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Trabalho direito Penal

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL
DIREITO
ROBSON CHARLES DOS ANJOS DOMINGUES
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA
São Paulo
2018
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO RADIAL
DIREITO
ROBSON CHARLES DOS ANJOS DOMINGUES
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA
Atividade apresentada à disciplina de Direito Penal, do curso de graduação em Direito, do Centro Universitário Estácio Radial, como exigência parcial para composição de nota, sob orientação do Prof. Dr. Roberto Roggiero Junior
São Paulo
2018
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
1 DEFINIÇÃO....................................................................................................... 4
2 CASOS EM QUE SÃO UTILIZADOS................................................................ 5 
3 ALGUMAS DOUTRINAS .................................................................................. 6
4 JURISPRUDÊNCIA........................................................................................ 10
5 OPINIÃO DE ADVOGADO........................................................................... 13
6 CONCLUSÃO............................................................................................. 18
REFERÊNCIAS............................................................................................ 18
INTRODUÇÃO
Essa atividade tem por objetivo levantar questões decorrentes à interpretação da norma penal e de alguma forma, procurar ter uma maior sensibilidade sobre um assunto tão polêmico, quando se trata do princípio da insignificância ou bagatela no nosso cotidiano.
Falaremos sobre sua definição, em quais casos normalmente são utilizadas, algumas doutrinas, jurisprudência e opiniões de advogados.
1. Definição
 De acordo com os doutrinadores alemães, a “criminalidade de bagatela” – Bagatelledelikte remonta, em sua forma mais significativa, na Europa, a partir do século XX, devido às consequências causadas pelas duas grandes guerras mundiais. Os efeitos negativos provenientes de tais acontecimentos, tais como o desemprego e a falta de alimentos, juntamente com outros fatores, influenciaram a população fazendo surgir um surto de pequenos furtos, de relevância extremamente pequena.
Compreende-se que, a origem deste instituto está envolta pelo caráter de patrimonialidade de seu destino, em outras palavras, a existência de um dano ao patrimônio, de forma mínima, inexistindo a caracterização de um prejuízo considerável a outrem, sendo assim, é tido como uma bagatela, e, desta forma, não há necessidade da tutela penal.
Há uma segunda corrente que afirma que o princípio da insignificância possui origem no direito romano, leciona Diomar Ackel filho: “não se pode negar que o princípio já vigorava no direito romano, onde o pretor não cuidava, de modo geral, de causas ou delitos de bagatela, consoante a máxima contida no brocardo de “minimis no curat praetor” (o magistrado não deve preocupar-se com as questões insignificantes)”. Ainda, ressalte-se outro brocardo romano, “De minimis non curat Lex” (A lei não cuida de coisas mínimas) demonstram bem como os romanos “utilizavam” a bagatela.
 Necessário se faz, ao tratar da origem e evolução do princípio da insignificância, tendo em vista a ligação existente, comentar sobre o princípio da legalidade penal – nullum crimen nulla poena sine lege -, passando por transformações que foram delineando o seu conteúdo, de forma a limitar-se aos desígnios criminalizadores.
O aspecto subjetivo da insignificância é o dolo, a intenção de violar a lei. A tipicidade material implica em verificar se a conduta possui relevância penal diante da lesão provocada no bem jurídico tutelado. A intervenção do direito penal é justificada apenas quando determinado bem é exposto a um dano com relevante lesividade.
. Na França, a preocupação com tais princípios foi ainda maior, dispondo expressamente, no art. 5º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789.
“Artigo 5º- A Lei não proíbe senão as acções prejudiciais à sociedade. Tudo aquilo que não pode ser impedido, e ninguém pode ser constrangido a fazer o que ela não ordene.”
2. Casos em que são utilizadas 
A insignificância não se preocupa com a criminalidade da conduta, pois aqui temos casos de excludente de tipicidade do fato, pela desproporção do resultado. O crime de bagatela não consta do ordenamento jurídico, sendo aplicado caso a caso, de forma concreta. Por outro lado, a aceitação da insignificância é cada vez maior dentre os tribunais brasileiros, mesmo que ainda ocorram vários casos vergonhosos, onde o princípio de insignificância é ignorado, causando inclusive resultados e danos irreversíveis. O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu a necessidade de quatro requisitos para caracterizar um crime como insignificante:
a.
mínima ofensividade da conduta;
b.
total ausência de periculosidade social da ação;
c.
reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
d.
inexpressiva lesão jurídica.
Tais critérios, contudo, são revestidos de elevada subjetividade. Antes, o parâmetro para o reconhecimento da bagatela era o valor monetário, até R$ 100 pelo crime. Mais tarde surgiu o entendimento de que o valor do bem, por si só, ainda que pequeno, deve ser analisado em meio às demais circunstâncias do fato, voltando-se os olhos para as condições subjetivas do próprio acusado, de modo a evitar que o postulado beneficie criminosos habituais.
Importante mencionar também que a falta da condenação nesses casos não é um modo de incentivar a criminalidade, pois é dada uma especial consideração às condições do país, e sua evidente desigualdade. Trata-se de evitar a marginalização do indivíduo pela conduta insignificante, onde a pena é substituída pela aplicação de penas de multas ou alternativas.
3. Algumas Doutrinas
Importante ainda, observar a doutrina de Cesare Beccaria, leitura jurídica clássica com sua obra Dos Delitos e Das Penas, o estudioso dizia que o legislador é o único agente capaz de estabelecer normas, tendo em vista que esse representava toda a sociedade, unida por um contra social, onde somente estas leis, feitas seguindo determinada forma, possuem a prerrogativa de indicar as penas de cada um dos delitos. Ainda, quanto a pena respectiva a cada crime, Beccaria versava que “a exata medida do crime é o prejuízo causado à sociedade”.
Exemplo citado por Nucci
Decorrente do princípio da intervenção mínima (o Direito Penal deve intervir minimamente nos conflitos sociais para garantir a liberdade individual), a insignificância ou bagatela pode dar-se em qualquer infração penal, motivo pelo qual não fica distante do contexto da corrupção. No entanto, é preciso muita cautela, atualmente, para verificar o que seria uma corrupção de bagatela, pois os interesses em jogo são muito relevantes.
Hungria, já nos anos 50, defendia a hipótese de entrega de pequenos mimos em épocas festivas a funcionários públicos, como caixinhas aos carteiros ou lixeiros. Vamos além. Em muitos fóruns, na época de Natal, os grandes escritórios de advocacia distribuem fartos mimos aos funcionários públicos, como cestas de guloseimas, bebidas, panetones, agendas, canetas, chaveiros etc. Querem, por certo, recompensar os bons serviços prestados ao longo do ano, mas não sejamos cegos. Desejam, igualmente, afagar o servidor, para que seus funcionários (estagiários e advogados iniciantes) sejam bem tratados (e rapidamente). Por isso, somos contrários a esse tipo de atitude, conforme o mimo entregue. Uma cesta de produtos natalícios pode possuir elevado custo, o que seria suficiente para representar uma forma de corrupção passiva. Uma caneta de plástico, cujo valor seja de R$ 1,00 pode ser uma bagatela. Porém, justamente por ser algo insignificante, alguns escritórios preferem abster-se de dar a referida caneta. Melhor assim. Servidores podem comprar seus próprios presentes de Natal ou componentes para a sua ceia. É tempo de cessar esse mau vezo de gratificar pessoas por nada, representando uma forma de, no futuro, demandarqualquer favor.
Para tanto, uma atuação da corregedoria do local onde trabalha o servidor presenteado cairia muito bem. O pior é representado pelo fato de o próprio juiz, corregedor do cartório, aceitar de determinado escritório, uma farta cesta de presentes. Como poderá impedir o mesmo gesto destinado aos servidores do cartório? Nem um, nem outro possui justificativa para isso.
É corrupção passiva o presente dado pelo perito ao juiz, que o nomeou durante o ano, ou de quem pretende a nomeação. Tais presentes não se limitam a canetinhas de R$ 1,00, mas a mimos bem mais caros.
Somente para argumentar, imagine-se o policial que, para não multar o motorista infrator, consente em receber a quantia de R$ 10,00. Poder-se-ia dizer que é simples bagatela? Em nosso entendimento, não. De R$ 10,00 em R$ 10,00 o policial se acostuma a ser corrupto. Sua função pública é multar o infrator e não negociar o ato de ofício. Se ele se vende barato, isto não é problema do Direito Penal, que deve incidir em qualquer nível de corrupção.
Trecho extraído da obra “Corrupção e Anticorrupção”
Outro exemplo citado por Nucci
Atualmente, considera-se causa excludente da tipicidade, sob o ponto de vista material, no âmbito criminal, embora não prevista expressamente em lei. Da doutrina para a jurisprudência, consagrou-se para aplicação, levando à absolvição de réus. Não é possível desvincular-se o referido princípio do contexto dos atos infracionais, pois se estaria dando um tratamento mais severo ao adolescente do que ao adulto.
Diante disso, em nosso entendimento, deve-se aplicar essa excludente para os atos infracionais, quando considerados de bagatela. Os requisitos são: a) mínima lesividade ao bem jurídico tutelado; b) visualização da lesividade sob a ótica da sociedade e também da vítima; c) inaplicabilidade em caso de bens jurídicos indisponíveis, como regra, como os ligados à administração pública; d) condições pessoais do agente demonstrem o perfil adequado para a não punição (primariedade, sem antecedentes).
Trecho do livro “Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado”
Segundo o artigo de Fernando Capez
Cumpre asseverar que o reconhecimento da insignificância da conduta praticada pelo réu não conduz à extinção da punibilidade do ato, mas à atipicidade do crime e à conseqüente absolvição do acusado (STF, 2ª Turma, HC 98.152-6/MG, Rel. Min. Celso de Mello, j. 19/05/2009).
O aludido princípio, portanto, tem encontrado ampla acolhida na jurisprudência pátria. Vejamos alguns exemplos:
(a) no crime de descaminho: considerou-se que falta justa causa para a ação penal por crime de descaminho quando a quantia sonegada não ultrapassar o valor previsto no art. 20 da Lei nº 10.522/02, o qual determina o arquivamento das execuções fiscais, sem baixa na distribuição, se os débitos inscritos como dívida ativa da União forem iguais ou inferiores a R$ 10.000,00 (valor modificado pela Lei nº 11.033/04) (STF, 2ª Turma, HC 96374/PR, Rel. Min. Ellen Gracie, j. 31/03/2009);
(b) nos crimes ambientais: há julgado da Suprema Corte no sentido de que, em matéria ambiental, surgindo a insignificância do ato em razão do bem protegido, impõe-se a absolvição do acusado (STF, Tribunal Pleno, AP 439/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 12/06/2008). De forma contrária, já se decidiu que “a preservação ambiental deve ser feita de forma preventiva e repressiva, em benefício de próximas gerações, sendo intolerável a prática reiterada de pequenas ações contra o meio ambiente, que, se consentida, pode resultar na sua inteira destruição e em danos irreversíveis” (TRF, 1ª Região, ACR 2003.34.00.019634-0/DF, Terceira Turma, Re. Des. Olindo Menezes, j. Em 14.02.2006).
(c) no crime de furto: “tratando-se de furto de dois botijões de gás vazios, avaliados em 40,00 (quarenta reais), não revela o comportamento do agente lesividade suficiente para justificar a condenação, aplicável,destarte, o princípio da insignificância” (STF, AgRg no REsp 1043525/SP, Rel. Min. Paulo Gallotti, j. 16/04/2009, DJe 04/05/2009). Da mesma maneira, a conduta perpetrada pelo agente – tentativa de furto qualificado de dois frascos de xampu, no valor total de R$ 6,64 (seis reais e sessenta e quatro centavos) –, insere-se na concepção doutrinária e jurisprudencial de crime de bagatela (STJ, 5ª Turma, HC 123981/SP, Rel. Min. Laurita Vaz. J. 17/03/2009, DJe 13/04/2009). E, ainda: “A subtração de gêneros alimentícios avaliados em R$ 84,46, embora se amolde à definição jurídica do crime de furto, não ultrapassa o exame da tipicidade material, uma vez que a ofensividade da conduta se mostrou mínima; não houve nenhuma periculosidade social da ação; a reprovabilidade do comportamento foi de grau reduzidíssimo e a lesão ao bem jurídico se revelou inexpressiva, porquanto os bens foram restituídos” (STJ, 5ª Turma, HC 110932/SP, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, j. 10/03/2009, DJe 06/04/2009).
(d) nos crimes praticados contra a Administração Pública: há uma celeuma em torno da questão, pois se argumenta que a norma busca tutelar não somente o aspecto patrimonial, mas também moral da Administração. Nesse contexto, já se manifestou o Supremo Tribunal Federal no sentido de que, em tais casos “descabe agasalhar o princípio da insignificância - consoante o qual hão de ser levados em conta a qualificação do agente e os valores envolvidos - quando se trata de prefeito e de coisa pública” (STF, 1ª Turma, HC 88941/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, j. 19/08/2008). Em sentido oposto: TRF, 1ª Região, Inquérito 9301242141, Corte Especial, Rel. Mário Cesar Ribeiro, julgado em 26/09/1996. 
4. Jurisprudência
1AgRg no AREsp 1317769 (ACÓRDÃO) Ministro RIBEIRO DANTAS DJe 26/09/2018 Decisão: 20/09/2018
PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FURTO.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. CONTINUIDADE DELITIVA. MAIOR GRAU DE
REPROVABILIDADE DA CONDUTA. VALOR EXPRESSIVO DO BEM SUBTRAÍDO.
INAPLICABILIDADE. RESTITUIÇÃO DO BEM. RAZÃO INSUFICIENTE PARA A
...
2AgInt no RHC 100576 (ACÓRDÃO) Ministro FELIX FISCHER DJe 21/09/2018 Decisão: 18/09/2018
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ESTATUTO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE FURTO
SIMPLES. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE, IN CASU.
REITERAÇÃO DE CONDUTAS INFRACIONAIS. AGRAVO DESPROVIDO.
...
3AgRg no HC 430802 (ACÓRDÃO) Ministro JORGE MUSSI DJe 26/09/2018 Decisão: 18/09/2018
AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO TENTADO.
REINCIDÊNCIA. RECONHECIMENTO DA BAGATELA. IMPOSSIBILIDADE.
RELEVÂNCIA PENAL DA CONDUTA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A aplicação do princípio da insignificância, causa excludente de
...
4HC 461775 (ACÓRDÃO) Ministro RIBEIRO DANTAS DJe 17/09/2018 Decisão: 11/09/2018
PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. INADEQUAÇÃO.
PORTE DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. REITERAÇÃO DELITIVA. ÓBICE
AO RECONHECIMENTO DA ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. WRIT NÃO
...
5HC 463195 (ACÓRDÃO) Ministro REYNALDO SOARES DA FONSECA DJe 20/09/2018 Decisão: 11/09/2018
DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. FURTO
SIMPLES TENTADO E FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. ABSOLVIÇÃO DO CRIME DE
FURTO TENTADO POR ATIPICIDADE DA CONDUTA. PRINCÍPIO DA
INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. PACIENTE REINCIDENTE EM DELITOS
...
6AgRg no RHC 93603 (ACÓRDÃO) Ministro FELIX FISCHER DJe 10/09/2018 Decisão: 04/09/2018
PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL DA DECISÃO QUE NEGOU PROVIMENTO AO
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. COMPETÊNCIA. PREVENÇÃO.
TRANCAMENTO. AÇÃO PENAL. INÉPCIA. INTERPRETAÇÃO. TIPO PENAL. EVASÃO
DE DIVISAS. CRIME IMPOSSÍVEL. PRINCÍPIO DA BAGATELA. ATIPICIDADE.
...
7AgRg no REsp 1733623 (ACÓRDÃO) Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR DJe 17/09/2018 Decisão: 04/09/2018
AGRAVOS REGIMENTAIS EM RECURSO ESPECIAL. PENAL. DESCAMINHO. DISSÍDIO
JURISPRUDENCIAL E VIOLAÇÃO DO ART. 334, CAPUT, DO CP. EXISTÊNCIA DE
OUTROS PROCEDIMENTOS FISCAIS. HABITUALIDADE DELITIVA RECONHECIDA
PELO TRIBUNAL DE ORIGEM.PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA.
...
8HC 437114 (ACÓRDÃO) Ministro RIBEIRO DANTAS DJe 28/08/2018 Decisão: 21/08/2018
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. NÃO
CABIMENTO. TRÁFICO DE DROGAS E POSSE ILEGAL DE MUNIÇÃO PARA ARMA DE
FOGO. PRISÃO EM FLAGRANTE. INVASÃO DE DOMICÍLIO. RESPALDO LEGAL.
CRIME PERMANENTE. NULIDADE NÃO CONFIGURADA. DENÚNCIA. RÉU SOLTO EM
...
9AgRg no AREsp 1313997 (ACÓRDÃO) Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA DJe 30/08/2018 Decisão: 21/08/2018
PENAL E PROCESSO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. FURTO. ATIPICIDADE MATERIAL DA CONDUTA. VALOR DO BEM QUE
NÃO É ÍNFIMO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO INCIDÊNCIA.
PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO DE ACORDO COM O ENTENDIMENTO DO STJ.
...
10HC 459197 (ACÓRDÃO) Ministro RIBEIRO DANTAS DJe 29/08/2018 Decisão: 21/08/2018
5. Opinião de Advogado
Em um bate papo descontraído com o Dr. Marcio Rafael G. Nepomuceno,
Bacharel em Direito pela Universidade Ibirapuera, Advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil, seção São Paulo, sob o número 386.398, processos distribuídos nas seguintes áreas, direito de família, consumidor, Cível Previdenciário e direito Penal, pós graduando em Direito Civil, Processo Civil Direito do Consumidor, pela faculdade FMB, Pós graduando em Direito imobiliário pela faculdade Legale, servidor estadual do estado de São Paulo há 4 (quatro ) anos, cargo oficial de Defensoria Pública estadual. 
Relatou-me fatos com os quais ainda não tinha a mínima noção para o princípio da insignificância:
O conceito do que é crime. Abaixo segue explicação de fatores que compõe o crime para que haja ou não a aplicação desse princípio.
Conceito analítico de Crime
Definição Analítica de Crime – Teoria Tripartite = fato típico + ilícito + culpável
Teoria do crime ou delito - proteção dos bens jurídicos importantes.
Crime é Fato Típico Antijurídico (ilícito) e Culpável
Fato Típico
Típico é o conjunto dos elementos do fato punível descrito na lei
Penal; é a descrição concreta da conduta proibida. Ex. art.121. CP Matar
Alguém.
Tipicidade é a conformidade do fato praticado pelo agente com a
moldura descrita na lei penal. Para o fato ser típico além de ser descrito em lei
deve compreender: Dolo ou culpa – resultado – nexo causal – tipicidade.
Dolo é a consciência e vontade de realização da conduta no tipo,
ou a conduta de assumir o risco do de haver um resultado contrário à lei.
Culpa é a inobservância do dever objetivo de cuidado
(imprudência negligência-imperícia).
Conduta (ação ou comportamento humano) – Finalismo: dirigida à
consecução de um fim. Se este for lícito, gerará culpa; ao revés, sendo fim
ilícito, haverá dolo.
Resultado podemos conceituar como fim alcançado totalmente
ou parcialmente por quem pratica a conduta.
Nexo de causalidade é o elo que liga conduta ao resultado. Ex. há
nexo de causalidade quando o agente atira, acerta a vítima, nesse caso há
nexo de causalidade entre a morte ou a lesão corporal sofrida pela vítima e a
conduta praticada pelo agente. Por outro lado não haveria nexo de causalidade
entre a morte de uma pessoa que ao ser baleada seria levada de carro ao
hospital mas no trajeto a ambulância capota e o baleado morre por causas do
acidente, neste caso não há nexo de causalidade entre o tiro e a morte do
agente.
Tipicidade Pode ser formal ou material. Formal seria a simples
previsão em Lei. material podemos conceituar como a previsão em lei
juntamente com um dano gerado pela conduta. Tendo em vista que a lei visa
proteger bens jurídicos.
ILICITUDE OU ANTIJURICIDADE
Ilícito é o comportamento humano contrário à ordem jurídica que
lesa ou expõe a perigo bens jurídicos tutelados. É a relação de antagonismo
que se estabelece entre a conduta humana voluntária e o ordenamento
jurídico.
Causas excludentes de Ilicitude: estado de necessidade – legítima
defesa – estrito cumprimento do dever legal – exercício regular do direito –
consentimento do ofendido. Nestes casos a conduta não é criminosa por uma
questão extremamente simples, jamais a mesma conduta poderia ser ao
mesmo tempo juridicamente proibida e permitida, o que seria inimaginável.
Quando o agente não atua em: estado de necessidade, legítima
defesa, estrito cumprimento do dever legal, exercício regular do direito e
consentimento do ofendido a conduta é por óbvio ilícita.
CULPÀVEL
Culpabilidade é a censurabilidade, a reprovabilidade social, sendo
composta por imputabilidade, potencial conhecimento da lei e exigibilidade de
conduta diversa.
Imputabilidade, Nada mais é do que a capacidade de receber
pena, sendo inimputável o menor de 18 anos Art. 27. CP e o doente mental ou o
retardado mental. Portanto estes são pessoas inimputável não tendo portanto
a capacidade de receber penas.
Potencial Conhecimento da lei é a condição de maturidade;
potencial consciência da ilicitude, que é a possibilidade do agente saber se a
conduta é ilícita, como bem coloca o legislador Art. 21. CP. Que exige apenas
do povo (pessoa) um potencial conhecimento da lei, potencial devemos
entender como capacidade, neste contesto nada mais é do que condições
mínimas de saber que certas condutas são criminosas, por lógica não teria
como ser diferente, pois se o ordenamento penal para
A exigibilidade de conduta diversa deve ser vista como a
possibilidade que se abre no sentido de se cobrar do agente uma postura
diferente em relação ao fato típico e ilícito que perpetrou. Para que o agente
seja culpável, além de imputável e inserido em contexto que lhe permita atingir
a consciência sobre a ilicitude de sua conduta, também a situação fática na
qual está submetido deve mostrar que seu rol de escolhas não estava
excepcionalmente restringindo, sendo, por isso, possível exigir que tivesse tido
comportamento conforme o direito. Ou seja, a exigibilidade de conduta diversa
considera os fatos paralelos à conduta e apenas se constatado que o agente
teve livre atuação no processo de escolha deverá ser responsabilizado. De
outro ponto, diagnosticado que o agente agiu de modo típico e ilícito porque
não tinha liberdade de escolha, tem-se desproporcional puni-lo pelo
comportamento que não invoca culpabilidade diante da certeza de que
qualquer outra conduta, ainda que possível, mostra-se inexigível. Como ex.
podemos citar o gerente de banco que participa do assalto ao banco , pelo fato
de sua família ter sido sequestrada, sendo desta forma coagido a praticar a
conduta. Por óbvio no direito jamais poderia exigir desse gerente outra
conduta.
Ante ao exposto crime é uma conduta composta por fato típico,
antijurídico e culpável, não e estando presentes estes três requisitos a conduta
pode até ser reprovada moralmente mas juridicamente não estaremos diante de um crime.  
6. Conclusão
Após pesquisa realizada e opinião coletada, o entendimento para a aplicação desse princípio, não devemos apenas julgar os atos litigiosos referentes ao nosso código penal, temos que levar em consideração inúmeros fatores para que a pessoa capaz chegue ao ponto de cometer a infração ou penalidade, e que realmente tenha existido um crime.
“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.” Art. 1° do Código Penal Brasileiro
REFERÊNCIAS
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16481&revista_caderno=3
https://www.infoescola.com/direito/principio-da-insignificancia/
http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/legislacao/direitos-humanos/declar_dir_homem_cidadao.pdf
http://www.guilhermenucci.com.br/dicas/principio-da-insignificancia-no-cenario-da-corrupcao
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6369
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=bagatela&&tipo_visualizacao=RESUMO&b=ACOR&p=true

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