômica específica, com o 
intuito de atingir fins ditados pelos interesses patrimoniais dos contratantes. Não esquecendo ser necessária a presença de 
requisitos subjetivos, objetivos e formais, para que o contrato seja válido. (art. 104, I, II, III do CC). 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL 
 Não podemos nos aprofundar no estudo dos contratos sem estudarmos os seus princípios fundamentais. Aquele aluno que 
domina os princípios sempre tem mais facilidade para entender o assunto, pois tudo deriva dos princípios, visto que estes dão 
lastro a toda fundamentação jurídica. 
1 – Princípio da autonomia da vontade – Por este princípio se fundamenta a liberdade contratual dos contratantes, ou seja, eles 
poderão estipular qualquer coisa em seus contratos de acordo com seu bel prazer, disciplinando seus interesses nos quais terão 
efeitos jurídicos. Todavia, deve-se respeitar as normas legais estabelecidas. Essa liberdade contratual não é ilimitada ou absoluta, 
pois está limitada pela supremacia da ordem pública, que veda convenções que lhe sejam contrárias e aos bons costumes, de 
forma que a vontade dos contratantes está subordinada ao interesse coletivo. Com isso, evitam-se abusos do poder econômico, a 
desigualdade entre os contratantes e a desproporcionalidade, aos valores jurídicos, sociais, econômicos e morais, e ao respeito à 
dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III). 
 Podemos chamar essas restrições à autonomia da vontade de dirigismo contratual, ou seja, é a intervenção do Estado para 
manter o interesse coletivo sobre os interesses individuais dos contraentes. 
“Art. 421 do CC. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.” 
Obs.: A finalidade coletiva ou social será analisada de acordo com o homem médio e não de acordo com a maioria. 
Resumindo: O jurista Joaquim José C. de Sousa Ribeiro diz ser o princípio da autonomia da vontade um poder conferido aos 
contratantes de estabelecer vinculo obrigacional, desde que se submetam às normas jurídicas e seus fins não contrariem o 
interesse geral, de tal sorte que a ordem pública e os bons costumes constituem limites à liberdade contratual. 
 
2 – Princípio do consensualismo - Este princípio nos traz uma ideia em que para se fazer um contrato válido basta a simples 
vontade das partes sem ter a entrega do bem. Diferentemente do contrato real, o qual precisa entregar o bem. Entretanto, não 
olvidando o respeito aos contratos especiais que necessitam de uma solenidade para ter a devida validade. 
3 – Princípio da obrigatoriedade da convenção, intangibilidade ou da Força Vinculante dos Contratos - Por este princípio já 
lembramos de cara do pacta sunt servanda ( o contrato faz lei entre as partes tornando-se inatingível e inalterável), o qual diz que 
as estipulações no contrato devem ser respeitadas fielmente, sob pena de ficar inadimplente e sofrer todas as consequências 
jurídicas. Porém, este princípio não é absoluto, até porque temos o dirigismo contratual que limita a abrangência de obrigações, 
mantendo, assim, o equilíbrio contratual. 
Lembrando que a teoria da imprevisão, também expressa pela cláusula rebus sic stantibus, impõe algumas restrições e dar ao juiz 
a possibilidade de revisar o contrato por haver uma superveniência de uma imprevisibilidade em que uma das partes não tem 
como arcar com as mudanças contratuais. ( CC ,art. 317). 
4 – Princípio da relatividade dos efeitos do negócio contratual - O nome já é bem sugestivo, ou seja, o negócio jurídico só faz 
efeito entre as partes ( inter partes) , todavia, pode ocorrer que eles também afetem terceiros, como nos exemplos de Diniz: 
Herdeiros universais de um contratante que, embora não tenham participado da formação do contrato, sofrem seus efeitos. 
5 - Supremacia da Ordem Pública – Este princípio liga-se ao Direito Administrativo, nos casos em que houver interesse público o 
Estado deverá intervir nas relações privadas. Ex.: A usucapião. 
6 – Princípio da boa-fé - É uma exigência de comportamento leal dos contratantes. As partes devem agir com lealdade, 
honestidade, honradez, probidade, esclarecer as cláusulas, procurando o equilíbrio das prestações, respeitando o outro 
contratante etc. 
“Art. 422 do CC. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios 
de probidade e boa-fé.” 
6.1 – Boa-fé objetiva: Não analisa a culpa, ou seja, se um princípio for violado não haverá necessidade de prova. 
6.2 – Boa-fé subjetiva: Analisa a culpa, ou seja, se uma norma for violada haverá a necessidade de se provar a culpa. 
6.3 – Fases da boa-fé: Pré-contratual (Seriam as negociações preliminares, nessa fase não há nada que se falar em ação de 
indenização ou outra coisa do tipo, salvo se se criar uma expectativa de contratar no outro contratante)--------Execução (é o inicio 
do contrato definitivo até a conclusão) ---------Pós-contratual (Obviamente é depois do contrato, em que todos os contratantes 
devem se respeitar mesmo depois de dar fim ao contrato. Ex.: do contrato de trabalho quando é chegado o fim, o ex-empregado 
não pode ficar denegrindo a imagem da empresa na qual trabalhou. Outro exemplo é quando uma empresa fabrica vários carros, 
vende-os e depois deixa de fabricá-los. Poderá deixar de fabricar as peças? Não, deve-se respeitar o princípio da boa-fé pós-
contratual. 
Atenção: Há em muitos contratos preliminares todos os requisitos da lei, mas é o registro que dará publicidade ao contrato. 
Dessa forma, evita-se em casos como, por exemplo: A de venda de uma residência a duas pessoas, sendo que nenhuma sabia da 
outra, aquela em que tiver o contrato registrado fará jus ao direito de compra. 
Os deveres jurídicos anexos ou laterais podem ser : lealdade, confiança, assistência, informação, e sigilo. 
 
QUAIS AS CONDIÇÕES DE VALIDADE DOS CONTRATOS? 
A validade docontrato exige, precipuamente, acordo de vontades e também: 
Agente capaz: aptidão de alguém para exercer por si os atos da vida civil. Os artigos 3º e 4º do Código Civil excluem certas 
pessoas desta capacidade, considerando-os absolutamente incapazes e relativamente incapazes. 
Objeto lícito, determinado e possível: o objeto do contrato deve ser aquele não proibido por lei, possível de ser individualizado 
para distinção entre outros e apto a ser o motivo do contrato. 
Forma prescrita ou não defesa em lei: há casos em que a lei determina forma especial aos contratos, que se desobedecida, os 
tornam nulos de pleno direito. Para aqueles casos em que há liberdade de forma, as partes devem agir sempre de boa-fé, em 
conformidade com a lei. 
 
DIREITO CIVIL - CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS (RESUMO) 
 
A classificação dos contratos, portanto, serve para posicionar corretamente o negócio jurídico no âmbito do exame de seu 
adimplemento e inadimplemento, questão crucial para o jurista. Assim à medida que são conhecidas as classificações 
fundamentais, o estudioso, ao examinar um contrato, na prática, já terá em mente as conseqüências jurídicas das espécies. Mas, 
assim como um diagnostico errado de uma moléstia pelo médico pode levar o paciente à morte, a compreensão errada de um 
fenômeno jurídico pode acarretar conseqüências letais ao patrimônio das partes envolvidas. 
Na tradicional classificação do direito romano temos quatro categorias de contrato, quais sejam: 
Reais – implicam na entrega de uma coisa (res), de um contraente a outro. Orais – formam-se com o pronunciamento de certas 
palavras. Literais – são os queü necessitam da escrita. Consensuais – perfazem-se pelo simples consentimento das partes, 
independentemente de qualquer forma oral ou escrita ou da entrega da coisa. 
I. CONTRATOS CONSIDERADOS EM SI MESMOS 
1. Quanto à natureza da obrigação 
1.1. Unilaterais 
Obrigações: 
1.2. Bilaterais 
1.3. Gratuitos Patrimônio 
1.4. Onerosos 
1.5. Comutativos 
1.6. Aleatórios 
1.7. Paritários 
1.8.Adesão 
 
Quanto às obrigações – Cumpre inicialmente lembrar que a distinção refere-se à carga de obrigações da parte e não ao número 
de contratantes que devem ser sempre dois, já que o contrato é um acordo de vontades.1.1. Contrato Unilateral é aquele que, 
quando da sua feitura, gera obrigação somente a uma das partes. Os efeitos são ativos de um lado e passivos do outro. Só uma 
das partes se obriga, não havendo contraprestação. Exemplo é o contrato de doação pura e simples onde apenas o doador 
contrai obrigações ao passo que o donatário só aufere vantagens. Caso ainda do depósito, do mútuo, do mandato e do 
comodato. 
Como já vimos anteriormente o contrato aperfeiçoa-se, via de regra, pelo consenso das partes. Mas nos contratos unilaterais, 
para o seu aperfeiçoamento, faz-se necessário à tradição (entrega da coisa), v.g., em um empréstimo em dinheiro feito junto a 
uma instituição financeira temos inicialmente uma promessa de mútuo, que é bilateral, pois o temos a de um lado, a instituição 
financeira que se compromete a entregar o dinheiro e, de outro, o contraente que se compromete em restituir a pecúnia, com 
juros e prazos pré-acordados. Mas note-se bem, não temos um contrato aperfeiçoado, o que temos é uma promessa de mútuo. 
Para que tenhamos um contrato aperfeiçoado é necessária à tradição, então teremos um contrato de mútuo feneratício, que é 
um contrato unilateral, visto que, após a tradição, resta obrigação à somente uma das partes, ou seja, ao contraente de restituir o 
valor à instituição bancária nas formas e prazos acordados. 
 
 
1.2. Contrato bilateral pressupõe obrigação, no momento da feitura, para ambas as partes, ou para todas as partes 
intervenientes. 
Essas obrigações são recíprocas e simultâneas (sinalgma), por isso, também são chamados de contratos sinalagmáticos. 
Cada uma das partes fica adstrita a uma prestação. Assim é a compra e venda (CC. Art. 481). O vendedor deve entregar a coisa e 
receber o preço; o vendedor deve receber a coisa e pagar o preço. 
Quanto ao patrimônio – refere-se à alteração no patrimônio dos contratantes. 
1.3. Contratos gratuitos são aqueles que oneram apenas uma das partes, proporcionando à outra só vantagens, sem 
contraprestação, ou seja, toda a carga contratual fica por conta de um dos contratantes. Inserem-se nesta categoria a doação 
sem encargo, o comodato, o mútuo sem pagamento de juros, o depósito e o mandato gratuitos. Devemos observar que o simples 
reembolso de despesas realizado ao mandatário, pelo mandante, não retira do mandato o seu caráter gratuito, tal somente 
ocorreria caso as partes tivessem estipulado uma retribuição por seu desempenho. Neste caso o contrato não seria gratuito, mas 
oneroso. 
 
1.4 Contratos onerosos são aqueles cujos ambos contratantes têm deveres e obrigações, direitos e vantagens, assim, sacrifica-se 
o patrimônio de um em proveito de ambos, visto que, enquanto uma parte dispõe de um bem o retirando-o de seu patrimônio e 
tendo este reduzido, mas recebendo por essa disponibilidade. A outra parte reduz sua capacidade financeira ao efetuar o 
pagamento do bem, mas sobrevém com a locupletamento do seu patrimônio com a aquisição do bem.Assim temos a carga 
contratual repartida entre eles, embora nem sempre de modo igualitário. Podemos citar como exemplos os contratos de 
permuta compra e venda, locação, empreitada, etc. Os contratos onerosos são sempre bilaterais, pois trazem vantagens para 
ambos os contraentes, pois estes sofrem um sacrifício patrimonial correspondente a um proveito almejado, como por exemplo, 
na locação em que o locatário paga o aluguel para usar e gozar do bem e o locador entrega o que lhe pertence para receber o 
pagamento. 
 
Subdivisão dos Contratos Onerosos. 
1.5. Contrato comutativo é o tipo em que uma das partes, além de receber da outra prestação equivalente a sua, pode apreciar 
imediatamente essa equivalência. No momento da formação, ambas as prestações geradas pelo contrato estão definidas, como 
na compra e venda. Assim, no ato do contrato as partes já conhecem o sacrifício e proveito que haverá entre elas, tendo o total 
conhecimento do que têm a dar e a receber. 
1.6 Contrato aleatório (alea = sorte), portanto, neste tipo de contrato as prestações de uma ou ambas as partes são incertas 
quando da elaboração da avença, porque sua quantidade ou extensão está na dependência de um fato futuro e imprevisível. O 
conhecimento do que deve conter a prestação ocorrerá no curso do contrato, ou quando do cumprimento da prestação 
podendo, inclusive, redundar numa perda ao invés de lucro. Destarte, o contrato aleatório funda-se na alea, sorte, ao menos para 
uma das partes. O contrato pode ser aleatório por sua própria natureza ou resultar de convenção das partes. Assim, são 
aleatórios por natureza os contratos de seguro (CC art. 1432 ss), jogo e aposta (CC. Art. 814 a 817), incluindo-se nessa natureza as 
loterias, rifas, lotos e similares, e o contrato de constituição de renda (CC art. 803 a 813).Mas temos também os contratos 
acidentalmente aleatórios, é o caso da compra da rede do pescador. Pode ocorrer de o arremesso da rede nada captar. Mesmo 
que peixe algum venha na rede, vale o contrato e é devido o preço, pois foi uma esperança que se adquiriu. Temos, pois, um 
contrato de compra e venda que normalmente é comutativo, transmutando em aleatório por convenção das partes. 
1.7 Contratos paritários são aqueles em que as partes estão em situação de igualdade no que pertine ao princípio da autonomia 
de vontade; discutem os termos do ato do negócio e livremente se vinculam fixando cláusulas e condições que regulam as 
relações contratuais. As cláusulas do contrato podem ser discutidas uma a uma para que se alcance um contrato satisfatório para 
ambas as partes. Atualmente, devido a grande explosão populacional que o mundo sofreu, ser-nos-ia impossível ter esta forma 
de contrato comopredominante. (p.s. vide comentários supra). 
 
 
 
1.8. Contratos de adesão caracterizam-se pela inexistência da liberdade de convenção, porque excluem a possibilidade de debate 
ou discussão sobre os seus termos; um dos contratantes se limita a aceitar as cláusulas e condições previamente redigidas pelo 
outro, aderindo a uma situação contratual que já está previamente definida. Ressalte-se se tratar de um clichê contratual, 
segundo normas de rigorosas, que alguém adere, aceitando os termos como postos, não podendo fugir, posteriormente do 
respectivo cumprimento. Nos contratos de adesão, eventuais dúvidas oriundas das cláusulas se interpretam em favor de quem 
adere ao contrato (aderente). O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 54, oferece o conceito e dispõe sobre a 
admissão de cláusula resolutória. São espécies deste tipo de contrato, o seguro, o contrato de consórcio e o de transporte. São 
contratos prontos, preenchidos apenas os claros.Antes do advento do CDC a doutrina fazia distinção entre contrato de adesão – 
como sendo aquele firmado com entes públicos, p.ex., contrato de energia elétrica com a CEMIG – e, contrato por adesão que 
eram os firmados por particular, com a margem de, não concordando com o bloco de cláusulas não fazer aquele contrato, 
procurando o mesmo serviço com outrem, p.ex., compra de automóvel. Mas com o advento do CDC, desnecessária se faz tal 
classificação, pois em ambos os casos passaram a tratar-se de contrato de adesão (CDC art. 57). A simples modificação de uma ou 
outra cláusula não transforma o contrato de adesão em paritário, para que isso ocorre à mudança contratual deve ser substancial 
(Lei 8078/90 art. 64 a 90; CC art. 220). 
Quanto à forma 
2.1. Consensuais 
2.2. Reais 
2.3. Solenes 
2.4. Não-solenes 
2.1. Contratos Consensuais são os que se consideram formados pela simples proposta e aceitação. A simples comunhão de 
vontades aperfeiçoa o contrato (é a regra em nosso ordenamento jurídico), seja este formal ou não, ficando assim, hábil para 
gerar os efeitos jurídicos que lhes são próprios. 
2.2. Contratos Reais são os que só se formam com a entrega efetiva da coisa, como no empréstimo (mútuo e comodato), no 
depósito ou no penhor. A entrega, aí, não é cumprimento do contrato, mas detalhe anterior, da própria celebração do contrato. 
Observe-se que a doutrina moderna critica o conceito de contrato real, mas a espécie ainda é inafastável diante do nosso direito 
positivo vigente. Os contratos reais são comumente unilaterais posto que se limitam à obrigação de restituir a coisa entregue. 
Excepcionalmente, podem ser bilaterais, como acontece no contrato de depósito remunerado: a importância prática está em 
que, enquanto não entregue a coisa, não há obrigação gerada. 
2.3. Contratos solenes, também chamados formais, são contratos que só se aperfeiçoam quando o consentimento das partes 
está perfeitamente adequado pela forma prescrita na lei, objetivando conceder segurança a algumas relações jurídicas. De regra, 
a solenidade se exige na lavratura de documentos ou instrumentos (contrato) público, lavrado nos serviços notariais (cartório de 
notas), como na escritura de venda e compra de imóvel que é, inclusive pressuposto para que o ato seja considerado válido, ou 
seja, exige escritura pública. No contrato solene, a ausência de forma torna-o nulo.Há uma exceção: quando a lei não determina 
que o contrato seja solene, mas as partes, por sua vontade determinam que o contrato seja formal. Não se converterá em 
contrato solene, mas neste caso o contrato só terá validade observadas as formalidades legais (por convenção entre as partes), já 
que se leva em conta a autonomia da vontade dos contratantes. Já um contrato de tipo solene não poderá ter a validade com 
preterição das formalidades, ainda que as partes assim o queiram. 
2.4. Contratos não solenes ou consensuais, são os que se perfazem pela simples anuência das partes. O ordenamento legal não 
exige forma especial para que seja celebrado, como no contrato de transporte aéreo. Vigora em nosso ordenamento jurídico o 
princípio da forma livre (art. 104, III, CC), a regra é a forma não-solene. 
Forma dos contratos 
a- Verbal 
b- Por gesto ou mímica 
c- Particular – contrato escrito, formalizado entre as partes. 
d- Instrumento público 
Público – contrato escrito, formalizado em cartório. Quanto à denominação 
 
3.1. nominados / típicos 
3.2. inominados / atípicos 
3.1. Contratos nominados ou típicos. Devemos sempre preferir esta expressão, àquela, atendendo a que não é a circunstancia de 
ter uma designação própria (nomem iuris) que predomina, mas a tipicidade legal. Assim, contratos típicos são espécies 
contratuais que possuem denominação (nomem iuris), ou seja, têm nome e são regulamentados pela legislação. Segundo Maria 
Helena Diniz "o nosso Código Civil rege e esquematiza dezesseis tipos dessa espécie de contrato: compra e venda, troca, doação, 
locação, empréstimo, depósito, mandato, gestão, edição, representação dramática, sociedade, parceria rural, constituição de 
renda, seguro, jogo e aposta, e fiança". Já o professor André Ricardo B.F. Pinto cita 23 tipos de contrato, quais sejam: troca e 
venda; troca e permuta; contrato estimatório; contrato de doação; locação; empréstimo; prestação de serviços; de empreitada; 
de depósito; mandado; comissão; agencia; distribuição; corretagem; transporte; seguro; constituição de renda; jogo; aposta; 
fiança; transação; compromisso e sociedade. Podemos simplificar dizendo que contratos típicos são aqueles tipificados em lei. 
3.2. Contratos inominados ou atípicos. Aqui, também, empregaremos a expressão atípica pelos mesmos motivos supracitados 
(item 3.1). Assim, são atípicos os que resultam da consensualidade, não havendo requisitos definidos na lei, bastando para sua 
validade que as partes sejam capazes (livres), o objeto contrato seja lícito, possível e suscetível de apreciação econômica. Este 
tipo de contrato não tem previsão expressa, não tendo regramento especificado em lei e, sendo, portanto, um contrato 
complexo. Em verdade, o nome do contrato possui importância secundária. Importante mesmo é o objeto do contrato (pouco 
importando sua forma: se escrita ou verbal), pois, de posse desta informação (objeto do contrato) se é possível determinar com 
precisão o nomem iuris do contrato. 
Quanto ao fim 
4.1. Preliminar 
4.2. Definitivo 
4.1. Contrato preliminar (pré-contrato – pactum de contrahendo) é um contrato perfeito e acabado que tem por objeto um 
contrato definitivo. É um compromisso para celebração de um contrato definitivo. Portanto, não se encerra em si mesmo, p.ex., 
promessa de compra e venda de imóvel financiado por Instituição Financeira, para esta o promitente continua a ser aquele que 
originalmente fez o financiamento, a Instituição não reconhece este contrato. Mas entre as partes que o firmaram, este tem total 
validade. Contrato preliminar não se confunde com negociação preliminar. Enquanto nesta não há vinculo entre as partes, 
ocorrem apenas negociações, podendo um ou outro desistir do negócio a qualquer tempo, naquela há uma efetiva proposta, e o 
seu descumprimento poderá gerar sansões para a parte inadimplente do contrato. A fase de proposta e aceitação chama-se 
puntuaçao. 
4.2. Contrato definitivo sucede o temporário, ou sem ele existe, sendo um contrato perfeito e acabado e tendo por objeto um 
fim em si mesmo, ou seja, encerra-se em si mesmo. 
Quanto ao momento da execução 
5.1. De execução instantânea 
5.2. De execução diferida 
5.3. De trato sucessivo ou execução continuada 
• VENDA À VISTA 
5.1. Contrata de execução instantânea é aquele que se encerra em um só ato, p.ex., compra e venda com pagamento à vista, 
onde, o vendedor entrega a coisa e recebe o valor correspondente do comprador que passa a ser o seu possuidor, tudo em um só 
ato. 
• VENDA A PRAZO 
5.2. Contrato de execução diferida encerra-se num sóato, mas no futuro. P.ex. venda a prazo, com entrega imediata da 
mercadoria e prazo de pagamento em 30 dias. 
 
• VENDA À PRESTAÇÃO 
5.3. Contrato de trato sucessivo ou execução continuada. Nesta modalidade de contrato a execução dar-se-á de forma 
fracionada. Venda de determinado bem, com entrega imediata e pagamento em 10 prestações. 
Quanto às pessoas 
6.1. Pessoais 
6.2. Impessoais 
6.1. Contratos pessoais (intuitu personae) levam em conta a personalidade da pessoa, o serviço só poderá ser executado por ela. 
Há contratos que por sua natureza são pessoais, v.g., a contratação de um ator, escultor, renomado médico ou advogado, etc. 
geralmente nesses contratos há obrigação de fazer. No entanto, se a obrigação é de dar, não há, como regra geral, que torná-la 
pessoal, já que qualquer pessoa poderá cumprir o que consta do objeto do contrato. Já nos contratos pessoais, é inadmissível a 
substituição da pessoa do devedor (são obrigações infungíveis) e a impossibilidade ou negativa do cumprimento de sua parte 
extinguirá a obrigação, substituindo-se por indenização por perdas e danos se houver culpa. 
6.2. Contratos impessoais são aqueles onde qualquer pessoa com capacidade para executar o objeto do contrato, poderá fazê-lo. 
As partes não especificam, a pessoa que irá cumprir o contrato é irrelevante. Assim é o caso da reforma de um imóvel, feita por 
empresa de engenharia, onde havendo problema com um ou mais pedreiros, basta substituí-los por outros com iguais 
habilidades. 
II. CONTRATOS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS 
1. Principais 
2. Acessórios 
1. Contrato principal é aquele que existe por si, exercendo sua função e finalidade, não dependendo juridicamente da existência 
de outro. Como exemplo cite-se: o contrato de compra e venda, aluguel, comodato, etc. 
2. Contrato acessório (ou dependentes) é aquele que só existe porque subordinado ou dependente de outro, ou para garantir o 
cumprimento de determinada obrigação dos contratos principais, como a caução e a fiança. Embora o contrato acessório seja 
depende do principal ele pode ser feito antes deste. É o caso de uma locação que não poderá, por qualquer motivo, ser firmado 
no presente momento, mas já dispondo dos fiadores o locatório firmou o contrato de fiança antes do contrato de locação 
enunciando naquele que este passará a ter validade a partir do dia X, quando será feito o contrato principal (contrato de 
locação). 
 
A ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO 
é composta por: 
· Estipulante: é aquele que estipula que alguém realize uma obrigação em favor de terceiro. 
· Promitente: é aquele que realiza o contrato com o estipulante se obrigando a realizar algo em favor de um terceiro. 
· Terceiro ou beneficiário: é aquele que não integra os polos da relação jurídica contratual, entretanto, é o beneficiário do 
objeto contratual firmado entre estipulante e promitente. 
Na estipulação em favor de terceiro, quando se pode beneficiar um terceiro com um contrato (ex: alugo minha casa e determino 
que o aluguel seja pago a meu irmão desempregado; outro ex: faço um seguro de vida para beneficiar meu filho). 
Tanto o contratante como o beneficiário poderão exigir a prestação se a outra parte atrasar (436). 
 Na estipulação, a qualquer momento o beneficiário pode ser substituído, bastando comunicar ao outro contratante (438). 
 
 
 
PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO 
 É a possibilidade de um contratante obrigar-se perante outro a obter de terceiro determinada obrigação, sob pena de responder por 
perdas e danos. Ex: um promotor de eventos promete ao dono de uma casa de shows trazer um artista para cantar na cidade. 
Se o artista não vier, o promotor será responsabilizado (439). 
Diferente da estipulação em favor de terceiro, vista acima, o promotor não vai beneficiar o artista, vai sim se responsabilizar pela sua 
apresentação. O artista não integra o contrato inicial entre o promotor e o dono da casa de shows, mas sim participará de um 
segundo contrato com o promotor do evento. 
 
VÍCIOS REDIBITÓRIOS 
 São os defeitos contemporâneos ocultos e graves que desvalorizam ou tornam imprestável a coisa objeto de contrato bilateral e 
oneroso (441). Tais defeitos vão redibir o contrato, tornando-o sem efeito. 
Aplica-se aos contratos de compra e venda, troca, locação, doação onerosa (pú do 441) e na dação em pagamento (revisem o 356). 
Exemplos: comprar um cavalo manco ou estéril; alugar uma casa que tem muitas goteiras; receber em pagamento um carro que 
aquece o motor nas subidas, etc. 
Em todos esses exemplos poderemos aplicar a teoria dos vícios redibitórios para duas conseqüências, a critério do adquirente: a) 
desfazer o negócio, rejeitar a coisa e receber o dinheiro de volta; b) ficar com a coisa defeituosa e pedir um abatimento no preço 
(442). 
Justifica-se a teoria dos VR pois toda obrigação não só deve ser cumprida, como deve ser bem cumprida. Uma obrigação não 
cumprida gera inadimplemento, uma obrigação mal cumprida gera vício redibitório. 
Para caracterizar um vício redibitório o defeito precisa ser contemporâneo, ou seja, existir na época da aquisição (444), pois se o 
defeito surge depois o ônus será do atual proprietário, afinal res perit domino ( = a coisa perece para o dono, ou o prejuízo pela perda 
espontânea da coisa deve ser suportado pelo dono). 
Além de contemporâneo o defeito deve ser oculto, ou seja, não estar visível, pois se estiver nítido e mesmo assim o adquirente 
aceitar, é porque conhecia as condições da coisa (ex: carro arranhado, cavalo com uma perna menor do que a outra, casa com as 
telhas quebradas, etc). 
Se o vício é oculto, porém do conhecimento do alienante que agiu de má-fé, este responderá também por perdas e danos (422, 443). 
Além de contemporâneo e oculto, o defeito precisa ser grave, e só a riqueza do caso concreto e a razoabilidade do Juiz é que saberão 
definir o que é grave ou não. 
Existe um prazo decadencial na lei para o adquirente reclamar o vício, prazo que se inicia com o surgimento do defeito (ex: o 
adquirente só vai sabe se uma casa tem goteira quando chover, 445 e §§ 1º e 2º ). 
EVICÇÃO 
 a evicção garante o comprador contra os defeitos jurídicos da coisa, enquanto os vícios redibitórios garantem o adquirente contra os 
defeitos materiais. 
Evicção vem do verbo evincere, que significa “ser vencido”. 
Aplica-se à compra e venda e troca (bilateral), mas nas doações não (unilaterais). Conceito: é a perda da coisa em virtude de sentença 
que reconhece a outrém direito anterior sobre ela. Ex: A é filho único e com a morte de seu pai herda todos os bens, inclusive uma 
casa na praia; A então vende esta casa a B, eis que aparece um testamento do falecido pai determinando que aquela casa pertenceria 
a C; verificada pelo Juiz a veracidade do testamento, desfaz-se então a venda, entrega-se a casa a C e A devolve o dinheiro a B. 
Chamamos de evicto o adquirente, no exemplo é B, é a pessoa que comprou a casa e que vai perdê-la, recebendo porém o dinheiro 
de volta e os direitos decorrentes da evicção previstos no art. 450. 
Evicta é a coisa, é a casa da praia. Evictor é o terceiro reivindicante, é C, que vence. Alienante é A, é aquele que vendeu a coisa que 
não era sua, e mesmo sem saber disso, mesmo de boa-fé, assume os riscos da evicção (447). 
O contrato pode excluir a cláusula da evicção, ou até reforçá-la (ex: se ocorrer a evicção, o alienante se compromete a devolver ao 
evicto o dobro do preço pago, 448). 
Se a evicção ocorrer numa doação, o evicto não perde nada, pois não pagou pela coisa, apenas vai deixar de ganhar. Fundamento da 
evicção: justifica-se na obrigação do alienante de garantir ao comprador a propriedade da coisa transmitida, e que ninguém vai 
interferir no uso dessa coisa. 
 
CONTRATO PRELIMINAR 
 Quando duas pessoas querem contratar elas conversam, dialogam, ajustam seus interesses e celebram o contrato. Porém, por 
dificuldades financeiras,as partes podem celebrar um contrato preparatório com vistas a um outro contrato principal definitivo. Esse 
contrato preparatório é o contrato preliminar, onde as partes ajustam um compromisso de celebrar futuramente o contrato principal. 
Enquanto no contrato principal o objeto é uma prestação substancial, no contrato preliminar o objeto é fazer oportunamente o 
contrato principal. 
O contrato preliminar não é uma minuta ou rascunho, é contrato mesmo que visa concretizar um contrato futuro e definitivo (462). É 
muito usado na aquisição de imóveis a prazo, afinal poucas pessoas podem comprar imóveis a vista e muita gente precisa de 
habitação. Se o contrato preliminar for descumprido, ou o contrato definitivo não for celebrado oportunamente, caberá indenização 
por perdas e danos (465) ou mesmo a execução forçada (463). Na execução forçada o juiz celebra o contrato no lugar da parte que 
não está cumprindo sua obrigação (464). Então, por exemplo, desejando alguém adquirir um imóvel para pronta moradia, celebra um 
contrato preliminar de promessa de compra e venda com uma construtora, recebe as chaves e vai pagando as prestações ao longo 
dos anos. Ao término do pagamento de todas as prestações celebra outro contrato com a construtora, desta vez um contrato 
definitivo que será levado a registro no Cartório de Imóveis. O contrato preliminar pode ser feito mediante instrumento particular, 
mas o definitivo vai exigir escritura pública em qualquer Cartório de Notas (108). Se o adquirente tem o dinheiro todo para comprar o 
imóvel, celebra logo o contrato definitivo. Este assunto será ampliado em Civil 5, no estudo do Direito Real do Promitente Comprador 
do art 1417 
 
EXTINÇAO DOS CONTRATOS 
 Se o contrato nasce do acordo de vontades, ele geralmente cessa com o cumprimento da prestação, sendo executado pelas 
partes, até que os resultados finais previstos sejam alcançados, liberando o devedor e satisfazendo o credor. De regra o contrato 
nasce para cumprir sua função social e ser extinto pelo adimplemento da obrigação. Todavia encontramos na vida prática a extinção 
do contrato antes do seu fim natural que é a prestação e o pagamento (revisem pagamento no semestre passado). A classificação 
doutrinária vacila ao tratar desse tema, pois mistura as expressões extinção, resolução, resilição, rescisão, revogação e desfazimento 
do contrato. Vamos conhecer uma classificação: 
 1 - Resilição bilateral ou distrato: é o contrato feito para extinguir outro contrato (472), quando as partes acordam em 
extinguir o contrato pela mesma forma exigida para celebrá-lo (ex: se uma compra e venda de bem móvel foi feita por escritura 
pública, seu distrato pode ser feito por instrumento particular ou até verbalmente; outro ex: inquilino que combina com o locador 
desocupar o imóvel antes do prazo: locação escrita e distrato verbal). O distrato é um acordo liberatório, desatando o laço que 
prendia as partes pela vontade comum delas. 
 2 – Resilição unilateral: se o contrato e o distrato nascem do acordo, a resilição unilateral tem caráter de exceção, pois rompe 
o vínculo sem a anuência do outro contratante (473). Empréstimo, mandato e depósito são contratos que, pela sua natureza de 
exigirem confiança, admitem resilição unilateral (ex: empresto minha casa de campo para meu irmão desempregado morar, posso 
pedir de volta a qualquer momento, 582; outro bom exemplo, mesmo fora do Direito Civil, é o contrato de trabalho, pois o patrão 
pode demitir o empregado mesmo contra a vontade dele). 
 
 
 
 
 
 
 
 3 – Resolução: enquanto na resilição o contrato é extinto pela vontade das partes, na resolução o contrato se extingue pelo 
inadimplemento. Na resolução cessa o contrato por ter o devedor faltado ao cumprimento de sua obrigação, cabendo ao prejudicado 
exigir perdas e danos ou a execução forçada do já explicado art 475 (vide aula 9). Tacitamente todo contrato sinalagmático tem essa 
cláusula resolutiva de exigir perdas e danos em caso de inadimplemento, mas se a parte preferir pode inseri-la expressamente (474). 
Dá-se também a resolução por onerosidade excessiva conforme já vimos na Teoria da Imprevisão (art. 478). Todavia se o 
inadimplemento decorre de caso fortuito, ou seja, se a inexecução for involuntária, o devedor não pode ser responsabilizado (393, ex: 
cantor fica gripado e não pode fazer o show contratado). 
 4 – Arrependimento: não é comum na lei, então as partes devem prever no contrato o exercício do direito de arrependimento 
para desfazer o contrato (420). O Codigo do Consumidor admite o arrependimento no art 49 quando a compra é feita por telefone. 
 5 – além dessas hipóteses, lembro que o contrato se extingue também se violar o art. 104 do CC (ex: compra e venda de 
cigarro, eis que o Estado criminaliza o fumo, extinguindo-se o contrato, 104, II); a morte também extingue os contratos 
personalíssimos, mas as obrigações de dar transmitem-se aos parentes do morto dentro dos limites da herança (1.792). 
 
 Fim da parte geral dos contratos – boas provas!

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