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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ALEXSANDRA SILVA DE ALMEIDA CLAUDIA DA SILVA GOMES DAIVID DOS SANTOS DIAS FRANCIELY APARECIDA RODRIGUES BATISTA LAIZA SANTANA OLIVEIRA SANTOS PATRÍCIA SANTOS FRANCO A IMPORTÂNCIA DO USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL NO COMBATE AO RACISMO PERUÍBE - SP 2018 Apresentação do Projeto Integrador: UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ALEXSANDRA SILVA DE ALMEIDA - 1710828 CLAUDIA DA SILVA GOMES - 1714438 DAIVID DOS SANTOS DIAS - 1709560 FRANCIELY APARECIDA RODRIGUES BATISTA – 1702410 LAIZA SANTANA OLIVEIRA SANTOS - 1700880 PATRÍCIA SANTOS FRANCO – 1702168 A IMPORTÂNCIA DO USO DAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL NO COMBATE AO RACISMO Relatório Técnico – Científico apresentado na Disciplina de Projeto Integrador para o Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) Tutor Prof.: Darwin Ianuskiewtz PERUÍBE - SP 2018 SUMÁRIO RESUMO..................................................................................................................... 4 ABSTRACT ................................................................................................................. 5 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6 2. PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA ......................................................... 7 3. JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 8 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 9 4.1 Diversidade no Contexto Escolar .......................................................................... 9 4.2 Educação e as Novas Tecnologias no Ensino Fundamental............................... 12 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS UTILIZADOS ....................................... 15 6. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ......................................................... 16 6.1 Análise da Pesquisa ............................................................................................ 16 6.2 Soluções ..............................................................................................................16 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 18 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20 RESUMO O presente trabalho trata da diversidade considerando o racismo que ainda está muito presente tanto na sala de aula como no cotidiano. O tema é abordado por meio de revisão bibliográfica no qual identificamos as origens das discriminações de raça, religião, diferença social, econômica e nível de escolaridade, vividos desde o início de nossa colonização tornando certos preconceitos enraizados na história de nosso país. No decorrer da pesquisa observamos também os esforços para que essas discriminações sejam reduzidas através da Lei das Diretrizes e Bases e de informações fornecidas pelos profissionais que atuam ou atuaram na área da educação básica, através de uma pesquisa realizada on-line eles puderam colaborar com a elaboração desse trabalho mostrando-nos quais diversidades são mais abordadas, como são tratadas, o que é feito sobre isso e deixando sugestões sobre o que ainda pode ser realizado, para que desde pequenas as crianças tenham consciência que apesar das diferenças todos devem ser respeitados. Palavras-chave: Diversidade. Racismo. Crianças. ABSTRACT The present work deals with diversity considering racism that is still very much present both in the classroom and in everyday life. The subject is approached by means of a bibliographic review in which we identify the origins of the discriminations of race, religion, social difference, economic and level of education, lived from the beginning of our colonization making certain prejudices rooted in the history of our country. In the course of the research we also observe the efforts to reduce these discriminations through the Law of Guidelines and Bases and information provided by professionals who work or acted in the area of basic education, through a survey conducted online they were able to collaborate with the elaboration of this work showing us which diversities are most approached, how they are treated, what is done about it and leaving suggestions about what can still be done, so that from small children are aware that despite the differences everyone must be respected. Keywords: Diversity. Racism. Children. 6 1.INTRODUÇÃO Um dos maiores desafios postos à educação escolar no mundo atual globalizado é, justamente, lidar com a questão das várias formas de diversidade presentes no seu interior (nível sócio econômico, gênero, étnico-racial, orientação sexual, religião, idade, etc.). O presente trabalho foi baseado em um vídeo divulgado na internet, realizado pela Helpmeplay, com o tema “Ninguém nasce racista”. A proposta é demonstrar que o racismo não faz parte da “natureza” da criança e é sim, fruto do meio em que ela vive. No presente cenário, a educação escolar tem-se indicado um campo profícuo para a análise do problema da diversidade, encarada muitas vezes em termos de diferenças étnicas, culturais e linguísticas, e o uso das tecnologias da informação pode ser considerado um forte aliado quando se pensa nos desafios impostos pela sociedade contemporânea no mundo da educação, no que diz respeito à diversidade humana e cultural, pois acredita-se que este seja o ponto de partida para que as transformações tanto com relação a conceitos e práticas possam, de fato, acontecer. Neste sentido, o presente trabalho acadêmico trata do tema acima citado, focando principalmente no racismo, que ainda se encontra muito presente nas escolas, e também de quais ações pedagógicas os professores podem utilizar com o auxílio das tecnologias digitais na salas de aula, em especial na Escola Municipal de Ensino Fundamental e Pré-Escolar Professora Filomena Dias na cidade Itanhaém, e m São Paulo. O interesse pelo tema surgiu a partir do acelerado avanço das tecnologias que, atualmente, já vem influenciando crianças desde a infância no convívio de sua família, e da necessidade de incorporá-las na sala de aula, tornando as aulas mais atrativas e significativas, além de auxiliar os outros professores a lidar com as novas tecnologias. Pode-se afirmar que a tecnologia vem ocupando cada vez mais espaço nas salas de aula, pois, além de um meio de aprendizagem, pode também ser utilizada como forma de interação entre professores e alunos, transformando a escola em ambiente atrativo e mais interessante a todos, levando-se sempre em consideração a forma com que estas devem ser introduzidas, bem como definir os limites de sua utilização, principalmente na educação infantil. 7 2.PROBLEMA E OBJETIVOS DA PESQUISA Nos dias atuais é cada vez mais comum a presença das heterogenias nas salas de aula (e porque não dizer na sociedade em geral). E, diante deste contexto, seguem alguns questionamentos: Como lidar com a diferença na educação? Como valorizar a diferença e superar as discriminações dentro e fora da sala de aula? Diante de um conflito relacionado a diferença, em que momento é necessário a intervenção do professor? Neste sentido, o presente projeto tem como objetivo demonstrar, quais ações e quais ferramentas pedagógicas - sejam elasrelativas a atitudes ou utilização de recursos tecnológicos - seriam mais efetivas para tratar a diferença, uma vez que para a criança ter um desenvolvimento saudável de modo abrangente (cognitivo, biológico e socioafetivo), é necessário que ela se sinta segura e aceita. Por isso, é de extrema importância que o ambiente em sala no qual a criança será submetida, proporcione relações interpessoais positivas e com uma abordagem integrada, relativizando tensões e humanizando a relação da criança com os objetos de conhecimento, de conteúdos e de seu universo pessoal, enxergando a criança em sua totalidade, desta forma, o mesmo estará aprendendo e praticando a boa convivência com a diferença, dentro e fora do ambiente escolar. 8 3.JUSTIFICATIVA A importância deste trabalho deve-se ao fato de que o racismo ainda está muito presente no mundo atual e que, com os atuais avanços da tecnologia, pode-se utilizar novas metodologias de ensino, permitindo assim tornar o aprendizado mais atrativo e condizente com a realidade. Cavalleiro (2006) relata ainda que a temática racial ainda é vista no espaço escolar como uma maneira de inferiorizar crianças negras, e muitas vezes a escola não toma nenhuma atitude com relação a isso, permitindo assim a construção de um entendimento estereotipado do outro, e, com isso, como consequência, muitas crianças são alvo de atitudes preconceituosas e racistas. Portanto, sabe-se que o racismo não nasce com a pessoa, e sim, é fruto do meio social e das aprendizagens que podem acontecer desde a infância, seja em casa ou na escola. Nesse sentido, há muita coisa ainda ser feita para que ocorram mudanças realmente efetivas; seja através de políticas públicas, ou de ações desenvolvidas na escola. É preciso que o tema seja abordado ainda na infância, mas utilizando uma linguagem adequada para a idade, a fim de que “compreendam”, o assunto. Por este motivo o papel dos educadores é de extrema importância; é preciso que eles fiquem atentos ao que as crianças falam; pois não é só pelo fato de serem “pequenos”, isso não significa que não sabem o que estão dizendo. Além disso, algo que é muito discutido, é que, mesmo que os educadores adotem um discurso antirracista, é preciso que suas ações sejam condizentes com sua posição, o que muitas vezes não acontece na realidade. Além de não coerente, tais atitudes são passíveis de punição de acordo com a Lei vigente do nosso país e é preciso que eles também tenham isso em mente. Com o presente trabalho, propomos uma revisão na postura, metodologia e práticas pedagógicas, para que a questão do preconceito racial seja “vista” pelos educadores da mesma forma que as crianças viram neste vídeo e que, da mesma forma, façam parte da formação do caráter de cada indivíduo. Reconhecendo a importância e a relevância do tema, acredita-se que seja de fundamental importância para o professor refletir seu papel de mediador de aprendizagem, para todos os alunos, devendo ser esta mediação desprovida de preconceito, estigma e exclusão. 9 4.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 Diversidade no Contexto Escolar Um dos maiores desafios da escola hoje em dia é contribuir, de forma efetiva, para a formação de cidadãos críticos, conscientes e atuantes e isto é uma tarefa bastante complexa, que exige da escola, atitudes capazes de ultrapassar temas, conteúdos, conceitos e programas. Atualmente, a luta pela igualdade e pelo respeito às diferenças têm sido constante em diversos setores da sociedade, e entre eles, como não poderia deixar de ser, e talvez o mais importante, no ambiente escolar. A discriminações de gênero, étnico-racial, sexual, entre outras, são dilemas que, para serem resolvidos, precisam ser analisados e repensados para servirem de base para o desenvolvimento de projetos voltados ao respeito da “pluralidade” (característica fundamental da escola) e enfrentamento a todo e qualquer tipo de preconceito que se apropria das falas e atitudes das pessoas no espaço escolar. De acordo com o Livro de Conteúdo Gênero e Diversidade na Escola (2009, p. 197) preconceito é “qualquer atitude negativa em relação a uma pessoa ou a um grupo social que derive de uma ideia preconcebida sobre tal pessoa ou grupo”. Com isso pode-se dizer que, a “não” aceitação ao que é considerado diferente ocorre pela concepção do indivíduo daquilo que ele define como “verdade”. Assim, existem princípios morais e éticos que já estão “enraizados” na nossa cultura e é justamente nisso que reside a dificuldade em não querer aceitar e/ou conviver com aquilo que é diferente. De acordo com Soares (2003, pág.161): “As diferenças fazem parte de um processo social e cultural e que não são para explicar que homens e mulheres negros e brancos, distingue entre si, é antes entender que ao longo do processo histórico, as diferenças foram produzidas e usadas socialmente como critérios de classificação, seleção, inclusão e exclusão.” Vale ressaltar que, de acordo com os planos econômicos e sociais também nas relações pessoais, a palavra “diferença”, tem, em nosso país, um significado mais próximo de “desigualdade”. Na sociedade em que vivemos, ainda mais no mundo globalizado, ficam claras as desigualdades sociais. De acordo com Brasil (1998), tanto a desigualdade social como a descriminação são convencionalmente denominadas com o termo “exclusão social”, que podemos traduzir como a impossibilidade que alguns indivíduos têm ao acesso a bens materiais e principalmente culturais 10 produzidos pela sociedade, além da participação na gestão do espaço público (BRASIL, 1998, PCN). Desde o início da colonização do Brasil, o sistema educacional foi praticamente influenciado pelos europeus, que através da escravidão conquistaram o priorizando a cultura dos “brancos”, masculina e cristã, excluindo as demais culturas dentro da composição do currículo e das atividades do cotidiano escolar. Recentemente o Estado reconheceu a existência de uma “dívida histórica” em relação aos dois grupos étnicos (negro e indígena) que, por muitos anos sofreram, (e ainda sofrem) as consequências das ações existentes no passado. Porém, nem mesmo na época contemporânea, o negro não conseguiu a igualdade de direitos como ser humano, pois continua sendo excluído. Com este reconhecimento, o Estado tem buscado meios para reduzir este problema tão presente ainda, como: “O Ministério da Educação, comprometido com a pauta de políticas afirmativas do governo federal, vem instituindo e implementando um conjunto de medidas e ações com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania para todos no sistema educacional brasileiro”. (BRASIL, 2004, p.5). A Lei nº10.639/2003 de 09 de janeiro de 2003 que altera a LDB passa a incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura afro-brasileira”. Esta lei foi criada com o intuito de trazer, além de novas práticas em sala de aula, buscar também uma reflexão sobre a diversidade. O maior desafio da escola é reconhecer a diversidade como parte inseparável da formação da identidade do nosso país, e reconhecer a importância desta riqueza, representada por essa grande diversidade étnica e cultural que faz parte do patrimônio sociocultural brasileiro, investindo na superação de qualquer tipo de discriminação. O desafio não só para aqueles que não querem ser “apenas” pessoas que ensinam, mas querem também educar. É preciso que a escola institua uma aprendizagem voltada à coexistência dos “diferentes”, eliminando-se os preconceitos e discriminações decorrentes das diferenças étnicas, raciais e culturais e isto só será possível se este trabalho for realizado com os alunos, docentes e outros membros da escola e também da comunidade, a fim de refletirem sobre conceitos e valoresda escola. E para que este objetivo seja alcançado, é preciso buscar apoio nas leis que regulam e orientam o processo educativo, entre elas a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais). A LDB, Lei de Diretrizes e 11 Bases da Educação Nacional (Lei n° 9.394/96), trouxe para análise, questões relativas à diversidade cultural e a pluralidade étnica no cotidiano. Recentemente, a Lei 10.639/2003 sofreu uma alteração com a promulgação da Lei 11.645/2008, que incluiu a história e a cultura indígena, a qual tem sido motivo de diversas críticas, pois acredita-se que este tema já estaria sendo tratado em outros documentos. Mesmo com a LDB e as Diretrizes Curriculares, na prática, ainda não se consegue mudanças significativas no ambiente escolar. Questões como a diversidade cultural no cotidiano escolar devem ser analisadas e repensadas por todos os profissionais da escola, o que pode ser considerado um grande passo para que se comece a pensar em verdadeiras mudanças. “Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a da superação das discriminações é atuar sobre um dos mecanismos de exclusão, tarefa necessária ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais plenamente democrática. É um imperativo do trabalho educativo, voltado para a cidadania uma vez que tanto a desvalorização cultural - traço bem característico de pais colonizado - quanto à discriminação são entraves à plenitude da cidadania para todos, portanto, para a própria nação” (PCNs, 1997, p.21). Portanto, de acordo com as diretrizes dos PCNs a escola deveria trabalhar dando ênfase à questão da Diversidade Cultural, com a finalidade de conhecer a cultura dos diversos grupos inseridos naquela escola, e posicionando-se sempre contra qualquer tipo de discriminação, uma vez que a escola é considerada como a principal instituição responsável pela transmissão do conhecimento, e formadora de opiniões e conceitos. “A aplicação e o aperfeiçoamento da legislação são decisivos, porém insuficientes. Os direitos culturais e a criminalização da discriminação atendem aspectos referentes à proteção de pessoas e grupos pertencentes às minorias étnicas e culturais. Para contribuir nesse processo de superação da discriminação e de construção de uma sociedade justa e fraterna, o processo há de tratar do campo social, voltados para a formação de novos comportamentos, novos vínculos, em relação àqueles que historicamente foram alvos de injustiça, que se manifestam no cotidiano.” (PCNs, 1997, p. 123). Para Gomes (2003), é necessário compreender melhor as relações que se estabelecem dentro da escola e fora dela, uma vez que a diversidade é inerente à condição humana. “Cada construção cultural e social possui uma dinâmica própria, escolhas diferentes e múltiplos caminhos a serem trilhados” (GOMES, 2003, p. 72- 74). 12 É preciso reconhecer que o aluno do século XXI precisa desenvolver-se de forma que o processo de ensino e aprendizagem não poderá acontecer por áreas de desenvolvimento, mas, sim, de forma que englobe todos os aspectos, tanto os cognitivos, afetivos, socioculturais e também da comunicação, uma vez que que as fontes de informação, de solução de problemas, de investigação e de crítica não são mais adquiridas somente no ambiente escolar, mas também fora dele, como fruto da interação do indivíduo com o ambiente, e através de experiências de vida, e de acordo com sua cultura. Mesmo após dez anos desde sua implantação, ainda é um grande desafio colocar a Lei 10.639/03 em prática e, principalmente de maneira eficaz e adequada no cotidiano escolar brasileiro (SILVA & LIMA, 2012). Apesar da maioria da população brasileira em termos demográficos seja parda e negra, isso não significa que há igualdade de oportunidades ou maior presença destes na área de trabalhou na área política e muito menos ainda, nos cargos de direção ou comando. Mas o que ocorre é justamente o contrário disso, ou seja, a população negra é a que mais tem sofrido com a exclusão, a pobreza, o desemprego e a violência. 4.2 Educação e as Novas Tecnologias no Ensino Fundamental O uso das novas tecnologias no mundo atual é sem dúvida algo pertinente, necessário e também polêmico. Alguns autores concordam que as novas tecnologias disponibilizam diversos recursos que, se bem aproveitados pelos educadores, podem contribuir e muito para o aprendizado. As crianças nascidas neste século têm acesso e portanto mais facilidade em manusear recursos tecnológicos, com extrema habilidade. Portanto, são muitos os desafios que a escola possui, com todo o conteúdo a analisar, a fim de orientar, utilizando as tecnologias a seu favor para trocar experiências e desenvolver competências na atualidade. Porém, de nada adianta tanta tecnologia, se os educadores não estiverem devidamente preparados para sua utilização. Pode-se dizer que ainda há muitos professores não sabem como lidar com essas novas ferreamente e/ou encontram muita dificuldade na sua utilização e acabam não fazendo uso dela. Portanto, é de suma importância que os educadores aprendam a lidar com esses novos recursos que muito podem ajudar no planejamento e desenvolvimento das aulas. 13 De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1996), a necessidade de um ensino de qualidade exige uma prática educativa que atenda às necessidades deste cenário inovador, onde se torna imprescindível: “ [...] propor uma prática educativa adequada às necessidades sociais, políticas, econômicas e culturais da realidade brasileira, que considere os interesses e as motivações dos alunos e garanta as aprendizagens essenciais para a formação de cidadãos autônomos, críticos e participativos, capazes de atuar com competência, dignidade e responsabilidade na sociedade em que vivem (BRASIL, 1996). Com isso, Timboíba (et al, 2011), ressalta que: “As TICs vêm se tornando uma ferramenta de grande importância no contexto educacional; no entanto, é preciso que todos os envolvidos tenham discernimento, para que as possibilidades propiciadas por este instrumento sejam usadas adequadamente, transformando os educandos em agentes capazes de atuarem de forma crítica e participativa no cenário tecnológico contemporâneo”. De acordo com Baron (1889, apud PEIXOTO, 2006, p.07), a ferramenta tecnológica “é relativamente polivalente, e pode colocar-se ao serviço de pedagogias muito diversas, trazendo consigo condições que se podem revelar soluções criativas, ou pelo contrário, estéreis”. Além disso, deve-se considerar que os professores enfrentam uma missão muito difícil nas escolas de Ensino Fundamental, onde há uma grande quantidade de alunos e, muitas vezes, poucos recursos tecnológicos disponíveis, de forma que tona- se muito difícil fazer com que os alunos nessa idade, fiquem constantemente atentos ao que está sendo ensinado. Com relação ao citado Timboíba (et al, 2011) diz que que “Com a desmotivação das crianças na escola, faz-se necessário aproveitar esta oportunidade e descobrir novas formas de proporcionar uma aprendizagem que desperte o interesse e o prazer em aprender”. Pode-se dizer que são muitos os desafios que a escola precisa enfrentar, devendo portanto, repensar as práticas pedagógicas e os currículos, incorporando as tecnologias de informação no ambiente escolar, a começar pelo conceito de cultura digital, que é a cultura em rede, e/ou a cibercultura, que sintetiza a relação entre sociedade atual e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC's). Ao mesmo tempo que a cultura digital abriga pequenas totalidades e seu significados, mantém- se desprovida de fluxos, de conhecimentos e de criações, que dá corpo e identidade às organizações que delas se constituem. (AMADEU, 2016, p.20). De acordo com Bonilla e Pretto (2011) vários países jáutilizam as tecnologias no ensino fundamental, porém, no Brasil, isso ainda não acontece. Um dos problemas 14 enfrentados no Brasil está relacionado à exclusão digital, que ainda conta com altos índices de pobreza e analfabetismo. O país possui uma densidade demográfica e uma desigualdade de renda que dificultam muito a criação de políticas públicas de forma coletiva. Diante disso, o governo criou certas políticas públicas de inclusão digital, com a finalidade oportunizar condições de acessibilidade aos meios digitais, através de um processo de universalização e democratização e, considerando que o desenvolvimento das tecnologias ocorre rapidamente, essa grande diferença entre os incluídos e os excluído tendem a aumentar. Porém existe uma relação entre tecnologia, modernidade e desigualdade social; e entre analfabetismo, miséria, desemprego. Dessa forma, o papel da tecnologia é de construir novas formas de conhecimento para se alcançar objetivos que proporcionem a descoberta de novos caminhos para, pelo menos, minimizar esses problemas. 15 5.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS UTILIZADOS Para a elaboração do presente trabalho acadêmico, foi utilizada uma pesquisa bibliográfica, realizada através de livros, artigos e revistas que abordam temas relacionados a diversidades e suas diferentes dimensões. Além disso, partindo do princípio de que crianças adoram bons vídeos, curtos, emocionantes, e sensíveis, foi realizada uma pesquisa em sites com o YouTube® e o Vímeo®, consideradas plataformas muito eficientes de oferta de vídeos para sensibilizar, e mostrar ideias e experiências, além e possuir conteúdos para apoio à aprendizagem. O vídeo escolhido foi o realizado pela Helpmeplay, com o tema “Ninguém nasce racista” (https://www.youtube.com/watch?v=FsVnlWd1Zrs), utilizando a lousa digital. A proposta é demonstrar que o racismo não faz parte da “natureza” da criança e é sim, fruto do meio em que ela vive. O presente trabalho foi realizado na escola Municipal Filomena Dias Apelian Jardim Bopiranga, Itanhaém a qual possui uma sala de informática, com internet, e lousa digital teve como público alvo alunos do 5º ano do Ensino Fundamental I, pois acreditarmos que devido à complexidade do tema ele é melhor desenvolvido com alunos em fase operatório-concreto (dos 7 aos 12 anos), onde segundo Piaget, é nesta fase que há o declínio do egocentrismo e se entende a linguagem que se torna mais socializada, e a criança será capaz de levar em conta o ponto de vista do outro, assim objetos e pessoas passam a ser mais bem explorados na interações das crianças. Na ocasião, foi passado o vídeo na lousa digital e observado e registrando a reação dos alunos. No momento da apreciação do filme as crianças apresentaram diversas reações, mas certamente tinham em comum a sensação de negatividade causadas pela observação das situações relatadas no filme. Ficaram sensibilizadas com o que viram por que já passaram por situações similares ou idênticas na escola ou em outros ambientes que costumam frequentar. 16 6.LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 6.1 Análise da Pesquisa Como vimos anteriormente, o presente trabalho tem por objetivo demonstrar que projetos e/ou atividades que abordam como tema a diversidade, mais especificamente o racismo, e registra a reação dos alunos após o vídeo. Depois de observado o filme, alguns alunos fizeram comentários bem incisivos sobre momentos que vivenciaram situações semelhantes nas escolas como vítimas ou observadores e ficou claro o quanto incomoda uma parcela significativa de alunos em todos os grupos e, ao mesmo tempo, como essa parcela sofre em silêncio ou não se intromete em ocasiões similares pelo fato de que estas ideias ainda se encontram arraigadas em muitas relações e, muitas vezes, considera-se natural por que as pessoas são assim. Uma aluna, por exemplo, citou que era chamada constantemente de gordinha e que isso a feria muito porque ela tinha claro que essa característica sua não era o seu maior diferencial, mas sim sua capacidade como aluna. Isso ainda ocorre, mas com bem menor frequência. Outro aluno disse que foi chamado de macaco e que todos em volta riram dias antes, comentou que isso tem diminuído, e que só seus “amigos” falam assim com ele, apesar que neste momento a intenção não foi de confraternizar e sim de ofender. 6.2 Soluções Pensando nesta nova realidade escolar Heerdt (2003, p. 69) diz que, “o grande desafio, sem dúvida, não é o de estar ciente destas transformações, mas sim integrá- las e contemplá-las no trabalho educacional”. Dessa forma, a escola precisa resgatar sua função de promotora de novos conhecimentos e novas tecnologias, buscando refletir criticamente sobre as ações e condutas, visando desenvolver novas formas de atuar na educação de forma a promover a conscientização do aluno sobre o tema. Sugerimos aqui algumas ações e/ou possíveis soluções que podem ser realizadas, como a utilização de portais como Innoveedu.org mostram dezenas de experiências inovadoras de utilização das tecnologias na educação, tanto online como offline, dentro e fora do país. 17 Além disso, pode-se também utilizar as tecnologias digitais para inverter a forma de ensinar. Os materiais importantes (vídeos, textos, apresentações) são postados numa plataforma digital para que os estudantes os acessem da sua casa, possam revê-los com atenção, levantem suas principais dúvidas, respondam a algum questionário ou quiz. De acordo com Moran (2013) algumas formas de inversão podem ser aplicadas: • A partir das ideias prévias do aluno; • Em se ter (ou elaborar) bons vídeos; • Realizando “Quizzes” (Edpuzzle, jogos Kahoot); • Realizando discussões sobre o vídeo visto em casa, responder as dúvidas e iniciar tarefas/experimentos em sala de aula; • A partir de atividades em sala de aula envolvem uma quantidade significativa de questionamentos, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa, obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material apreendido on-line; • De forma que os alunos recebem feedback imediatamente após a realização das atividades presenciais; • De forma que os alunos são incentivados a participar das atividades on-line e das presenciais, sendo que elas são computadas na avaliação formal do aluno, ou seja, valem nota; • Mudando a forma de avaliação. 18 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da lei, que preconiza a universalização da educação para todos, garantindo assim o direito ao acesso e permanência dos alunos nas escolas, a realidade da educação contemporânea tem, na escola, um cenário de diversidade acentuada, onde a diferença entre os grupos é visível e, com isso o trabalho pedagógico precisa levar em consideração estas diferenças. Isto implica em um trabalho de inclusão, lembrando que o termo ‘inclusão”, em relação ao ambiente escolar significa acolher todas as pessoas, sem exceção, no sistema de ensino, independentemente da cor, classe social, condições físicas e psicológicas. É necessário, portanto, que proponham ações e medidas que assegurem os direitos conquistados, que promovam a melhoria da educação, e que haja, investimentos para a formação dos educadores, e melhor utilização dos recursos tecnológicos, pois o momento atual exige a construção do conhecimento para atender a esta nova realidade. Neste sentido, as políticas de inclusão e a expansão em redes auxiliam muito este processo, porém ainda há muito a ser feito, principalmente na área das políticas sociais, pois muitas vezes a criança até tem o acesso às tecnologias na escola, mas não pode dar continuidade a este processo de aprendizagem em casa, pois não tem condições básicas para tal fim. A construção do conhecimento na atual da educação deve ocorrer de forma Segundo Heerdt(2003, p. 70): “Evidenciam-se, uma série de desafios, alguns inéditos, que precisam ser assumidos e incorporados na prática docente. A mudança, o novo, o questionamento, o diferente, quase sempre são causa de insegurança e medo. Mas é necessário ousar e enfrentar”. São várias as formas que os professores podem utilizar as ferramentas tecnológicas no ensino, principalmente o uso de vídeos de curta duração, sala de informática, jogos educativos e atrativo a mais para estudar. Neste participe de forma ativa do processo de construção do conhecimento do aluno, atuando como mediador, motivador e orientador da aprendizagem (CARNEIRO, 2008). Mas, infelizmente, na prática pouca coisa feita, e não apenas da educação infantil, para mostrar quais seriam os caminhos mais adequados para utilizar os recursos da tecnologia neste processo de ensino e aprendizagem. Conclui-se, portanto, que seja de extrema importância a aplicação e utilização dos recursos tecnológicos na sala de aula, pois estes podem contribuir para que os 19 desenvolvam maior interesse pelos conteúdos, facilitando o entendimento sobre os assuntos, e sobre a importância de se combater o racismo, assim como outras formas de discriminação, Os efeitos da diminuição dessa sistematização são sensíveis na escola que desenvolve uma política de combate à segregação que é causada pela intimidação constante imposta por que se sente em condição superior a outrem apenas por convenção social ou qualquer falácia baseada em senso comum, mas nota-se que o trabalho, ainda incipiente, se faz extremamente necessário e, para garantia de sua manutenção podemos considerar estes relatos tristes, incisivos e, infelizmente, comuns. 20 REFERÊNCIAS AMADEU, S. Diversidade Digital e Cultura. 2016. Disponível emhttp://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/ /asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/diversidade-digital-e-cultura-por-sergio- amadeu-e-associados-106477/10877. Acesso em: 20 Mar. 2018. AMARAL, Lígia Assumpção. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua superação. In: AQUINO, Julio Groppa (org.): Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, p. 11 a 30, 1998. ARAÚJO, Ulisses Ferreira de. O déficit cognitivo e a realidade brasileira. In: AQUINO, Julio Groppa (org.): Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 4. ed. São Paulo: Summus Editorial, p. 44, 1998. BONILLA, M. H. S., & Oliveira, P. C. S. (2011). Inclusão digital: ambiguidades em curso. In: Bonilla, M. H. S., & Pretto, Nelson De Luca. Inclusão digital: polêmica contemporânea. Salvador: EDUFBA, v. 2. pp. 23-48, 2011. BRASIL. Ministério da Educação. 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