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AULAS 10 E 11 EMP II APLICADO

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DIREITO EMPRESARIAL APLICADO II 
Aula 10/11 
 
 
 
 
Professora Maria Lucia de Azevedo 
 
Email: advmalus@yahoo.com.br 
EMPRESARIAL APLICADO II 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Professora: Maria Lucia de Azevedo 
 
 
EMPRESARIAL APLICADO II 
 
Recuperação Judicial. 
 
Recuperação Judicial Especial. 
 
Fase Postulatória 
 
Fase Deliberatória 
 
Fase Executória 
 
 
FINALIDADES DA 
RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL 
OBJETIVO Viabilizar a superação da crise 
Três estratégias 
de atuação 
Três 
consequências 
almejadas 
Permitir a manutenção da fonte 
produtora 
Permitir a manutenção do 
emprego dos trabalhadores 
Permitir a proteção dos 
interesses dos credores 
A preservação da empresa 
A função social da empresa 
O estímulo á atividade 
econômica 
LEGITIMIDADE PARA REQUERER A 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
a) o próprio devedor; 
 
b) o cônjuge sobrevivente; 
 
c) os herdeiros do devedor; 
 
d) o inventariante; 
 
Os pressupostos da Recuperação Judicial: 
 
 
 
 FORMAL 
O registro no 
órgão 
competente 
há mais de 02 
anos 
REQUISITO 
ÚNICO 
FORMAL 
MATERIAL 
Art. 48 LRF 
MATERIAL 
O exercício 
real da 
atividade há 
mais de 02 
anos 
 
Primeira Fase postulatória 
Inicia com a petição inicial e termina com o despacho 
mandando processar o pedido 
 
Segunda Fase deliberativa 
Inicia com o despacho mandando processar o pedido 
e termina com a decisão concessiva do benefício 
 
Terceira Fase de execução 
Inicia com a decisão concessiva do benefício e termina 
com a sentença de encerramento do processo 
 
 
Impedimentos 
à 
recuperação 
judicial 
Ser falido 
 
Ter obtido 
concessão 
de 
recuperação 
judicial 
ESPECIAL nos 
últimos 
5 anos 
 
Ter sido 
condenado 
por qualquer 
dos crimes 
falimentares 
 
Ter obtido 
concessão de 
recuperação 
judicial, nos 
últimos 
5 anos 
 
 
PRIMEIRA FASE: DELIBERAÇÃO 
A fase de deliberação do processo de recuperação 
judicial inicia-se com o despacho de 
processamento. 
 
O principal objetivo dessa fase, é a votação do plano 
de recuperação da sociedade empresária 
devedora. 
 
Para que essa votação se realize, porém, como 
providência preliminar, é indispensável a verificação 
dos créditos. 
 
[Coelho, 2009] 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA 
 
Seção II 
 
Da Verificação e da Habilitação de Créditos 
 
Art. 7º A verificação dos créditos será realizada pelo 
administrador judicial, com base nos livros contábeis 
e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos 
documentos que lhe forem apresentados pelos 
credores, podendo contar com o auxílio de 
profissionais ou empresas especializadas. 
 
 
 
 
CAPÍTULO II 
 
DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL E À FALÊNCIA 
 
Seção II 
 
Da Verificação e da Habilitação de Créditos 
Art. 7º A verificação dos créditos ... 
§ 1º Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, 
ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os 
credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para 
apresentar ao administrador judicial suas 
habilitações ou suas divergências quanto aos 
créditos relacionados. 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL - HABILITAÇÃO 
DOS CRÉDITOS 
 
 
 
Art. 7º A verificação dos créditos ... 
 
 
§ 2º O administrador judicial, com base nas 
informações e documentos colhidos na forma do 
caput e do § 1º deste artigo, fará publicar edital 
contendo a relação de credores no prazo de 45 
(quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do 
§ 1º deste artigo, devendo indicar o local, o horário e 
o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 
8º desta Lei terão acesso aos documentos que 
fundamentaram a elaboração dessa relação. 
 
 
 
 
 
Art. 9º A habilitação de crédito realizada pelo credor nos termos 
do art. 7º, § 1º, desta Lei deverá conter: 
I – o nome, o endereço do credor e o endereço em que 
receberá comunicação de qualquer ato do processo; 
II – o valor do crédito, atualizado até a data da decretação da 
falência ou do pedido de recuperação judicial, sua origem e 
classificação; 
III – os documentos comprobatórios do crédito e a indicação 
das demais provas a serem produzidas; 
IV – a indicação da garantia prestada pelo devedor, se houver, 
e o respectivo instrumento; 
V – a especificação do objeto da garantia que estiver na posse 
do credor. 
Parágrafo único. Os títulos e documentos que legitimam os 
créditos deverão ser exibidos no original ou por cópias 
autenticadas se estiverem juntados em outro processo. 
 
Recuperação Judicial 
 Apresentação do plano 
 
A sociedade devedora deve elaborar o 
Plano de Recuperação Judicial, para 
apresentá-lo no prazo de 60 dias, 
contados da publicação do despacho de 
deferimento do processamento. 
 
[Coelho, 2009] 
 
 
 
 
Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor 
em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da 
publicação da decisão que deferir o processamento da 
recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e 
deverá conter: 
 
I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser 
empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; 
 
II – demonstração de sua viabilidade econômica; e 
 
III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos 
do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou 
empresa especializada. 
 
Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital 
contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de 
recuperação e fixando o prazo para a manifestação de 
eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. 
 
 
 
A consistência econômica do plano 
está diretamente relacionada ao 
adequado diagnóstico das razões da 
crise e de sua natureza (...) e à 
adequação dos remédios indicados 
para o caso. 
 
 
[Coelho, 2009] 
 
 
Recuperação Judicial – Meios de recuperação 
 
Art. 50. Constituem meios de recuperação 
judicial, observada a legislação pertinente a 
cada caso, dentre outros: 
I – concessão de prazos e condições especiais 
para pagamento das obrigações vencidas ou 
vincendas; 
(...) 
XVI – constituição de sociedade de propósito 
específico para adjudicar, em pagamento dos 
créditos, os ativos do devedor. 
 
 
Recuperação Judicial – Meios de 
recuperação 
 
1. Concessão de prazos e condições especiais para 
pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; 
 
2. Cisão, incorporação, fusão ou transformação de 
sociedade, constituição de subsidiária integral, ou 
cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos 
sócios, nos termos da legislação vigente; 
 
3. Alteração do controle societário; 
 
4. Substituição total ou parcial dos administradores do 
devedor ou modificação de seus órgão 
administrativos; 
4. 
 
 
Recuperação Judicial – Meios de recuperação 
 
5. Concessão aos credores de direito de eleição em 
separado de administradores e de poder de veto em 
relação às matérias que o plano especificar; 
 
6. Aumento de capital social; 
 
7. Trespasse ou arrendamento de estabelecimento, 
inclusive à sociedade constituída pelos próprios 
empregados; 
 
8. Redução salarial, compensação de horários e redução 
da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; 
 
Recuperação Judicial – Meios de recuperação 
 
9. Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, 
com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; 
 
10. Constituição de sociedade de credores; 
 
11. Venda parcial dos bens; 
 
12. Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de 
qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da 
distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se 
inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do 
disposto em legislação específica; 
 
 
Recuperação Judicial – Meios de recuperação 
 
13.Usufruto da empresa; 
 
14. Administração compartilhada; 
 
15. Emissão de valores mobiliários; 
 
16.Constituiçãode sociedade de propósito 
específico para adjudicar, em pagamento dos 
créditos, os ativos do devedor. 
 
 
REGRAS ESPECIAIS SOBRE OS MEIOS DE RECUPERAÇÃO 
Alteração da 
garantia tem que ser 
aprovada pelo 
credor titular dela 
Conversão da 
moeda estrangeira 
pelo câmbio do dia 
O plano judicial é 
livre, salvo: 
Créditos da relação de 
trabalho 
(pagos em até um ano) Art. 54 
Salários atrasados deverão ser 
pagos em até 30 dias. Art. 54 
 
PEDIDO PROCESSAMENTO E EXECUÇÃO DA RECUPERAÇÃO 
JUDICIAL 
 
O processamento da recuperação judicial é bastante célere e bem simples, conforme 
as etapas a seguir: 
 
1) O pedido de recuperação judicial será dirigido ao juiz competente. A petição 
inicial deverá estar instruída com os documentos previstos no art. 51 e com a 
comprovação dos pressupostos do art. 48. ambos da Lei n. 11.101/2005. 
 
2) Estando em termos a petição inicial atendendo ao que determinam os artigos 
mencionados na etapa anterior, o juiz deferirá o processamento da recuperação 
judicial. dando ampla publicação à decisão que autorizou o início do processo, 
inclusive com a publicação de edital para ciência de todos os interessados. 
 
3) Deferido o processamento da recuperação judicial, no prazo improrrogável de 60 
dias. a empresa recuperanda apresentará em juízo o seu plano de recuperação 
judicial, sob pena de convolação da recuperação judicial em falência, caso 
descumprido o prazo. 
 
 
 
4) Vindo o plano de recuperação judicial aos autos, novo edital será publicado, 
avisando aos credores que o plano foi apresentado. Publicado o edital, no 
prazo de 30 dias, qualquer credor da recuperanda poderá apresentar objeção ao 
plano de recuperação judicial. 
 
5) Não havendo objeções dos credores, o processo estará pronto para receber 
decisão concessiva da recuperação judicial, com as ressalvas relativas à 
apresentação de certidões negativas tributárias, matéria já estudada e que levou 
à formulação do Enunciado 55 do Conselho de Justiça Federal, cujo teor é o 
seguinte: "O parcelamento do crédito tributário na recuperação 
judicial é um direito do contribuinte, e não uma faculdade da 
Fazenda Pública, e, enquanto não for editada lei específica, não é 
cabível a aplicação do disposto no art. 57 da Lei n. 11.101/2005 e 
no art. 191-A do CTN"'. 
 
6) Havendo credores, a qual deliberará pela aprovação ou rejeição do plano 
objeção ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia geral. 
Caso o rejeite absolutamente, o juiz convolará a recuperação judicial em 
falência. Caso rejeite relativamente (art. 58,§§ I" o plano de recuperação 
judicial, o processo estará pronto para receber decisão concessiva da 
recuperação judicial, com as ressalvas relativas à apresentação de certidões 
negativas tributárias, observados os termos do Enunciado 55 do Conselho de 
Justiça Federal, já transcrito. 
7) A decisão que conceder a recuperação judicial desafiará o recurso de 
agravo e promoverá a novação das obrigações da recuperanda. O devedor 
permanecerá 2 anos em recuperação judicial, mesmo que o plano tenha 
previsão de parcelamentos que ultrapassem tal período. Se a recuperanda 
descumprir alguma das obrigações assumidas, dentro dos 2 anos da 
recuperação, o juiz convolará a recuperação judicial em falência (art. 
73, IV, da Lei n. 11.101/2005). Se descumprir após os 2 anos, o credor é 
quem decidirá se executará o título ou se pedirá a falência do 
devedor, agora com base na obrigação novada (art. 94, inc. III, alínea 
"g", da Lei n. 11.10112005). 
 
8) Caso cumpridas as obrigações previstas para os dois anos de 
recuperação judicial, o juiz encerrará a recuperação, por sentença. 
 
9) Desde o deferimento da recuperação judicial até o seu encerramento, 
em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito 
ao procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o 
nome empresarial, a expressão em Recuperação Judicial'. Parágrafo 
único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da 
recuperação judicial no registro correspondente". Tal 
determinação visa comunicar a todas as pessoas que negociem com a 
recuperanda o seu estado jurídico e econômico. 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL DAS "ME" E "EPP" 
PLANO ESPECIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 LEGITIMADOS À APRESENTAÇÃO DO PLANO ESPECIAL - ME e EPP 
 
APRESENTAÇÃO DO PLANO ESPECIAL 
 
O plano especial deve ser apresentado no prazo de 60 dias, contados da publicação da decisão que deferir o 
processamento da recuperação. 
 
No tocante ao conteúdo, ao reverso, o plano especial é totalmente diferente do plano convencional. 
 
As condições estão preceituadas no art. 71: 
 
a) Atualmente abrange todos os creditos. Antigamente: abrangerá exclusivamente os créditos quirografários, 
excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais e os previstos nos §§ 3º (leasing, alienação, 
negócio fiduciário etc.) e 4º (ACC’s) do art. 49 da LFR; 
 
b) preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e 
acrescidas de juros de 12% a.a. (doze por cento ao ano); 
 
c) preverá o pagamento da primeira parcela no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da distribuição do 
pedido de recuperação judicial; 
 
d) estabelecerá a necessidade de autorização do juiz, após ouvido o administrador judicial e o Comitê de Credores, 
para o devedor aumentar despesas ou contratar empregados. 
 
Até 31/12/2011 ME EPP 
Legitimados 
sociedade empresária, 
e o empresário 
sociedade empresária, 
e o empresário 
Receita bruta em cada ano 
calendário 
≤ R$ 360.000,00 
≥ R$ 360.000,00 
≤ R$ 3.600.000,00 
A partir de janeiro de 2012 
Legitimados 
sociedade empresária, 
a empresa individual 
de responsabilidade 
limitada 
e o empresário 
sociedade empresária, 
a empresa individual 
de responsabilidade 
limitada 
e o empresário 
Receita bruta em cada ano 
calendário 
≤ R$ 360.000,00 
≥ R$ 360.000,00 
≤ R$ 3.600.000,00 
 
 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL ESPECIAL 
PROCEDIMENTO PARA APROVAÇÃO DO 
PLANO ESPECIAL 
 
Não é necessária deliberação em assembleia com os credores para 
aprovação do plano especial de recuperação das ME e EPP. A 
análise de mérito cabe exclusivamente ao juiz. 
 
- Objeção de Credores 
CONVOLAÇÃO EM FALÊNCIA 
No curso do processo de recuperação, a assembleia geral de credores, 
constatando a inviolabilidade da empresa ou do plano 
proposto, poderá deliberar no sentido de sua liquidação, ensejando 
ao juiz a decretação da falência do devedor. 
Se ocorrer o descumprimento do plano de recuperação 
acordado, qualquer credor poderá requerer a convolação em falência 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Recuperação extrajudicial consiste na 
possibilidade, concedida ao devedor em 
situação de crise, de convocar seus 
credores para oferecer-lhes forma de 
composição para pagamento dos valores 
devidos. 
 
 
[BezerraFilho,2011] 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Na lei anterior (Decreto-lei 7.661/45) a 
tentativa de negociação era considerada 
“ato de falência” O inciso III do art. 2º 
estabelecia ser ato de falência aquele do 
devedor que “III – convoca credores e lhes 
propõe dilação, remissão de crédito ou 
cessão de bens” 
 
 
 [Bezerra Filho, 2011] 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Recuperação extrajudicial – Conceito 
Se a sociedade devedora em crise procura 
seus credores (ou parte deles) e os 
consegue convencer de que a 
renegociação de suas obrigações é 
indispensável para a superação do estado 
crítico e, sem a quota de sacrifício deles 
(representada pela dilação do prazo de 
pagamento, novação etc.), não terá como 
escapar da falência, o acordo de vontades 
é suficiente para realizar-se o desiderato.[Coelho, 2010] 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Recuperação extrajudicial – Homologação 
 
A homologação judicial desse acordo (plano de 
recuperação) só é obrigatória quando a maioria dos 
credores atingidos concorda em apoiá-lo, mas há 
uma minoria que nega sua adesão. A homologação 
judicial, nesse caso, estende os efeitos do plano aos 
credores minoritários. 
 
 
[Coelho,2010] 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
 
Há duas hipóteses de homologação judicial do acordo: 
 
• Homologação facultativa aceitação unanime 
 
• Homologação obrigatória 60% de adesão 
 
 
 [Coelho, 2010] 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Homologação Facultativa art. 162 LF 
 
A homologação do plano de recuperação 
que conta com a adesão de todos os 
credores alcançados é facultativa. Visa 
apenas revestir o ato de maior formalidade, 
chamando atenção das partes para a 
importância dele, ou possibilitar a alienação 
por hasta judicial de filiais ou unidades 
produtivas, se for essa uma medida de 
reerguimento da devedora. [Coelho, 2010] 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Homologação Obrigatória art. 163 LF 
 
Se o plano de recuperação extrajudicial 
obteve a adesão de credores titulares de pelo 
menos 60% do valor de cada espécie do 
passivo (são 5 as espécies: garantia real, 
privilégio especial, privilégio geral, quirografário 
e subordinado) por ele alcançado, os seus 
efeitos podem ser forçosamente estendidos aos 
que não aderiram pela homologação judicial. 
 
 [Coelho,2010] 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Recuperação extrajudicial – Requisitos 
 
Os requisitos legais para a homologação do plano de 
recuperação extrajudicial são de duas ordens: 
 
• Requisitos subjetivos (dizem respeito à sociedade empresária 
requerente) 
 
• Requisitos objetivos (são pertinentes ao plano submetido à 
homologação) 
 
[Coelho,2010] 
 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos subjetivos 
 
1. Atender às condições estabelecidas para a recuperação judicial 
a. Exercer a atividade empresarial regularmente há pelo menos 2 
anos 
b. Não estar falida ou, se o foi, terem sido declaradas extintas suas obrigações por sentença 
transitada em julgado 
c. Não ter como administrador ou controlador pessoa condenada por 
crime falimentar 
2. Não se encontrar em tramitação nenhum pedido de recuperação judicial dele 
3. Não lhe ter sido concedida, há menos de 5 anos, recuperação judicial e a extrajudicial há menos 
de 2 anos. 
 [Coelho,2010] 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Requisitos objetivos 
1. Não pode ser previsto no plano o pagamento antecipado de nenhuma 
dívida 
2. Todos os credores sujeitos ao plano devem receber tratamento paritário, 
vedado o favorecimento de alguns ou o desfavorecimento apenas de 
parte deles 
3. O plano não pode abranger senão os créditos constituídos até a data do 
pedido de homologação 
4. Do plano só pode constar a alienação de bem gravado ou a supressão 
ou substituição de garantia real se com a medida concordar 
expressamente o credor garantido 
5. O plano não pode estabelecer o afastamento da variação cambial nos 
créditos em moeda estrangeira sem contar com a anuência expressa do 
respectivo credor 
 
 
 
Recuperação extrajudicial – Petição inicial 
 
Homologação facultativa: Justificativa do pedido Acordo assinado 
pelos credores aderentes 
Homologação obrigatório 
 Acordo assinado pela maioria de credores aderentes 
 Exposição de sua situação patrimonial 
 Demonstrações contábeis do último exercício 
Demonstrações contábeis entre o fim do último exercício e a data 
do plano Relação de credores e créditos 
 
 
RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL 
Recuperação extrajudicial – Impugnação 
 
Podem ser objeto de impugnação: 
a) Não preenchimento do percentual mínimo de 60% de 
cada espécie de crédito envolvido 
b) Prática de ato de falência previsto no art. 94, III 
c) Prática de ato que terá sua ineficácia subjetivamente 
suspensa, com base no art. 130 da LF, se vier a ser decretada a quebra do 
requerente *** 
d) Desatendimento a requisito subjetivo ou objetivo para 
a homologação 
e) Descumprimento de qualquer outra exigência legal 
(art. 164, § 3º) 
 
 
CASO CONCRETO: (FGV - OAB – VIII Exame – Prova Prático-Profissional – 2014 
– adaptada) Em 29/01/2010, ABC Barraca de Areia Ltda. ajuizou sua 
recuperação judicial, distribuída à 1ª Vara Empresarial da Comarca da 
Capital do Estado do Rio de Janeiro. Em 03/02/2010, quarta-feira, foi 
publicada no Diário de Justiça Eletrônico do Rio de Janeiro (“DJE-RJ”) a 
decisão do juiz que deferiu o processamento da recuperação judicial e, 
dentre outras providências, nomeou o economista João como 
administrador judicial da sociedade. Decorridos 15 (quinze) dias, alguns 
credores apresentaram a João as informações que entenderam corretas 
acerca da classificação e do valor de seus créditos. Quarenta e cinco dias 
depois, foi publicado, no DJE-RJ e num jornal de grande circulação, novo 
edital, contendo a relação dos credores elaborada por João. No dia 
20/04/2010, você é procurado pelos representantes de XYZ Cadeiras Ltda., 
os quais lhe apresentam um contrato de compra e venda firmado com ABC 
Barraca de Areia Ltda., datado de 04/12/2009, pelo qual aquela forneceu a 
esta 1.000 (mil) cadeiras, pelo preço de R$ 100.000,00 (cem mil reais), que 
deveria ter sido pago em 28/01/2010, mas não o foi. Diligente, você verifica 
no edital mais recente que, da relação de credores, não consta o credor 
XYZ Cadeiras Ltda. E, examinando os autos em cartório, constata que o 
quadro geral de credores ainda não foi homologado pelo juiz. Diante da 
situação narrada no enunciado da questão, qual seria a medida processual 
cabível e o respectivo fundamento legal para que a sociedade XYZ 
Cadeiras Ltda. possa ser incluída no quadro de credores da referida 
recuperação judicial? 
QUESTÕES OBJETIVAS: 1. (CESPE – OAB/SP – 2007) No tocante à 
habilitação de crédito e impugnação previstas na Lei n.º 11.101/05, 
é correto afirmar que: 
a) na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários, 
com exceção daqueles derivados da relação de trabalho, não 
terão direito a voto nas deliberações da assembléia geral de 
credores, ressalvada a hipótese de homologação do quadro 
geral de credores contendo tais créditos. 
b) na falência, os credores retardatários farão jus aos rateios extras 
eventualmente realizados, mas ficarão sujeitos ao pagamento 
de custas, não se computando os acessórios compreendidos 
entre o término do prazo e a data do pedido de habilitação. 
c) após a homologação do quadro geral de credores, é vedado 
qualquer pedido de retificação para inclusão de créditos 
retardatários. 
d) da decisão judicial sobre a impugnação caberá recurso de 
apelação 
2. (EJEF – Juiz Estadual/MG – 2008) Quanto à falência e à 
recuperação judicial, é INCORRETO afirmar que: 
a) Na falência, os créditos retardatários perderão o direito a 
rateios eventualmente realizados e ficarão sujeitos ao 
pagamento de custas, não se computando os acessórios 
compreendidos entre o término do prazo e a data do pedido 
de habilitação. 
b) b) Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles 
que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que 
couber, o procedimentoordinário previsto no Código de 
Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação 
judicial a retificação do quadrogeral para inclusão do 
respectivo crédito. 
c) c) Na recuperação judicial, os titulares de créditos retardatários 
têm direito a voto nas deliberações da assembléia-geral de 
credores. 
d) d) As habilitações de crédito retardatárias, se apresentadas 
antes da homologação do quadro-geral de credores, serão 
recebidas como impugnação.

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