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Aula 1: Contextualização da Contabilidade Gerencial. Contabilidade Gerencial é: o processo de identificar, mensurar, acumular, analisar, preparar, interpretar e comunicar informações que auxiliem os gestores a atingir objetivos organizacionais. Contabilidade como Ciência. A contabilidade é uma das ciências mais antigas do mundo. Existem diversos registros de que as civilizações antigas já possuíam um esboço de técnicas contábeis. Características básicas e o contraste entre Contabilidade Financeira e Gerencial. Padrões de relatórios externos. Maciel (2016) ressalta que, no século XXI, a contabilidade passou a ser bastante exigida para o público externo em razão da crescente regulamentação e dos vários padrões de relatórios externos (FASB e SEC nos Estados Unidos); e a demanda desse público externo levou muitas organizações a enfatizar mais o desenvolvimento de informação para os relatórios financeiros externos do que para a tomada de decisão gerencial interna e o controle. A Securities and Exchange Commission (Comissão de Valores Mobiliários). Frequentemente abreviada SEC, é uma agência federal dos Estados Unidos que detém a responsabilidade primária pela aplicação das leis de títulos federais e a regulação do setor de valores mobiliários, as ações da nação e opções de câmbio e outros mercados de valores eletrônicos nos Estados Unidos. Financial Accounting Standards Board (FASB). É uma organização sem fins lucrativos criada em 1973 para padronizar os procedimentos da Contabilidade Financeira de empresas cotadas em bolsa e não governamentais. O FASB é autorizado e reconhecido pela SEC (Securities and Exchange Commission) e tem como objetivo principal trazer padronização, maior eficiência nas decisões tomadas pelas empresas. Contador gerencial. De acordo com Maciel (2016), o contador gerencial é definido pelo IFAC (Internacional Federation of Accounting) – como um profissional que: ...identifica, mede, acumula, analisa, prepara, interpreta e relata informações (tanto financeiras quanto operacionais) para uso da administração de uma empresa, nas funções de planejamento, avaliação e controle de suas atividades e para assegurar o uso apropriado e a responsabilidade abrangente de seus recursos. Contabilidade Gerencial e o processo de tomada de decisões. A Contabilidade Gerencial não é um ramo autônomo da Ciência Contábil, como a Contabilidade Financeira (Geral) ou a Contabilidade de Custos. Compreende a integração dos vários conhecimentos pertinentes à questão gerencial, para auxiliar na tomada de decisões da administração, provenientes de vários ramos da Contabilidade e de outras ciências. É o gerenciamento da informação contábil em favor da administração da organização. A Contabilidade é imprescindível nas informações e gestão empresarial, pois proporciona aos gestores um conhecimento amplo sobre a situação financeiro-econômica de um empreendimento, tendo como objeto de estudo o patrimônio das entidades, no qual se enquadram os bens, direitos e obrigações que competem à organização. Contabilidade Gerencial e Contabilidade Custos. A contabilidade gerencial está voltada à administração de empresas, para fornecer informações extraídas dos dados contábeis, que ajudem os administradores das empresas no processo de tomada de decisão; porém, a contabilidade gerencial não se condiciona às imposições legais, tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de decisões. A Contabilidade Financeira tem seu foco nos usuários externos, baseando-se em princípios contábeis geralmente aceitos. A Contabilidade Financeira é obrigatória e tem como atribuição emitir relatórios e livros contábeis, como: A contabilidade de Custos é usada nesse contexto com os seguintes objetivos: Obter dados para o estabelecimento de padrões, orçamentos e outras formas de previsão; Acompanhar os gastos efetivamente ocorridos e compará-los com os valores anteriormente definidos; Estabelecer preços de vendas compatíveis com o mercado em que atua; Conhecer a lucratividade de cada produto; Decidir sobre corte de produtos: opção de compra ou de fabricação; Reduzir custos; Determinar o Ponto de Equilíbrio; Avaliar o desempenho. A contabilidade de Custos é a base de informações tanto para a contabilidade financeira, bem como para a contabilidade gerencial. Aula 2: Sistemas de gerenciamento de informações estratégicas. Grande parte das informações gerenciais fornecidas pela Contabilidade Gerencial, para tomada de decisão, está relacionada a custos, que são utilizados, por exemplo, para: Decisões sobre mix de produtos e mix de clientes. Lucro desejado versus o preço que o mercado está disposto a pagar. Atkinson (2011 apud MACIEL, 2016) relata a necessidade que gerentes de empresas industriais e de serviços têm de obter informações precisas e relevantes sobre seus custos realizados. Quanto maior a competitividade do mercado em que a empresa atua, maior essa necessidade. Segundo os autores, essas informações sobre custos são importantes para, por exemplo: Ajudar os engenheiros a projetarem produtos que possam ser fabricados com maior eficiência; Apontar demandas de melhorias de qualidade, eficiência e rapidez na produção; Orientar decisões relacionadas a mix de produto; Escolher entre fornecedores alternativos; Orientar as negociações sobre preços, especificações de produto, qualidade, entrega e serviços. Dessa forma, pode-se dizer que o grande desafio que se enfrenta até hoje na Contabilidade Gerencial é o de conseguir a agregação de valor para as empresas às partes que com ela se relacionam (stakeholders). Umas das técnicas utilizadas para auxiliar no avanço competitivo é o uso do sistema de informações, oferecendo às empresas relatórios gerenciais com informações que auxiliem no processo de gestão criando vantagens competitivas no mercado concorrente. Crepaldi afirma que o ponto fundamental da Contabilidade Gerencial é o uso da informação contábil como ferramenta para a administração. O sistema de informação contábil gerencial só poderá ser executado de forma eficiente por intermédio de um sistema integrado de informações contábeis que abranjam tanto os recursos humanos quanto os tecnológicos. (CREPALDI, 2012 apud MACIEL, 2016, p. 15). Sistema de informações contábeis. A contabilidade é responsável por coletar dados de diversas fontes – tanto internas quanto externas à empresa – por meio da utilização de várias ferramentas e técnicas. Para a entidade empresarial, a contabilidade funciona como um instrumento de planificação e controle que possibilita a previsão e a interpretação dos resultados. O sistema contábil é importante para gerar informação de apoio à tomada de decisão, que guie e direcione as ações, monitorando e avaliando o desempenho e o resultado da organização. O sistema formado pela contabilidade é, portanto, um mecanismo em forma de processamento das transações diárias da empresa. Esse sistema registra os fatos contábeis baseado no plano de contas. De acordo com essa ideia, a informação produzida pela contabilidade pode ser financeira e não financeira. Informação financeira. Informação formada pelas demonstrações contábeis, que estão de acordo com os princípios contábeis, as normas da CVM e a legislação societária. A principal função dessas demonstrações é apresentar dados relevantes para acionistas, credores, governo e outros que necessitam desse tipo de informação por algum interesse específico. Informação quantitativa. Informação que apresenta valor monetário e informação que, mesmo sendo financeira, proporciona outra expectativa. Informação qualitativa. Informação de caráter não financeiro que pode – e deve – ser utilizada no processo de tomada de decisão. Esse tipo de informação é utilizado para a avaliação daeficiência operacional e para a preservação dos resultados de longo prazo da entidade. Dessa forma, um sistema de informação permite que a empresa tenha uma visão integrada de seus negócios. Funções básicas da Controladoria. A Controladoria, no modelo sistêmico, tem função integradora das demais áreas, coordenando esforços para conseguir resultado global superior ao resultado individual de cada área e permanecendo sempre em busca de um processo de gestão composto por etapas de planejamento, execução e controle. Por meio do planejamento, os gestores implementam suas ações, os planos e avaliam o resultado do que foi idealizado e orçado. Dessa forma, a Controladoria surgiu para ampliar e disseminar o entendimento do processo de gestão, identificando a razão de ser de uma organização e quais fatores estão contribuindo, ou não, para a eficiência e eficácia de suas operações, de forma que se assegure a continuidade do negócio pela geração contínua de resultados econômicos favoráveis. (OLIVEIRA, 2009 apud CORRÊA, 2016). Controladoria e a Contabilidade Gerencial. A Controladoria é um órgão administrativo que tem como principal missão a continuidade da empresa, que deve ser assegurada pela otimização de seu resultado. Além disso, sua função e os princípios que a norteiam são definidos no modelo de gestão da empresa para a melhoria contínua do processo de gerenciamento. Seu objetivo é propor e aperfeiçoar instrumentos de planejamento e controle gerencial por meio das diversas ciências advindas da Controladoria. Dessa forma, conclui-se que a Controladoria contém as funções da contabilidade gerencial, o que significa mais do que a administração de um sistema financeiro, e com enfoque e responsabilidade de apoio às atividades operacionais, gerando valor. Esse contador gerencial deve esforçar-se para assegurar que a administração tome as melhores decisões estratégicas. Identificaremos a seguir os tipos de contabilidade que se aplicam à Controladoria e às informações que deles podemos extrair: Contabilidade financeira. Aquela responsável pela elaboração e comunicação de informações, principalmente as voltadas aos usuários externos. As informações repassadas aos usuários internos são apresentadas por meio de relatórios contábeis. A contabilidade financeira baseia-se nos princípios contábeis e na legislação societária. No caso das sociedades anônimas, essas informações são publicadas para os interessados externos e devem passar pelo processo de verificação feito pela auditoria. Contabilidade de custos. Aquela voltada para mensuração e apuração do custo dos produtos, serviços ou centros de contabilidade. A contabilidade de custos também serve de apoio para a geração de informação que serve de base para a contabilidade gerencial. Contabilidade tributária. Aquela que se baseia no planejamento, na apuração e no controle dos tributos que incidem sobre o lucro das entidades e sobre as receitas provenientes da venda de produtos ou da prestação de serviços, bem como da movimentação financeira da empresa. Contabilidade gerencial. Aquela que se relaciona com o processo de fornecimento de informações aos usuários internos da empresa – proprietários, gerentes e controllers. Como vimos, as informações da contabilidade podem ser de três tipos: Informação tradicional (financeira/monetária): balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração do fluxo de caixa, custos de serviço e margem de lucro. Informação qualitativa (não financeira): retorno sobre as vendas, nível de atividade, número de pedidos, unidades em estoque e horas orçadas. Informação quantitativa (não financeira – dados): Satisfação do cliente, satisfação dos empregados, qualidade dos produto ou serviço e lançamento de novos produtos ou serviços. Aula 3: Sistema de custeio por absorção. Introdução ao sistema de custeio por absorção. O sistema de custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos princípios contábeis geralmente aceitos. Esta técnica de custeio foi introduzida no Brasil por empresas alemães que se instalaram no país durante a implantação da indústria automobilística nos anos 1960. A principal característica dele consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens ou serviços em elaboração, ou seja, são apropriados todos os gastos oriundos do esforço de fabricar para encontrar o seu custo de fabricação. Assim, depois de apropriar todos os custos diretos e indiretos de fabricação, dividimos pelo volume produzido para encontrar o custo de fabricação unitário. Exemplo: suponhamos que a indústria Azul Marinho tenha produzido em um determinado mês 12.000 unidades de um produto. Foi apropriado, em custos de produção, sejam eles fixos ou variáveis, o valor de R$ 36.000,00; as despesas operacionais foram de R$ 8.000,00 no mês. Neste mesmo mês, foram vendidas 10.000 unidades a R$ 5,00, num total de vendas de R$ 50.000,00. O custo de fabricação unitário será de R$ 3,00 = (R$ 36.000,00/12.000 unidades). Os gastos não fabris (despesas operacionais) são excluídos dos custos dos produtos e serviços e lançados no resultado do período. Conceito e tratamento dos gastos. Gastos: Gasto financeiro que a empresa tem de arcar para a obtenção de produtos ou serviço produzidos ou executados para a sua atividade-fim, sendo eles custos ou despesas. Investimentos: Em bens que serão ativados ou de benefícios atribuídos a períodos futuros, ou seja, não serão consumidos e nem apropriados a produtos e serviços. Custos: Apropriados e consumidos direta ou indiretamente nos produtos e serviços produzidos pela empresa. Despesas: Correspondentes a bens ou serviços apropriados e consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas, ou seja, não fazem parte dos gastos com a fabricação dos produtos ou da prestação dos serviços. Desembolso: Desencaixe de recursos financeiros para pagamento de bens ou serviços utilizados pela empresa. Perda: Gastos utilizados e consumidos de forma diversa do planejado, ou seja, gastos que não foram transformados em produtos ou serviços. Princípios adotados pelo custeio por absorção. Os custos apropriados vão para o ativo na forma de produtos e só podem ser considerados para resultado do período ao ocorrer a venda do produto. Vale ressaltar que uma empresa não deve alterar o modo de apropriar os custos invariavelmente, pois existem diferenças entre eles e, quase sempre, essas mudanças podem dar uma falsa impressão dos resultados obtidos. O custeio por absorção se dá por meio de um esquema básico: 1 Separação entre custos e despesas. 2 Apropriação dos custos diretos diretamente aos produtos ou serviços. 3 Rateio dos custos indiretos. Custos diretos. São os custos que estão relacionados com o processo produtivo de bens e serviços, como, por exemplo: Material direto: Formado por matérias-primas, embalagens, componentes adquiridos prontos e outros materiais utilizados no processo de fabricação; Mão de obra direta (MOD): Refere-se apenas aos gastos com pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração do tempo despendido e a identificação de quem executou o trabalho. Custos indiretos. Os custos indiretos não podem ser facilmente atribuídos às unidades, necessitando de alocações para isso. Exemplo. Depreciação da indústria, aluguel da indústria e mão de obra indireta. As alocações causam a maior parte das dificuldades e deficiências dos sistemas de custos, pois não são simples e podem ser feitas por vários critérios. Existe a questão da alocação dos custos indiretos aos produtos e sua análise dá origem aos métodos de custeio. Dessa forma, os custos indiretos necessitam de aproximações, isto é, alguns critérios de rateio, para serem atribuídos aos produtos.Exemplo. Seguros e aluguéis da fábrica e supervisão de diversas linhas de produção. Análise dos critérios de rateio. A apropriação dos custos indiretos é feita de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento dos custos etc. Essas formas têm maior ou menor grau de subjetividade devido à arbitrariedade que existe nessas alocações. Os custos comuns a vários departamentos são rateados em função da sua natureza. Quanto aos indiretos, devem ser rateados segundo os critérios julgados mais adequados para relacioná-los aos produtos em função. Para uma devida alocação dos custos indiretos de produção, é necessário proceder à análise de seus componentes e à verificação de quais critérios são capazes de fazer uma relação melhor deles com os produtos. Critérios bons numa empresa podem não ser bons em outras, em virtude das características especiais do próprio processo de produção. É necessário que as pessoas responsáveis pela escolha dos critérios de rateio conheçam bem o processo produtivo da empresa. Aula 4: Sistemas de custeios por departamentos e por atividade (ABC). Conceito de departamento e sua classificação. De acordo com Martins (apud Borges, 2015), departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade de custos, representada por pessoas e máquinas, em que se desenvolvem atividades homogêneas. Deve sempre haver um responsável para cada departamento, podendo ser constituído tanto por pessoas e máquinas quanto apenas por pessoas ou, teoricamente, máquinas. Exemplo: Contabilidade, manutenção, almoxarifado, forjaria. A nomenclatura departamento pode variar de acordo com cada organização, podendo ser utilizadas as palavras setor, unidade e diretoria. São todas nomenclaturas utilizadas para os centros de responsabilidades de uma organização. Dessa forma, a departamentalização nada mais é que a divisão da organização em departamentos. A departamentalização é obrigatória em custos para uma racional distribuição dos custos indiretos. Centros de custos. Segundo Martins (apud Borges, 2015), na maioria das vezes, um departamento é um centro de custos, ou seja, nele são acumulados os custos indiretos para posterior alocação aos produtos (departamentos de produção) ou a outros departamentos (de serviços). Centro de custos é a unidade mínima de acumulação de custos indiretos. Mas não é necessariamente uma unidade administrativa, só ocorrendo quando coincide com o próprio departamento. Adotaremos como critério simplificador a ideia de que cada departamento corresponde um único centro de custos, porém tendo a consciência de que essa simplificação pode não ocorrer para todas as empresas na prática. Para que possa ser caracterizado como tal, um centro de custos deveria: Ter uma estrutura de custos homogênea; Estar concentrado num único local; Oferecer condições de coleta de dados de custos. Afinal, por que departamentalizar? Conforme salienta Martins (apud Borges, 2015), a alocação dos custos indiretos aos produtos por meio do uso do custeio por absorção com departamentalização é uma maneira de cometer menos injustiças e diminuir as chances de erros maiores no uso dos critérios de rateio. Custeio por absorção com departamentalização. Por que estamos falando em departamentos ou departamentalização? Porque temos custos diretos e indiretos. Não há problemas em alocar os custos diretos aos produtos, já que são perfeitamente identificáveis. Mas isso não ocorre com os indiretos. Nesse caso, uma forma de reduzir o impacto do rateio é distribuir racionalmente os custos indiretos aos departamentos para posteriormente serem alocados aos produtos. Dessa forma, os departamentos passam a ser centros de custos ou uma unidade mínima de acumulação de custos indiretos. A alocação, primeiro aos departamentos para posterior alocação aos produtos, é uma maneira de diminuir os erros. A aplicação do custeio por absorção com departamentalização complementa a sequência vista na unidade anterior, a do custeio por absorção com rateio simples. De acordo com a ordem de passos exposta por Martins (apud Borges, 2015), tem-se: 1º passo - Separar custos e despesas. 2º passo - Lançar despesas diretamente no resultado. 3º passo - Separar custos diretos e indiretos. 4º passo - Apropriar custos diretos diretamente aos produtos. 5º passo - Apropriar custos indiretos que pertencem aos departamentos a partes comuns. 6º passo - Rateio dos custos indiretos comuns aos departamentos de produção e serviços. 7º passo - Escolha da sequência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua atribuição aos departamentos de produção. 8º passo - Atribuição dos custos indiretos dos departamentos de produção aos produtos. De maneira esquemática, teríamos o diagrama para aplicação do custeio por absorção com departamentalização Quando se utiliza o custeio por absorção sem departamentalização, tem-se a apuração do resultado do exercício conforme exigido pela legislação fiscal e societária; no entanto, o uso do custeio com departamentalização permite, além do controle de gastos na empresa, controlarmos gastos e a elaboração de relatórios por departamento, de modo que podem ser avaliados em nível de eficiência e eficácia de produção. Portanto, a departamentalização é interessante em custos por ser uma metodologia mais racional de distribuição dos custos indiretos de fabricação. Apuração dos custos das atividades (ABC). No método de custeio baseado em atividades – ABC (activity-based costing), a atribuição dos custos às atividades ocorre de três maneiras: Atenção I. Alocação direta, quando se tem bases confiáveis e objetivas de alocação dos custos às atividades; II. Rastreamento, quando a alocação dos custos é feita com base na rela¬ção causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração dos custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de custos de primeiro estágio, con¬forme estudado na aula 1; III. Rateio, realizado apenas quando não se aplica a alocação direta ou o rastreamento. Segundo Martins (apud Borges, 2015), no custeio ABC, as atividades consomem recursos e os produtos consomem atividades, procurando reduzir as distorções provocadas pelo rateio arbitrário dos custos indiretos. A exigência de melhor alocação dos custos indiretos deve-se ao avanço tecnológico, à crescente complexidade dos sistemas de produção e à grande diversidade de produtos e modelos fabricados. Didaticamente, as atividades podem ser organizadas em cinco níveis gerais: Alocação dos custos das atividades aos produtos. A partir da premissa de que são as atividades que consomem recursos e essas são consumidas por produtos e outros objetos de custo, Hansen e Moween (apud Borges, 2015) explicam as seis etapas essenciais para o projeto de implantação de um sistema ABC: Identificar, definir e classificar as atividades e os atributos-chave. Identificar refere-se a descrever a ação pretendida como receber materiais. A definição é feita a partir da descrição dos atributos de atividades, que detalha as tarefas realizadas em uma atividade, os tipos de recursos consumidos por ela, o tempo gasto pelo funcionário, os objetos de custos que a consomem e uma medida de consumo de atividade que é o próprio direcionador de atividade. A classificação das atividades refere-se à sua atribuição em um dos dois grupos: das atividades primárias, as que são consumidas por um objeto de custo, e das atividades secundárias, consumidas por atividades primárias ou outras secundárias. Atribuir o custo dos recursos às atividades. Nesta etapa, identificam-se os recursos consumidos em cada atividade e seus respectivos custos. Para tanto, é necessário utilizar o rastreamento direto ou por direcionador. Os direcionadores de recursos são os fatores que medem quanto cada atividade consome de recursos,permitindo que esses sejam atribuídos àquelas. Atribuir o custo das atividades secundárias às atividades primárias. Cada atividade primária funciona como um direcionador de atividade; a partir da determinação dos direcionadores, verifica-se que proporção cada atividade primária consome das secundárias. Identificar os objetos de custo e especificar a demanda de cada atividade consumida por objeto de custo específico. Isto é feito a partir de dois tipos de direcionadores: os direcionadores de transação medem quantas vezes uma atividade é realizada, assim como a quantidade de tratamentos e de pedidos; os direcionadores de duração medem o tempo requerido para realizar uma atividade. Calcular as taxas de atividades primárias. Este cálculo é feito a partir da divisão dos custos das atividades orçadas pela capacidade prática de atividades, sendo que a capacidade de atividade é a quantidade de produto da atividade. Atribuir os custos de atividades aos objetos de custo que as consumiram. Isto é feito a partir da multiplicação das taxas de atividade pela quantidade consumida pelo objeto de custo de cada atividade. Ressalta-se que um objeto de custo pode ser, por exemplo, um produto, um lote, uma ordem ou uma encomenda. Segundo Ribeiro (apud Borges, 2015), é sempre importante lembrar que, em qualquer um dos dois estágios de atribuição de custos, havendo a possibilidade de identificar o custo em relação à atividade ou ao produto de forma clara e objetiva, esta deverá prevalecer sobre o rastreamento e o rateio dos custos indiretos. Aula 5: Custeio variável. O sistema de custeio variável segrega os custos e as despesas em variáveis e fixos. Nesse sistema, os custos de produção são aqueles que vão aumentar ou diminuir em função da quantidade produzida. O seu método também é conhecido como custeio direto, que é um tipo de custeamento que se fundamenta no pressuposto de que os custos fixos são considerados como aqueles do período necessários para manter a estrutura da empresa, sejam os produtos fabricados ou não. Assim, pelo método do custeio variável, os fixos adquirem a mesma classificação dada às despesas. Portanto, no custeio variável, somente os custos variáveis de produção são alocados aos bens e serviços produzidos. Vale ressaltar que, no Brasil, o uso do dele se restringe a fins gerenciais, uma vez que, oficialmente, tanto por determinação do Fisco quanto pela observância dos princípios fundamentais de Contabilidade, deve-se, para custeamento dos produtos fabricados, adotar o sistema de custeio por absorção, que contempla como custo de produção tanto os custos diretos (variáveis) quanto os custos indiretos (fixos). Como a aplicação do termo direto ou variável nem sempre coincide exatamente com seus conceitos básicos, deve-se ter cautela com seu emprego. O sistema de custeio variável enxerga a apropriação e análise dos custos e despesas variáveis, independentemente de eles serem diretos ou indiretos aos produtos ou serviços, o que, confrontado com a receita do período, surge o conceito de margem de contribuição, técnica muito utilizada para a tomada de decisão gerencial nas organizações. Cabe ressaltar que o sistema de custeio variável não se enquadra com os princípios contábeis da competência e da confrontação, por isso não é aceito pela legislação fiscal nem pelas empresas de auditoria externas. Mas a não aceitação desse sistema pelas autoridades não impede que as organizações possam utilizá-lo internamente. Demonstração de resultado no sistema de custeio variável. A gestão de custos oferece uma alternativa diferente de como demonstrar o resultado, apoiando a tomada de decisão: DRE do custeio variável. Receitas de vendas. (-) Custos e despesas variáveis (=) Margem de contribuição (-) Custos e despesas fixos (=) Resultado Margem de contribuição. É a quantia gerada pelas vendas que é capaz de cobrir os custos fixos da empresa e ainda gerar como resultado um lucro. MC = PV – (CV – DV) Em que... MC: margem de contribuição; PV: preço de venda; CV: soma dos custos variáveis; DV: soma das despesas variáveis. Exemplo de aplicação do custeio variável com uso da margem de contribuição Para a aplicação do custeio variável, assim como do custeio por absorção e ABC, podemos estabelecer alguns passos: 1º PASSO Separar custos e despesas; 2º PASSO Separar o que são custos fixos e o que são variáveis; 3º PASSO Os custos variáveis devem ser apropriados diretamente aos produtos; 4º PASSO Os custos fixos devem ser tratados conforme as despesas e lançados diretamente no resultado do período. Esquematicamente, teríamos: Agora, vamos praticar um exemplo de aplicação do custeio variável. A Fábrica Jacarandá S/A. é uma empresa que produz cadeiras. Em determinado período, apresentou os seguintes dados: Quantidade produzida 2.000 un. Quantidade vendida 1.900 un. Madeira (MD) + MOD R$ 25/un. Ferragem (MD) + MOD R$ 50/un. Custos Indiretos R$ 13.000 Despesas Administrativas R$ 12.500 Despesas Variáveis R$ 10,00/un. Preço de Venda R$ 180,00 Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável. Vamos comparar os resultados pelo custeio por absorção e pelo custeio variável. Uma forma explícita de comparar as diferenças entre os dois métodos de custeio é pela aplicação de um exemplo. A Cia. Brasileira apresentou os seguintes dados contábeis para determinado exercício social: PRODUÇÃO 1.000 unidades acabadas Custos fixos R$ 20.000,00 Despesas fixas R$ 4.000,00 Custos fixos R$ 20.000,00 Despesas fixas R$ 4.000,00 Conciliação dos resultados apurados pelo custeio por absorção e pelo variável: RELAÇÃO EFEITO NO ESTOQUE EFEITO NO LUCRO Produção = vendas Sem variação Lucro por absorção = Lucro pelo variável Produção > vendas Aumento de estoque Lucro por absorção > Lucro pelo variável Produção < vendas Diminuição de estoque Lucro por absorção < Lucro pelo variável Vantagens e desvantagens dos dois sistemas de custeios. Aula 6: Relação custo x volume x lucro. Uma das mais relevantes contribuições da Contabilidade de custos consiste em sua capacidade de gerar informações de forma rápida e confiável para a tomada de decisão dos gestores. Nesse sentido, a classificação dos gastos em variáveis e fixos torna-se fundamental por ser a base do cálculo da margem de contribuição, em que se procura evidenciar a potencialidade ou a rentabilidade de um produto ou serviço de forma a absorver todos os gastos fixos da empresa (custos e despesas). Conceito de ponto de equilíbrio. Ponto de equilíbrio é aquele nível de operação da empresa no qual gastos e receitas se equivalem, resultando em lucro zero. Acima dele, a empresa terá lucro; abaixo, prejuízo. No ponto de equilíbrio contábil ou operacional (PEC), ela não terá lucro nem prejuízo. Daí vem a palavra equilíbrio, que podemos encontrar em quantidade e em valor. Aquele representa a quantidade mínima que deverá ser vendida para que a empresa não tenha lucro nem prejuízo. Já este corresponde ao mínimo de receita que ela deverá obter para não ter nem lucro nem prejuízo (receita de equilíbrio). O ponto de equilíbrio também é chamado de ponto de ruptura (break-even point). Nessa situação, o lucro é igual a zero: receitas totais menos custos (e despesas) chegaram este resultado. Ponto de equilíbrio contábil, econômico e financeiro. De acordo com Megliorini (apud Maciel, 2016), dependendo da análise a ser realizada e das decisões a serem tomadas, podemos determinar pelo menos três situações de equilíbrio, como veremos a seguir, pois o ponto de equilíbrio pode ser analisado sob três aspectos: contábil, econômico e financeiro. Assim, os métodos de apuração do pontode equilíbrio são os seguintes: Ponto de equilíbrio contábil (PEC): Ponto em que, contabilmente, a empresa não apresenta lucro ou prejuízo; Ponto de equilíbrio econômico (PEE): Ponto em que a empresa é capaz de cobrir seus custos e despesas e ainda gerar resultado mínimo desejado; Ponto de equilíbrio financeiro (PEF): Ponto em que itens que não apresentam desembolso de caixa são desconsiderados. Vamos agora diferenciar os conceitos de PEC, PEE e PEF. Para isso, considere os dados da empresa do exemplo anterior: Ponto de equilíbrio contábil (PEC). Tem o objetivo de demonstrar a quantidade de vendas que deve ser efetuada para cobrir todos os custos e as despesas fixas, deixando de lado os aspectos financeiros e não operacionais. Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE). Significa a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas acrescida da remuneração mínima sobre o capital investido pela empresa. Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF). É a quantidade que iguala a receita total com a soma dos custos e despesas que representam desembolso financeiro para a empresa. Conceito de custo-padrão. O custo-padrão faz parte do planejamento da organização e tem como objetivo o controle dos custos da produção. Ele consiste em uma meta que a organização define para a produção de bens ou serviços. O controle desses custos proporciona informações relevantes, uma vez que é possível a confrontação do custo planejado com o que de fato ocorreu no processo de produção da empresa. Com a confrontação, é possível identificar quando ocorrem as variações dos custos para, então, se investigarem as causas dessas variações e buscar estratégias de melhorias, reduzindo custos, otimizando os processos, treinando pessoal, enfim, realizando as ações necessárias para que as metas de custos sejam alcançadas. Se for constatado que nada pode ser feito para as metas de custos serem alcançadas, isso deve ser revisto. O custo-padrão é uma ferramenta auxiliar para a contabilidade de custos, podendo ser utilizado como uma informação gerencial e ser confrontado com os custos reais sem a necessidade de sua contabilização. Na Contabilidade, não existe obrigatoriedade para a contabilização do custo-padrão.. Variação de preço (taxa). A variação de preço (taxa) é a diferença entre o preço por unidade padrão e o real de uma entrada, multiplicado pelo número de entradas consumidas. Variação de consumo (eficiência). A variação de consumo (eficiência) é a diferença entre a quantidade padrão e a real de entradas multiplicadas pelo preço padrão da entrada. Aula 7: Ponto de equilíbrio para vários produtos. O ponto de equilíbrio, em suas formas contábil, financeira e econômica, pode ser calculado de forma exata e até simples quando se trabalha com apenas um produto. Entretanto, o mais usual é que as empresas tenham em seu portfólio uma gama de produtos variados, impedindo o controller do cálculo do ponto de equilíbrio de forma mais complexa. O autor afirma que a solução será calcular inicialmente um ponto de equilíbrio global em quantidades, utilizando o cálculo de: 1 - Margem de contribuição ponderada; 2 - Quantidades a serem produzidas por produto com base na mesma proporção de participação de cada margem de contribuição em relação ao seu total. No entanto, uma vez conhecido o ponto de equilíbrio por produto em unidades, bastará multiplicá-lo pelo preço de venda para se conhecer este ponto em valor. Maciel (2016) sustenta que a análise da margem de contribuição indica: 1 Como melhorar a utilização da capacidade da empresa; 2 Como formular o preço para uma concorrência; 3 Se deve ser aceito um pedido mesmo que o preço de venda seja menor que o preço normal O ponto de equilíbrio não contempla o cálculo do imposto de renda, porque, se a ideia do PE é não ter lucro, então não faz sentido incluí-lo na fórmula. Aula 8: Análise de sensibilidade e incerteza. De acordo com Maciel (2016), o processo de planejamento permite que a administração considere estratégias alternativas. O autor questiona: se o preço subir concomitantemente a uma redução no volume (efeito elasticidade), que impacto isso trará nos resultados, no caixa e na estrutura patrimonial? Como se percebe, o processo de controle é parte integrante do planejamento empresarial, já que nos permite: 1 Aprender; 2 Distinguir desempenhos 3 Alterar as premissas; 4 Implementar as providências de correção. Sem controle, não se tem clareza sobre os objetivos. Margem de segurança (em unidade, valor e percentual). De acordo com Maciel (2016), a MS (Q) representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo. A MS ($) é igual à margem em quantidades, multiplicada pelo preço de venda. Já MS (%) é a margem em quantidades dividida pela quantidade de vendas. Alavancagem operacional. Segundo Maciel (2016), a alavancagem operacional decorre da existência de gastos fixos relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais da empresa, como depreciação, folha de pessoal, aluguéis etc. Aula 9: Tomada de decisão - cenários possíveis. Os gestores das empresas devem analisar a possibilidade de aceitar um pedido de venda especial a clientes diante de uma capacidade produtiva disponível. Os pedidos de venda especiais representam vendas esporádicas e não repetitivas de produtos da empresa. Capacidade instalada e ociosa. Nos dizeres de Maciel (2016), a aplicação do custo de ociosidade no Brasil para fins de gerenciamento não é muito difundida. Relatório de análise diferencial. Segundo Maciel (2016), uma função importante do contador gerencial é prover a informação do custo que ajude a apoiar a decisão. Comprar ou fazer. A decisão de produzir um determinado item internamente ou de comprá-lo de um fornecedor externo é uma escolha estratégica. Algumas situações de mercado levam a administração financeira a analisar essas hipóteses. A terceirização de atividades, desde a logística até os serviços administrativos, é uma tendência atual em algumas atividades. Os itens que se encaixam em uma dessas três categorias são considerados de natureza estratégica e devem ser produzidos internamente se possível: ● O item é fundamental para o sucesso do produto, incluindo a percepção do cliente sobre os seus atributos importantes; ● O item requer especialistas de design e técnicas de fabricação ou equipamentos: o número de fornecedores capazes e confiáveis é extremamente limitado; ● O item se encaixa bem dentro das competências da empresa principal ou, dentro delas, a empresa deve desenvolver-se para cumprir os planos de futuro. Custo de oportunidade. O custo de oportunidade representa o valor sacrificado pela empresa em termos de remuneração ao tomar a decisão de aplicar seus recursos em determinada alternativa em detrimento de outra capaz de proporcionar um melhor benefício. Portanto, os custos de oportunidade e os econômicos são sinônimos. Pode-se dizer também que o custo de oportunidade refere-se ao valor líquido de caixa perdido quando se optou por uma alternativa em vez de outra. Cabe ressaltar que raramente as organizações têm volumes ilimitados de qualquer recurso para serem usados em suas atividades; por essa razão, os tomadores de decisão usam várias ferramentas para identificar os melhores usos dos recursos limitados. Aula 10: Precificação. As empresas em geral não aplicam um preço único, mas sim uma estrutura de preços que refletem as variações na demanda e os custos geográficos, as exigências do segmento de mercado, o momento ideal para a compra (timing), os níveis de pedidos e outros fatores. Após desenvolver uma estratégia de preços, as empresas geralmente enfrentam situações nas quais precisam alterá-los. Uma redução de preço pode ser necessária devido àcapacidade excedente da fábrica, ao declínio na participação de mercado, à intenção de dominar o mercado por meio da redução de custos ou à recessão econômica. Já um aumento de preços pode ocorrer devido à inflação de custos ou ao excesso de demanda. Ao aumentar os preços, as empresas devem administrar cuidadosamente as percepções dos clientes. As empresas devem prever as mudanças de preço por parte da concorrência e preparar um plano de contingência para a reação. Existem diversas respostas possíveis em termos de manter ou mudar o preço ou a qualidade. A empresa que está enfrentando uma mudança de preço do concorrente deve tentar compreender a intenção dele e a provável duração da mudança. A estratégia da empresa depende de ela estar fabricando produtos homogêneos ou não. As líderes de mercado atacadas por concorrentes com preço reduzido podem preferir manter o preço, elevar a qualidade percebida de seu produto, reduzir ou aumentar o preço e melhorar a qualidade ou lançar uma linha de combate com preço reduzido O preço é o único elemento do mix de marketing que produz receita; os demais produzem custos. Também é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez, ao contrário das características de produtos, dos compromissos com canais de distribuição e até das promoções. Ele também informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para seu produto ou marca. Um produto bem desenhado e comercializado pode determinar um preço superior e obter alto lucro. É o caso, por exemplo, das indústrias automobilísticas: elevar seus preços pela entrega de valor agregado. Cabe ressaltar que o processo de formação de preço, tem alguns objetivos importantes como: Proporcionar, a longo prazo, o maior lucro possível; Permitir a maximização lucrativa da participação de mercado; Maximizar a capacidade produtiva, evitando ociosidade e desperdícios operacionais, e o capital empregado para perpetuar os negócios de modo auto sustentado. De acordo com Maciel (2016), o preço é algo que o cliente paga pelo produto ou serviço. O autor afirma que o significado do preço aos clientes traduz-se em diversos benefícios: . 1 Benefício funcional. Ajuda a resolver os problemas do pessoal técnico da empresa. No caso de uma máquina produtiva, seus benefícios vão ao encontro dos interesses dos engenheiros da fábrica; 2 Benefício operacional. Relativo às necessidades do pessoal da produção; 3 Benefício financeiro. Atende às necessidades do pessoal de compras e finanças; assim, o preço a ser pago por um produto é muito menor que o benefício percebido que produz, o que resulta num valor econômico para esse pessoal; 4 Benefício intrínseco. Ligado ao status do produto, segurança e imagem da empresa e satisfação pessoal. Comprar um objeto caro e a que poucos têm acesso, comprar de uma empresa que tem reputação no mercado, tudo isso deve ser apresentado como benefício na venda. O composto mercadológico. (4 Ps: produto, preço, ponto de venda e promoção) Os 4 Ps do marketing, também chamados de mix ou composto de marketing, representam os quatro pilares básicos de qualquer estratégia da área. O composto mercadológico (4 Ps) foram formulados no início da década de 1960 pelo professor Jerome McCarthy, da Universidade de Michigan. Cada elemento do composto mercadológico – produto, preço, ponto de venda (vias de distribuição) e promoção (comunicação da empresa com o mercado) – tem potencial para afetar o processo de compra em vários estágios. Segundo Maciel (2016), no paradigma atual, o mercado é o grande sinalizador de preços. Os consumidores passaram a ter mais força para influenciar o preço das mercadorias ofertadas. Nesse novo ambiente, a empresa deixa de ter o poder de impor os preços de seus produtos. É o mercado, portanto, que acaba ditando o preço que está disposto a pagar. Às empresas cabe verificar se é viável ofertar determinado produto por um preço tal que permita a remuneração adequada, pelo lucro gerado, dos investimentos realizados nas empresas por seus proprietários. O autor aponta que, nesse mecanismo, o custo deixa de ser a base para a formação do preço, passando a representar o valor que a empresa pode despender para fabricar o produto. Dessa forma, para chegar a esse custo, a empresa atende a dois interessados: 01 Os clientes consumidores – que determinam o preço que estão dispostos a pagar; 02 Os proprietários – em que o lucro gerado pelos produtos compõe a remuneração do capital por eles investido na empresa. Mark-up multiplicador e divisor. Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de venda. Esse índice é tal que cobre os impostos e taxas aplicadas sobre as vendas, os custos indiretos fixos de fabricação e o lucro. Toda empresa pode adotar a metodologia do Mark-up para a precificação; no entanto, vale ressaltar que em alguns casos a precificação com base nos custos não é a melhor.
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