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Trabalho Acadêmico Psicologia Disciplina: PSICANÁLISE Professor: JULIANA HELENA FARIA Termo: 3º ALUNO/RA VIVIANY FERREIRA DE LIMA LEARDINI / 201901265714 Ano/Semestre: 2020.01 FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE OURINHOS PSICOLOGIA VIVIANY FERREIRA DE LIMA LEARDINI RA: 201901265714 FREUD - INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS Interpretação dos sonhos Freud, apresentado a Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos, como exigência parcial à aprovação na Disciplina Psicanalise. Professor(a): Juliana Helena Faria OURINHOS 2019 Conteúdo latente e conteúdo manifesto No sonho, existe um conteúdo manifesto e um conteúdo latente. O conteúdo latente mostra-nos estruturas recalcadas que tentam emergir. O conteúdo latente é o verdadeiro sonho, o conteúdo manifesto é o que o sujeito conta, sendo um disfarce do verdadeiro sonho. O trabalho de sonho ou elaboração onírica é a passagem do latente ao manifesto. Basicamente podemos dizer que o conteúdo latente é inconsciente e o conteúdo manifesto é consciente. Além disso, o conteúdo latente é algo semelhante a um impulso, enquanto o conteúdo manifesto é uma imagem visual. Finalmente, o conteúdo manifesto é uma fantasia que simboliza o desejo ou impulso latente já satisfeito, isto é, trata-se de uma fantasia que consiste essencialmente na satisfação do desejo ou do impulso latente. Sonhar é um processo de satisfação de um impulso do id. No entanto, esta satisfação é parcial, já que a gratificação completa, por meio de ações apropriadas, fica impossibilitada pelo sono. O sonho, tal como o recordamos, é uma fantasia da satisfação do impulso que constitui o conteúdo latente. Esta fantasia é experimentada pelo sonhador sob a forma de impressões sensoriais. Freud denominou conteúdo latente os desejos inconscientes e postulou que, por meio de condensações e de deslocamentos, ela daria origem ao sonho "sonhado", ou seja, ao conteúdo manifesto. Isto implicava postular que o conteúdo latente apresentava-se deformado no conteúdo manifesto e que a responsabilidade de tal deformação incumbia às defesas encarregadas de censurar o que, no conteúdo latente, fosse reprovável pela consciência moral - isto é, os desejos sexuais e agressivos. Na obra Teoria dos Sonhos, Freud postula que o homem precisa de dormir para descansar o corpo e, principalmente, para sonhar: "o sonho é a realização dos desejos reprimidos quando o homem está consciente". Quando o homem dorme, a consciência "desliga-se" parcialmente para que o inconsciente entre em atividade, produzindo o sonho: através do id, os desejos reprimidos são realizados. Para Freud, as causas dos traumas que geram certos comportamentos tidos como anormais estão escondidas no inconsciente das pessoas, onde estão guardados os desejos reprimidos. Para que o analista possa conhecer tais desejos e eliminar os traumas, ele faz com que o paciente durma, sonhe e lhe relate o que sonhou. Tais relatos, inicialmente, são mentirosos, pois representam o que o paciente gostaria que tivesse ocorrido: Freud denomina-os de conteúdo manifesto. O conteúdo manifesto de um sonho esconde a verdade, que é o seu conteúdo latente. O conteúdo manifesto de um sonho está repleto de símbolos, isto é, de elementos absurdos e confusos: cabe ao analista decifrar esses símbolos, pois eles impedem que a verdade emerja à superfície; decifrados os símbolos, o conteúdo latente (a mensagem implícita) do sonho, que estava escondido pelo conteúdo manifesto, torna-se conhecido e o analista pode tratar o seu paciente. Podemos concluir que "o conteúdo do sonho é uma transcrição dos pensamentos oníricos", que Freud chama de conteúdo latente e que tem como objetivo iludir as defesas do ego. Como referenciar: conteúdo latente e conteúdo manifesto in Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2020. No cap.V, da Interpretação de Sonhos, Freud narra vários sonhos de seu paciente, e ao comentá- los demonstra que a dificuldade para se compreender o sentido dos sonhos era muito grande. Freud se deparava com sonhos simples, de fácil interpretação, e que comprovavam sua tese de que os sonhos são realização de desejos, estando nesta categoria, na sua maioria, os sonhos infantis e aqueles que não precisam de um trabalho de análise para sua interpretação. Mas, existem sonhos de difícil decifração; sonhos desagradáveis, os pesadelos. Como afirmar nesses casos que o sonho seria a realização de desejos? Freud desenvolve então a noção de censura, que seriam tendências que dominam a consciência de uma pessoa, com a finalidade de inibir outras tendências que lhe são opostas, forçando assim essas tendências para o inconsciente, fazendo com que dali não saíssem. Mas, só a existência da censura não resolvia o problema; havia uma força coerciva que impedia que o fato traumático fosse consciente. Só a existência dessa força poderia explicar porque alguém esqueceria um fato que lhe causava sofrimento, problemas de conduta Freud definiu essa força, chamando-a de resistência. Ainda assim, se essa força, a resistência, não permite que o fato traumático chegue ao consciente, o que, ou, que outra força retirou o fato traumático do consciente mandando-o para o inconsciente, para evitar a dor, o sofrimento, que seriam insuportáveis ao paciente? A essa segunda força, Freud deu o nome de repressão O trauma reprimido estará sempre tentando voltar à consciência, mas a resistência impedirá, causando os sintomas neuróticos, ou os sonhos. Freud refere-se à repressão, como a pedra angular em que repousa toda a estrutura da psicanálise. A censura refere-se ao conflito psíquico provocado pelo recalque. Nos sonhos ocorre uma diminuição do rigor da censura e o aparecimento de sentimentos, representações, imagens desagradáveis, que podem ser justificados por um fracasso no processo de elaboração onírica. Os desejos que provocam sonhos, não são, a maior parte das vezes, desejos aceitáveis pela consciência; pelo contrário, são desejos que ela repreende e rejeita. Sendo assim, o retorno do desejo reprimido pode causar prazer e desprazer. O pesadelo é considerado por Freud como o exemplo típico do conflito entre censura e desejo. A tese freudiana passa a ser então de que o sonho é uma realização disfarçada de um desejo recalcado e esse desejo é sempre originário, ou parte sempre do inconsciente. O sonho se apresenta de dois modos; um, o conteúdo manifesto, é o sonho que pode ser lembrado e relatado. Outro, o conteúdo latente, seria o conteúdo oculto e inconsciente, que provoca o sonho, e que leva a análise. A elaboração onírica é, portanto o trabalho de transformar os pensamentos latentes em conteúdos manifestos, distorcendo esses pensamentos de tal forma que o sonho, ou os pensamentos nele apresentados, vai ser inacessível ao sonhador. O trabalho inverso, isso é, partindo do manifesto para chegar ou latente, Freud chamou de interpretação. Como vimos na primeira tópica desenvolvida por Freud, para tentar burlar a censura e procurar a descarga do desejo via pré-consciente/consciente, o conteúdo latente precisa de um mecanismo e a elaboração onírica pode usar vários deles; deslocamento, condensação, dramatização e elaboração secundária, sendo os dois primeiros os mais comuns. A condensação seria um “resumo” do conteúdo latente. Esta noção de condensação significa que cada elemento do conteúdo manifesto depende de várias causas latentes, dando a entender que o sonho pode ter vários significados, ou seja, que um“significante” no sonho ( um cachorro p.ex.) pode significar várias coisas. O sonho pode criar uma pessoa coletiva, onde podem se reunir diferentes traços de diferentes pessoas, ( vários significantes que juntos vão representar uma única coisa ) ou, em outros casos, reforçar traços comuns e apagar as diferenças. Esse mecanismotambém aparece nos lapsos e nos chistes. Quanto ao segundo mecanismo, o deslocamento, é o processo pelo qual uma carga afetiva, (emoção), ou uma ideia (representação) se destaca do objeto originário, para um segundo objeto acessório, que vai funcionar como uma alusão ao primeiro objeto. Pode também ser feito um deslocamento para um objeto sem importância. Em outras palavras, o representante ideacional e verbal do desejo (quebrar a janela), vai ter o significante tão distorcido que vai conseguir chegar ao consciente em forma de sonho ou de sintomas. Os outros dois mecanismos, dramatização, onde há no sonho o predomínio das imagens e não da fala e a elaboração secundaria, em que é feita uma remodelação do sonho, com a intenção de torna-lo coerente, também são efeito da censura. Todos os mecanismos que deformam o sonho o fazem em função da censura. O sonho é um sinal e um sinal porque ele é um efeito e todo efeito é um sinal de sua causa. Isso acontece com todas as produções do inconsciente, tanto nos estados normais como nos patológicos. Na Interpretação de Sonhos Freud cita ainda, quais podem ser as fontes do sonho, a probabilidade do sonho ser origem, também, de um processo interno, as características da memória no sonho, e descreve muito pormenorizadamente o processo da angustia no sonho, destacando o caráter sexual e a atuação da libido nesse tipo de sonho. Para Freud, a interpretação dos sonhos deveria ser iniciada sempre coma a avaliação dos fatos acontecidos com o sonhador no dia ou dias anteriores ao sonho. Esses fatos serão sempre um dos componentes do conteúdo do sonho e essa condição é sempre confirmada. Ao contrário do que a maioria pensa, os sonhos são guardiães do sono, conforme comprova Freud em sua teoria.
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