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casos civil2- Roberto Dantas


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CASOS CONCRETOS – CIVIL 2
Aluno:Roberto Dantas
 AULA 01 (Caso concreto) - Conceitue a obrigação civil, apontando seus elementos constitutivos. 
R - É uma relação jurídica transitória, existente entre o credor e o devedor, onde o objeto consiste em uma prestação situada no âmbito dos direitos pessoais, positivo (dar ou fazer) ou negativo (não fazer). Havendo o inadimplemento obrigacional, poderá o credor satisfazer -se com o patrimônio do devedor.
Doutrina - Pontes de Miranda, apontou que em sentido estrito obrigação é a relação jurídica entre duas ou mais pessoas, de que decorre a uma delas, ao debitor, ou algumas, pode ser exigida, pela outra (s), creditor, ou outra prestação.
Jurisprudência - AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL AgInt no REsp 1748498 SP 2016/0171104-0 (STJ) DATA 21/03/2019•Superior Tribunal de Justiça
AULA 02 (Caso concreto) - Vera alugou imóvel para Lourdes no ano de 2017. Em 2018, Lourdes, que atravessava por problemas financeiros decorrentes de sua demissão do banco em que trabalhava, não conseguiu mais quitar as despesas com aluguel e condomínio, estando inadimplente por quatro meses até a presente data. Inconformada com a situação a locadora, Vera, que não acredita nos meios judiciais para solução de conflitos, contrata um carro de som para ficar na entrada do condomínio de Lourdes, dizendo que a locatária é uma grande estelionatária e inadimplente, por não arcar com suas obrigações. Tal ato gerou grande constrangimento à Lourdes, que já não mais deseja sair de casa. Aponte qual fonte do direito obrigacional pode ser visualizada no presente caso concreto. 
R - A obrigação origina de um contrato de locação na qual a locatária encontra –se inadimplente há 4 meses, a mesma deve cumprir com a sua obrigação, quitar sua dívida e regularizar sua situação. 
Já a locadora incorreu em abuso de direito expondo a locatária em situação vexatória, portando deverá indenizar a locatária por força do instituto da responsabilidade civil. 
O abuso de direito no caso em consiste na conduta perpetrada pela locadora ao exercer seu direito de cobrar os aluguéis em atraso, excede os limites impostos pelos fins sociais ou econômicos, pela boa-fé ou pelos bons costumes. O abuso de direito é espécie de ato ilícito, mas não é duplamente ilícito. É lícito em seu conteúdo (a pessoa exerce direito legitimo), mas ilícito em suas consequências (causa dano a outrem). 
Doutrina - Segundo Álvaro Villaça Azevedo, quando a lei usa o termo equivalente, quer mencionar o equivalente em dinheiro, de maneira que, havendo perecimento com culpa do devedor, deve este entregar o equivalente em dinheiro, correspondente ao valor do objeto perecido, mais indenização referente ao prejuízo sofrido.
 
Jurisprudência – STJ RECURSO ESPECIAL REsp 1757033 DF 2018/0190349-1 (STJ)
DATA 15/10/2018
Obrigação de pagar a quantia certa Art.523 do CPC/2015 Inadimplemento da obrigação.
AULA 03 (Caso concreto) - Gustavo celebrou contrato de compra e venda de imóvel com Cristiana e, mesmo sem a devida declaração negativa de débitos condominiais, conseguiu registrar o bem em seu nome. Ocorre que, no mês seguinte a sua mudança, Gustavo foi surpreendido com a cobrança de três meses de cotas condominiais em atraso. Inconformado com a situação, 
Gustavo tentou, sem sucesso, entrar em contato com a vendedora para que esta arcasse com os mencionados valores. Assim, de acordo com a regras concernentes ao direito obrigacional, quem deverá arcar com o pagamento perante o condomínio? Explique, com a devida fundamentação jurídica, qual é a espécie de obrigação mencionada no caso concreto. 
R - Gustavo teria que ter solicitado a declaração negativa de débitos com o condomínio antes de efetuar a compra do imóvel, débitos condominiais são obrigações Propter Rem, elas acompanham o imóvel. Assim ele terá efetuar os pagamentos das dívidas ao condomínio se ele comprou o imóvel, pois as dívidas de cota condominiais acompanham o bem. 
Doutrina – A respeito do conceito de obrigação propter rem, Silvio Rodrigues leciona:
A obrigação propter rem é aquela em que o devedor, por ser titular de um direito sobre uma coisa, fica sujeito a determinada prestação que, por conseguinte, não derivou da manifestação expressa ou tácita de sua vontade. O que o faz devedor é a circunstância de ser titular do direito real, e tanto isso é verdade que ele se libera da obrigação se renunciar a esse direito.
Jurisprudência – TJ – SC – Recurso Inominado RI 0306498432015824007 Tubarão 0306498-43.2015.8.24.0075 (TJ-SC) data 24/04/2018
erante o condomínio, Gustavo deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se tata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo 
daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do 
imóvel adquirido. 
“Art. 1.345 do CC: O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Perante o condomínio, Gustavo deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se tata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo 
daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do 
imóvel adquirido. 
“Art. 1.345 do CC: O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Perante o condomínio, Gustavo deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se tata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo 
daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do 
imóvel adquirido. 
“Art. 1.345 do CC: O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.
Perante o condomínio, Gustavo deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se tata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo 
daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do 
imóvel adquirido. 
“Art. 1.345 do CC: O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.”
Perante o condomínio, Gustavo deverá arcar com o pagamento das cotas em 
atraso, pois se tata de obrigação propter rem, entendida como aquela que está a cargo 
daquele que possui o direito real sobre a coisa e, comprovadamente, imitido na posse do 
imóvel adquirido. 
“Art. 1.345 do CC: O adquirente de unidade responde pelos débitos do alienante, em 
relação ao condomínio, inclusive multas e juros moratórios.”
AULA 04 - CASO CONCRETO. Ana firmou com Pedro a obrigação de entregar três sacas de café Conilon, que estavam armazenadas em seu galpão ao final do mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou a quantia de R$10.000,00 (dez mil reais). Ocorre que antes do termo fixado, uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas ao credor. Nesse caso, como Pedro poderá reaver o prejuízo sofrido? Fundamente. 
Neste caso temos a obrigação de dar coisa certa, porém devido as chuvas torrenciais (força maior), o produto objeto da obrigação foi destruído, assim diante da impossibilidade da entrega do produto a obrigação se satisfaz com a devolução dos valores pagos, não devendo a Ana obrigação de indenizar Pedro pois não deu causa ao evento.
Doutrina- Pagamento segundo Caio Mario e Orlando Gomes é a forma de extinção da obrigação com a entrega da prestação devida. Não confundir com o sentido vulgar (solução de prestações em dinheiro).
Jurisprudência – STJ – Decisão monocrática. Agravo em recurso especial: AREsp 881388 MG 2016/0063817-6 data 06/08/2018
AULA 05 - CASO CONCRETO. Antônia é uma mulher de 40 anos, 1.85 de altura e 60 quilos. Algumas pessoas de sua convivência e parentela comentam que desde aadolescência Antônia possui forte semelhança física e fisionômica com a apresentadora Xuxa. Fielmente alicerçada nessa crença, Antônia procura um cirurgião plástico conceituado que lhe afirma em consulta, poder realizar procedimento cirúrgico plástico no corpo e face que lhe deixariam idêntica à apresentadora, possibilitando que Antônia inclusive tire proveito econômico da circunstância, posto poder atuar como cover ou duble da própria Xuxa. Ante a afirmação, Antônia anui com o contrato médico, paga o valor estabelecido e ao longo de dezoito meses é submetida a várias internações e cirurgias. Ao final o resultado é um fracasso. Antônia passa a ser motivo de piadas e desprezo, que resulta em forte depressão. Em virtude de todos os fatos expostos, Antônia decide processar o médico alegando prejuízo. Diante dos fatos, qual é a modalidade obrigacional realizada entre médico e paciente, segundo o ordenamento jurídico brasileiro?
R – Entre o médico e a paciente a modalidade obrigacional segundo o ordenamento jurídico brasileiro é a de obrigação de meio, porém, sendo um cirurgião plástico, entende-se que este tem a obrigação de resultado.
O médico assumiu obrigação de resultado na cirurgia plástica estética, quando comprometeu-se proporcionar a paciente ficar parecida com a apresentadora Xuxa. entretanto, a cirurgia não ficou satisfatória, o médico deveria negar a realização da cirurgia, bem como informar a Antônia que o resultado almejado não iria ocorrer. Desta forma, a conduta do médico seria condizente com a ética profissional e o princípio da boa-fé contratual, o que não ocorreu.
Doutrina - A doutrina de Caio Mário da Silva Pereira aponta que “Nas obrigações de resultado a execução considera-se atingida quando o devedor cumpre objetivo final;”. ... Verifica-se ainda que as obrigações de meio são aquelas que se considera a atividade realizada durante o processo daquilo que foi contratado.
Jurisprudência – TJ – RJ – APELAÇÃO APL 00503904620128190002 (TJ-RJ) DATA 14/08/2019
AULA 06 - CASO CONCRETO. Se Amanda, Bruno e Carla adquiriram, conjuntamente, um veículo, obrigando-se a pagar R$ 9.000,00, não havendo estipulação contratual em sentido contrário, qual será a responsabilidade de cada um dos sujeitos pelo pagamento do valor da dívida.
R – O caso fala de Obrigação indivisível com pluralidade de devedores e responsabilidade solidária, em que a obrigação pode ser exigida de qualquer um dos devedores, pois cada devedor tem direito e/ou obrigação de toda a dívida, demandando o credor contra um dos obrigados não estará renunciando o direito perante os outros.
Doutrina - Carlos Roberto Gonçalves (Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2005), a divisibilidade ou indivisibilidade da obrigação, a natureza, a vontade das partes e a determinação da lei são decisivas na divisão.
Jurisprudência – TRT – 5 – AGRAVO DE PETIÇÃO AP 18370014200450021 BA 0183700-14.2004.5.05.0021 (TRT-5) DATA 15/12/2006 
 
AULA 07 – CASO CONCRETO. A diretoria do Banco Dinheiro Fácil, com o objetivo de adequar o seu balanço às regras internacionais, resolve ceder diversos créditos de difícil recuperação a empresas especializadas em cobrança. Nessa trilha, cedeu o crédito de Jorge Gustavo à Empresa Lucro Certo. O devedor não foi notificado do ato e realizou o pagamento para o cedente. Pergunta-se: o presente pagamento produz efeitos jurídicos?
R – Sim, no caso vemos uma cessão de crédito realizada sem a comunicação ao devedor. Cessão de crédito é transmissibilidade total ou parcial do crédito a um terceiro, gratuita ou onerosa, porém mantida a mesma relação obrigacional com o mesmo devedor cedido. Considerando o princípio da boa fé com amparo no dever anexo de informação, é correto dizer que embora não tenha legitimidade para autorizar a cessão ou não, deve ser comunicado o ato, de ceder o crédito como requisito de eficácia ( Art. 292). Dessa forma se o devedor que não foi notificado, de maneira que não teria como saber a quem pagar, e, efetuou o pagamento ao credor primitivo não pode ser responsabilizado, devendo ser considerado o cumprimento da obrigação. 
Doutrina - Flávio Tartuce, apresenta o seguinte conceito: A cessão de crédito pode ser conceituada como um negócio jurídico bilateral ou sinalagmático, gratuito ou oneroso, pelo qual o credor, sujeito ativo de uma obrigação, transfere a outrem, no todo ou em parte, a sua posição na relação obrigacional. Aquele que realiza a cessão a outrem é denominado cedente. A pessoa que recebe o direito do credor é o cessionário, enquanto o devedor é denominado cedido.
Jurisprudência – TJ-RS – APELAÇÃO CÍVEL AC 70080945157 RS (TJ-RS) DATA 10/05/2019
Doutrina - Para Cássio Escarpinella Bueno (2008, p. 164), as expressões “execução” e “cumprimento de sentença” são sinônimas. Ambas estão a descrever o desencadeamento da atividade jurisdicional com vistas à satisfação do credor naqueles casos em que, a despeito do título executivo, o devedor não cumpre a obrigação nele retratada.
Jurisprudência – TRT – 24 – 01193004020065240005 (TRT – 24) DATA 25/11/2010
 
AULA 08 - CASO CONCRETO. O terceiro não interessado que paga dívida alheia em seu próprio nome com consentimento expresso do devedor se sub-roga em todos os direitos do credor, não lhe sendo, no entanto, assegurado o direito a reembolsar-se do que pagou. Certo ou errado? Fundamente. 
R – Neste caso a afirmação está incorreta, visto que “O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não sub-roga nos direitos do credor.” (Art. 305 do CC).
Doutrina – Segundo o doutrinador Carlos Roberto Gonçalves em seu livro de Direito Civil Esquematizado, o termo Pagamento com sub-rogação significa:
“Na linguagem jurídica, fala-se de sub-rogação, em geral, para designar determinadas situações em que uma coisa se substitui a outra coisa ou uma pessoa a outra pessoa. Há um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso. Embora a prestação devida seja normalmente realizada pelo devedor, pode ocorrer, todavia, o seu cumprimento por terceiro que tenha interesse na extinção da obrigação, como sucede com o fiador. Neste caso, diz o art. 831, primeira parte, do Código Civil que “o fiador que pagar integralmente a dívida fica sub-rogado nos direitos do credor”.
Jurisprudência – STF – RECURSO EXTRAORDINÁRIO RE 100903 RJ (STF) DATA 04/04/1986 
Salvador 04/05/2019