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PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA (PNL) AULA 3 Prof.ª Erika Gisele Lotz 2 CONVERSA INICIAL Esta aula tem por objetivo: apresentar a definição e as aplicações dos sistemas representacionais e da linguagem sensorial; ensinar sobre pistas oculares de acesso; submodalidades; e como podemos usá-las para produzir mudanças positivas em nossa vida pessoal e profissional. CONTEXTUALIZANDO Já aconteceu de você estar conversando com alguém, no mesmo idioma, se esforçar, esforçar, mas não chegar a uma clareza, afinidade ou compatibilidade no diálogo? Será que existe uma abordagem que permita criar maior empatia na comunicação? Que tal aprender um conceito que possa melhorar significativamente sua comunicação interpessoal, negociação e influência positiva? TEMA 1 – SISTEMAS REPRESENTACIONAIS Você sabia que os sistemas representacionais têm profundo impacto na comunicação, na forma como você toma decisões e como aprende melhor? Mas o que são sistemas representacionais? O indivíduo se vale dos sentidos externos para observar o mundo e dos internos para “reapresentar” a experiência para si mesmo. Em PNL, as maneiras como assimilamos, armazenamos e codificamos a informação na mente – através da visão, da audição, do tato, do paladar ou do olfato – são denominadas de sistemas representacionais. (O’Connor; Seymour, 1995, p. 44) O sistema representacional é “a representação em nosso mapa mental realizada por meio dos cinco sensores neurológicos: visão, audição, tato, paladar e olfato”, registra Chung (2002, p. 341). Figura 1 – Sistemas representacionais Créditos: Sudowoodo/Shutterstock. 3 Os principais sistemas são: visual, auditivo, cinestésico, olfativo e gustativo. Nesta aula, vamos nos referir aos dois últimos sistemas como partes do cinestésico. • (V) Sistema representacional visual: composto pelas nossas imagens internas. Refere-se à capacidade de se lembrar e criar imagens mentais; • (A) Sistema representacional auditivo: composto pelas palavras e pelos sons que conseguimos ouvir, criar e lembrar; • (C) Sistema representacional cinestésico: composto pelo tato e pela nossa consciência corporal, bem como por odores e sabores lembrados e criados, além de estar atrelado às sensações representadas cinestesicamente no corpo. Quando nos aprofundamos no estudo dos sistemas representacionais, podemos nos deparar com uma linha que apresenta um quarto sistema, o auditivo digital (AD), ou simplesmente digital (D), caracterizado pelo hábito de fazer muitas perguntas e requerer várias informações e fatos. O digital tem diálogos internos profundos e tende a buscar a lógica das coisas. O auditivo digital é bastante analítico e aprende bem ao montar histórias estruturadas com as informações que recebe, repetindo em forma de conversa o que precisa memorizar. Figura 2 – Sistemas representacionais e a construção do pensamento Créditos: Adriatcfoto/Shutterstock. Agora peguei a ideia! Vai aliviar muito a pressão sobre a equipe! Agora está claro! Entendi o ponto de vista dele! Está me soando muito bem! Agora sim ele falou tudo que eu precisava ouvir! 4 Utilizamos os sistemas representacionais não apenas na construção do pensamento, mas também na forma como conversamos. Observe o diálogo a seguir: Créditos: Tsyhun/Shutterstock. A – Não estou seguro quanto à apresentação em público que terei na segunda-feira. B – O que você vê que pode ameaçar a apresentação? A – Sinto que minhas ideias podem não ser acolhidas, e isso me deixa bastante desconfortável. O que você identificou? Perceba que a pessoa A se expressa utilizando o sistema representacional cinestésico, e a pessoa B, o sistema visual. Agora observe com atenção o próximo diálogo: Créditos: Tsyhun/Shutterstock. 5 A – Não estou seguro quanto à apresentação em público que terei na segunda-feira. B – O que você sente que pode ameaçar sua apresentação e causa essa pressão a ponto de não te deixar seguro? A – Sinto que minhas ideias podem não ser acolhidas, e isso me deixa bastante desconfortável. O que você identificou? Se respondeu que eles estão conversando no mesmo sistema representacional, parabéns, pois você acertou! A conversa está sintonizada no canal visual. Quando o diálogo se dá no mesmo “canal” – seja cinestésico, auditivo ou visual –, a probabilidade de a conversa estar em sintonia é muito maior do que se os interlocutores estivessem utilizando “canais” diferentes. Por esse motivo, os sistemas representacionais favorecem a sintonia e o entendimento entre as pessoas. É importante lembrar que usamos os três sistemas básicos o tempo inteiro, portanto, não são mutuamente excludentes. Podemos visualizar uma cena, ouvir os sons e ter sensações a ela associadas de forma simultânea, embora nem sempre prestemos atenção. Algumas partes desse processo mental ficarão sempre na mente não consciente (O’Connor; Seymour, 1995). Entretanto, temos a tendência a favorecer alguns em detrimento de outros, ou prestar mais atenção a um sentido do que a outro, dependendo da atividade que realizamos. É quando entra em cena o conceito de sistema representacional preferido, básico ou condutor. Saiba mais Para mais informações sobre o assunto, leia o artigo “Eu vejo, ouço e sinto o que você quis dizer: sistemas VAC”, de Penny Tompkins e James Lawley (2008), disponível em: <https://www.golfinho.com.br/artigo/eu-vejo-ouco-e-sinto- o-que-voce-quis-dizer-sistemas-vac.htm>. Para ir mais fundo, leia o artigo “Programação neurolinguística: um diferencial para formação de gestores”, de Henrique Galvão, Hilquias Capucho e Luciani Alvareli (2016). Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos17/24125361.pdf>. Acesso em: 4 fez. 2020. 6 TEMA 2 – SISTEMA REPRESENTACIONAL DOMINANTE Você sabia que, embora capturemos as informações do mundo exterior por meio dos sensores neuronais, cada um de nós tende a processá-las e adotar determinado comportamento em resposta às informações registradas por meio de um ou dois sistemas sensoriais, aos quais estamos mais “habituados” ou confortáveis em utilizar? O sistema que utilizamos com maior frequência denominamos de sistema representacional preferido. 7 Saiba mais você sabia que o sistema representacional preferido influencia tendências de personalidade e estratégias de aprendizagem, além de ser fortemente evidenciado pela comunicação? Observe a Figura 3: Figura 3 – Sinal de “pare” Fonte: Oxinoxi/Shutterstock. Agora pedimos que você se detenha por alguns instantes para descobrir o seu sistema representacional preferido preenchendo o teste disponível em: <https://fatecitapetininga.edu.br/wp-content/uploads/2012/08/Teste-do-sistema- representacionalPNLIBC.docx>. Acesso em: 4 fev. 2020. Quadro 1 – Sistemas representacionais Visual Cinestésico Auditivo Digital O s is te m a É caracterizado por imagens internas, visualização, imaginação e “sonhar acordado”. O indivíduo com preferência por esse sistema representacio nal tende a demonstrar interesse em desenhar, decorar interiores, moda, artes visuais, TV, filmes, fotografia etc. É caracterizado por sensação de equilíbrio, toque, olfato e paladar. O indivíduo com preferência cinestésica tende a demonstrar interesse em dança, artes marciais, atividades esportivas, ginástica etc. É utilizado para ouvir sons internament e e “reouvir” a voz de outras pessoas. Com uma preferência auditiva, o indivíduo pode ter interesse em música, idiomas, escrever, treinamentos etc. É a maneira de pensar usando palavras e falar consigo mesmo (diálogo interno). Quando o sistema representaciona l for o digital, o indivíduo pensa conversando consigo mesmo. 8 C ompo rt am en to Usa a visão como meio de obter e reter informações. Gosta de abraçar, estar em contato, sentir as pessoas, sentir o próprio corpo. Usa a audição para absorver informações. Questiona com frequência, analisa tudo e precisa de informações e fatos. Po nt os fo rt es Percebe coisas singulares, que quase ninguém percebe no ambiente. Utiliza a coordenação motora grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas. Gosta de ouvir as pessoas. Capacidade analítica e de raciocínio lógico. Es til o de ap re nd iz ag em Vendo, construindo imagens imediatas do que está recebendo como informação. Fazendo ou executando, guiando-se pela experiência motora. Ouvindo, construindo uma história com a informação que está recebendo. Entendendo e construindo uma história estruturada com a informação que está recebendo. D is tr aç ão d a in te nç ão Estímulos visuais em demasia ou conflitantes. Grande número de informações recebidas. Estímulos conflitantes visuais e/ou auditivos. Ser impedido de mover-se ou de fazer algo. Ruídos de fundo. Estímulos auditivos dados rapidamente para serem convertidos em informações auditivas. Ruídos de fundo. Estímulos auditivos dados rapidamente para serem convertidos em informações auditivas. In te ra çã o co m o am bi en te Foco de atenção para fora. Atento ao que ocorre ao seu redor. Foco de atenção para si mesmo. Ouve o que está sendo dito à sua volta. Ouve, entende e cria estruturas visuais e informacionais do que está sendo dito à sua volta, utilizando o diálogo interno. 9 Es til os d e or ga ni za çã o e m em ór ia A percepção é global; percebe o todo e, se necessário, decompõe em partes a percepção inicial. Organização gradual, criativa e divergente. Não há modelos definidos e estatísticos para aprendizagem. Chega a conclusões diferentes da maioria. Organizados ; dependem de informações detalhadas e de instruções passo a passo. São orientados pela linguagem. Repetem para si o que devem memorizar. Organizados; dependem de informações detalhadas e de instruções passo a passo. São orientados pela linguagem. Repetem para si o que devem memorizar. Fonte: Araújo; Chung, 2002. Quais são os benefícios de conhecer o sistema representacional dominante? Bem, podemos olhar, em primeiro lugar, para o autoconhecimento, o que significa refletir a maneira como melhor aprendemos, como registramos o mundo. Em termos de relacionamento interpessoal, quando identificamos o sistema representacional utilizado pelo nosso interlocutor e sintonizamos a comunicação no canal utilizado por ele, entramos em canal de sintonia e sentido. Isso contribui, e muito, para gerar empatia. • Ah! Agora, sim, a questão ficou clara para mim! • Ah, agora fez sentido o que você me falou! • Agora eu peguei a ideia e sinto que aprendi! E vale lembrar que o indivíduo com maior flexibilidade terá maior probabilidade de alcançar o resultado desejado. TEMA 3 – LINGUAGEM SENSORIAL Talvez você esteja curioso para saber se o teste de sistema representacional seja a única forma de identificar o sistema do seu interlocutor. Pois então: seria no mínimo engraçado ou constrangedor, antes de uma negociação, entrevista de emprego ou reunião importante, você sair distribuindo o formulário para saber qual é o sistema representacional dominante, não é? Interessa-lhe saber que existe uma forma muito simples e fácil de identificar o sistema utilizado pelo interlocutor, sem precisar fazer teste algum? Sim, existe! 10 É aí que entra em cena a linguagem sensorial, revelada pelas palavras processuais. Usamos a linguagem para comunicar nossos pensamentos. Portanto, não é de admirar que as palavras que usamos reflitam nossa maneira de pensar. Dessa forma, o vocabulário de que nos valemos para descrever nossos pensamentos evidencia o sistema representacional que estamos utilizando. Observe as frases a seguir: • Sinto que teremos um final de semana relaxante e agradável! (cinestésico); • O dia está lindo, claro e iluminado! (visual); • Posso ouvir o canto dos pássaros e o murmurar das folhas das árvores (auditivo). Figura 4 – Exemplos de frases Créditos: GraphicsRF/Sutterstock Créditos: Graphicsrf/Shutterstock. Créditos: Senay Kurtulus/Shutterstock Palavras processuais são as que revelam o canal que o indivíduo está utilizando para representar a experiência. Observe o Quadro 2. Sinto que teremos um final de semana relaxante e agradável! O dia está lindo, claro e iluminado! Posso ouvir o canto dos pássaros e o murmurar das folhas das árvores! 11 Quadro 2 – Palavras processuais Visuais Auditivas Cinestésicas Inespecíficas Olhar Imagem Ponto de vista À luz de Quadro Foco Antever Revelar Obscuro Claro Ilustrar Examinar Dizer Falar Ritmo Proclamar Comentar Boato Escutar Perguntar Responder Discutir Conversa fiada Silencioso Tocar Manusear Apertado Confortável Concreto Suave Tensão Tangível Agarrar Sentir Estresse Cansaço Discutir Pensar Meditar Reconhecer Atender Compreender Consciente Motivar Decidir Lembrar Processar Aprender Fonte: adaptado de O’Connor; Seymour, 1995, p. 62-63. Observe que as palavras visuais remetem todas ao sentido da visão; o mesmo ocorre com as auditivas, que indicam o sentido da audição e, da mesma forma, as cinestésicas, que expressam as sensações. Quadro 3 – Exemplos Sistema representacional Exemplos Visual Vejo você amanhã Sua ideia me abriu novos horizontes Mostre-me o que quer dizer com isso Essa oportunidade traz um colorido especial à minha vida Eu vejo o que você diz com clareza agora Auditivo Nos falamos amanhã Essa afirmação soa como música para meus ouvidos Você poderia me explicar a sua ideia? Eu nunca ouvi falar nisso antes Cinestésico Entro em contato com você amanhã Me sinto pressionado Me sinto confortável para exercer esse cargo de chefia Vamos materializar esse projeto E qual o recado das palavras processuais? Afine seus ouvidos e preste atenção no seu interlocutor, pois certamente irá identificar o sistema 12 representacional utilizado por ele. E é importante lembrar que, mesmo sendo cinestésica, em um dado momento a pessoa pode utilizar a linguagem sensorial visual. A ideia aqui não é rotular pessoas – aliás, rótulos são sempre muito perigosos, pois deixamos de enxergar além deles –, mas sim prestar atenção nelas, na forma como registram e narram suas experiências, para gerar empatia e conexão. TEMA 4 – PISTAS OCULARES DE ACESSO Como diria o ditado: “os olhos são o espelho da alma”. Muito bem, para iniciar este tema, temos algumas perguntinhas importantes a fazer: • O que você comeu ontem no café da manhã? • Quantas janelas tem a sua casa? • Quem você encontrou ontem e sobre o que conversaram? • O que você faria se ganhasse um milhão de dólares? • Como seria se você vivesse no tempo das cavernas? Muito bem, concordamos que essas perguntas são absurdas, mas aqui o ponto é: você percebeu seus movimentos oculares ao pensar em cada uma das perguntas? Observou que nas três primeiras os movimentos oculares vão para uma direção, e nas duas últimas vão para outra? Dependendo de como pensamos, movimentamos sistematicamente os olhos em diferentes direções. O movimento dos olhos se relaciona com o modo de pensar. Eles não indicam o conteúdo do pensamento, mas sim como o pensamento é processado. Esses movimentos estão atrelados a processos neurológicos ativos quando da construção do pensamento e das representações internas. O’Connor e Seymour (1995, p. 52) explicam que: As pesquisas neurológicas demonstraram que os movimentos oculares laterais e verticais parecem associadosa diferentes partes ativadoras do cérebro. Na literatura neurológica, esses movimentos são chamados de movimentos oculares laterais (MOL). Em PNL, esses movimentos são chamados pistas de acesso visuais, porque nos dão uma pista visual de como as pessoas estão tendo acesso à informação. Há intrínseca ligação neurológica entre os movimentos oculares e os sistemas representacionais. Os movimentos oculares são frequentemente rápidos, duram menos de um segundo, e sucedem um ao outro. Ao prestarmos atenção nas relações entre 13 os movimentos oculares e a linguagem sensorial de uma pessoa, podemos observar que: • Quando ela se expressa em termos visuais, tenderá a dirigir os olhos para o alto; • Quando se expressa em termos auditivos, tenderá a movimentar os olhos lateralmente, para a direita ou esquerda; • Quando se expressa em termos sensoriais emocionais, os olhos tenderão a ir para baixo e para a direita; • Quando está conversando consigo mesma, os olhos vão para baixo e para a esquerda. Observe a Figura 5: Figura 5 – Pistas oculares de acesso Fonte: Moschiorini/Shutterstock. Contudo, vale observar que devemos ter cuidado com as generalizações, dado que as pessoas podem ter pistas oculares invertidas. Por isso, é fundamental, antes de tudo, levantar como de fato é a pista ocular de cada um. A forma mais simples de praticar e confirmar na prática quando isso ocorre é calibrando. Saiba mais Calibração: perceber com precisão o estado de outra pessoa por meio da leitura de sinais não verbais. Calibragem: processo de aprender a traduzir as respostas inconscientes e não verbais de outra pessoa durante uma interação, pela combinação dos sinais de comportamento observados com uma resposta interna específica (Glossário…, 2020). Visual construindo Auditivo construindo Cinestésico sensações Visual lembrando Auditivo lembrando Diálogo interno 14 Calibrar é prestar atenção no outro de modo a identificar os padrões que surgem. E como fazer isso? Podemos calibrar o interlocutor observando os movimentos oculares enquanto ele fala. Outra forma de calibração são perguntas que remetam à busca no visual lembrado ou visual construído, no auditivo lembrado ou auditivo construído, no cinestésico ou na conversa interna. Veja o Quadro 4: Quadro 4 – Perguntas para eliciar construção visual, auditiva e cinestésica Linha de base Visual construído Visual recordado Auditivo construído Auditivo recordado Cinestésico Diálogo interno Nota: esta é a sua imagem olhando para a pessoa Vi su al le m br ad o Quando são lembradas imagens de coisas ou situações já vistas. Qual a cor da porta da frente da sua casa? Qual a altura do prédio onde você mora? O que você comeu ontem no café da manhã? Como era o rosto da sua primeira professora? Que roupa você usava no seu primeiro dia de faculdade/trabalho? O que comprou com seu primeiro salário? 15 Vi su al c on st ru íd o Quando se criam imagens de coisas nunca vistas antes ou se relembram imagens diferentemente do jeito como foram visualizadas, fatos que não correram ou situações hipotéticas. Como ficaria seu quarto se fosse revestido de parede branca estampada de melancias? Como seria se você vivesse no tempo das cavernas? Como seria estar agora em uma ilha do Caribe? Au di tiv o le m br ad o Quando se lembra de sons e vozes já ouvidos antes. Ouça a sua música preferida internamente. Como é a voz do seu pai ou da sua mãe? Qual foi a última coisa que você ouviu ontem? Au di tiv o co ns tru íd o Quando se criam ou se ouvem palavras de modo inusitado. Como seria o latido de um cachorro produzido por uma guitarra elétrica? Como seria ouvir aquela pessoa que o critica constantemente, mas com a voz do Pato Donald? C in es té si co Indica o acesso à fase sensorial ou emocional da experiência, sentindo ou lembrando emoções e sensações. Qual a sensação de calçar meias molhadas? Qual a sensação de pisar em um tapete felpudo? Qual a sensação de caminhar pela areia fofa da praia? D iá lo go in te rn o Indica a experiência mental do momento em que se está falando ou discutindo consigo mesmo. O que você diz para si mesmo quando está diante de um desafio? Fonte: adaptado de Chung, 2002. As perguntas que apresentamos no quadro são didáticas, para que você possa observar e aprender sobre os movimentos oculares. Contudo, a observação continuada e a prática é que permitirão o domínio da técnica. 16 Saiba mais Assista ao vídeo “Pistas oculares de acesso – entendendo as pessoas através dos olhos”, em <https://www.youtube.com/watch?v=jo4xzNdtZpI>, e “Como interpretar os movimentos dos olhos”, em <https://www.youtube.com/watch?v=koQIoW6xpHk>. Leia também “Pistas visuais de acesso”, em <https://golfinho.com.br/artigo/pistas-visuais-de- acesso.htm>. Acesso em: 4 fev. 2020. Aproveite as oportunidades para praticar. Ao assistir a um telejornal, busque observar os movimentos oculares do entrevistado. Ao conversar com alguém, mantenha-se atento às pistas oculares de acesso. Lembre-se que o objetivo não é julgar ninguém nem demonstrar superpoderes, mas sim desenvolver uma habilidade fundamental na comunicação, que é a observação, o alicerce da acuidade sensorial. TEMA 5 – SUBMODALIDADES E MUDANÇAS POSITIVAS O que são submodalidades? Para responder a essa pergunta, recorremos às palavras do mestre em PNL Joseph O’Connor (2007, p. 107): Suas imagens mentais, seus tons e sentimentos todos possuem determinadas qualidades. Suas imagens, por exemplo, têm brilho e cor, seus sons têm ritmo e tom, seus sentimentos, certa textura e temperatura. Em PNL essas qualidades são conhecidas como submodalidades. Os sentidos são “modalidades” que usamos para pensar, assim, as qualidades da experiência sensorial são submodalidades. Embora sejam conhecidas como submodalidades, não são inferiores, subordinadas ou abaixo das modalidades, e sim parte integrante destas. Não se pode ter uma experiência sensorial sem essas qualidades. O autor explica também que “submodalidades são como tijolos para a construção dos sistemas representacionais. São qualidades básicas do ‘Neuro’, na programação neurolinguística” (p. 107). De acordo com ele, submodalidades são a forma como estruturamos nossa experiência, e as submodalidades comuns são a localização, a distância, a intensidade, a associação e a dissociação. • Localização: toda experiência sensorial é experimentada como vinda de algum lugar; • Distância: a localização estará a uma certa distância – perto ou longe; 17 • Intensidade: julgamos toda experiência sensorial como mais ou menos intensa; • Associação ou dissociação: estaremos “dentro” ou “fora” de nossa experiência. Quadro 5 – Submodalidades Visual Auditiva Cinestésica Em preto e branco ou colorida Perto ou longe Brilhante ou opaca Localização Tamanho da imagem Associada/dissociada Focada ou desfocada Com moldura ou sem Em movimento ou imóvel Se for um filme, rápida/normal/devagar Três dimensões ou planas Alta ou suave Perto ou longe Interna ou externa Localização Estéreo ou mono Ligeira ou devagar Tom agudo ou grave Palavra ou tom Ritmo Clareza Pausas Forte ou fraca Área grande ou pequena Pesada ou leve Localização Textura: macia ou áspera Constante ou intermitente Temperatura: quente ou fria Tamanho Formato Pressão Vibração Fonte: Submodalidades, 2015. O aspecto mais importante das submodalidades é o que acontece quando propositalmente as fazemos mudar, registram Seymour e O’Connor (1995, p. 60). Os autores explicam que algumas submodalidades podem ser modificadas sem causar nenhuma diferença na experiência, ao passo que outras são decisivas e, ao modificá-las, mudamos totalmente a maneiracomo sentimos a experiência. Normalmente o impacto e o significado de uma lembrança ou pensamento dependem mais de umas poucas submodalidades importantes do que do conteúdo. Podemos fazer uma analogia com receitas de bolo de chocolate. Ao substituirmos um dos ingredientes, alteramos todo o sabor final. Experimente trocar o açúcar por sal e veja o que acontece! Por isso, por meio das submodalidades, podemos alterar alguns ingredientes da nossa experiência, de modo a deixá-la mais leve e agradável em nossa representação interna. Não podemos voltar no tempo e modificar algo que já aconteceu, então passamos a reagir à lembrança do acontecimento. É essa parte que pode ser modificada, e não o evento em si, conforme Seymour e O’Connor (1995, p. 60). 18 “Quando alteramos a estrutura de nossa experiência, alteramos também seu significado. Podemos escolher nossas submodalidades. Portanto, podemos escolher o significado que atribuímos a nossa experiência” (O’Connor, 2007, p. 108). Saiba mais Detenha-se por alguns instantes para experimentar uma técnica de mudança de submodalidade, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3GbxD2F24A8>. Hora da prática: acesse <https://golfinho.com.br/artigo/exercicios-de-submodalidades.htm> e faça os exercícios propostos pelo texto. Assista, também, a <https://www.youtube.com/watch?v=87FfWfqRmgo> e aos vídeos “O que são as submodalidades?”, em <https://www.youtube.com/watch?v=bpHll_437y8> e “Como reprogramar sua mente com submodalidades sensoriais”, em <https://www.youtube.com/watch?v=cQvfz9reZ_g>. Experimente também visitar o site <https://bodylanguagebrazil.com/2015/03/swish-programacao- neurolinguistica/> e aprenda a técnica swish, além do seguinte link: <https://slideplayer.com.br/slide/13363913/>. Acesso em: 4 fev. 2019. TROCANDO IDEIAS Nas próximas semanas, dedique-se a prestar bastante atenção nas pessoas com as quais convive no trabalho e em seu círculo familiar. Busque identificar as palavras processuais utilizadas por elas e tente manter o diálogo no mesmo canal representacional. Aproveite para registrar a experiência e levantar evidências a respeito dos avanços que você obteve na comunicação e na construção da empatia. Depois elabore um breve relato com seus desafios e avanços, e compartilhe com os colegas. Lembre-se de preservar as pessoas, mantendo-as protegidas por nomes fictícios. O que nos interessa aqui são os avanços que você fará em termos de flexibilidade em se comunicar nos diferentes canais representacionais. NA PRÁTICA 1. Escolha uma pessoa do seu convívio familiar ou profissional; 19 2. Identifique o canal representacional favorito dela; 3. Faça um convite: pode ser de um passeio, viagem ou outro tipo de atividade. Contudo, certifique-se de fazer o convite utilizando um sistema representacional que não seja o que ela prefere (se for cinestésica, utilize palavras visuais; se for auditiva, use palavras visuais ou cinestésicas, e assim por diante); 4. Pergunte se ela aceita o convite e como se sente a respeito; 5. Depois, mude de assunto (quebre o estado); 6. Volte e refaça o convite com palavras do sistema representacional preferido dela; 7. Observe as diferenças e pergunte sobre o efeito e as diferenças do primeiro e do segundo convite; 8. Explique a ela o conceito de sistemas representacionais que você aprendeu na disciplina. FINALIZANDO Neste capítulo você teve a oportunidade de conhecer os sistemas representacionais e aprender que nos valemos dos sentidos externos para observar o mundo e dos internos para reapresentar a experiência para nós mesmos. Em PNL, as maneiras como assimilamos, armazenamos e codificamos a informação na mente – visão, audição, tato, paladar ou olfato – são denominadas sistemas representacionais. Você aprendeu também sobre o sistema representacional preferido e sua influência no comportamento e na comunicação. Agora pode refletir sobre os ganhos de conversar no canal representacional do interlocutor, de modo a gerar empatia, confiança e entendimento. Aprendeu sobre as palavras processuais e o modo como elas literalmente denunciam o sistema representacional utilizado. Além disso, vimos também que o movimento dos olhos está atrelado a processos neurológicos ativos quando da construção do pensamento e das representações internas. Por fim, você foi apresentado ao conceito de submodalidades, aprendendo que, se alterarmos uma delas, podemos alterar toda a estrutura de como registramos determinada experiência. 20 REFERÊNCIAS ALTERANDO comportamentos com o SWISH – PNL. Blue Life – Programa de Desenvolvimento Pessoal, 10 jul. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=3GbxD2F24A8>. Acesso em: 4 fev. 2020. ARAUJO, R. Teste do sistema representacional. 2012. Disponível em: <https://fatecitapetininga.edu.br/wp-content/uploads/2012/08/Teste-do-sistema- representacionalPNLIBC.docx>. Acesso em: 4 fev. 2020. CHUNG, T. Qualidade começa em mim: manual neurolinguístico de liderança e comunicação. Osasco: Novo Século, 2002. COMO INTERPRETAR os movimentos dos olhos – PNL pistas de acesso ocular. Cris Carvalho, 17 fev. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=koQIoW6xpHk>. Acesso em: 4 fev. 2020. COMO REPROGRAMAR sua mente com submodalidades sensoriais. Marcelo Maia, 8 ago. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=cQvfz9reZ_g>. Acesso em: 4 fev. 2020. ELIERTON, R. Exercícios de submodalidades. Golfinho, 4 fev. 2020. Disponível em: <https://golfinho.com.br/artigo/exercicios-de-submodalidades.htm>. Acesso em: 4 fev. 2020. EXERCÍCIO prático de programação neurolinguística. Adriana Medeiroz, 3 ago. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=87FfWfqRmgo>. Acesso em: 4 fev. 2020. GALVÃO, H. M.; CAPUCHO, H. G.; ALVARELI, L. V. G. Programação neurolinguística: um diferencial para formação de gestores. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 14., 2016, Resende. Anais… Resende: PPPRO, 2016. p. 1-15. Disponível em: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos17/24125361.pdf>. Acesso em: 4 fev. 2020. GLOSSÁRIO de termos de PNL. Golfinho, [S.l.], atualizado em 21 jan. 2020. Disponível em: <https://www.golfinho.com.br/glossario-de-termos-de- pnl.htm#C>. Acesso em: 4 fev. 2020. 21 NATE, S. Pistas visuais de acesso. Golfinho, [S.l.], 18 nov. 2004. Disponível em: <https://golfinho.com.br/artigo/pistas-visuais-de-acesso.htm>. Acesso em: 4 fev. 2020. NOVAES, F. B.; CORTINOVIS, M. S. PNL: programação neurolinguística. Curso completo. [S.l.]: 2018. Disponível em: <https://slideplayer.com.br/slide/13363913/>. Acesso em: 4 fev. 2020. O’CONNOR, J. Manual de programação neurolinguística: um guia prático para alcançar os resultados que você quer. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007. O’CONNOR, J.; SEYMOUR, J. Introdução à programação neurolinguística: como entender e influenciar pessoas. São Paulo: Summus Editorial, 1995. O QUE SÃO as submodalidades? (Hipnose e PNL). Lucas Naves, 22 set. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=bpHll_437y8>. Acesso em: 4 fev. 2020. PISTAS oculares – entendendo as pessoas através dos olhos. Paulo César, 11 out. 2017. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=jo4xzNdtZpI>. Acesso em: 4 fev. 2020. SUBMODALIDADES. Golfinho, [S.l.], jun. 2015. 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