Buscar

Imunidade aos microrganismos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

IMUNIDADE AOS MICRORGANISMOS 
INVASÃO DOS TECIDOS POR PATÓGENOS 
- A defesa contra dos microrganismos é mediada pelos 
mecanismos efetores da imunidade inata e, em 
seguida, da adaptativa. 
- A imunidade adaptativa evoluiu para responder de 
maneira especializada e distinta a diferentes tipos de 
organismos, através da geração dos subgrupos de 
células T CD4+ efetoras (TH1, TH2 e TH17) e a produção 
de diferentes isotipos de anticorpos. 
*Muitos microrganismos estabelecem infecções 
latentes ou persistentes, nas quais a resposta imune 
controla, mas não elimina o microrganismo, e este 
sobrevive, mas sem propagar a infecção. 
- A latência é uma característica de infecções por vírus 
(p. ex. herpes e poxvírus) e algumas bactérias 
intracelulares (p. ex. tuberculose). 
- Nas infecções virais latentes, o DNA viral pode ser 
integrado ao DNA das células infectadas, mas nenhum 
vírus é produzido. 
- Nas infecções bacterianas persistentes, as bactérias 
podem sobreviver dentro das vesículas endossomais 
de células infectadas. 
- Em ambas situações, se o sistema imunológico do 
hospedeiro torna-se deficiente (p. ex. por câncer, 
tratamento de câncer, imunossupressão para 
tratamento de rejeição de transplantes, ou infecção 
por HIV), o microrganismo latente pode ser reativado, 
resultando numa infecção. 
MECANISMOS DE LESÃO TECIDUAL 
- Em muitas infecções, as lesões teciduais e doenças 
podem ser causadas pela resposta do hospedeiro ao 
microrganismo mais do que pelo próprio 
microrganismo. 
- Embora a imunidade seja necessária para a 
sobrevivência do hospedeiro, ela é um potencial 
causador de danos. 
IMUNIDADE A BACTÉRIAS EXTRACELULARES 
- São capazes de replicar-se fora das células do 
hospedeiro, como no sangue, tecido conjuntivo e 
espaços teciduais. 
- Exemplos: cólera, tétano, meningite, difteria, 
pneumonia (pneumococos), e. coli. 
- A doença é causada por indução da inflamação, 
resultando em destruição tecidual no sítio inflamatório 
e produção de toxinas. 
A- Endotoxinas: componentes da parede bacteriana (p. 
ex. LPS na gram-negativa), potente ativador de 
macrófagos e células dentríticas. 
B- Exotoxinas: secretadas pela bactéria, muitas são 
citotóxicas e destroem as células. Outras induzem a 
secreção de citocinas que causam a doença. 
- As principais consequências prejudiciais da resposta 
do hospedeiro contra as bactérias extracelulares são a 
inflamação e o choque séptico. As citocinas secretadas 
na fase aguda estimulas a produção de proteínas de 
fase aguda que podem causar infecção sistêmica. 
- Resposta inata: ativação do complemento (via 
alternativa e das lectinas) → opsonização, fagocitose e 
a resposta inflamatória. 
- Resposta adaptativa: neutralização (mediada pela 
ação dos anticorpos IgG, IgM e IgA), opsonização 
(mediada por subclasses de IgG), fagocitose e ativação 
do complemento (iniciada pela produção de IgM e IgG 
- via clássica). 
- Os antígenos proteicos de bactérias extracelulares 
também ativam as células T CD4+ auxiliares (TH1 e 
TH17), que produzem citocinas que induzem 
inflamação local (IL-17), aumentam as atividades 
fagocíticas (IFN-γ) e microbicidas de macrófagos e 
neutrófilos e estimulam a produção de anticorpos. 
MECANISMOS DE EVASÃO 
- A virulência de bactérias extracelulares tem sido 
associada a mecanismos que as possibilitam resistir a 
imunidade inata. 
- As bactérias com capsulas ricas em polissacarídeos 
resistem a fagocitose e são mais virulentas que as 
homólogas sem cápsula. 
- A cápsula de muitas bactérias (Gram-negativas e 
positivas) contêm resíduos de ácido siálico que inibe a 
ativação do complemento pela via alternativa. 
- A variação de antígenos de superfície é um 
mecanismo utilizado por bactérias para evadir a 
imunidade humoral (ajuda a evasão ao ataque de 
anticorpos específicos a um antígeno). 
IMUNIDADE A BACTÉRIAS INTRACELULARES 
- São capazes de se replicar dentro dos macrófagos (no 
citoplasma ou em vesículas). 
- Exemplos: tuberculose, hanseníase, listeriose e 
doença dos legionários. 
- Resposta inata: Mediada principalmente por 
fagócitos (neutrófilos e macrófagos) e células NK. No 
entanto, a imunidade inata geralmente não erradica 
essas infecções. 
- Resposta adaptativa: as células T CD4+ ativam os 
fagócitos através de ações do ligante de CD40 e IFN-γ, 
resultando na morte dos microrganismos que haviam 
sido ingeridos pelos fagócitos e sobrevivido dentro 
deles. Os linfócitos T citotóxicos CD8+ (CTLs) eliminam 
os microrganismos que escaparam aos mecanismos de 
morte dos fagócitos (que saem do fagossomo e vão 
para o citosol, onde não há ação microbicina), através 
da erradicação dos fagócitos infectados. 
- A ativação dos macrófagos é capaz de causar lesão 
tecidual (como em reações de hipersensibilidade do 
tipo tardia – DTH). 
- A persistência por longos períodos dessas bactérias 
intracelulares causa a estimulação antigênica crônica, 
que pode resultar na formação de granulomas em 
torno dos microrganismos, como uma tentativa de 
impedir sua propagação. Porém, essa reação também 
está associada ao comprometimento funcional grave 
de um tecido causado pela necrose e fibrose. 
MECANISMOS DE EVASÃO 
- As bactérias intracelulares desenvolveram estratégias 
para resistir a eliminação pelos fagócitos (pela inibição 
da fusão do fagolisossomo - escapando para o citosol 
ou escondendo-se). 
- A resistência a eliminação mediada por fagócitos 
também é a razão pela qual as bactérias intracelulares 
tendem a causas infecções crônicas que podem durar 
anos e muitas vezes são recorrentes após a cura 
aparente (por serem difíceis de erradicar). 
IMUNIDADE A VÍRUS 
- São microrganismos intracelulares obrigatórios que 
utilizam componentes do ácido nucleio e maquinaria 
de síntese de proteínas do hospedeiro para se replicar 
e espalhar. 
- Infectam as células utilizando moléculas de superfície 
de células normais como receptores. Após adentrar, os 
vírus causam lesão tecidual e doença por uma série de 
mecanismos. 
- A replicação viral interfere na síntese de proteínas e 
função normal das células, levando a lesão e por fim, à 
morte da célula infectada. Esse resultado é o efeito 
citopático do vírus e a infecção é dita lítica (pois a célula 
infectada é lisada). 
- A infecção é prevenida por interferons do tipo I 
(imunidade inata) e anticorpos neutralizantes 
(imunidade adaptativa). 
- Exemplos: poliomielite, influenza, raiva, herpes 
simples, hepatite B, mononucleose, HIV. 
- Resposta inata: seus principais mecanismos são a 
inibição da infecção por interferons do tipo I (inibe a 
replicação viral) e a destruição das células infectadas 
mediada por células NK (capazes de destruir as células 
infectadas na ausência de MHC de classe I). 
- Resposta adaptativa: é mediada pelos anticorpos 
(apenas na fase extracelular de vida do vírus) que 
bloqueiam a ligação dos vírus nas células, 
neutralizando-os. A eliminação dos vírus que residem 
dentro das células é mediada por CTLs, que matam as 
células infectadas. 
*Em algumas infecções virais, a lesão no tecido pode 
ser causada por CTLs. 
MECANISMOS DE EVASÃO 
- Os vírus podem alterar seus antígenos, deixando de 
ser alvos da resposta imune. 
- Alguns inibem a apresentação de antígenos de 
proteínas citosólicas associados ao MHC de classe I. 
- Alguns vírus (p. ex. poxvírus) codificam moléculas que 
atuam como antagonistas competitivos das citocinas. 
- Algumas infecções virais crônicas (p. ex. HIV e 
hepatite) estão associadas a insuficiência de respostas 
CTL, o que permite a persistência viral. 
- Os vírus podem infectar e destruir ou inativas as 
células imunocompetentes (p. ex. HIV que elimina as 
células T CD4+, os principais indutores de respostas 
imunes a antígenos proteicos). 
IMUNIDADE A FUNGOS 
- Diferentes fungos infectam o homem e podem viver 
em tecidos extracelulares ou dentro de fagócitos.- Exemplos: candidíase, histoplasmose, aspergilose. 
- Resposta inata: os fagócitos e as células dendríticas 
reconhecem os fungos através dos receptores TRL e 
receptores do tipo lectina (dectinas). Os neutrófilos 
liberam substâncias fungicidas (EROS) e enzimas 
lisossômicas, e fagocitam os fungos. A ativação do 
complemento é inibida pela parede celular dos fungos. 
- Resposta adaptativa: nas infecções por fungos 
intracelulares, há cooperação das células T CD4+ e 
CD8+. Além disso, as respostas TH1 provocam 
inflamação granulomatosa, que causa lesão tecidual no 
hospedeiro nessas infecções. Nas infecções por fungos 
extracelulares, as células dendríticas ativadas 
produzem citocinas indutoras de TH17 (IL-6 e IL-23). As 
reações TH17 impulsionadas pelas células dendríticas 
estimulam a inflamação, e os neutrófilos e monócitos 
recrutados destroem os fungos. 
MECANISMOS DE EVASÃO 
- As cepas mais virulentas de fungos inibem a produção 
de citocinas (como TNF e IL-12) por macrófagos e 
estimulam a produção de IL-10 (anti-inflamatório → 
inibindo a ativação dos macrófagos). 
IMUNIDADE A PARATISAS 
- A maioria dos parasitas passam por ciclos de vida 
complexos, parte dos quais ocorre no homem e outro 
em hospedeiro intermediário. A maioria das doenças 
parasitarias é crônica por causa da fraca imunidade 
inata e dos mecanismos de resistência a eliminação 
pela adaptativa. 
PROTOZOÁRIOS 
- Exemplos: malária, leishmaniose, tripanossomíase 
africana, amebíase. 
- Resposta inata: alguns destes microrganismos 
expressam moléculas de superfície que são 
reconhecidas por TRLs e ativam os fagócitos. 
*Muitos desses parasitas são resistentes à fagocitose e 
podem se replicar mesmo dentro dos macrófagos. 
- Resposta adaptativa: o mecanismo contra os 
protozoários que sobrevivem dentro dos fagócitos é a 
ativação de macrófagos por citocinas derivadas de 
células TH1. Os protozoários que se replicam dentro 
das células do hospedeiro e as lisam também 
estimulam anticorpos específicos e respostas de CTL. 
METAZOÁRIOS (HELMINTOS) 
- Exemplos: esquistossomose, filariose. 
- Resposta inata: os fagócitos podem atacar parasitas 
helmintos secretando substâncias microbicidas para 
matar organismos grandes demais para serem 
fagocitados. Alguns helmintos também podem ativar a 
via alternativa do complemento. 
- Resposta adaptativa: mediada pela ativação de 
células TH2, o que resulta na produção de anticorpos 
IgE e ativação de eosinófilos. 
MECANISMOS DE EVASÃO 
- Os parasitas escapam da imunidade protetora 
reduzindo a sua imunogenicidade e pela inibição das 
respostas imunológicas do hospedeiro. 
- Os parasitas alteram seus antígenos de superfície 
durante seu ciclo de vida nos hospedeiros vertebrados. 
- Se tornam resistentes aos mecanismos imunológicos 
efetores durante sua permanência no hospedeiro. 
- Os protozoários são capazes de se esconder do 
sistema imunológico por viver no interior das células 
do hospedeiro ou pelo desenvolvimento de cistos 
resistentes aos efetores imunológicos. 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
- Choque séptico: Desencadeado por infecções de 
bactérias Gram-positivas > negativas > fúngicas. Há 
uma vasodilatação sistêmica que pode levar ao 
acúmulo de sangue na periferia, causando hiperfusão 
tecidual. As citocinas mediadoras são IL-1, TNF, IL-12. 
- Agentes infecciosos intracelulares obrigatórios que se 
desenvolvem: 
A- Dentro do fagossomo: Leishmania, plasmodium. 
B- Fora do fagossomo: Monocitogenis, trypanossomo.

Outros materiais