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DIREITO EMPRESARIAL
FALÊNCIAS E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
Livro Eletrônico
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Eugênio Brugger Nickerson
Falências e Recuperação de Empresas
DIREITO EMPRESARIAL
Apresentação ................................................................................................................................................... 3
1. Falência ........................................................................................................................................................... 3
1.1. Referência Legal ....................................................................................................................................... 3
1.2. Conceito ....................................................................................................................................................... 3
1.3. Sistema Misto Falimentar Brasileiro .............................................................................................5
1.4. Finalidade da Falência ..........................................................................................................................8
1.5. Fase Pré-falimentar ..............................................................................................................................8
1.6. Fase de Execução Coletiva .............................................................................................................. 23
2. Recuperação de Empresas ................................................................................................................. 44
2.1. Conceito .................................................................................................................................................... 44
2.2. Finalidade ............................................................................................................................................... 44
2.3. Espécies ................................................................................................................................................... 44
3. Artigos que Recomendo a Leitura na Lei n. 11.101/2005 ...................................................... 52
Resumo ............................................................................................................................................................ 53
Mapa Mental ..................................................................................................................................................60
Questões de Concurso .............................................................................................................................. 63
Gabarito............................................................................................................................................................ 79
Gabarito Comentado ..................................................................................................................................80
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Eugênio Brugger Nickerson
Falências e Recuperação de Empresas
DIREITO EMPRESARIAL
ApresentAção
Inicialmente, quero pedir para você avaliar essa aula ao final.
Nesta aula, você estudará os institutos da falência e da recuperação de empresas. Ponto 
extremamente importante e, ao mesmo tempo, famigerado pelos estudantes de Direito.
Mas tenho uma notícia boa: tenho certeza de que, seguindo o meu passo a passo, você, 
quando concluir o estudo, estará fera no tema.
Dedico essa última aula, tão relevante, feita com muito esmero para colaborar na sua 
aprovação, aos meus amados professores que desde as primeiras palavras sempre “botaram 
muita fé” em mim.
Em especial, dedico aos meus pais “no mundo jurídico” (Professor Jaci Fernandes de 
Araújo – em memória – e Professora Ana Maria Duarte Amarante Brito), à professora Clau-
dine Fernandes, à Professora Célia Arruda de Castro e, por fim, porém não menos importante, 
ao Professor Vinícius Gontijo que despertou em mim o amor pelo Direito Empresarial.
Pois o esforço pessoal, por mais valioso que seja, não é meio adequado de se depreender uma 
verdade tão profunda... A voz viva de um professor que acredita firmemente no que ensina decerto 
que tem a oportunidade bem maior de convencer do que a palavra escrita.
Hiriyanna
BHAGAVAD GITA 38:2
1. FAlênciA
1.1. reFerênciA legAl
Lei n. 11.101, de 09 de fevereiro de 2005 (Lei de Recuperação e de Falência – LRF).
1.2. conceito
O instituto de falência é o complexo de regras jurídicas, técnicas ou construtivas que definem e 
regulam uma situação especial, de ordem econômica, a falência.
(Trajano de Miranda Valverde)
Ou seja, somente empresário (PN ou PJ) pode falir.
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Falências e Recuperação de Empresas
DIREITO EMPRESARIAL
Há duas espécies de empresários, um PN o outro PJ:
EMPRESÁRIO 1 — EMPRESÁRIO 2
PN PJ
PN = Empresário individual.
PJ = Sociedades e EIRELI (lembrando que nem toda sociedade e EIRELI serão consideradas 
empresárias):
CRITÉRIOS
SOCIEDADE(S)
EMPRESÁRIA(S)
SOCIEDADE
SIMPLES
OBJETO
RESIDUAL
(ATIVIDADE PRÓPRIA DE 
EMPRESÁRIO)
TRABALHO
INTELECTUAL
ESPÉCIE
SOCIETÁRIA
SOCIEDADES POR AÇÕES
(S/A e COMANDITA POR 
AÇÕES)
COOPERATIVA
REGISTRO
RURALISTA
REGISTRADO NA
JUNTA COMERCIAL
RURALISTA
NÃO REGISTRADO NA
JUNTA COMERCIAL
Para que seja declarada/decretada a falência do empresário, ele deve estar insolvente. 
A insolvência que autoriza o pedido de falência é a insolvência jurídica que é alicerçada em 
presunção, presunção do estado de crise econômico-financeira do devedor empresário.
Isso quer dizer que, para ser decretada a falência, não há necessidade de comprovação 
de que o devedor empresário tem mais débitos do que patrimônio para solver as suas obri-
gações.
Na verdade, o devedor empresário tem atitude (ação ou omissão) que faz presumir o seu 
estado de crise econômico-financeira, podendo, inclusive, ter patrimônio suficiente para sol-
ver todo o seu passivo (débitos) e, ainda, sobrar ativo (patrimônio), são as chamadas falên-
cias superavitárias, aquelas em que os débitos do devedor são 100% quitados, e ele perma-
nece com patrimônio.
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Falências e Recuperação de Empresas
DIREITO EMPRESARIAL
1.3. sistemA misto FAlimentAr BrAsileiro
Diante do fato de a falência ser decretada por meio de presunção da crise econômico-fi-
nanceira do devedor empresário, o legislador apresentou duas hipóteses para a verificação 
presuntiva de tal situação, insolvência do empresário: IMPONTUALIDADE e ATOS RUINOSOS/
ATOS DE FALÊNCIA.
1.3.1. Impontualidade (incisos I e II do artigo 94 da LRF)
Impontualidade é a falta de cumprimento de uma obrigação líquida e certa na data de seu 
vencimento, podendo, a menos que justificada por fundamentos relevantes, ser causa de es-
tado falimentar (Oxford Languages).
Assim, o nosso legislador apresentou dois casos de impontualidade que podem acarre-
tar a decretação da falênciado devedor empresário, previstos nos incisos I e II do artigo 94 
da LRF:
I – será decretada a falência do devedor que, sem relevante razão de direito, não paga, no venci-
mento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultra-
passe o equivalente a 40 (quarenta) salários mínimos na data do pedido de falência:
No primeiro caso, perceba que não há qualquer cálculo contábil para a verificação do fato 
de o devedor ter mais débitos do que créditos para ser decretada a sua falência. O simples fato 
de, sem relevante razão de direito, não pagar, no vencimento, obrigação líquida materializada 
em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários 
mínimos na data do pedido de falência, já autoriza o pedido da decretação de sua falência.
Requisitos para a decretação da falência com base no inciso I do artigo 94 da LRF:
• título(s) executivo(s) que ultrapasse(m) o equivalente a 40 salários mínimos na data do 
pedido de falência.
Para o cumprimento de tal requisito, o(s) credor(es) poderá(ão):
 – ter apenas um título com valor superior a 40 S/M;
 – utilizar vários títulos para cumprir esse requisito;
 – formar um litisconsórcio ativo para cumpri-lo; ou seja, para o cumprimento de tal 
requisito podem os credores se unirem em litisconsórcio.
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• Protesto do(s) título(s).
Além de ter a necessidade de cumprimento do valor superior a 40 S/M, é necessário que 
o(s) título(s) esteja(m) protestado(s). O protesto é necessário para a comprovação da impon-
tualidade; pois, somente pelo protesto, o credor tem prova, com fé pública, de que o título foi 
apresentado ao devedor empresário e este descumpriu a sua obrigação, quitar o débito, se 
tornando impontual.
II – será decretada a falência do devedor que, executado por qualquer quantia líquida, não paga, 
não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
No segundo caso, também não há qualquer cálculo contábil para a verificação do fato 
de o devedor ter mais débitos do que créditos para ser decretada a sua falência. Trata-se de 
execução frustrada. O simples fato de o devedor empresário, executado por qualquer quantia 
líquida, não pagar, não depositar e não nomear à penhora bens suficientes dentro do prazo 
legal, já autoriza a decretação de sua falência.
Requisitos para a decretação da falência com base no inciso II do artigo 94 da LRF:
• NÃO HÁ VALOR MÍNIMO. Em tal hipótese não há valor mínimo para o pedido de falência, 
diferentemente do inciso I, em que há a necessidade de débito superior a 40 S/M;
• NÃO HÁ NECESSIDADE DE PROTESTO. Neste caso, não há necessidade de protesto 
prévio, pois a citação no processo executivo, com a ausência de pagamento ou de ga-
rantia do juízo no prazo de 3 dias (artigo 829 do CPC) já caracteriza a impontualidade 
do devedor empresário.
DICA!
Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os cré-
ditos que nela não se possam reclamar.
Assim, não são exigíveis na falência:
Art. 5º Não são exigíveis do devedor, na recuperação judicial ou na falência:
I – as obrigações a título gratuito;
II – as despesas que os credores fizerem para tomar parte na recuperação judicial ou na falência, 
salvo as custas judiciais decorrentes de litígio com o devedor.
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EXEMPLO:
Logo, se o empresário “A” prometeu fazer uma doação de R$100.000,00, por exemplo, a “B” 
e descumprir a obrigação, “B” não poderá pedir a falência do empresário, pois a obrigação é 
inexigível na falência. Ou se “B” teve gastos para tomar parte na recuperação judicial ou na 
falência, tais gastos também não são exigíveis.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, 
previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores 
subordinados.
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com ga-
rantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.
Se o ativo apurado (ativo é constituído por todos os bens e direitos do devedor empresá-
rio) não bastar para o pagamento dos credores subordinados, contra a massa falida não são 
exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato.
Contudo, os juros das debêntures e dos créditos com garantia real (hipoteca, por exemplo) 
SÃO EXIGÍVEIS, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem 
a garantia.
1.3.2. Atos ruinosos/Atos de falência (inciso III do artigo 94 da LRF)
Além da impontualidade, a  insolvência do devedor pode ser presumida se ele praticar 
qualquer dos atos considerados atos ruinosos, também chamados de atos de falência.
Tais atos estão arrolados no inciso III do artigo 94 da LRF:
Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
(...)
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento 
para realizar pagamentos;
b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar 
credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor 
ou não;
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores 
e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
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d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou 
a fiscalização ou para prejudicar credor;
e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e 
desembaraçados suficientes para saldar seu passivo;
f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os cre-
dores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de 
seu principal estabelecimento;
g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.
1.4. FinAlidAde dA FAlênciA
A falência tem, por finalidade, a PRESERVAÇÃO DA EMPRESA:
Art. 75. A falência, ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, visa a preservar e 
otimizar a utilização produtiva dos bens, ativos e recursos produtivos, inclusive os intangíveis, da 
empresa.
Parágrafo único. O processo de falência atenderá aos princípios da celeridade e da economia pro-
cessual.
1.5. FAse pré-FAlimentAr
DICA!
A partir desse momento, aconselho acompanhar o estudo 
tendo em mãos o 1º mapa mental — FALÊNCIA (1.5) FASE 
PRÉ-FALIMENTAR.
Cuidado com a primeira linha do mapa mental (linha verme-
lha), referenteao ponto 1.5.7 TERMO LEGAL será explicado no 
ponto reservado à sentença que decreta a falência.
1.5.1. Petição inicial
Verificada qual hipótese de insolvência do devedor (impontualidade ou atos ruinosos) 
chegou a hora de dar início ao procedimento falimentar.
Competência
O juízo competente para o pedido de falência é o do PRINCIPAL ESTABELECIMENTO:
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Art. 3º É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação 
judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial 
de empresa que tenha sede fora do Brasil.
DICA!
VIS ATTRACTIVA DO JUÍZO FALIMENTAR:
Art. 76. O juízo da falência é indivisível e competente para conhecer todas as ações sobre bens, 
interesses e negócios do falido, ressalvadas as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não regula-
das nesta Lei (investigação de paternidade, por exemplo) em que o falido figurar como autor ou 
litisconsorte ativo.
Parágrafo único. Todas as ações, inclusive as excetuadas no caput deste artigo, terão prossegui-
mento com o administrador judicial, que deverá ser intimado para representar a massa falida, sob 
pena de nulidade do processo.
§ 8º do artigo 6º da LRF: A distribuição do pedido de falência ou de recuperação judicial previne 
a jurisdição para qualquer outro pedido de recuperação judicial ou de falência, relativo ao mesmo 
devedor.
Legitimidade
• Ativa (QUEM PODE AJUIZAR O PEDIDO DE FALÊNCIA?)
Art. 97. Podem requerer a falência do devedor:
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei (LEIA OS ARTIGOS 105, 
106 e 107 DA LRF – AUTOFALÊNCIA);
II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante;
III – o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade;
IV – qualquer credor.
§ 1º O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a 
regularidade de suas atividades.
§ 2º O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao paga-
mento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
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DIREITO EMPRESARIAL
• O empresário que quiser pedir a falência de outro empresário deve estar regular; ou 
seja, deve estar registrado na Junta Comercial.
• O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao 
pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei.
Nesse segundo ponto, vale destacar que FALÊNCIA É COISA SÉRIA! Não pode sair por aí pe-
dindo falência por qualquer motivo, pois quem por dolo requerer a falência de outrem será 
condenado, na sentença que julgar improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-
-se as perdas e danos em liquidação de sentença, artigo 101:
Art. 101. Quem por dolo requerer a falência de outrem será condenado, na sentença que julgar 
improcedente o pedido, a indenizar o devedor, apurando-se as perdas e danos em liquidação de 
sentença.
§ 1º Havendo mais de 1 (um) autor do pedido de falência, serão solidariamente responsáveis aque-
les que se conduziram na forma prevista no caput deste artigo.
§ 2º Por ação própria, o terceiro prejudicado também pode reclamar indenização dos responsáveis.
• Passiva (CONTRA QUEM PODE SER AJUIZADO O PEDIDO DE FALÊNCIA?)
 – REGRA: EMPRESÁRIO (PN/PJ);
 – EMPRESÁRIOS QUE NÃO PODEM FALIR: (E-S-IN)
 ◦ Empresa Pública;
 ◦ Sociedade de economia mista;
 ◦ INstituições financeiras e afins.
Art. 2º Esta Lei não se aplica a:
I – empresa pública e sociedade de economia mista;
II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previ-
dência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade segurado-
ra, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
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DIREITO EMPRESARIAL
 – NÃO EMPRESÁRIOS QUE PODEM FALIR:
 ◦ O espólio do empresário individual até 1 ano após o óbito (§ 1º do artigo 96 da LRF);
 ◦ Sócio com responsabilidade ilimitada (artigo 81 da LRF).
Fundamentos do pedido
• Impontualidade (artigo 94, I e II, da LRF); ou
• atos ruinosos/Atos de falência (artigo 94. III, da LRF.
1.5.2. Resposta do réu
Prazo da contestação
Diferentemente do que acontece no Processo Civil Ordinário, na falência, citado, o deve-
dor poderá apresentar a sua defesa no prazo de 10 dias. Cuidado!
Art. 95. Dentro do prazo de contestação, o devedor poderá pleitear sua recuperação judicial.
O último momento em que o devedor empresário poderá pleitear a sua recuperação judicial é 
no prazo da contestação. Se ele não requerer tal pedido no prazo da contestação, não haverá 
nova oportunidade para o pedido de recuperação.
Depósito elisivo (parágrafo único do artigo 98 da LRF)
Nos pedidos baseados nos incisos I e II do caput do art. 94 LRF (impontualidade), o de-
vedor poderá, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, 
acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência 
não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levan-
tamento do valor pelo autor.
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Se o pedido de falência for com base na impontualidade (I e II do artigo 94 da LRF), o devedor 
poderá efetuar o depósito correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetá-
ria, juros e honorários advocatícios. Se isso ocorrer, não será decretada a sua falência, pois o 
devedor elidiu, afastou a presunção de sua insolvência.
Cuidado, pois a FGV pode apresentar hipótese em que o devedor ofereceu um bem imóvel, por 
exemplo. Isso está errado!
O depósito elisivo, para afastar a presunção de insolvência, deve ser em espécie, deve ser em 
dinheiro.
1.5.3. Réplica
Após o oferecimento da contestação pelo réu (devedor empresário), pode ser aberta a 
oportunidade para que o autor se manifeste sobre os fundamentos da defesa.
1.5.4. Julgamento antecipado da lide ou fase instrutória
CPC
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, 
quando:
I – não houver necessidade de produção de outras provas;
II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na for-
ma do art. 349.
Em tal situação, não haverá a fase instrutória, e o magistrado proferirásentença de proce-
dência (decreta-se a falência) ou de improcedência (não será decretada a falência).
1.5.5. Saneamento
Caso haja necessidade de produção de provas, deverá o juiz, em decisão de saneamento 
e de organização do processo (artigo 357 do CPC):
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I – resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os 
meios de prova admitidos;
III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373 do CPC;
IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
1.5.6. Instrução
Caso haja a necessidade de produção de provas, serão aplicadas as normas do CPC para 
tal fim, artigo 369 e seguintes do CPC.
EXEMPLO:
Imagine que “A” ajuizou ação falimentar em desfavor de “B” com fundamento no inciso I 
do artigo 94 da LRF, alicerçado em nota promissória, devidamente protestada no valor de 
R$1.500.000,00.
Citado, “B” contestou como fundamento de sua resistência na pretensão do autor, alegou que 
a assinatura constante da nota promissória não é sua, que nunca emitiu nenhuma nota pro-
missória e pediu, na contestação, a realização de exame grafotécnico.
Em tal situação, se as partes não apresentarem pareceres técnicos ou documentos elucidati-
vos que o magistrado considerar suficientes (artigo 472 do CPC), poderá ser nomeado perito 
para verificação da autenticidade da assinatura.
1.5.7. Sentença
Seja por meio do julgamento antecipado da lide ou não, o magistrado proferirá sentença 
que deverá conter todos os requisitos do artigo 99 da LRF:
Art. 99. A sentença que decretar a falência do devedor, dentre outras determinações:
I – a sentença conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a 
esse tempo seus administradores;
II – a sentença fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias 
contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) protesto por 
falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;
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O inciso II versa sobre o período suspeito.
Quando é decretada a falência de um empresário, este já se encontrava em crise econômico-
-financeira. Ou seja, o empresário já vinha “ruim das pernas” antes mesmo de ser protocolado 
o pedido de sua falência. Ninguém “quebra” de uma vez, a situação vai, a cada dia, ficando 
mais feia.
Sabendo disso, o magistrado fixará, na sentença, um prazo retroativo máximo de 90 dias, pra-
zo este contado do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) 
protesto por falta de pagamento, aquilo acontecer primeiro.
III  – a sentença ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação 
nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos 
créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência;
IV – a sentença explicitará o prazo para as habilitações de crédito, observado o disposto no § 1º 
do art. 7º desta Lei;
V – a sentença ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, ressalvadas 
as hipóteses previstas nos §§ 1º e 2º do art. 6º desta Lei;
VI  – a sentença proibirá a prática de qualquer ato de disposição ou oneração de bens do fali-
do, submetendo-os preliminarmente à autorização judicial e do Comitê, se houver, ressalvados os 
bens cuja venda faça parte das atividades normais do devedor se autorizada a continuação provi-
sória nos termos do inciso XI do caput deste artigo;
VII – a sentença determinará as diligências necessárias para salvaguardar os interesses das par-
tes envolvidas, podendo ordenar a prisão preventiva do falido ou de seus administradores quando 
requerida com fundamento em provas da prática de crime definido nesta Lei;
VIII – a sentença ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência 
no registro do devedor, para que conste a expressão “Falido”, a data da decretação da falência e a 
inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei;
IX – a sentença nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do 
inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do 
art. 35 desta Lei;
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Eis que entra em cena ele, o administrador judicial.
O administrador judicial será nomeado na sentença.
Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economis-
ta, administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.
Parágrafo único. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á, no termo 
de que trata o art. 33 desta Lei, o nome de profissional responsável pela condução do processo de 
falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.
Cuidado! O administrador pode ser pessoa natural, preferencialmente, advogado, economista, 
administrador de empresas ou contador. Isso quer dizer que a banca pode cobrar a possibi-
lidade de o administrador ser um agrônomo. Isso está correto; pois, o legislador deu prefe-
rência para aqueles profissionais, não afastando a possibilidade de outros também serem 
nomeados.
Além disso, uma pessoa jurídica também pode ser nomeada administradora.
O administrador será intimado para, no prazo de 48 horas, para assinar o termo de compro-
misso (artigo 33 da LRF).
Questão 1 (FGV/V/EXAME UNIFICADO) A respeito do Administrador Judicial, no âmbito da 
recuperação judicial, é correto afirmar que
a) somente pode ser destituído pelo Juízo da Falência na hipótese de, após intimado, não apre-
sentar, no prazo de 5 (cinco) dias, suas contas ou os relatórios previstos na Lei n. 11.101/2005.
b) o Administrador Judicial, pessoa física, pode ser formado em Engenharia.
c) será escolhido pela Assembleia Geral de Credores.
d) perceberá remuneração fixada pelo Comitê de Credores.
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Letra b.
a) Errada. A hipótese mencionada na alternativa está previstano artigo 23 da LRF, mas não há 
somente esta hipótese de destituição do administrador judicial, pois
o juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a 
destituição do administrador judicial ou de quaisquer dos membros do Comitê de Credores quando 
verificar desobediência aos preceitos desta Lei, descumprimento de deveres, omissão, negligência 
ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros (caput do artigo 31 da LRF).
b) Certa. Artigo 21 da LRF.
c) Errada. Será nomeado pelo juiz (artigo 52, I, da LRF).
d) Errada.
Artigo 24. O juiz fixará a remuneração do administrador judicial que não excederá 5% do valor de-
vido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. 
Em se tratando de microempresa e empresa de pequeno porte, a remuneração não excederá 2%.
X – a sentença determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras en-
tidades para que informem a existência de bens e direitos do falido;
XI – a sentença pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com 
o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 
desta Lei;
XII – a determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembleia geral de credo-
res para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê 
eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência;
XIII – a sentença ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazen-
das Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, 
para que tomem conhecimento da falência.
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo a íntegra da decisão que decreta 
a falência e a relação de credores.
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1.5.8. Sistema recursal falimentar
Em se tratando de procedimento falimentar, ou a sentença será de procedência (decreta-
-se a falência) ou será de improcedência (não é decretada a falência). Isso quer dizer que no 
procedimento falimentar não existe pedido parcialmente procedente. Ou o empresário está 
falido ou não está falido. Simples assim!
Logo:
• SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA: Desafia recurso de Agravo de Instrumento;
• SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA: Desafia recurso de Apelação.
Isso mesmo! Se a sentença for de PROCEDÊNCIA, o recurso será AGRAVO DE INSTRU-
MENTO.
1.5.9. Efeitos da decretação da falência
A decretação da falência gera os seguintes efeitos.
• Inabilitação empresarial (artigos 102 e seguintes da LRF).
Art. 102. O falido fica inabilitado para exercer qualquer atividade empresarial a partir da decreta-
ção da falência e até a sentença que extingue suas obrigações, respeitado o disposto no § 1º do 
art. 181 desta Lei.
Parágrafo único. Findo o período de inabilitação, o falido poderá requerer ao juiz da falência que 
proceda à respectiva anotação em seu registro.
Art. 181. São efeitos da condenação por crime previsto nesta Lei:
I – a inabilitação para o exercício de atividade empresarial;
II – o impedimento para o exercício de cargo ou função em conselho de administração, diretoria ou 
gerência das sociedades sujeitas a esta Lei;
III – a impossibilidade de gerir empresa por mandato ou por gestão de negócio.
§ 1º Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declara-
dos na sentença, e perdurarão até 5 (cinco) anos após a extinção da punibilidade, podendo, contu-
do, cessar antes pela reabilitação penal.
§ 2º Transitada em julgado a sentença penal condenatória, será notificado o Registro Público de 
Empresas para que tome as medidas necessárias para impedir novo registro em nome dos inabi-
litados.
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• Artigo 6º da LRF:
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial sus-
pende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aque-
las dos credores particulares do sócio solidário.
DICA!
Você deve, inicialmente, ter máxima atenção no caput do ar-
tigo. Veja que somente são suspensas as ações que correm 
em desfavor do devedor empresário, aquelas ações que ele 
é réu. As ações que o devedor for autor, não são suspensas, 
elas continuam a seguir, normalmente, seus respectivos ritos.
Como regra, a decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação 
judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, 
inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário.
Perceba que o caput do artigo 6º fala, claramente que tais suspensões ocorrem pela de-
cretação da falência OU pelo deferimento da recuperação judicial.
Recuperação judicial de empresas
Em relação à recuperação judicial, tal suspensão não excederá 180 dias; após o decurso do 
prazo, é restabelecido o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, 
independentemente de pronunciamento judicial (§ 4º).
Ações que não são suspensas:
• ação que demandar quantia ilíquida (§ 1º).
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O § 1º ele fala em AÇÃO que demandar quantia ilíquida; logo, se houver ação em desfavor 
do devedor empresário que verse sobre quantia ilíquida, esta continuará seu trâmite, no juízo 
no qual estiver sendo processada (exceção à VIS ATTRACTIVA DO JUÍZO FALIMENTAR). Con-
tudo, condenado o devedor empresário, liquidado o débito (apurado o quantum debeatur – o 
valor preciso do débito), o cumprimento (a execução) da sentença ficará suspenso (a).
No caso de falência, liquidado o crédito, caberá ao credor habilitar seu crédito para fazer 
parte do quadro geral de credores.
Em se tratando de recuperação judicial, esgotado o prazo de 180 dias, poderá o credor dar 
início ao cumprimento da sentença.
• Ações trabalhistas (§ 2º).
A disposição do parágrafo anterior é aplicada às ações trabalhistas, pois as ações de na-
tureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8º desta Lei, serão proces-
sadas perante a justiça especializada, Justiça do Trabalho (exceção à VIS ATTRACTIVA DO 
JUÍZO FALIMENTAR) até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro geral 
de credores pelo valor determinado em sentença.
No caso de falência, caberá ao credor empregado habilitar seu crédito para fazer parte do 
quadro geral de credores.
Em se tratando de recuperação judicial, esgotado o prazo de 180 dias, poderá o credor 
empregado dar início ou continuar a execução da sentença proferida pelo juízo laboral.
Seja no caso do § 1º (ilíquidas) ou no do § 2º (trabalhistas), poderá ser determinada re-
serva de quantia pelo juízo em que estiver tramitando a ação. O juizpensa: “Se essa ação for 
julgada procedente, o devedor empresário será condenado em, mais ou menos, tanto. ‘Sim-
bora’ logo reservar essa quantia aí, ou o autor não receberá nada” kkkkkk.
• Execuções de natureza fiscal (§ 7º).
No caso de falência, caberá ao Fisco habilitar seu crédito para fazer parte do quadro geral 
de credores.
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Em se tratando de recuperação judicial, as execuções de natureza fiscal não são suspen-
sas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos 
termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica.
Questão 2 (FGV/VI/EXAME UNIFICADO) ABC Indústria S.A. é uma companhia em crise eco-
nômico-financeira, sendo devedora de salários em atraso a seus empregados, tributos ao 
governo federal e créditos a diversos fornecedores decorrentes do fornecimento de matéria-
-prima.
A ABC obteve o deferimento do processamento do seu pedido de recuperação judicial, e, na 
decisão, o juiz determinou a suspensão de todas as ações e execuções contra a ABC, na forma 
do artigo 6º da Lei n. 11.101/2005. Não obstante, diversas reclamações trabalhistas, ainda 
em fase de conhecimento em curso perante a Justiça do Trabalho, e duas execuções fiscais, 
em curso perante a Justiça Federal, das quais a ABC era ré, prosseguiram normalmente após 
o referido deferimento do processamento de sua recuperação judicial.
A respeito da situação da recuperação judicial da ABC, é correto afirmar que
a) o juízo da recuperação deverá oficiar aos juízos em que estão sendo processadas as re-
clamações trabalhistas e as execuções fiscais para determinar a suspensão imediata de tais 
feitos.
b) não há qualquer irregularidade no prosseguimento das reclamações trabalhistas e execu-
ções fiscais mencionadas no enunciado, pois tais ações não são suspensas pelo deferimento 
do processamento da recuperação judicial.
c) apenas as execuções fiscais deverão ser suspensas; as reclamações trabalhistas em fase 
de conhecimento poderão prosseguir até a sentença que tornar líquido o crédito do trabalha-
dor reclamante.
d) apenas as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento deverão ser suspensas; as 
execuções fiscais deverão prosseguir normalmente.
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Anulado.
a) Errada. A suspensão é automática (caput do artigo 6º da LRF). O juízo da recuperação ou 
da falência não oficiará; na verdade, ele que deve ser oficiado, comunicado (§6º do artigo 6º 
da LRF).
b) Errada. Nem as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento, nem as execuções 
fiscais são suspensas.
c) Errada. Nem as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento, nem as execuções 
fiscais são suspensas.
d) Errada. Nem as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento, nem as execuções 
fiscais são suspensas.
Inicialmente, a FGV apontou como alternativa correta a letra “d”, contudo, recuou e anulou a 
questão. Até a banca fez confusão. Veja:
COMUNICADO: A Coordenação Nacional do Exame de Ordem Unificado e a Fundação Getulio Var-
gas, após análise da Prova Objetiva do VI Exame de Ordem Unificado – relativa à primeira fase 
– torna pública a anulação das questões 35 e 51 do caderno de prova do tipo 1 e suas correspon-
dentes nos cadernos tipo 2, 3 e 4, sendo atribuída a respectiva pontuação a todos os examinandos.
• Artigo 77 da LRF.
Art. 77. A decretação da falência determina o vencimento antecipado das dívidas do devedor e dos 
sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, com o abatimento proporcional dos juros, e con-
verte todos os créditos em moeda estrangeira para a moeda do País, pelo câmbio do dia da decisão 
judicial, para todos os efeitos desta Lei.
• Demais efeitos da decretação da falência.
Os demais efeitos da decretação da falência estão previstos nos artigos 115 ao artigo 128 
da LRF, artigos que recomendo veementemente a leitura, aqui colocarei os que julgo principais:
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Art. 115. A decretação da falência sujeita todos os credores, que somente poderão exercer os seus 
direitos sobre os bens do falido e do sócio ilimitadamente responsável na forma que esta Lei pres-
crever.
Art. 116. A decretação da falência suspende:
I – o exercício do direito de retenção sobre os bens sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser 
entregues ao administrador judicial;
II – o exercício do direito de retirada ou de recebimento do valor de suas quotas ou ações, por parte 
dos sócios da sociedade falida.
Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo admi-
nistrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for 
necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê.
§ 1º O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, con-
tado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre 
ou não o contrato.
§ 2º A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à 
indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.
(...)
Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, ces-
sará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua 
gestão.
§ 1º O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor até que seja 
expressamente revogado pelo administrador judicial.
§ 2º Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, salvo os 
que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial.
Art. 121. As contas-correntes com o devedor consideram-se encerradas no momento de decreta-
ção da falência, verificando-se o respectivo saldo.
Art. 122. Compensam-se, com preferência sobre todos os demais credores, as dívidas do devedor 
vencidas até o dia da decretação da falência, provenha o vencimento da sentença de falência ou 
não, obedecidos os requisitos da legislação civil.
Parágrafo único. Não se compensam:
I – os créditos transferidos após a decretação da falência, salvo em caso de sucessão por fusão, 
incorporação, cisão ou morte; ou
II – os créditos, ainda que vencidos anteriormente, transferidos quando já conhecido o estado de 
crise econômico-financeira do devedor ou cuja transferência se operou com fraude ou dolo.
(...)
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, 
previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores 
subordinados.
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com 
garantia real, mas por eles responde, exclusivamente, oproduto dos bens que constituem a 
garantia.
Art. 125. Na falência do espólio, ficará suspenso o processo de inventário, cabendo ao adminis-
trador judicial a realização de atos pendentes em relação aos direitos e obrigações da massa 
falida.
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1.6. FAse de execução coletivA
DICA!
A partir desse momento, aconselho acompanhar o estudo 
tendo em mãos o 2º mapa mental — FALÊNCIA (1.6) FASE DE 
EXECUÇÃO COLETIVA.
Decretada a falência, será iniciada, automaticamente, a fase de execução coletiva.
1.6.1. Ineficácia de atos (artigo 129 da LRF)
Há atos que são ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante co-
nhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste 
fraudar credores (artigo 129):
I – o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer 
meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título;
Quando é decretada a falência de um empresário, este já se encontrava em crise econômico-
-financeira. Ou seja, o empresário já vinha “ruim das pernas” antes mesmo de ser protocolado 
o pedido de sua falência. Ninguém “quebra” de uma vez, a situação vai, a cada dia, ficando 
mais feia.
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zo este contado do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1º (primeiro) 
protesto por falta de pagamento, aquilo acontecer primeiro.
Com efeito, o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo 
legal (dentro do prazo máximo de 90 dias, fixado pelo magistrado), por qualquer meio extin-
tivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título, é ineficaz em relação à 
massa falida, salvo se tal pagamento estiver previsto no plano de recuperação de empresas.
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II – o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer for-
ma que não seja a prevista pelo contrato;
O inciso II também fala de pagamento de dívidas dentro do termo legal; contudo, dife-
rentemente do disposto no inciso anterior onde a dívida não estava vencida, neste caso as 
dívidas estão vencidas, estão exigíveis, mas o pagamento foi realizado de modo diverso do 
que previsto no contrato. Imagine um empresário que deve certa quantia a um fornecedor, no 
contrato está previsto o pagamento em espécie (em dinheiro), diante da ausência de capital, 
o empresário transfere para o fornecedor/credor um automóvel. Essa transferência é ineficaz 
em relação à massa falida, salvo se tal pagamento estiver previsto no plano de recuperação 
de empresas.
III – a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratan-
do-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras 
posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada, salvo 
se tal pagamento estiver previsto no plano de recuperação de empresas;
IV – a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
V – a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência;
VI – a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pa-
gamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens sufi-
cientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos 
credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e 
documentos, salvo se tal pagamento estiver previsto no plano de recuperação de empresas;
VII – os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso 
ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se 
tiver havido prenotação anterior.
Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleite-
ada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.
1.6.2. Revogação de atos (artigos 130 a 138 da LRF)
Diferentemente da ineficácia de atos, os atos praticados com a intenção de prejudicar cre-
dores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e 
o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida, são revogáveis.
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A ação revocatória, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor 
ou pelo Ministério Público no prazo de 3 anos, contado da decretação da falência.
Artigo 132: A ação revocatória pode ser promovida:
I – contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou bene-
ficiados;
II – contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do 
devedor de prejudicar os credores;
III – contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo.
1.6.3. Arrecadação dos bens do falido (artigo 108 e seguintes da LRF)
O administrador será intimado para, no prazo de 48 horas, para assinar o termo de compro-
misso (artigo 33 da LRF).
Momento da arrecadação
Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a 
arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local 
em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias.
§ 1º Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele es-
colhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser 
nomeado depositário dos bens.
§ 2º O falido poderá acompanhar a arrecadação e a avaliação.
§ 3º O produto dos bens penhorados ou por outra forma apreendidos entrará para a massa, cum-
prindo ao juiz deprecar, a  requerimento do administrador judicial, às  autoridades competentes, 
determinando sua entrega.
§ 4º Não serão arrecadados os bens absolutamente impenhoráveis.
§ 5º Ainda que haja avaliação em bloco, o bem objeto de garantia real será também avaliado sepa-
radamente, para os fins do § 1º do art. 83 desta Lei.
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
(...)
II – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
(...)
§ 1º Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de 
garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em 
bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado.
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Restituição de Coisas
Restituição de coisas de terceiros (caput do artigo 85 da LRF)
Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do 
devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.
Como visto, automaticamente, o  administrador judicial irá arrecadar todos os bens do 
falido. Isso é feito para a preservação do ativo que será alienado para a distribuição do produ-
to da venda entre os credores. Ocorre que há casos de arrecadação de bens que não são do 
falido, são de terceiros.
EXEMPLO:
Imagine que, na falência do Supermercado “X” Ltda., o administrador judicial realizou a arre-
cadação dos bens e que, dentre os bens arrecadados, havia freezers, máquinas de café, dentre 
outros objetos que não eram do falido; mas, de terceiros.
Quem nunca entrou num supermercado e experimentou um cafezinho fornecido por determi-
nada marca que deixou a máquina de café exposta para os clientes?
Pois então! Se esses bens de terceiros forem arrecadados, os proprietários podem requerer a 
respectiva restituição.
Restituição de coisa vendida a prazo (parágrafo único do artigo 85 da LRF)
Além dessa hipótese, é possível também a restituição de coisa vendida a crédito e entre-
gue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não 
alienada.
Restituição em dinheiro
Há hipóteses de restituição em dinheiro previstas no artigo 86 da LRF:
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Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro:
I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente 
receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em 
ambos os casos no valor atualizado;
II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento 
a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3º e 4º, da Lei n. 4.728, de 14 de 
julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda 
o previsto nas normas específicas da autoridade competente;
III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou 
ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei.
Questão 3 (FGV/XXVIII/EXAME UNIFICADO) Jacinto Almenara EIRELI teve um bem de sua 
propriedade arrecadado pelo administrador judicial na falência de Rubim & Divisa Ltda., mas 
foi informado que o referido bem já tinha sido alienado pela massa.
Ciente dessa circunstância, o(a) advogado(a) da EIRELI
a) não poderá pleitear a restituição do bem nem receber o preço da venda em razão de já ter 
sido alienado pela massa falida.
b) deverá habilitar o crédito no processo de falência, com a classificação de quirografário, 
diante da impossibilidade de sua restituição in natura.
c) poderá pleitear a restituição em dinheiro, recebendo o preço obtido com a venda do bem 
arrecadado, devidamente atualizado.
d) deverá ajuizar ação revocatória para obter indenização da massa falida pela venda ilegal do 
bem arrecadado, que deveria lhe ter sido restituído.
Letra b.
Inciso I do artigo 86 da LRF.
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1.6.4. Realização do Ativo
Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de fa-
lência, será iniciada a realização do ativo (artigo 139 da LRF).
A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte 
ordem de preferência (artigo 140 da LRF):
I – (PORTEIRA FECHADA) alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco 
— EM TAL HIPÓTESE, A PREFERÊNCIA É PARA A VENDA DE TODOS OS ESTABELECIMENTOS DO 
FALIDO PARA UMA ÚNICA PESSOA.
EXEMPLO:
O falido tem estabelecimento em Belo Horizonte/MG, em Goiânia/GO, em Macapá/AP e em 
Campo Grande/MS.
Em tal hipótese, uma única pessoa arremata todas as unidades PORTEIRA FECHADA, com 
tudo dentro.
II – (PORTEIRA FECHADA) alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades pro-
dutivas isoladamente — CASO NÃO SEJA POSSÍVEL A VENDA DE TODOS OS ESTABELECIMENTO 
DO FALIDO, O LEGISLADOR TENTA MAIS UMA VEZ PRESERVAR A EMPRESA COLOCANDO, COMO 
SEGUNDA FORMA DE ALIENAÇÃO, A VENDA DAS UNIDADES ISOLADAS.
EXEMPLO:
O falido tem estabelecimento em Belo Horizonte/MG, em Goiânia/GO, em Macapá/AP e em 
Campo Grande/MS.
Em tal hipótese, uma pessoa arremata a unidade MG, outra arremata a unidade GO, outra arre-
mata a unidade AP e outra arremata a unidade MS.
III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor.
Ainda no ânimo de preservação da empresa, na hipótese de frustração das unidades por-
teira fechada, o legislador colocou como terceira hipótese de realização do ativo a venda dos 
bens em bloco. Assim uma pessoa compra todos aparelhos de ar-condicionado, outra com-
pra todos as caixas registradoras, outra pessoa compra todos os veículos...
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IV – alienação dos bens individualmente considerados.
Infrutíferas as alienações porteira fechada ou dos bens em bloco, será realizada a venda 
dos bens individualmente considerados. Em tal hipótese, uma pessoa compra um carro, outra 
compra uma motocicleta, outra compra um computador...
Artigo 140 da LRF:
§ 1º Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de 
uma forma de alienação.
§ 2º A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro geral de credores.
§ 3º A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à ope-
ração rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos es-
pecíficos.
A alienação do patrimônio do falido será realizada em alguma das modalidades previstas 
no artigo 142 da LRF:
Art. 142. O  juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, 
ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades:
I – leilão, por lances orais;
II – propostas fechadas;
III – pregão.
§ 1º A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo será ante-
cedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antece-
dência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresaou de bens 
imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da 
venda.
§ 2º A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação.
1.6.5. Habilitação de Crédito
Habilitação de crédito é um procedimento judicial por meio do qual o credor do falido se 
torna credor da massa falida.
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DICA!
Considerar-se-ão habilitados os créditos remanescentes da 
recuperação judicial, quando definitivamente incluídos no 
quadro geral de credores, tendo prosseguimento as habilita-
ções que estejam em curso (artigo 80 da LRF).
Ou seja, uma vez convolada a recuperação em falência, even-
tuais credores remanescentes da recuperação não precisarão 
habilitar seus créditos; estes serão, automaticamente, incluí-
dos no QGC.
O procedimento da habilitação de créditos está previsto nos artigos 7º a 20 da LRF e tem 
a finalidade de formar o Quadro Geral de Credores (QGC). Vamos estudar o danado.
PROFERIDA A SENTENÇA QUE DECRETA A FALÊNCIA: o juiz ordenará a publicação de edi-
tal (EDITAL – I) contendo a íntegra da decisão que decreta a falência e a relação de credores 
(parágrafo único do artigo 99 da LRF).
PUBLICADO O EDITAL – I: se iniciará o prazo de 15 dias para:
• Apresentação de habilitações (os credores que não estiverem incluídos no Edital – I, 
poderão requerer a habilitação de seus créditos, cumpridos os requisitos do artigo 9º 
da LRF);
DICA!
Credor retardatário é aquele que pede a inclusão do seu cré-
dito após o prazo da habilitação (15 dias após a publicação do 
Edital – I).
Claro que, na hipótese de algum credor perder tal prazo, ele 
ainda poderá promover a sua habilitação; mas, diante do fato 
de ser fora do prazo de 15 dias, tal habilitação será considera-
da retardatária. Como sanção pela habilitação fora do prazo, 
o credor retardatário:
a) perderá o direito a rateios eventualmente realizados e fica-
rão sujeitos ao pagamento de custas, não se computando os 
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acessórios compreendidos entre o término do prazo e a data 
do pedido de habilitação;
b) não terão direito a voto nas deliberações da assembleia ge-
ral de credores, salvo créditos decorrentes da legislação de 
trabalho;
c) se apresentada antes da homologação do QGC, a habilita-
ção retardatária seguirá o rito da(s) impugnação(ões) que será 
estudado em instantes.
• Apresentação de divergências (diante de qualquer irregularidade no Edital I, qualquer 
credor poderá apresentar divergência).
TRANSCORRIDO O PRAZO DE 15 DIAS: inicia-se um novo prazo, agora de 45 dias, para:
• O administrador fazer análise das habilitações e das divergências.
• O administrador judicial, após a análise das habilitações e das divergências, fazer pu-
blicar, ao se encerrar o prazo de 45 dias, o Edital – II contendo a relação de credores, 
devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que o Comitê, qualquer credor, 
o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público terão acesso aos documentos que 
fundamentaram a elaboração dessa relação.
DICA!
Se a oposição versar sobre crédito trabalhista, será compe-
tente o juízo da justiça especializada, ou seja, justiça do tra-
balho (§2º do artigo 6º da LRF).
PUBLICADO O EDITAL – II (artigo 8º da LRF): se iniciará o prazo de 10 dias para que:
• o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público apresente, 
ao juiz, impugnação contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer 
crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de cré-
dito relacionado;
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• as impugnações de créditos trabalhistas, serão processadas perante a justiça espe-
cializada (justiça do trabalho) até a apuração do respectivo crédito (§ 2º do artigo 6º 
da LRF).
1ª HIPÓTESE DE HOMOLOGAÇÃO DO QGC: se ninguém apresentar impugnação, o juiz ho-
mologa o QGC.
DICA!
Se apresentada depois da homologação do QGC, a habilita-
ção retardatária seguirá o rito ordinário previsto no CPC.
APRESENTADA(S) IMPUGNAÇÃO(ÕES): não haverá a homologação do QGC até que seja 
(m) julgada (s) pelo juiz, o qual observará o seguinte procedimento:
• os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a im-
pugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando 
outras provas que reputem necessárias;
• em seguida, o devedor e o Comitê de Credores, se houver, serão intimados pelo juiz para 
se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias;
• por fim, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 
5 dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou em-
presa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais 
e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de 
credores, objeto da impugnação.
CONCLUSÃO DA(S) IMPUGNAÇÃO(ÕES) AO JUIZ: Após as manifestações anteriores, 
os autos de impugnação serão conclusos ao juiz, que:
• determinará a inclusão no quadro geral de credores das habilitações de créditos não 
impugnadas, no valor constante da relação referida no § 2º do art. 7º desta Lei;
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• julgará as impugnações que entender suficientemente esclarecidas pelas alegações e 
provas apresentadas pelas partes, mencionando, de cada crédito, o valor e a classifi-
cação;
• fixará, em cada uma das restantes impugnações, os aspectos controvertidos e decidirá 
as questões processuais pendentes;
• determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julga-
mento, se necessário;
• determinará, para fins de rateio, a reserva de valor para satisfação do crédito impug-
nado. Caso seja oposição parcial, a impugnação não impedirá o pagamento da parte 
incontroversa;
• proferirá decisão sobre a(s) impugnação(ões).
RECURSO:
• da decisão judicial sobre a impugnação caberá agravo;
• recebido o agravo, o relator poderá conceder efeito suspensivo à decisão que reconhe-
ce o crédito ou determinar a inscrição ou modificação do seu valor ou classificação no 
quadro geral de credores, para fins de exercício de direito de voto em assembleia geral.
2ª HIPÓTESE DE HOMOLOGAÇÃO DO QGC: julgada(s) a(s) impugnação(ões), o adminis-
trador judicial seráresponsável pela consolidação do quadro geral de credores, a ser homo-
logado pelo juiz.
DICA!
Se apresentada depois da homologação do QGC, a habilita-
ção retardatária seguirá o rito ordinário previsto no CPC.
1.6.6. Credores
Em se tratando de falência, há duas modalidades de créditos, extraconcursais e concursais.
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Para você compreender esse tema recorrente no Exame, deve entender que a sentença 
que decreta a falência é um marco no procedimento falimentar.
• Se o crédito foi constituído antes da decretação da falência; será, como regra, concursal.
• Se o crédito foi constituído após a decretação da falência, será extraconcursal.
Os créditos concursais recebem esse nome, pois são aqueles constituídos antes da de-
cretação da falência tendo o devedor empresário (falido) como devedor. Assim, diante do 
princípio da par conditio creditorum, que determina a isonomia dos credores, tais créditos 
devem ser agrupados, classe a classe, sendo que o pagamento de uma classe está condicio-
nado ao pagamento da classe anterior.
Tais créditos se diferem dos créditos extraconcursais, pois estes possuem como devedor 
a massa falida. Como exemplo, você pode imaginar o fato de ter sido decretada a falência de 
um supermercado, ter sido nomeado o administrador judicial, este ter arrecadado os bens 
do falido; mas, diante do fato de a falência ter como finalidade a preservação da empresa, 
da atividade econômica, o supermercado pode continuar seu funcionamento para preservar 
clientela, colaboradores... Se continuar o funcionamento do supermercado falido, as verbas 
trabalhistas, os tributos incidentes, dentre outros débitos, não serão devidos pelo falido, mas 
sim pela massa falida. Logo, tais débitos são considerados extraconcursais.
Vale destacar que, os créditos concursais, em que pese, como regra, serem anteriores à 
decretação da falência, somente serão pagos se os extraconcursais estiverem devidamente 
quitados.
Extraconcursais (artigo 84 da LRF)
Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os 
mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a:
1ª CLASSE EXTRACONCURSAL – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxilia-
res, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relati-
vos a serviços prestados após a decretação da falência;
2ª CLASSE EXTRACONCURSAL – quantias fornecidas à massa pelos credores;
3ª CLASSE EXTRACONCURSAL – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e 
distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência;
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4ª CLASSE EXTRACONCURSAL – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa 
falida tenha sido vencida;
5ª CLASSE EXTRACONCURSAL – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados du-
rante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, 
e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem 
estabelecida no art. 83 desta Lei.
Perceba que praticamente, em todos os 5 incisos, o legislador foi bem claro declarando 
que a constituição do crédito ocorreu APÓS A DECRETAÇÃO DA FALÊNCIA, ou declarando que 
o devedor é a MASSA FALIDA.
Cuidado, pois a única exceção, a única hipótese de crédito constituído ANTES DA DECRE-
TAÇÃO DA FALÊNCIA e que será considerado extraconcursal está previsto na primeira parte 
do inciso V (obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recupera-
ção judicial, nos termos do art. 67 desta Lei):
Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação ju-
dicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de 
mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que 
couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.
Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a forne-
cedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recupe-
ração judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do 
valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação.
O caput do artigo 67 traz a hipótese de o devedor empresário entrar em recuperação de 
empresa, e aquele fornecedor que, durante a recuperação do devedor empresário, continuar a 
provê-lo normalmente, na hipótese de quebra do devedor empresário, tais créditos serão con-
siderados extraconcursais. Essa é a única exceção, a única hipótese de crédito constituído 
antes da decretação da falência que será considerado extraconcursal.
Professor, e o parágrafo único do 67 da LRF?
O parágrafo único é concursal, você o estudará no próximo ponto.
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Concursais (artigo 83 da LRF)
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
1ª CLASSE CONCURSAL – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento 
e cinquenta) salários mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
A primeira classe concursal são os créditos trabalhistas. Cuidado, pois as verbas traba-
lhistas limitadas a 150 S/M por serviços prestados ao falido, o que exceder será pago na clas-
se quirografária (inciso VI, alínea “c”), em se tratando de acidente de trabalho não há tal limite.
2ª CLASSE CONCURSAL – créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
Cuidado, pois, como visto, decretada a falência, a regra é a não incidência de juros pos-
teriores à decretação da falência, salvo em se tratando de debêntures e créditos com garan-
tia real.
Art. 124. Contra a massa falida não são exigíveis juros vencidos após a decretação da falência, 
previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores 
subordinados.
Parágrafo único. Excetuam-se desta disposição os juros das debêntures e dos créditos com ga-
rantia real, mas por eles responde, exclusivamente, o produto dos bens que constituem a garantia.
3ª CLASSE CONCURSAL – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de 
constituição, excetuadas as multas tributárias;
As multas tributárias estão no inciso VII abaixo, elas serão pagas se o dinheiro, “com mui-
ta oração”, chegar até aquela classe.
4ª CLASSE CONCURSAL – créditos com privilégio especial, a saber:
a) os previstos no art. 964 da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002;
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei;
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia;

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