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Caso Concreto 05

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Disciplina: Direito Administrativo II
Professor: Isidoro
Acadêmico: Paulo Roberto Aguiar
CASO CONCRETO 05
O Prefeito do Município XYZ desapropriou um sítio particular para instalação de um novo centro de atendimento médico de emergência. Entretanto, antes do início das obras, o Estado ABC anunciou que o Município XYZ receberá um novo Hospital Estadual de Atendimento Médico Emergencial.
Responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.
A) O Município pode desistir da construção do centro de atendimento médico e destinar a área desapropriada à construção de uma escola? 
B) Com o anúncio feito pelo Estado, o antigo proprietário do sítio desapropriado pode requerer o retorno da área à sua propriedade, mediante devolução do valor da indenização?
RESPOSTAS
A) Sim, Após a efetivação de uma desapropriação, o ente expropriante deve empregar o bem à finalidade pública que desencadeou o processo de desapropriação. Em não o fazendo, estar-se-á diante da tredestinação, que nada mais é do que a destinação do bem em desconformidade com o plano inicialmente previsto. A tredestinação, entretanto, distingue-se em lícita (na qual o bem é empregado em finalidade diversa da inicialmente pretendida, mas ainda afetada ao interesse público) e ilícita (na qual não se emprega o bem em uma utilização de interesse público). A tredestinação lícita, isto é, a alteração na destinação do bem, por conveniência da administração pública, resguardando, de modo integral, o interesse público, não é vedada pelo ordenamento.
B) A resposta é negativa. A tredestinação lícita, por manter o bem afetado a uma finalidade de interesse público não configura direito de retrocessão, isto é, o direito do particular expropriado de reaver o bem, em virtude da sua não utilização. E a própria legislação de regência, o Decreto-lei n. 3.365/1941, dispõe, em seu Art. 35, que os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação. 
EMENTA
CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISAO QUE INDEFERIU LIMINAR EM MANUTENÇAO DE POSSE - MUNICÍPIO INTERVINDO NA PROPRIEDADE PARTICULAR - AUSÊNCIA DE DECRETO EXPROPRIATÓRIO - FALTA DE ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA DESAPROPRIAÇAO INDIRETA OU SERVIDAO ADMINISTRATIVA - PARTICULAR NA TITULARIDADE DA POSSE - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1 - Nos termos do parágrafo único do art. 928 do CPC , realizada a audiência de justificação, estando a inicial devidamente instruída, o juiz determinará a expedição de mandado liminar de manutenção ou reintegração de posse. 2 - Os elementos constantes dos autos não permitiram a aferição de constituição de servidão administrativa, muito menos o implemento de desapropriação indireta. 3 - Mantida a multa diária pelo descumprimento da r. Decisão judicial. 4 - Recurso parcialmente provido.
DOUTRINA
DEMÉTRIO MEDEIROS  20171/PB há 6 anos
"Se a prefeitura quiser fazer uma estrada, terá que desapropriar parte do terreno, e pagar. Se não concordarem com o valor,pode-se discutir judicialmente".
Em princípio deve ser assim mesmo, desapropriação mediante prévia e justa indenização em dinheiro.
Apesar de que, a bem da verdade, em nome do interesse público, a prefeitura pode até apossar-se da parte de que necessita para a construção da estrada, sem prévio processo de desapropriação. É o chamado "apossamento administrativo", nome chique para o esbulho possessório praticado pelo poder público, e de que só caberia Ação de Desapropriação Indireta em face do município -- ação esta que, diga-se de passagem, não culminaria na restituição/reintegração do bem, mas apenas na indenização ao proprietário pelo município.
francisco de Assis Temperini 
O valor a ser pago nas desapropriações em relação a imóveis deve ser o real valor de mercado.
Mas você deve fazer a conta; às vezes compensa vender em uma desapropriação amigável por um valor menor ( um pouco menor) tendo em vista que se ocorrer a necessidade da via judicial, só de advogado serão 20%do valor, fora o tempo gasto com papeis e dissabores da nossa justiça, tendo em vista que além de voce ficar constrangido em ver sua propriedade " invadida " pelo poder público sem contudo ser devidamente indenizado.
Entendo que até 25% a menos do valor do imóvel ainda é um bom negócio. voce utiliza o dinheiro a toca a vida sem perder tempo na Justiça, no mínimo 5 anos.

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