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ALEGAÇOES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAS

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EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DA 2° VARA CRIMINAL DA COMARCA DO AMAPÁ/UF
PROCESSO N° (...)
		Paulo Las Vegas, devidamente já qualificado nos autos da ação penal que lhe move o Ministério Público do estado, representado por seu procurador infra-assinado (procuração anexo), vem à presença de Vossa Excelência, nos termos do art.403 do CPP, apresentar;
ALEGAÇÕES FINAIS SOB A FORMA DE MEMORIAIS
		Pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS
		O réu foi indiciado nos termos do art. 121, § 2º, II e IV, do Código Penal, sendo os autos encaminhados à 2ª Vara Criminal da Comarca de Amapá/AP e imediatamente enviados ao Ministério Público local, que ofereceu denúncia nos termos daquela tipificação apresentada por parte da autoridade policial.
		No dia 14 de junho de 2012 foi realizada a audiência de instrução, no qual foram ouvidas as testemunhas de defesa, procedido do interrogatório do réu, e por ultimo foram ouvidas as testemunhas de acusação, posto que as mesmas chegaram atrasadas, importante destacar que ficou constado em ata pelo pela defesa, a não concordância com a ordem das oitivas e do interrogatório.
		As testemunhas de defesa foram claras ao afirmar que viram o ofendido portando um instrumento cortante em uma de suas mãos, enquanto praticava ato libidinoso diverso da conjunção carnal em desfavor da filha do réu, a qual, na época, possuía apenas 4 anos de idade; 
		A testemunha de acusação, de nome Douglas Texas, reafirmou ter visto réu brigando com o ofendido e o empurrando para dentro de sua residência, e que eles discutiram de forma ríspida momentos antes, após o encerramento de um jogo de futebol ocorrido na tarde daquele mesmo dia. 
		Sobre tal discussão, Douglas, inovou em seu depoimento, disse que mencionada discussão tratava de uma suposta traição.
		 Ainda, a mesma testemunha informou que viu Lucas com a filha de Paulo no colo, não tendo conseguido enxergar o que faziam, nem acerca da existência ou não de algum instrumento cortante com Lucas. 
		Em seu interrogatório, réu confirmou sua versão apresentada na delegacia, ou seja, que agiu em legítima defesa de terceira pessoa, de forma moderada, para repelir agressão injusta, atual e iminente, nada dizendo acerca de eventual discussão com Lucas Califórnia na partida de futebol, pois não tinha conhecimento dos argumentos a serem apresentados pela testemunha Douglas Texas.
		Encaminhados os autos ao Ministério Público, este pugnou pela pronúncia de Paulo nos exatos termos da denúncia, aduzindo que o crime teria sido praticado por motivo fútil e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima.
		
II – PRELIMINAR DE MÉRITO
		Antes de adentrar ao mérito da questão, é imperioso destacar que poderá o réu, alegar vícios nos atos coordenados de um processo, ou seja, algum vicio referente ao procedimento.
		Como se denota do tópico acima que narra à dinâmica dos fatos ocorridos na audiência de instrução ficou determinado pelo juiz à oitiva das testemunhas da defesa, tendo em seguida o interrogatório do réu e por ultimo a oitiva das testemunhas de acusação.
		Se nos atentarmos ao que diz a lei, tal ato judicial fere o art.411 do CPP, no qual determina a ordem cronológica a ser seguida sem apontar exceções. Em virtude disso a defesa do réu para assegurar o regular andamento do processo conforme o que dispõe a lei, o mesmo registrou a sua discordância em ata, no qual abre caminho para que tal ato realizado em discordância com a legislação possa ser renovados e retificado.
		Verifica-se, pelo ato que determinou o interrogatório do réu antes do interrogatório das testemunhas de acusação, gerou prejuízo à mesma, posto que a testemunha por nome Douglas inovou em seu depoimento, dizendo que a “mencionada discussão tratava de uma suposta traição” ainda, a mesma informou que “viu Lucas com a filha de réu no colo, não tendo conseguido enxergar o que faziam, nem acerca da existência ou não de algum instrumento cortante com Lucas”
		Ora Excelência, percebe-se que pelo teor do depoimento a testemunha trouxe fatos novos, e não houve oportunidade do réu se defender, desses fatos trazidos pela testemunha.
		Insta destacar que art.5°LV da Constituição Federal assegura ao acusado em processo judicial, o contraditório e a ampla defesa, nesse ínterim novamente vale repisar que não foi oportunizado à defesa, de se defender de fatos novos, ferindo um dos princípios mais importante da nossa Carta Magna, 
		Assim sendo, requer a nulidade dos atos processuais posteriores a oitivas de testemunhas e interrogatório do réu, com base no art.564, IV do CPP, posto que, fica evidenciado descumprimento de uma formalidade essencial, nos exatos moldes esposados no art.411 do CPP.
III – DO DIREITO
		Passado o tópico preliminar, o réu vem expor sua defesa de mérito calcada no art.415, IV, do CPP, tendo em vista, ter agido em legitima defesa como dita o art.23, II, e 25 do CP, usando dos meios moderados e necessários para salvar a sua filha que na época tinha quatro anos de idade, no qual a mesma não tinha a possibilidade de se defender sozinha, o réu como responsável pela guarda da criança tem o dever de resguardar os seus direitos fundamentais, tendo como exemplo se não mais importante “a vida”, o mesmo impulsionado pela emoção de querer salvar a sua filha foi de encontra ao mesmo entrando em luta corporal, que resultou no desferimentos de facadas no ofendido, vale lembrar que não teve opção o réu, se não desferir tais golpes posto que o ofendido estava de posse de objeto cortante.
		Desse modo, deve se excluir todos os efeitos penais, quando caracterizada a legitima defesa.
		Não procedendo ao pleito de absolvição sumaria em face de legitima defesa, o que não se espera, requer a desclassificação do crime de homicídio para lesão corporal seguida de morte, conforme dispõe o art.129, §3°, combinado com o §4° do mesmo artigo, pelo fato do réu ter cometido o crime por motivo de relevante valor social e moral, devendo ser fixado na dosimetria, pena mínima de 04(quatro) anos, posto que inaplicáveis todas as circunstâncias agravantes do art.61, e aplicáveis as circunstancias atenuantes do art.65, III, alínea “a” e “d”, respondendo e cumprindo o réu, em regime aberto, conforme o disposto no art.33, §2° alínea “c” “O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 04(quatro) anos, poderá, desde o inicio, cumpri-la em regime aberto”
		Caso Vossa Excelência, não entenda pela caracterização do crime de lesão corporal, o que não se espera, requer o afastamento das qualificadoras dos incisos I,IV, §1° do art.121, frisando-se, que o motivo do réu ter matado o ofendido não foi por futilidade e sim para salvar sua filha, e não houve recurso utilizado pelo para dificultar a defesa do ofendido, posto que estava de posse de objeto cortante, fato provado pela oitiva de testemunhas, devendo assim ser pronunciado por homicídio simples, e caso condenado pelo júri, requer a fixação da pena mínima de 06(seis) anos frisando novamente a ausência de circunstancias agravantes, e apontando as circunstancias atenuantes como já ditas anteriormente, sendo assim, podendo responder e cumprir em regime semiaberto conforme o disposto no art.33, §2°, alínea “b”.
IV – DOS PEDIDOS			
Ante o exposto, requer Vossa Excelência digne-se de:
· A nulidade dos atos processuais com base no art.564, IV do CPP, pelo descumprimento da formalidade exigida no art.411 do CPP, e por conseqüência a renovação e retificação dos atos.
· Absolver o réu sumariamente com fundamento no art.415, IV, do CPP pela caracterização da legitima defesa.
· Não acolhendo a absolvição sumaria o que não se espera do douto juízo, que seja o réu pronunciado pelo crime de homicídio simples, afastando as qualificadoras descritas na peça acusatória.
· Caso não seja este o entendimento, que seja desclassificado o crime nos termos da acusatória, para o crime de lesão corporal tipificado no art.129, §3° combinado §4°.
· Por necessário, ad argumentum, caso Vossa Excelência entenda pela condenação, requer que a pena sejafixada no mínimo legal e que o denunciado possa apelar em liberdade nos termos do art. 283 do CPP, por preencher os requisitos objetivos para tal benefício.
Nestes termos
Pede Deferimento
Amapá/20 de julho de 2020
Advogado/OAB

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