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Educação Brasileira

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3 
 
 
Osmar Hélio Alves Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
CONTEMPORÂNEA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º Edição 
2017.1 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Sumário 
 
Palavra do Professor autor 
Sobre o autor 
Ambientação à disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE DE ESTUDO 1: ALGUMAS DEFINIÇÕES CLÁSSICAS DE EDUCAÇÃO 
O que é Educação? 
Educação escolar e seus desdobramentos; 
Por uma educação contemporânea cidadã. 
 
UNIDADE DE ESTUDO 2: A EDUCAÇÃO BRASILEIRA NA CONTEMPORANEIDADE: 
TENSÕES, CONTRADIÇÕES E ‘NOVAS’ PERSPECTIVAS 
Introdução 
Uma breve contextualização; 
A escola no tempo presente: desafios e perspectivas; 
A organização escolar, em uma perspectiva histórica, versus a sociedade contemporânea. 
 
UNIDADE DE ESTUDO 3: A ESCOLA NA CONTEMPORANEIDADE: OUTROS TIPOS DE 
CORPOS E SUBJETIVIDADES 
A escola em tempo de turbulência 
Novos tempos, novas escolas; 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando com a Internet 
Saiba mais 
Vendo com os olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
6 
 
 
Palavra do Professor autor 
 
 
Olá estudantes, 
 
 
Entre tantas perguntas em aberto e cada vez mais difíceis de 
responder, em função de sua crescente especificidade e da 
dificuldade de imaginar alternativas para o nosso futuro, uma 
certeza é quase óbvia e poderia servir aqui como ponto de partida: a 
escola está em crise. Por quê? (SIBILIA, 2012, p. 13). 
 
 
A epígrafe escolhida para este texto visa indicar que nesta disciplina 
estudaremos sobre a educação brasileira no contexto contemporâneo, assim como 
discutiremos sobre o que é educação; educação escolar e seus desdobramentos e 
vamos argumentar a favor de uma educação contemporânea cidadã. 
 
Destacaremos, também, a escola no tempo presente: desafios e 
perspectivas e a organização escolar, em uma perspectiva histórica, versus a 
sociedade contemporânea, o que certamente contribuirá para você conferir e 
revisar algumas concepções em relação à escola, aos processos de ensino e 
aprendizagem, entre outros. 
 
Realçamos, a priori, que a educação na contemporaneidade carece de 
novos olhares e reflexões, haja vista sua importância para a transformação da 
sociedade. E mais, em tempos de discurso sobre a qualidade da educação, é 
necessária uma análise crítica e reflexiva acerca do modelo escolar vigente, pois 
percebe-se que a mesma continua arraigada no seu modelo de ascensão, que data 
do período da chamada Revolução Industrial. 
 
Deste modo, propiciar a você desenvolvimento pessoal e profissional, 
mediante uma reflexão acerca do modelo escolar vigente é o nosso horizonte, haja 
vista que a sociedade contemporânea, com suas tecnologias, tem impulsionado o 
homem a não mais seguir modelos adestradores. Portanto, a escola precisa 
repensar os corpos e subjetividades dos sujeitos (estudantes) para que consiga se 
adequar a realidade e voltar a ser atrativa para esses. 
 
7 
 
 
Por fim, caro estudante, busque trocar experiências com seus pares 
acerca da educação nos dias hodiernos, buscando aproximá-la, cada vez mais, 
de uma prática transformadora a partir do estudo realizado. 
 
 
O autor! 
 
 
8 
 
Sobre o autor 
 
 
 
 
Osmar Hélio Alves Araújo, doutorando em Educação 
pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), mestre em 
Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC); 
graduando em Pedagogia; graduado em Letras; 
especialista em Supervisão e Orientação Educacional pela 
Universidade Cidade de São Paulo (UNICID). Atualmente 
integra os Grupos de Pesquisas do CNPq: Formação Docente, História e 
Política Educacional da Universidade Federal do Ceará (UFC) e Educação, 
Trabalho e Formação de Professores (GEPET) na Universidade Regional do 
Cariri (URCA). Está vinculado à Universidade Regional do Cariri (URCA) como 
professor temporário. É membro da Associação Nacional de Política e 
Administração da Educação (ANPAE) e da Associação Nacional pela 
Formação dos Profissionais da Educação (ANFOPE). Pesquisa e escreve 
sobre os seguintes temas: Didática e Pedagogia, trabalho docente e práticas 
pedagógicas, formação de professores, organização e gestão da escola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Ambientação à disciplina 
 
 
Seja bem- vindo! 
 
A disciplina Educação Brasileira Contemporânea apresenta reflexões 
e questionamentos sobre a educação na contemporaneidade, diante dos 
feitiços tecnológicos do século XXI e da sociedade globalizada, buscar focar na 
compreensão das incertezas postas pelo contexto atual, que, sem dúvida, é um 
cenário em plena transformação. Nesta perspectiva, compreende-se que a 
relação, à incompatibilidade, entre os corpos e subjetividades contemporâneos 
com a escola, que mesmo inserida num cenário constantemente arrebatado 
por transformações, pouco se modificou, é permeado por desafios e tensões, 
por isso, é nosso desejo que você aproveite este material para conhecer um 
pouco mais sobre a Educação Brasileira nos dias hodiernos. 
 
Atualmente se pararmos para pensar iremos perceber que os tempos 
mudaram e consequentemente as exigências educacionais. Utilizar 
ferramentas ultrapassadas não supre mais as necessidades no cenário 
educacional, pois os estudantes estão cada vez mais conectados e 
autônomos e as formas de ensinar e aprender já não são do mesmo modo 
como antigamente. Diante desse cenário educacional a escola deve adotar 
um perfil inovador de ensino não unicamente ao uso de novas tecnologias, 
mas inovar com outros recursos que venha vencer todos os desafios que a 
educação moderna impõe. 
 
Desejamos sucesso na realização desta disciplina que, sem dúvida, 
promoverá a especialização dos seus conhecimentos e apresenta-se como 
uma oportunidade para você construir novos conhecimentos. 
Bons Estudos! 
 
 
 
10 
 
Trocando ideias com os autores 
 
 
 
Propomos a leitura da obra Educação brasileira 
contemporânea: organização e funcionamento. O 
autor aborda assuntos como: Educação Brasileira. 
Ensaios. Organização. Funcionamento. Escola. 
Formulação de objetivos. Planejamento curricular. 
Reforma de ensino. Ensino profissionalizante. Estrutura 
do ensino superior. Modelos estrangeiros. Reforma 
universitária. Custos do ensino universitário. Elaboração 
de provas objetivas. 
 
 
GARCIA, Walter E. (ORG.). Educação brasileira contemporânea: 
organização e funcionamento. 3. ed. São Paulo: Mc Graw-Hell, 1978. 277 p. 
 
Propomos também a obra A Educação Brasileira no 
contexto histórico. O autor tem como objetivo a 
ordenação cronológica de alguns fatos educacionais e 
elementos das teorias pedagógicas de cada período 
histórico, apresentando-os de modo didático, 
acompanhado de leituras complementares. O propósito 
da obra é o de informar o aluno de modo simples e 
sequencial sobre um poucoda história da educação de 
cada período, sem a ambição de apresentar uma 
reflexão crítica sobre o modo como a história da educação tem sido escrita no 
Brasil. 
 
FRANCISCO FILHO, Geraldo. A educação brasileira no contexto histórico. 
2. ed. Campinas: Alínea, 2004. 
 
Guia de Estudo: 
Após a leitura das obras, escolha uma e realize a resenha crítica e disponibilize 
na sala virtual. 
 
11 
 
Problematizando 
 
 
Neste momento, visando aguçar o senso crítico em relação à 
educação na contemporaneidade, discutiremos a partir de um estudo de 
caso. Este estudo tem por finalidade levá-lo/a apre(e)nder algo novo, 
aprofundar e refletir sobre os conhecimentos adquiridos. 
 
 
Imaginemos a seguinte situação: uma acadêmica que chamarei aqui de 
Maria, me contou que em seu curso de licenciatura em pedagogia, conheceu 
uma professora muito dedicada e especialista em assuntos sobre o 
construtivismo, suas aulas era recheadas de orientações, incentivos, 
sugestões e muita criatividade. Maria, que já ensinava, teve de preparar e 
experienciar, numa sala com quarenta estudantes, em um bairro popular, uma 
experiência com o construtivismo. Para organizar sua aula, colocou os 
estudantes em pequenos grupos e foi trabalhando os conteúdos, não demorou 
muito para perceber um grande avanço na aprendizagem com seus 
educandos, tirou fotografias e, a seguir, voltou a sua aula normal, no estilo 
tradicional. Na universidade, compartilhou a experiência com os colegas, 
mostrando as fotografias e narrou o ocorrido, a professora quando tomou 
conhecimento dos fatos gostou muito e recomendou aos outros colegas a 
proposta. Segundo a professora universitária, a aula construtivista é ideal, faz 
muito a diferença no exercício docente. Os demais estudantes que não tinham 
uma experiência com este tipo de ensino entenderam de imediato e apostaram 
no exemplo de Maria e a metodologia que tinha utilizado e parabenizaram-na 
depois da aula: A partir desse relato a professora levantou o seguinte 
questionamento com a turma: Será que conseguiremos mudar as escolas 
brasileiras com tais práticas universitárias de formação dos professores?. 
 
Guia de Estudo: 
Baseado no texto acima que tema/ ideia central o autor nos convida a refletir 
neste texto? Após sua reflexão faça seus comentários e disponibilize na sala 
virtual. 
 
12 
 
 
 
13 
 
 
ALGUMAS DEFINIÇÕES 
CLÁSSICAS DE 
EDUCAÇÃO 
1 
Conhecimentos 
 
Compreender o conceito de Educação na visão de vários autores e o contexto 
educacional contemporâneo. 
 
Habilidades 
 
Identificar a definição de educação e reconhecer os princípios norteados 
pela Lei 9.394/96. 
 
Atitudes 
 
Buscar a melhoria da qualidade da educação e da adequação da escola aos novos 
desafios e demandas postas pela sociedade contemporânea. 
 
 
14 
 
 
 
15 
 
O que é Educação? 
 
É na inconclusão do ser, que se sabe como tal, que se funda a 
educação como processo permanente. Mulheres e homens se 
tornam educáveis na medida em que se reconheceram 
inacabados. Não foi educação que fez mulheres e homens 
educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que gerou 
sua educabilidade. (FREIRE, 2002, p.34). 
 
 
 
 
 
Para iniciar nossa disciplina precisamos entender: 
 
 
 
 
 
Figura 1. Elaborada pelo autor 
O que é 
educação? Qual 
deve ser o objetivo
da educação? 
 
16 
 
Para compreendermos o contexto educacional contemporâneo, faz-se 
necessário reportarmo-nos a algumas definições clássicas acerca da 
educação, entretanto, conscientes que as definições de educação são 
múltiplas e variadas. São inúmeros os autores que se empenham ao seu 
estudo. Todavia, a priori, a epígrafe de Freire é favorável aos 
questionamentos presentes neste corpo teórico. Vamos conferir? 
 
De acordo com Libâneo (2010, p. 81), “[...] a educação compreende o 
conjunto dos processos formativos que ocorrem no meio social, sejam eles 
intencionais ou não-intencionais, sistematizados ou não, institucionalizados ou 
não”. Para Dewey (1979, p.83) “A educação não é a preparação para a vida, é a 
própria vida [...]”. O autor assinala ainda que: “A educação é uma constante 
reconstrução ou reorganização da nossa experiência, isto é, esclarece e aumenta 
o sentido da experiência e, ao mesmo tempo, nossa aptidão para dirigirmos o 
curso das experiências subsequentes”. 
 
É oportuno, ainda, acoplar as contribuições de Franco (2012) ao definir a 
educação em uma perspectiva dialógica, emancipatória, ou seja, a autora define 
educação como um processo no qual o homem é sujeito participante, atuante, um 
processo que vai além da mera transmissão de informação. Em uma mesma linha 
de raciocínio a autora realça que a educação deve ter como objetivo o pleno 
desenvolvimento do pensar, agir e transformar. 
 
As contribuições da autora nos remetem ao pensamento de Sócrates, 
pois, segundo Franco (2012, p. 86), “A educação socrática comporta a ideia de 
um processo de aprendizagem concreto, através do qual o aprendiz forja o seu 
próprio pensamento, constrói e fundamenta suas próprias convicções por meio 
de interações verbais com o educador”. No rastro do exposto, assinala-se aqui 
que é por meio da educação que se forma cidadãos críticos, reflexivos e 
conscientes de seus direitos e deveres. 
 
17 
 
Logo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), no Item 
1 do seu Artigo 26, enfatiza que: 
 
Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será 
gratuita, pelo menos nos graus elementares e 
fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A 
instrução técnico- profissional será acessível a todos, bem 
como a instrução superior, está baseada no mérito. 
 
Nesta perspectiva, pretende-se aqui sublinhar que “Todo o ser 
humano tem direito à instrução”, ou seja, ao acesso democrático do ensino, 
pois a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura 
- UNESCO – a partir da Conferência Mundial de Jomtien, Tailândia, nos dias 
5 e 9 de março de 1990, anunciou a “Declaração Mundial sobre a Educação 
para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem”. A 
referida declaração surge com o intuito de suplantar o quadro lastimoso de 
acentuadas taxas de analfabetismo, evasão escolar, assim como inúmeras 
dificuldades que mostram os obstáculos para o acesso ao ensino básico. 
Diante do exposto, fica patente que a educação é, hoje, considerada como 
direito de todo o cidadão. 
 
 
Guia de Estudo: 
Para você ampliar seus conhecimentos, sugerimos que leia na íntegra a 
Declaração de Jomtien. 
 Disponível em: http://unesdoc.unesco.org/images/0008/000862/086291por.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Educação escolar e seus desdobramentos 
 
 
 
Compreende-se que a educação escolar está permanentemente 
ligada ao crescimento contemporâneo, haja vista que atua nos campos 
social, econômico e político, entre outros, e ocorre em uma escola permeada 
por constantes transformações, a qual também busca dar respostas às 
situações sociais, culturais e do mercado de trabalho. Logo, entende-se aqui 
que a escola não é uma instituição neutra, ao contrário, imbricada as 
ideologias em voga na sociedade e no Estado. Nesta perspectiva, Freire 
(2002) explica que é impossível a neutralidade da educação, pois, para que 
a neutralidade vigorasse na educação seria necessário não existir ideias 
dissonantes entre os homens, no que tange aos modos de vida, aos estilos 
políticos e valores a serem ensinados. 
 
Faz-se oportuno, a este nível da discussão, sublinhar que a 
educação escolar,no Brasil, é pautada nos seguintes princípios norteada 
pela Lei 9.394/96 no artigo 3: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 3º O ensino será ministrado com base
 nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o 
pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
 VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da 
legislação dos sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extraescolar; 
XI - vinculação entre educação escolar o trabalho e as práticas. 
 
19 
 
Um aspecto que precisa de destaque é o fato que inúmeros princípios 
que norteiam a LDB 9.394/96 denominam a escola como arena de formação 
de sujeitos membros de uma sociedade plural e rica em miscigenação. Assim 
como valorizam e apregoam a democratização do ensino, assegurando, 
inclusive, por lei, a igualdade de condições para o acesso, permanência, 
gratuidade, gestão democrática e garantia do padrão de qualidade para todos 
(BRASIL, 1997). Cabe ressaltar que a educação escolar, como dever da 
família e do Estado, é assegurada no artigo 205 da Constituição Federal de 
1988. Segundo a supracitada lei a educação deve assegurar aos educandos 
o desenvolvimento intelectual e social, tornando-os conscientes de seu papel, 
enquanto cidadão, e também os preparando para o mundo do trabalho. 
 
Convém frisar que a LDB 9.394/96 nomeia, além da escola, como 
responsável pelo processo formativo, outras instituições, pois a respeito da 
educação, a mesma explicita que: 
 
 
 
A LDB 9.394/96, no referido artigo em seus incisos 1º e 2º, explicita, 
de fato, a educação escolar como incumbência da escola, por isso, assegura 
que ela deve ser vivenciada em arenas próprias, ligadas ao mundo do 
trabalho, assim como ao contexto social. A referida lei assinala que: 
 
 
 
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem 
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de 
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade 
civil e nas manifestações culturais. 
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, 
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social. 
 
20 
 
Outro ditame constitucional que também assegura e trata do direito à 
educação, trata-se do Estatuto da Criança e Adolescente - ECA (1990), pois 
em seu Capítulo IV, diz que: 
 
 
 
 
Compreende-se que diante das demandas e das vertiginosas 
transformações colocadas pela sociedade contemporânea, o papel 
historicamente posto à escola vem modificando-se no decurso dos últimos 
tempos e trazendo para as escolas novas demandas e desafios. Diante do 
exposto, percebe-se que a educação escolar vem reclamando novos olhares, 
práticas e uma formação mais imbricada as demandas do mercado de 
trabalho, o que exige, por consequência, a necessidade de se rever e 
investigar alguns conceitos, posturas e práticas cimentadas no chão das 
escolas brasileiras. Entretanto, conscientes que ainda há um longo caminho a 
ser percorrido e construído, haja vista que há um distanciamento entre o dito e 
o vivido no cerne das escolas, ou seja, os ditames constitucionais significam 
um primeiro passo na concretização da universalização da educação, no 
entanto, a sua efetivação, de fato, significa um longo caminho a ser percorrido. 
 
Por fim, considerando o contexto contemporâneo, baseado por 
vertiginosas transformações, percebe-se que as instituições Família e Escola 
estão imersas em uma arena demarcada por novos desafios e demandas 
sociais, políticas, educativas, entre outras, as quais trazem à tona temas 
emergentes, como: aspecto socioambiental e tecnológico, combate ao 
racismo, e outros. 
 
Para que você tenha maiores esclarecimentos sugerimos que você leia na 
íntegra a LDB 9.394/96 e a ECA: 
Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96). Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm 
 
Art. 53 - A criança e o adolescente têm o direito à educação, 
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para 
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. 
 
 
21 
 
ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm 
 
Por uma educação contemporânea e cidadã 
 
 
 
É oportuno iniciar com apoio nas contribuições de Freire (2002) ao 
expressar que uma das principais contribuições da educação aos discentes é 
ajudá-los a tornarem-se contemporâneos de seu tempo. Logo, é necessária a 
suplantação de todo e qualquer saudosismo diante da educação dos séculos 
passados, pois esta postura pouco contribui para o diálogo da educação com 
as necessidades dos sujeitos ditos contemporâneos. A priori, compreende-se 
que uma educação contemporânea cidadã reúne um conjunto de 
conhecimentos sistematizados e coadunados às práticas sociais, ou seja, 
uma educação que está intrinsecamente ligada à vida cotidiana dos discentes, 
por isso articula os saberes escolares aos costumes, crenças e valores por 
meio da construção de um currículo interdisciplinar. 
 
Neste corpo teórico, acatam-se as contribuições de Gadotti (2009) ao 
explicar que a trajetória da educação cidadã emerge da gestão democrática, 
todavia, para o referido autor, a cidadania está intrinsecamente ligada à 
consciência de direitos e deveres e o exercício da democracia, isto é, não 
existe cidadania sem democracia. Gadotti (2009) entende que a cidadania 
abarca o espírito de coletividade, pertencimento, engajamento. Entretanto, 
essa participação efetiva só é possível se a ambiência escolar utiliza 
instrumentos que fomentam a participação da comunidade escolar, assim 
como pauta-se em suas necessidades e realidade. 
 
Nesta perspectiva, cabe dar relevo que a educação, de modo 
integrado a cidadania democrática, emerge, a princípio, como prática de 
educação popular, constituindo-se como instrumento de mobilização, 
organização e formação de uma cultura cidadã e, portanto, como elemento 
necessário na formação de sujeitos históricos, engajados na luta pela 
 
22 
 
concretização dos seus direitos sociais e culturais, entre outros. 
 
 
Em relação à educação popular, as contribuições de Paulo Freire 
realçam-se por comprometerem-se com a dimensão social e política e, 
sobretudo, por seus ideais pedagógicos terem um forte componente ético de 
respeito ao estudante. Para o referido autor (2002, p.66): 
 
O respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um 
imperativo ético e não um favor que podemos ou não 
conceber uns aos outros. (...) O professor que desrespeita a 
curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua 
inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua 
sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que 
o minimiza, que manda que “ele se ponha em seu lugar” (...) 
transgride os princípios fundamentais éticos de nossa 
experiência enquanto educador. 
 
Com esteio nas contribuições do autor, cabe, contudo, salientar que a 
organização de uma escola cidadã, abalizada em uma gestão democrática, 
representa um desafio aos gestores,professores, estudantes e comunidade 
escolar, em geral. No entanto, a concretização deste processo de 
readequação do papel da escola às necessidades de uma nova educação 
exige, sem dúvida, acreditarmos na pujança (eficácia) da escola de hoje. 
Cônscios, portanto, que a busca pela melhoria da qualidade da educação e da 
adequação da escola aos novos desafios e demandas postas pela sociedade 
contemporânea exige, entre outros elementos, reconstruir, repensar e rever a 
organização do trabalho pedagógico. Buscando, por consequência, superar os 
conflitos, eliminar as relações competitivas e autoritárias, assim como o 
reconstruir das relações de poder vivenciadas no interior da escola. No rastro 
do exposto, Veiga (2003, p.15) entra no debate ao advertir que: 
 
O ponto que nos interessa reforçar é que a escola não tem 
mais possibilidade de ser dirigida de cima para baixo na ótica 
do poder centralizador que dita as normas e exerce o 
controle técnico burocrático. A luta da escola é para a 
descentralização em busca de sua autonomia e qualidade. 
 
 
As contribuições da autora fazem suscitar a consciência que não é 
 
23 
 
mais possível uma gestão escolar dominadora, centralizadora no âmago das 
escolas brasileiras, embora por muito tempo esse tenha sido o modelo de 
gestão vivenciada no contexto escolar por meio de práticas autoritárias, 
conservadoras, centralizadoras e de controle. Pois, quando se busca construir 
uma escola cidadã faz-se necessário analisar, a princípio, como as relações 
se estabelecem em seu interior. 
 
É importante destacar que quando se trata das relações no interior do 
contexto escolar, faz-se necessário ressaltar que um processo de 
aprendizagem satisfatório exige, antes de tudo, uma relação amistosa entre a 
Escola e a Família, pois a integração da aprendizagem dos discentes com as 
suas reais necessidades e meio social reclama uma prática educativa em 
parceria com a família. Nesta perspectiva, é essencial que as práticas 
pedagógicas construídas no chão das escolas brasileiras dialoguem com as 
crenças, costumes e valores, entre outros, que permeiam o cotidiano da 
população discente, isto é, vislumbra-se aqui uma escola cidadã na 
contemporaneidade que se constrói à medida que supera posicionamentos 
hierárquicos e autoritários, envolve todos os sujeitos, que a compõem, no 
processo educativo, pautando-se, portanto, no diálogo, no respeito e no 
acolhimento às diferenças. 
 
Como é possível perceber, faz-se necessário na contemporaneidade a 
construção de uma escola cidadã cuja tessitura seja o diálogo, a partir do qual 
todos os que nela estejam inseridos sejam convidados a participarem e 
transformarem o mundo. Esta perspectiva dialógica, que deve ser 
característica de uma escola cidadã, desafia, portanto, os gestores e 
professores a construírem uma relação robusta e fincada no pluralismo de 
ideias, na democracia e que, acima de tudo, respeita e valoriza a trajetória 
pessoal e profissional de todos os envolvidos, ou seja, que mire o contexto 
escolar por uma ótica de oportunidades e crescimento mútuo. 
 
Nesta proposta, o movimento de entrelaçamento entre a Escola e a 
Comunidade contribui para o fortalecimento das relações e parcerias, o que 
 
24 
 
não descaracteriza a função elementar da escola de ensinar, mas sim 
reconhece que a escola só pode concretizar, de fato, seu papel à medida que 
compartilha seus compromissos e realidade com a família e a comunidade. É 
cediço, entretanto, que muitas vezes a presença da família na escola 
resume- se a presença em festividades e reuniões pedagógicas, todavia, faz-
se necessário criar outros espaços e momentos pedagógicos que assegurem 
a efetiva participação da família na construção cotidiana da escola. 
Entretanto, se a escola precisa pensar em mecanismos que, de fato, 
contribuam para que a família se sinta parte desta instituição, as famílias 
também precisam estar conscientes do seu papel nessa relação, o qual é 
muito mais do que a simples presença, é a necessária participação na 
construção da escola. 
 
 
Prezado (a) estudante, conheça um exemplo de uma escola cidadã. 
Acesse: https://www.youtube.com/watch?v=pG1DGaMfpTw 
 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
27 
 
A EDUCAÇÃO BRASILEIRA 
NA CONTEMPORANEIDADE: 
TENSÕES CONTRADIÇÕES E 
‘NOVAS’ PERSPECTIVAS 
2 
Conhecimentos 
 
Compreender a organização escolar, em uma perspectiva histórica versus a 
sociedade contemporânea bem como, os desafios e as perspectivas da escola. 
 
Habilidades 
Identificar os desafios, perspectivas e as relações entre Escola, Família e 
Comunidade no contexto contemporâneo. 
 
Atitudes 
Desenvolver um espírito crítico em relação a organização escolar, os desafios e 
perspectivas no âmbito educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Introdução 
 
 
 
Passamos parte de nossas vidas na escola, desde a Educação Básica 
até à Universidade. Logo, a partir deste processo a que somos submetidos, 
vamos, paulatinamente, construindo nossa maneira de pensar e intervir no 
mundo. Os professores, sem dúvida, assumem um papel crucial em nossas 
vidas, decisões e maneira de entender e de se relacionar com o mundo, pois a 
eles é confiado o papel de orientar e direcionar nossa caminhada de formação. 
 
Nesta perspectiva, o processo educacional vivenciado por cada um de 
nós define muitas de nossas escolhas, atitudes e maneira de entender e intervir 
no mundo, por isso, queremos sublinhar a importância dos conteúdos das 
aulas e seus objetivos pedagógicos para que a nossa formação se forje de 
maneira consciente e transformadora, ou seja, almejamos oferecer uma 
formação a você desprovida da reprodução mecânica de ideias, sem treinos e 
decoreba, ao contrário, os conteúdos aqui tratados visam oportunizar lhe a 
possibilidade de interagir com o que está sendo apreendido, assim como 
questionar e confrontar com o seu cotidiano. 
 
 
Uma breve contextualização! 
 
 
Para darmos início aos estudos desta unidade, vamos imaginar e 
conhecer uma escola sem grades, muros e sem violência no cerne de uma das 
favelas do Brasil. Para isso, assista à reportagem “Escola transforma relação 
em diálogo”, exibida por uma emissora de televisão brasileira, que compartilha 
 
29 
 
a experiência de uma instituição escolar que conseguiu construir um contexto 
harmonioso e amistoso abalizado nas relações firmadas com a comunidade. 
 
 
 
A escola no tempo presente: desafios e perspectivas 
 
 
Considera-se que no contexto contemporâneo, as escolas têm 
empreendido esforços visando delinear a identidade e construir sua autonomia 
a partir de um contexto cuja tessitura seja a democracia e a participação efetiva 
dos seus sujeitos. Logo, percebe-se que a referida preocupação é um reflexo 
do desenvolvimento histórico da educação no Brasil, abalizada, na década de 
1990, pela democratização do ensino. 
 
Em linhas gerais, podemos assinalar que o governo federal, ao 
democratizar o acesso à Educação Básica, deixou evidente o compromisso de 
assegurar e garantir aos cidadãos brasileiros, independente de suas condições 
sociais, econômicas, culturais ou religiosas, o acesso à instrução fundamental, 
conforme preconizou a Organização das Nações Unidas para a Educação, 
Ciência e Cultura - UNESCO – a partir da Conferência Mundial de Jomtien, 
quando anunciou a “Declaração Mundial sobre a Educação para Todos: 
satisfação das necessidades básicas de aprendizagem”. Deste modo, entende- 
se que, em face desse processo de democratização, a escola assumiu um 
lugar de destaque diante das demandas históricas elocais. Logo, foi 
necessário reconstruir alguns conceitos, assim como reestabelecer uma 
relação harmoniosa com seu público, em especial com a comunidade na qual 
estava inserida. 
 
 
Tenha acesso à reportagem acessando o link: 
http://mais.uol.com.br/view/s70pk4i6az2h/serie-escola-transforma-relacao-com-
dialogo-04028C193666C8A13326 
Aproveite para registrar os aspectos relevantes e as dúvidas que emergirem 
na sala virtual. 
 
 
30 
 
Neste sentido, é bastante oportuno tratar dos significados atribuídos à 
educação, à gestão democrática e cidadania, assim como enfatizar como as 
relações entre Escola, Família e Comunidade se constroem no contexto 
contemporâneo. Em síntese, percebe-se que o Brasil, no decurso das primeiras 
décadas do século XXI, apresenta um avanço significativo no que concerne ao 
número de matrículas em todas as etapas da Educação Básica. Entretanto, 
quando o assunto é a qualidade do ensino, infelizmente, não se percebe o 
mesmo crescimento, pois, a qualidade da educação brasileira tem ocupado o 
âmago dos debates no cenário contemporâneo, assim como tem se 
apresentado como mais um desafio a ser superado. 
 
Nesse sentido, Veiga (2003) assinala que a escola de qualidade tem o 
compromisso de combater, entre outros problemas, a repetência e a evasão 
escolar, e, em contrapartida, assegurar o desempenho producente dos 
discentes. A referida autora dá relevo que qualidade não significa 
necessariamente o acesso global de todos à escola, mas sim a permanência, 
de modo satisfatório, de todos que nela ingressam. 
 
De forma concisa, portanto, é legítimo asseverar que, em face da busca 
pela qualidade do ensino, as novas demandas e desafios fazem suscitar a 
necessidade de se redefinir as funções historicamente postas para a escola, ou 
seja, o contexto contemporâneo vem impulsionando e exigindo da escola 
novos caminhos, modos de entender, ensinar e fazer educação. Logo, faz-se 
necessário a reconstrução de ‘velhos’ conceitos, assim como a sedimentação 
de novas práticas, cuja tessitura seja o diálogo entre a escola e os sujeitos nela 
inseridos. Defende-se, nessa linha, que diante da necessidade da reconstrução 
crítica da escola, acrescida das novas demandas sociais e legais imbricadas 
aos direitos humanos, a relação entre Escola, Família e Comunidade precisa 
ser mais coesa, robusta e coerente com o contexto social no qual todos estão 
inseridos. 
 
 
 
 
 
31 
 
Entretanto, abordar a relação Escola, Família e Comunidade, implica 
necessariamente na necessidade de se revisitar e reconstruir diariamente 
concepções e conceitos coadunados à educação, gestão e cidadania, pois, de 
certo modo, estes são os pilares que a estruturam. Sobre a educação, 
compreende-se, que é um processo que faz emergir o desenvolvimento 
humano, o que exige, como postula Freire, (2002), a consciência do 
inacabamento, pois não nascemos prontos e acabados, somos, ao contrário, 
seres inconclusos e transformamo-nos por meio da educação (CORTELLA, 
1998). É de se destacar, ainda, decorrente dessa assertiva, que o homem 
aprende o tempo todo, em contextos escolares e não escolares, ou seja, a 
escola não é o único e exclusivo contexto de formação. Por essa linha de 
entendimento, realça-se que, considerando que a educação ocorre em 
diferentes espaços, torna-se necessário um processo educacional que 
assegure ao homem desenvolver suas capacidades humanas de modo a 
intervir em todas as esferas da sociedade, ou seja, que ao homem seja 
oferecida uma educação que vá além das necessidades básicas e inerentes à 
sobrevivência humana. Veiga entende que: 
 
A escola é o lugar de concepção, realização e avaliação de seu 
projeto educativo, uma vez que necessita organizar o seu 
trabalho pedagógico com base em seus estudantes. Nesta 
perspectiva é fundamental que ela assuma suas 
responsabilidades, sem esperar que as esferas administrativas 
superiores tomem essa iniciativa, mas que lhe deem as 
condições necessárias para levá-la adiante. Para tanto, é 
importante que se fortaleçam as relações entre escola e 
sistema de ensino. (2003, p.12). 
 
 
É de se destacar, ainda, com arrimo nas contribuições da autora, que a 
escola ao construir seu projeto pedagógico tomando como pano de fundo a 
realidade escolar, emerge um elemento importante, hoje, nas escolas 
brasileiras, que é a gestão democrática. Sobre a gestão democrática, Veiga 
explica que é: 
 
Um princípio consagrado pela Constituição vigente, que 
abrange as dimensões pedagógica, administrativa e financeira. 
Ela exige uma ruptura histórica na prática administrativa da 
escola, com o enfrentamento das questões de exclusão e 
reprovação e da não-permanência do aluno na sala de aula, o 
que vem provocando a marginalização das classes populares. 
 
32 
 
Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto 
político-pedagógico ligado à educação das classes populares. 
(2003, p.17-18). 
 
 
 
De modo geral, as escolas brasileiras, a partir da Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional, LDB nº 9.394/96, tem buscado pautar suas 
ações em uma perspectiva crítica e emancipadora, assim como incorporado, 
em sua organização, a gestão democrática. Pois, a supracitada lei, em seus 
incisos I, II e VI do Artigo 12 da LDB nº 9.394/96, aponta que: 
 
 
Art. 12º Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e 
as dos seus sistemas de ensino, terão a incumbência de: 
I - elaborar e executar sua proposta pedagógica; 
II - administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros; 
VI - articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de 
integração da sociedade com a escola (...). 
 
 
 
Sobre a gestão democrática, no Artigo 14 da LDB nº 9.394/96 está 
explícito que: 
 
 
Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática 
do ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares 
ou equivalentes. 
 
33 
 
Verifica-se que, em ambos os artigos da LDB nº 9.394/96, a efetiva 
participação da comunidade escolar, seu envolvimento e integração com a escola 
são pilares constitutivos de uma gestão democrática, pois um contexto escolar 
democrático só pode, de fato, ser consolidado por meio do diálogo, da sinergia 
pedagógica, ou seja, em uma perspectiva dialógica e compartilhada. Culmina-se, 
então, com a compreensão que se faz necessário compreender os elementos que 
compõem uma gestão democrática, como condição essencial para o entendimento 
da função e da dinâmica escolar. 
 
É de se destacar, ainda, que Veiga (2002) explica que a gestão 
democrática exige o repensar cotidianamente as relações de poder da escola e, 
mormente, sua socialização. Pois, segundo a mesma autora, a socialização do 
poder permite a ação da participação coletiva, que suplanta o individualismo, a 
exploração, e faz emergir a reciprocidade, a solidariedade, entre outros 
elementos na ambiência escolar. Entretanto, Apple e Beane (1997, p. 20) 
advertem que: 
 
As escolas democráticas, como a própria democracia, não 
surgem por acaso. Resultam de tentativas explícitas de 
professores (as) colocarem em prática os acordos e 
oportunidades que darão vida à democracia (...). Esses acordos 
e oportunidades envolvem duas linhas de trabalho. Uma é criar 
estruturas e processos democráticos por meio dos quais a vida 
escolar se realize. A outra é criar um currículo que ofereça 
experiências democráticas aos jovens.Por fim, compreende-se que uma escola democrática reclama pilares 
sólidos que se norteiem a partir da prática social, assim como que estejam 
comprometidos em solucionar os problemas que obstaculizam a concretização 
de uma educação de qualidade, de tal modo como intrinsecamente coadunados 
aos interesses dos cidadãos e cidadãs. Nesta perspectiva, em relação à gestão 
democrática, conclui-se que não é um processo fácil de ser construído, pois não 
abarca apenas a gestão em si, mas emerge de uma educação democrática que 
envolve todos os sujeitos nas decisões e ações, sejam elas administrativas ou 
pedagógicas, que, no espaço, se materializam. 
 
34 
 
Prezado aluno, vamos aprender um pouco mais sobre a Gestão Democrática? 
Então, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=f0J4eVJ2uTA 
 
 
 
 
 
A organização escolar, em uma perspectiva histórica, 
versus a sociedade contemporânea. 
 
Antes de iniciarmos esse tópico leia o trecho abaixo, de 1922, que traz os ideais 
disciplinares da instituição escolar da época. 
Recomendações Disciplinares 
Em classe a disciplina deve ser severa: 
- Os estudantes devem manter silêncio absoluto; 
- Não poderá estar em pé mais de um estudante; 
- A distribuição do material deverá ser rápida e sem desordem; 
- Sempre que se retirar da sala, a turma a deixará na mais perfeita ordem. 
No recreio, a disciplina é ainda necessária para que ele se torne agradável 
aos estudantes bem comportados: 
- Os estudantes devem participar de conversas e diversões que não 
produzam grande alarido. 
Ao findar os trabalhos do dia, cada classe seguirá em fila e em pleno 
silêncio até a escada de saída (...). 
Texto adaptado do livro Indisciplina na Escola de Julio Groppa Aquino 
(1996, p.42). 
 
 
 
 
 
 
35 
 
Para pensar! 
 
Você, enquanto estudante, já vivenciou momentos no contexto escolar como as 
situações apresentadas no texto? 
Em sua opinião, faz sentido a escola adotar este tipo de postura disciplinar em 
face dos estudantes na contemporaneidade? 
 
 
Com arrimo no trecho do texto apresentado acima, vamos, a priori, 
enfatizar a organização do espaço escolar, construído historicamente, assim como 
enfatizar a necessidade da sua reorganização em face das demandas e desafios 
da sociedade contemporânea, tudo isso visando suplantar o modelo disciplinar da 
Idade Moderna que ainda nos dias hodiernos influencia a Educação no Brasil. 
 
É cediço que o modelo de escola que temos hoje é produto das 
transformações históricas e sociais vivenciadas no Brasil no decurso dos últimos 
séculos. Vale por em destaque que a organização disciplinar por meio do controle, 
como forma de vigiar e controlar o comportamento dos discentes influenciou, 
significativamente, o desenvolvimento e o modo como as escolas, enquanto 
instituições formativas atuaram (atuam) por muito tempo no cenário brasileiro. 
Sobre esta temática, Aquino (2007) nos ajuda compreender assinalando que se 
trata de um modelo educacional raro na história da humanidade, o qual estava 
voltado para a racionalização e normatização do espaço, do tempo e dos corpos 
dos indivíduos. 
 
Percebe-se, contudo, que os instrumentos de vigilância, punição e controle 
foram e são elementos intervenientes na organização do espaço e do tempo 
escolar, pois este modelo pautava-se em um modelo de estudante ideal e que 
pouco considerava os elementos que levava o estudante a apresentar um bom 
comportamento. Ainda para Aquino (2007), “a disciplina dedica-se ao 
assujeitamento dos corpos dos indivíduos nas instituições”. Para exemplificar, veja 
abaixo um trecho de um texto, de 1922, apresentado por Aquino e intitulado 
“Recomendações Disciplinares”: 
 
36 
 
 
Não há crenças refratárias à disciplina, mas somente estudantes 
não disciplinados. A disciplina é um fator essencial do 
aproveitamento dos estudantes e indispensável ao homem 
civilizado. Mantém a disciplina, mais do que o rigor, a força moral 
do mestre e o seu cuidado em trazer constantemente as crianças 
interessadas em algum assunto útil. 
Os estudantes devem se apresentar na escola minutos antes das 
10 horas, conservando-se em ordem no corredor da entrada, para 
daí descerem ao pátio onde entoarão o cântico. 
Formados dois a dois dirigir-se-ão depois às suas classes 
acompanhadas das respectivas professoras, que exigirão que se 
conservem em silêncio e entrem nas salas com calma, sem 
deslocar as carteiras. 
Deverão andar sempre sem arrastar os pés, convindo que o façam 
em terça, evitando assim o balançar dos braços e movimentos 
desordenados do corpo. (...). (1996, p.42). 
 
 
 
Percebe-se, com base nas contribuições do autor, que os instrumentos de 
correções disciplinares visavam controlar e ordenar o corpo e a fala. O silêncio, 
entretanto, devia ser absoluto dentro e fora do contexto da sala de aula, assim 
como os movimentos corporais deveriam ser contidos e examinados 
minuciosamente nos diferentes tempos e espaços da escola. A proposta do 
sistema escolar era, portanto, manter os corpos infantis controlados e sob a ordem 
da instituição. Baseado no modelo da prisão e/ou das indústrias, a ideia era que 
cada corpo fosse tratado como uma máquina. Dispostos a desenvolverem um 
projeto bastante desafiador e exaustivo, as escolas recorreram ao recurso 
disciplinador que consistia em colocar os indivíduos num espaço delimitado por 
paredes, ou seja, a estrutura física do espaço escolar era cuidadosamente restrita. 
 
A causa de tal realidade obedecia a mais científica e industrial intenção da 
escola: habituar os estudantes a permanecerem tranquilos e não instruí-los para o 
desenvolvimento intelectual/cognitivo. Como uma espécie de adestramento, as 
crianças deveriam permanecer sentadas durante períodos estabelecidos pelos 
seus superiores. Manter crianças estáticas por longas horas não foi uma tarefa 
nada animadora, portanto a proposta inicial da escola foi se modificando a partir 
da inserção de novos ideais e movimentos na sociedade, como a Reforma 
Protestante e o Iluminismo. 
 
 
37 
 
Face ao exposto, compreende-se a organização do espaço escolar como 
um “quartel”, no qual o professor assumia a posição de sujeito superior 
hierárquico, e mantinha uma relação com os estudantes abalizada nos termos 
obediência e subordinação. Ilustra esta ideia as contribuições de Aquino (1996, 
p.43), pois segundo o autor: “O professor não era só aquele que sabia mais, mas 
que podia mais, porque estava mais próximo da lei, afiliado a ela”. Nota-se 
claramente que a disciplina era imposta, na época, por meio do castigo, medo, 
coação e subserviência, principalmente à figura do professor. Logo, a prática de 
permanecer parado e quieto na cadeira escolar tornou-se, por muito tempo, 
necessária, pois, assim, acreditava ser possível possibilitar o bom funcionamento 
da escola, assim como assim era possível ensinar a criança a controlar os seus 
impulsos e afetos. 
 
Pois bem, lançando mão de toda essa discussão histórica sobre a 
organização do espaço escolar e partindo do princípio que o espaço escolar 
abarca uma dimensão democrática, compreende-se que se faz necessário e 
urgente repensar o modo de organização do espaço escolar no contexto 
contemporâneo, pois, como explicita Libâneo (2010, p. 80), “a educação nunca 
pode ser a mesma em todas as épocas e lugares devido a seu caráter socialmente 
determinado”. 
 
É preciso reconhecer, com base na discussão empreendida e nas 
contribuições de autores, como Sibilia (2012), Aquino (1996), entre outros, que a 
escola na contemporaneidade está em crise por seu modelo não se ensamblar 
com os jovens do século XXI, todavia, estaria se tornandouma máquina antiquada 
e, portanto, incompatível com os corpos e subjetividade das crianças nos dias 
hodiernos, pois o modelo de escola implantado no Brasil, há décadas, e que 
parece ainda em voga em muitos territórios brasileiros, não corresponde com a 
demanda do mundo moderno. Com o surgimento da televisão, ao longo do tempo 
das TIC’S, o professor deve incluir tais tecnologias no contexto escolar fazendo, 
portanto, com que essa realidade do cotidiano dos jovens esteja presente no 
processo de ensino e, por consequência, diminuindo um abismo que há, muitas 
vezes, entre o mundo social e as salas de aula. 
 
 
38 
 
Entretanto, faz-se oportuno enfatizar que muitos professores não detêm o 
conhecimento necessário acerca das tecnologias e acabam não utilizando tais 
recursos e, por vezes, a escola até proibe a entrada dessas tecnologias em sala 
de aula, como é o caso do celular, da internet. Em contrapartida, muitas outras 
escolas percebem a necessidade da junção entre o escolar e o contexto midiático 
e estão a buscar soluções para o fato. O fato é que, por fim, há fatores 
econômicos e políticos que justificam esse distanciamento entre o mundo real e a 
sala de aula, ou seja, as mudanças do mundo afetaram diretamente os corpos e 
as subjetividades, logo se faz necessário a construção de uma escola compatível 
com os sujeitos, ditos contemporâneos. 
 
39 
 
 
 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
A Escola na 
Contemporaneidade: 
outros tipos de corpos e 
subjetividades 
 
3 
 
 
Conhecimentos 
 
 
Compreender sobre a instituição escolar e o contexto contemporâneo abalizado 
pelo dinamismo tecnológico, consumo exacerbado, marketing, publicidade e pela 
conectividade e interatividade em tempo real. 
 
Habilidades 
 
Identificar o surgimento das dificuldades e as facilidades com a utilização dos 
aparelhos tecnológicos no contexto educacional contemporâneo. 
 
Atitudes 
 
Posicionar-se criticamente na integração da educação e tecnologia 
desenvolvendo projetos educativos, uma escola inovadora. 
 
42 
 
 
 
43 
 
A Escola em tempo de turbulência 
 
 
 
[...] a escola seria, então, uma máquina antiquada. Tanto 
seus componentes quanto seus modos de funcionamento já 
não entram facilmente em sintonia com os jovens do 
século XXI. (SIBILIA, 2012, p. 13, grifos nossos). 
 
 
Turbulência é a palavra escolhida aqui para descrever toda a 
movimentação ocorrida ao longo da história e transformada em crise. Crise 
esta que já vem adquirindo novos moldes e, portanto, nova consistência, 
pois Deleuze, filósofo francês, em 1990, já detectava a implantação de um 
novo regime ("novo monstro") que seria baseado nas tecnologias 
eletrônicas e digitais e com um capitalismo mais dinâmico, influenciado por 
fluxos e interconexões cada vez mais globais. Ressalta-se que neste novo 
contexto há também uma exaltação da empresa como instituição-modelo, 
ou seja, o espírito empresarial se apossa de outros elementos da 
sociedade, bem como da escola, corpos e subjetividades. 
 
Este espírito pode ser visto como uma expressão da racionalidade 
capitalista que traz consigo o culto do desempenho individual ou culto a 
performance. Essa nova cultura vem imbuída de um exercício constante 
pela busca da excelência, via ideologia da autossuperação, onde o sujeito, 
antes avaliado pela normatividade da lógica disciplinar, agora é mensurado 
por parâmetros mais atuais e de natureza mercadológica. 
 
Sibilia (2012) explica que a sociedade atual solicita novos padrões a 
partir do discurso do empreendedorismo neoliberal e que a escola tradicional, 
arraigada em uma perspectiva uniformizadora, homogeneizadora e 
normalizadora, não estaria apta a produzir tais sujeitos condizentes com 
esses novos credos. Inclusive, tais princípios poderiam abortar "em seus 
estudantes a incubação dessas habilidades tão valorizadas na atualidade" 
(SIBILIA, 2012, p.46). 
 
 
44 
 
Entretanto, compreende-se que essas mutações na modernidade se 
iniciaram nos últimos dois séculos e tiveram o ambiente doméstico, via 
família nuclear burguesa, como lócus disseminador de modelagens de 
corpos e subjetividades específicas para o dado momento. Assim como as 
famílias, as escolas também foram espaços fortes de confinamento, 
disciplina e introspecção. O sujeito moderno era mais "interiorizado". Porém, 
esse modelo estaria ultrapassado frente às velozes mudanças do século XXI, 
pois "são outros os corpos e as subjetividades que se tornaram necessários" 
(SIBILIA, 2012, p. 47). 
 
Por isso, novos modos de ser e estar no mundo começam a ficar 
cada vez mais visíveis na contemporaneidade. Há uma substituição da 
introspecção pelo convite à exposição. É o colapso da subjetividade 
interiorizada. Isso altera o circuito de formação para o mercado de trabalho. 
Hoje o mercado quer determinadas habilidades que tornaram outras, antes 
necessárias, puramente ultrapassadas. A contemporaneidade "busca 
características antes combatidas, como originalidade associada à certa 
espontaneidade inventiva, além da capacidade de mudar com rapidez, “(...) a 
livre iniciativa, a motivação, o perfil empreendedor e a vocação proativa" 
(SIBILIA, 2012, p.48). Essas características possibilitam a movimentação dos 
mercados através de um indivíduo conquistador (termo de Alain Ehreberg), 
capaz de incontáveis superações em busca da excelência. Este mesmo 
sujeito quer expor seu "ideal de felicidade" e, na atualidade, não há 
obstáculos para inibi-lo. Ou seja, o "eixo interior" incentivado durante os dois 
séculos anteriores é substituído pelo o que o psicanalista brasileiro, Benilton 
Bezerra, chama de "subjetividade exteriormente centrada", que não quer 
experimentar conflitos internos, nem a dimensão privada. 
 
Tal realidade interfere diretamente na forma como nos relacionamos 
com as pessoas e com o mundo. Sobretudo, porque as personalidades 
deixam de ser introdirigidas e um tanto quanto misteriosas, e passam a ser 
alterdirigidas (pessoas reagem em conformidade com as outras pessoas 
visando à aprovação e à popularidade no seu meio cultural e social), portanto, 
construídas através do olhar do outro. Daí a necessidade de exposição 
 
45 
 
interativa, bem como o uso dos dispositivos eletrônicos como artefatos que 
desempenham um papel vital nessa metamorfose. De acordo com Sibilia 
(2012) esta seria uma forma dos sujeitos contemporâneos conseguirem 
permanecer "à altura das novas coações socioculturais, gerando maneiras 
inéditas de ser e estar no mundo" (SIBILIA, 2012, p.51). 
 
Diante da possibilidade do ineditismo, não apenas as novas 
gerações, mas todos se encantam e são atraídos pela aparelhagem 
eletrônica. Este novo ambiente é antagônico aos moldes escolares, por isso, 
gera-se um choque entre corpos e subjetividades contemporâneos e a 
escola. O filósofo francês Deleuze afirma, de maneira voraz, que não há 
solução para a escola, bem como para outras instituições disciplinares. 
Entretanto, Sibilia (2012) explica que até pouco tempo a escola, em tempos 
áureos, se sustentava de forma ortopédica com base em valores que eram 
internalizados de maneira tão veemente que as normas eram respeitadas 
não apenas pelos estudantes, mas por pais, professores, ou seja, o 
cumprimento de normas, leis, regras não era apenas produto da vigilância e 
da possibilidade de punições. Isso ocorria porque "era assim que a máquina 
funcionava e assim devia ser" (SIBILIA, 2012, p.54). 
 
Todavia, na conjuntura atual, essa configuração interiorizada vai 
sendo ostensivamente substituída por corpos esubjetividades, cada vez 
mais, clarificados, onde assumir uma postura introspectiva e reprimir-se 
seria, de acordo com Charles Taylor, uma espécie de limitação às 
realizações individuais. O modelo anterior submetia os indivíduos aos seus 
padrões e havia uma intensa oposição entre o público e o privado, enquanto 
agora, sujeitar-se a tais imposições morais, sociais significaria um 
conformismo diante da possibilidade de experimentar a era da autenticidade. 
 
Fica claro que a contemporaneidade, traz junto ao século XXI, novos 
valores que despontam em todo o cenário social, inclusive no âmbito escolar. 
O grande desafio está em perceber que é possível refletir sobre novas 
possíveis bases para o solo tão fluído dessa nova realidade que vivemos. 
 
 
46 
 
Novos tempos, novas escolas 
 
[...] a escola contemporânea não deve apenas respeitar as 
diferenças, ela deve, também, fazer aparecer e registrar 
diferenças entre os estudantes (CHARLOT, 2008, p.27). 
 
Sujeita às transformações da sociedade, cada vez mais, a escola se 
insere e se deixa inserir pelo circuito tecnológico. Um bom exemplo disso 
surge nos projetos de natureza computacional para a educação. "Equipar os 
colégios e seus habitantes com tecnologia de ponta parece ser o primeiro 
passo para tentar vedar essa brecha" (SIBILIA, 2012, p.181). Ainda que difícil 
e oneroso, organizar as escolas estruturalmente parece ainda ser menos 
desafiador que outros obstáculos. Entretanto, Sibilia (2012, p. 182) assinala 
que: "É evidente que essas adaptações também são necessárias e até 
promissoras, mas seria ingênuo acreditar que solucionarão por si só os 
complicados problemas". 
 
Desde a primeira década do século XXI que computadores, internet, 
smartphones e redes sociais mostram seu poder de modo intenso e 
marcante. Os frutos da entrada dessa aparelhagem tecnológica no contexto 
escolar são incertos, pois não se sabe ainda quais os frutos serão colhidos, 
haja vista que são dois universos incompatíveis, portanto, talvez, como 
preconiza Sibilia (2012, p. 183), "terminem de se fundir ou, então, entrarem 
em colapso". 
 
Faz-se interessante pontuar sobre a dificuldade de se gerir um 
projeto que envolve tecnologia, assim como a criação de materiais didáticos 
e a organização de formações para os professores de modo a integrá-los ao 
contexto midiático. A grande questão é pensar sobre o que concerne ao 
pedagógico e tentar integrar educação e tecnologia para que se desenvolva, 
então, um projeto educativo, uma escola inovadora. 
 
Pensar em tornar concreta essa escola contemporânea exige que se 
reflita sobre o risco de que toda essa tecnologia e seus aparelhos se tornem 
 
47 
 
um novo e poderoso agente de dispersão ou de fuga do confinamento 
implantado pelas escolas ao longo dos tempos. Ou seja, sabendo que 
os recursos tecnológicos, bem como a internet, já se assentaram dentro do 
universo escolar, é preciso formar ideias e estipular ações concretas que 
envolvam os professores e sua conexão entre ensino e esta aparelhagem. 
No entanto, em muitas instituições o acesso à internet é restrito e algumas 
redes são controladas pelos professores ou outros profissionais da escola. 
Esta é uma prática de caráter de controle, o que nos motiva a pensar que 
ainda são muitas as inseguranças da escola para que ainda faça uso deste 
recurso, talvez por isso a estrutura de sala de aula permanece fiel ao 
esquema tradicional. 
 
Parece ser necessário prender-se a determinadas práticas, ainda que 
ultrapassadas, já que lidar com as tecnologias e com a internet ainda é um 
tanto quanto movediço. Nesta perspectiva, percebe-se que as escolas se 
entrincheiram como podem para se protegerem das investidas tecnológicas 
que invadem o seu interior. É difícil transformar-se, sobretudo no cenário que 
vem se construindo onde, como diz Sibilia: "já não será preciso derrubar 
paredes, pular cercas ou escapulir por entre grades (...), pois os antigos 
poderes de confinamento estarão desativados pelas ondas sem fios que os 
atravessarão" (2012, p.190). Deste modo, entende-se que é necessário criar 
estratégias para que se incitem os estudantes a se apropriar da quantidade 
significativa de conhecimento disponível na contemporaneidade, não 
somente em livros impressos, mas também na rede, através desses recursos 
da tecnologia. 
É de se destacar, ainda, que a escola na contemporaneidade, por 
sua vez, também tem trabalhado para atender aos interesses da lógica 
capitalista, preparando os sujeitos para atender ao consumo exagerado e 
transformando o verdadeiro sentido das aprendizagens em mercadoria. Logo, 
os estudantes compreendem, de modo, equivocado o sentido da escola, pois 
os estudantes, na sua grande maioria, não compreendem porque devem 
frequentar a escola, assim como não se adéquam ao que é proposto e, por 
consequência, são rotulados de preguiçosos e que não querem nada. Como 
 
48 
 
diz Sibilia (2012, p. 65): 
 
Também por isso não admira que agora, quando as 
novidades das últimas décadas substituíram em boa medida 
os estilos de vidas precedentes, a sala de aula escolar tenha 
se convertido em algo terrivelmente “chato”, e a obrigação de 
frequentá-la implique uma espécie de calvário cotidiano para 
os dinâmicos jovens contemporâneos. 
 
 
Charlot (2013, p. 278) comunga do mesmo pensamento alertando 
que: “A sociedade, os pais, os professores devem aliviar a pressão hoje 
exercida sobre os jovens, desapertar os parafusos de uma máquina escolar 
que, atualmente, machuca por demais os estudantes, inclusive os “bons”.”. 
Nessa perspectiva, não é por acaso que Alarcão advoga que: 
 
Diante das rápidas convulsões sociais, a escola precisa 
abandonar os seus modelos mais ou menos estáticos e 
posicionar-se dinamicamente, aproveitando as sinergias 
oriundas das interações com a sociedade e com as outras 
instituições e fomentando, em seu seio, interações 
interpessoais. (2001, p. 15). 
 
 
Nesta perspectiva, a educação nessa lógica excludente, antagônica e 
contraditória não consegue atender seus reais objetivos, os quais seriam de 
promover aprendizagens significativas e coadunadas as reais necessidades 
dos discentes. Diante deste quadro lastimoso, os discentes muitas vezes 
abandonam a escola e a estes é negado o princípio da educabilidade. 
Consequentemente, a negação do princípio da cidadania para uma 
emancipação social e cultural. No rastro do exposto, Libâneo entra no debate 
enfatizando que: 
Cumpre, também, reconhecer a crescente dificuldade de se 
chegar a um consenso sobre as funções da educação em 
geral, da escola em particular e das formas pedagógicas e 
metodológicas que lhe cabem, frente às características do 
mundo atual. (2002, p. 20). 
 
 
Por isso, conclui-se que a escola trata-se de um projeto bastante 
audacioso, haja vista que na atualidade seu modelo está engessado, pois foi 
 
49 
 
idealizado em outrora e, portanto, passa a ser questionado. Pois, a 
contemporaneidade traz consigo inúmeras indefinições e, por isso, elementos 
os quais a escola organizava sem tantos percalços, atendendo suficientemente 
ao projeto de modernidade/industrialização, tornaram-se também indefinidos. 
As perspectivas espaço temporais, bem como o papel das, até então, mega 
instituições da sociedade, por exemplo, tornam incerta a necessidade da 
escola enquanto instrumento indispensável nos novos tempos.
 
50 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
 
 
Para uma melhor compreensão acerca dos assuntos discutidos nesta 
disciplina, sugerimos a leitura: Parar de transformar crianças e 
adolescentes em alunos do professor Doutor Rui Canário. Ele enfatizaalguns problemas da escola contemporânea e logo adverte que o atual 
contexto da escola é sombrio, assim como aponta que seu futuro é incerto, 
haja vista que está a atuar em uma arena de areias movediças. 
 
 
Propomos também a leitura do artigo O professor na sociedade 
Contemporânea: um trabalhador da contradição do professor. O autor 
doutor Bernard Charlot apresenta uma interessante discussão sobre o 
professor diante das demandas e desafios do contexto contemporâneo, 
realçando as novas pressões sociais, responsabilidades e contextos nos 
quais o professor é levado a atuar. Aborda, ainda, as dificuldades 
encontradas pelos “novos estudantes”, assim como as tensões e 
contradições que permeiam o contexto das escolas brasileiras. 
 
 
Indicamos ainda a leitura “O dualismo perverso da escola pública 
brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do 
acolhimento social para os pobres” do professor doutor José Carlos 
Libâneo. O autor, pautado nas categorias: políticas para a escola pública; 
declínio da escola pública; conferência mundial sobre educação para Todos 
de Jomtien; educação e pobreza; escola dualista, realça que a luta 
constante na contemporaneidade por escolas públicas gratuitas e de 
qualidade é bandeira de muitos educadores brasileiros. O autor sublinha 
ainda, entre outros elementos, a universalização do acesso e da 
permanência, o ensino e a educação de qualidade, o atendimento às 
diferenças sociais e culturais, e a formação para a cidadania crítica. 
 
 
 
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Guia de Estudo: 
Após a leitura, escolha um texto e sintetize-o realizando um resumo e 
disponibilize na sala virtual para compartilhar com seus colegas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
Leitura Obrigatória 
 
 
 
Caro estudante, a seguir, visando contribuir para a 
ampliação dos seus conhecimentos, propomos que 
você leia a obra organizada pela professora 
doutora Isabel Alarcão, Escola reflexiva e nova 
racionalidade. Ela apresenta uma abordagem 
conceitual e prática da Escola Reflexiva e 
consequentemente, do professor reflexivo. A obra 
propõe uma escola inovadora, dinâmica e moderna. 
Na referida escola as discussões apontam a necessidade que as relações 
interpessoais sejam respeitadas e consideradas como parte constitutiva dos 
processos de ensino e aprendizagem. 
 
 
 
ALARCÃO, Isabel (ORG.). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre: 
Artmed, 2001. 
 
 
53 
 
Pesquisando na Internet 
 
 
Prezado/a estudante, com o objetivo didático e a fim de buscar 
outras visões sobre a educação brasileira na contemporaneidade, você é 
convidado a realizar na Internet investigações a partir da seguinte 
indagação: Até que ponto a escola, frente à arena contemporânea, 
estaria apta a dialogar com atitudes formativas condizentes com 
esses novos tempos, credos e subjetividades? 
 
 
Guia de Estudo: Após sua pesquisa, disponibilize na sala virtual e 
compartilhe com seus colegas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Saiba mais 
 
Sugerimos a você, estudante, a leitura das entrevistas com a 
professora doutora Paula Sibilia, antropóloga e pesquisadora da 
Universidade Federal Fluminense (UFF). Nesta entrevista, a professora 
doutora Paula Sibilia enfatiza as transformações da subjetividade 
contemporânea, assim como os fatores, tensões e contradições envolvidas 
na crise que afeta a escola, a qual persiste, segundo ela, em um modelo 
antiquado frente aos novos modos de ser e estar no mundo. 
 
Entrevista 01: Tempo de mudanças 
 
Entrevista 02: Escola: que caminho deve ser seguido? 
 
 
Guia de Estudo: 
Após a leitura das entrevistas, faça seus comentários sobre as 
transformações e os fatores que afetam a escola e disponibilize na sala 
virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vendo com os olhos de ver 
 
 
 
 
Prezado aluno, assista ao vídeo: A escola e a sociedade em rede, 
Conferência em CENPEC – Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, 
Cultura e Ação Comunitária, com a professora doutora Paula Sibilia. 
 
 
 
Guia de Estudo: Após assistir ao vídeo, faça seus comentários sobre o que 
você achou mais relevante e disponibilize na sala virtual e compartilhe com 
seus colegas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
Revisando 
 
 
O sucesso da disciplina é determinado também a partir das 
aprendizagens apreendidas e retomadas das ideias apresentadas em cada 
unidade de estudo, isto é, retomar as questões que norteam as reflexões, 
assim como a apresentação das ideias consumatórias são elementos 
essenciais para a construção de novas práticas docentes. 
 
Na primeira unidade de estudo estudamos diferentes definições 
clássicas acerca da educação, entretanto, conscientes que as definições de 
educação são múltiplas e variadas, pois são inúmeros os autores que se 
empenham ao seu estudo. Em seguida, tratamos da escola face ao 
crescimento contemporâneo, as constantes transformações visando 
compreender o contexto no qual a escola encontra-se, hoje, inserida. E, por 
último, discutimos sobre a necessidade de uma educação contemporânea 
cidadã. 
Na segunda unidade de estudo tratamos dos desafios, demandas, 
tensões e perspectivas que perpassam o contexto escolar nos dias 
hodiernos, assim como foi alvo das novas discussões a organização escolar, 
em uma perspectiva histórica, versus a sociedade contemporânea com seus 
avanços e transformações. Tudo isso, visando levar você, a perceber que a 
escola pode e precisa ser transformada. 
Na terceira unidade de estudo, focamos a crise que já vem 
adquirindo novos moldes e, portanto, nova consistência, haja vista as 
tecnologias eletrônicas e digitais e o capitalismo, cada vez, mais dinâmico e 
influenciado por fluxos e interconexões, cada vez, mais globais. No que 
segue, realçamos que as transformações da sociedade, cada vez mais, 
invadem a escola, entre elas, as transformações tecnológicas, pois, como 
discutimos, no século XXI, os computadores, internet, smartphones e redes 
sociais tem mostrado seu poder de modo intenso e marcante e, por isso, logo 
adentram toda a sociedade. 
 
57 
 
Autoavaliação 
 
 
Trabalhando-se no sentido do “ainda não”, do “vir a ser”, e com a 
certeza de que não existem modelos de estruturas escolares perfeitos na 
educação básica, mas vislumbrando mudanças sob a ótica do possível, vale a 
pena pensarmos: 
 
 O que há de ‘velho’ no contexto escolar diante destes novos tempos?
 Em face de tempos de incertezas e rápidas transformações, que 
educação e que escolas construirmos?
 Somente as escolas são suficientes para a construção de uma nova 
sociedade?
 Inserir as tecnologias no contexto escolar, sem antes existir um 
investimento na formação docente, resolveria os entraves entre a escola 
e o contexto midiático?
 
 
 
58 
 
 
Bibliografia 
 
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nova racionalidade. Porto Alegre: Artmed. 2001. pp.15-30. 
 
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GADOTTI, M. Educação Integral no Brasil. São Paulo: Editora e Livraria 
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LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? 12. D. São Paulo, 
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Vídeos 
 
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Os desafios da educação brasileira em direção a uma educação viva e 
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https://www.youtube.com/watch?v=r52E7w4GZGk 
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SIBÍLIA, Paula. A escola e a sociedade em rede. Disponível em: 
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