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AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO - COLCHÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE ________ – UF
REQUERENTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade de RG, emitida pela SSP/SP, inscrito no CPF/MF sob o nº, residente e domiciliado na (endereço completo), endereço de e-mail, vem respeitosamente à douta presença de Vossa Excelência, por seu advogado e bastante procurador (mandato anexo), com endereços (profissional e eletrônico) declinados no rodapé onde recebe as correspondências de estilo, com fulcro na Lei 8078/1990, no artigo 145, 171, inciso II, 186 e 927, todos do Código Civil, e demais legislações pertinentes, ajuizar a presente
AÇÃO DE RESCISÃO DE CONTRATO E RESTITUIÇÃO DE VALORES c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E OUTROS PLEITOS
em face de REQUERIDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº, com sede social situada em (endereço completo), endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
PRELIMINARMENTE:
ð DOS BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA GRATUITA:
O (A) requerente necessita das benesses da Justiça Gratuita, nos termos da Lei 1060/50, do artigo 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal e do artigo 98, do Novo Código de Processo Civil, por ser este (a), pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não tendo como arcar com às custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, bem como de sua família (anexar documentos). Assim sendo, requer-se, de plano, a concessão das benesses da justiça gratuita, como medida de acesso à justiça, nos termos do artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV, da Constituição Federal;
ð DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO:
É a dicção do artigo 71, da Lei 10741/2003:
Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.
§ 1º O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo.
Logo, conforme se prova pela cédula de identidade do (a) requerente, este (a) já conta com XX anos de idade. No mesmo sentido, é a dicção do artigo 1048, do Código de Processo Civil:
Art. 1.048. Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os procedimentos judiciais:
I – em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988;
Assim, requer o deferimento da prioridade de tramitação ao (à) requerente, nos termos legais acima declinados.
ð DO FÓRUM:
Conforme veremos mais adiante, a propositura da presente ação judicial se dá com fulcro no Digesto Consumerista. Assim, conforme inteligência do artigo 101, inciso I, daquele diploma legal, ajuíza-se o feito no domicílio do (a) requerente.
I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS:
O (A) REQUERENTE, visando adquirir um veículo pesado para o filho trabalhar, contatou via internet, a requerida para obter maiores informações sobre o produto consórcio. Interessou-se em adquirir, por esta modalidade, uma carreta no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), conforme proposta ora anexa (Doc. 1). Como não tinha renda e constava em seu nome restrições creditícias, a proposta foi enviada no CPF da requerente.
Tal aquisição se deu, porque o preposto da requerida assegurou tanto ao (à) requerente quanto ao seu filho, que ao pagar a primeira parcela, havia um “esquema para a contemplação da carta de consórcio”, e que, no máximo em 30 dias, o (a) requerente teria a carta contemplada para adquirir tal bem.
Quer nos parecer que este é o modus operandi padrão da requerida. Em rasa consulta ao sítio eletrônico do E. TJ-SP, há mais de 50 processos que visam a nulidade de aquisição de cota de consórcio pelo mesmo motivo, em diversas Comarcas deste Estado, conforme veremos mais adiante, todas com narrativas semelhantes.
Pois bem, o (a) requerente durante todo o tempo deixou claro que trabalha como (profissão) e que adquiriria o caminhão para o filho, então desempregado, trabalhar e com o valor auferido com o trabalho, pagar a parcela, visto que, trabalhando como (profissão), jamais poderia pagar uma parcela de XXXX, conforme boleto anexo (Doc. 2). Frise-se que o (a) requerente informou que recebia mensalmente a importância de XXXX, mas mesmo assim, de má-fé, o preposto da requerida, ao preencher a proposta, informou como renda a importância de XXXX, ou seja, só a aquisição, compromete o dobro da renda líquida do (a) requerente. Assim, se não fosse contemplada a carta em 30 dias, o (a) requerente sequer teria condições de pagar a primeira parcela.
Certo (a) de que seria contemplada a cota e emitida a carta de crédito, em (data), o (a) requerente juntou todas as economias que tinha, pediu mais algum valor emprestado para seus outros filhos e deu de entrada, a importância de XXXX, conforme se prova pelo comprovante de pagamento ora anexo (Doc. 3). Ao enviar o comprovante de pagamento, foi informado (a) de que haveria a necessidade de se obedecer alguns trâmites internos, mas que já estava sendo providenciada a contemplação e que até dia (data). Depois de muitas ligações, insistindo e cobrando, a requerida disse que não tinha a possibilidade de contemplação imediata do bem, que o (a) requerente teria que pagar o plano normalmente e que só poderia ser contemplado (a) por meio de lance ou de sorteio.
O (A) requerente, desesperou-se, vez que, tinha pago à requerida, o valor de todas as suas economias, e, por orientação de preposto da requerida, preencheu a carta de desistência ora anexa (Doc. 4). Ocorre que ao informar ao (à) requerente, pessoa extremamente simples, foi garantido de que na primeira Assembleia o valor seria devolvido, o que não ocorreu mais uma vez. Ante as inúmeras tentativas de resolver sem a necessidade de se socorrer do já assoberbado Poder Judiciário para ter sua pretensão atendida, ante a patente má-fé, bem como às diversas faltas com a verdade da requerida, socorre-se deste E. juízo para ter a tutela jurisdicional que lhe é devida.
II – DO DIREITO:
a) Da aplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor quanto às Administradoras de Consórcio:
Embora seja sumulado pelo C. Superior Tribunal de Justiça, nunca é demasiado lembrarmos da possibilidade da aplicação do diploma consumerista às relações entre particulares e às instituições bancárias:
Súmula 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
As administradoras de consórcio são equiparadas as Instituições Financeiras, a teor da Lei 7492/1986, § único, inciso I, que preconiza:
Art. 1º Considera-se instituição financeira, para efeito desta lei, a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (Vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários.
Parágrafo único. Equipara-se à instituição financeira:
I – a pessoa jurídica que capte ou administre seguros, câmbio, consórcio, capitalização ou qualquer tipo de poupança, ou recursos de terceiros; (Grifos nossos)
Assim, perfeitamente aplicável o Código de Defesa do Consumidor à demanda em questão em relação a requerida.
b) Da prática abusiva por parte da requerida:
O Código de Defesa do Consumidor considera ser prática abusiva por parte do fornecedor, prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor para impingir-lhe seus produtos e serviços:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
IV – prevalecer-se da fraqueza ou ignorânciado consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços. (grifamos)
Assim, a prática da requerida, que ressaltamos, é contumaz, torna-se mais odiosa por vilipendiar sonhos da requerente em propiciar ao filho, desempregado há meses, uma oportunidade de trabalho. A requerente, é pessoa simples, que veio do interior da aprazível Bahia de todos os santos para tentar melhorar de vida na “cidade grande”, não tendo a oportunidade de estudar, ante o labor em casas de famílias que tanto lhe exige, tendo à mingua de muito esforço, economizado um pequeno valor para uma emergência que fora dispendido, acreditando na promessa da requerida.
c) Da obrigatoriedade da boa-fé contratual:
Evidentemente os fatos acima narrados fere o princípio da boa-fé contratual. Tal princípio, relativamente óbvio, encontra alicerce no texto que prescreve o artigo 422, do Diploma Civilista Brasileiro:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
Na mesma esteira, o artigo 34, da Lei 8078/1990, o CDC:
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos.
Não nos parece verossímil que a requerida, ante a enxurrada de demandas judiciais já ajuizadas, bem como às inúmeras reclamações que deve receber todos os dias, todas narrando o mesmo modo de abordagem, convencimento e celebração de negócio jurídico, não tenha conhecimento do modo lesivo e desleal da abordagem dos seus prepostos à pessoas simples induzindo-os em erro.
Logo, é crível que a requerida tenha ciência da má-fé praticada pelos seus prepostos, e, pelo crescente volume de ações que são distribuídas nos diversos juízos deste Estado, tem se quedado inerte em resolver a questão.
d) da anulação do contrato e restituição dos valores:
Conforme demonstrado previamente, a requerente fora vítima de um golpe, onde mesmo depois de pago o valor de XXXX, não lhe fora disponibilizado a carta com o crédito prometido. Desta forma, no presente caso o vício de consentimento é manifestamente comprovado, e assim, autoriza a requerente a formular seu pedido de anulação do contrato de participação em consórcio, uma vez que a requerida, por seu preposto, dolosamente a induziu em erro para obter vantagem indevida, nos moldes dos artigos 145 e 171, inciso II do Código Civil, in verbis:
Art. 145 – São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa.
Art. 171 – Além dos casos expressamente declarados na Lei, é anulável o negócio jurídico:
II – Por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, ou fraude contra credores.
Com efeito, resta claro que a requerente fora enganada, pois somente celebrou o referido contrato de consórcio, por acreditar na disponibilização imediata do crédito para compra do caminhão para trabalhar. Assim sendo, restando devidamente evidenciado o dolo substancial, requer seja determinada a anulação do contrato de consórcio firmado entre as partes, uma vez que a requerente o celebrou, com sua vontade totalmente viciada, crendo na imediatez da disponibilização da carta de crédito. Logo, anulado o negócio jurídico por culpa exclusiva da requerente que agiu de má-fé, ofertando algo que consabidamente não poderia cumprir, deve ser pago à requerente a integralidade dos valores despendidos, nos termos do artigo 182, do Código Civil:
Art. 182 – Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.”
No presente caso, o retorno ao status quo ante é possível, sendo necessário apenas que, além da anulação do negócio jurídico, seja determinado por este douto juízo, a restituição à requerente dos valores pagos no ato da compra, qual seja XXXX, conforme comprovantes anexos. Neste sentido, é cristalina a jurisprudência do E. TJ-SP:
Ação de rescisão contratual c.c. restituição de valores – Consórcio de veículo – Autor negociou com a ré adesão de cota de consórcio de caminhão HR, no valor de R$ 90.000,00, mas com inclusão do autor para participação em grupo de consórcio de caminhão Marco Polo, no valor de R$ 181.250,00 – Demandada revel – Ação julgada procedente em parte declarando resolvido o contrato de consórcio e condenando a ré à devolução dos valores pagos – Recurso exclusivo da ré, apenas sustentando a restituição dos valores pagos não de imediato, mas em até 30 dias a contar do encerramento do grupo consortil – Descabimento – Caso vertente não trata de desistência ou exclusão de consorciado por inadimplência, mas clara hipótese de resolução do contrato por culpa exclusiva da ré, por patente falha na prestação de serviços – Devolução imediata dos valores, inclusive taxa de administração – Precedentes – Sentença mantida – Recurso negado. (grifamos)
(TJSP; Apelação 1001533-46.2014.8.26.0564; Relator: Francisco Giaquinto; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro de São Bernardo do Campo – 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 14/08/2015; Data de Registro: 14/08/2015)
E no mesmo sentido:
“AÇÃO CUMULADA COM DEVOLUÇÃO DOS VALORES PAGOS Consórcio – Adesão ao grupo mediante promessa de contemplação garantida – Provas das alegações do autor – Direito à devolução imediata das parcelas pagas. – Hipótese que não se confunde com desistência ou exclusão do consorciado – Sentença de procedência mantida – RECURSO DESPROVIDO.”
(TJ-SP Apelação 0175140-64.2008.8.26.0100; Relator Des. Sergio Shimura, j. 31.10.2012)
De se frisar também que a requerente não recebeu de forma antecipada o contrato de adesão para que pudesse ter lhe franqueada as informações, em total desconformidade com o disposto no artigo 54, da Lei Consumerista.
Ainda a Circular 3.432, de 2009, do Banco Central do Brasil, estabelece que devem constar do contrato as condições da operação de consórcio, bem como, de forma clara e explícita, os direitos e os deveres das partes contratantes.
e) Da responsabilidade objetiva e do dever de indenizar:
Entendemos ser a responsabilidade da requerida, objetiva, respondendo in totum por qualquer evento danoso decorrente da celebração/execução do contrato. Isto porque o artigo 14, do Digesto Consumerista, assim preleciona:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Assim, pelo exposto acima é clarividente a responsabilidade da instituição, que por seu preposto induziu a requerente a erro.
Logo, o fato de ter permitido a requerida que um de seus prepostos no caso vertente, bem como diversos outros em dezenas de ações paradigmas ajuizadas neste Estado, prometendo em seu nome algo que é impossível de ser entregue, violando flagrantemente o dever de boa-fé contratual, o CDC e demais legislações aplicáveis à espécie, supera o mero dissabor, tolerável pela doutrina e jurisprudência pátria nas relações de consumo. Trata-se, sem nenhuma dúvida de ação em compadrio da requerida e seus prepostos, lesando diversos consumidores e foge à esfera do mero dissabor, devendo ser indenizada. Neste sentido, decidiu o E. TJ-SP:
“CONSÓRCIO. Indenização. Danos materiais. Caracterização. Caso que não se enquadra nas hipóteses de desistência ou de exclusão do associado/consorciado. Manifestação de vontade ao aderir ao contrato viciada, em face de engodo. Administradoras que não honraram com o contratado. Prova dos autos favorável ao autor. Reparação por danos materiais devida. Danos morais. Caracterização. Falsa expectativa incutida no espírito do consumidor. Lucros cessantes. Não configuração. Improcedência. Sentença reformada para julgar parcialmente procedente os pedidos. Recurso provido.”
(TJ-SP Apelação nº 0007343-75.2009.8.26.0408; Reator: Des.. Sebastião Flávio; Órgão Julgador:23ª Câmara de Direito Privado, j. 19/08/2015)
Ainda nesta seara, se tratasse de um caso isolado, poderíamos discutir a verossimilhança do alegado, mas não. Este é o modo de fazer negócio da requerida, haja visto as narrativas, todas semelhantes nos autos dos processos (relacionar os números dos processos), entre outros existentes no site, que parece terem sidos narrados pela mesma requerente. Note-se, ínclito julgador, que as Ações são em diversas Comarcas (A, B, C, D, E, etc.), não havendo qualquer contato entre as partes, tendo ainda outras dezenas de processos, todos narrando, os fatos, repise-se, da mesma maneira.
Logo, a má-fé da requerida resta patente, sendo de rigor a indenização por danos morais. Entendemos, inclusive ser o caso de se oficiar o Ministério Público para a eventual propositura de Ação Civil Pública, ante a quantidade de pessoas que foram induzidos em erro pela requerida.
Estando o dano bem delineado, mister se faz discutirmos o montante necessário para a reparação. É o cediço em nosso ordenamento jurídico que a condenação em danos morais deve ser sobrepesada pelo juízo com base em alguns pilares: A sua extensão propriamente dita, o poderio econômico da parte culpada pelo evento danoso e a necessidade que o montante seja suficiente para reparar o dano sofrido, jamais se olvidando do caráter pedagógico da reprimenda apresentada. Por outro lado, não pode servir de instrumento de enriquecimento ilícito por parte de quem o experimentou, devendo ser arbitrado com parcimônia e atendendo as particularidades do caso em concreto. Farta é a jurisprudência e os ensinamentos doutrinários que corroboram o exposto, da qual por amostragem se colaciona as seguintes:
A Colenda Corte Infraconstitucional, decidiu a este respeito que a indenização por dano moral deve ser fixada em termos razoáveis, não se justificando que a reparação venha a constituir-se em enriquecimento sem causa, com manifestos abusos ou exageros, devendo o arbitramento operar-se com moderação, proporcionalmente ao grau de culpa e ao porte econômico das partes, orientando-se o juiz pelos critérios sugeridos pela doutrina e pela jurisprudência, com razoabilidade, valendo-se de sua experiência e do bom senso, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso. Ademais, deve ela contribuir para desestimular o ofensor a repetir o ato, inibindo sua conduta antijurídica”. (RSTJ 137/486 e STJ-RT 775/211). (Grifos nossos)
Neste diapasão, entendemos que o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais) é suficiente para reparar o dano experimentado, tendo caráter pedagógico ante a pratica reiterada da requerida em ludibriar o consumidor, observando sua capacidade econômica, sem que o valor sirva de causa de enriquecimento sem causa à requerente.
Ex positis e, por tudo o mais que nos autos consta, requer digne-se Vossa Excelência a:
III – DOS PEDIDOS:
a) Conceder à requerente, as benesses da Justiça Gratuita, nos termos da Lei 1060/50, do artigo 5º, inciso LXXIV, da Carta Magna e do artigo 98, do Novo Código de Processo Civil, por ser este, pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não tendo como arcar com às custas processuais sem prejuízo do próprio sustento, bem como de sua família, conforme declinado acima, concedendo a esta, a gratuidade processual ora requerida;
b) A citação pelos correios do requerido na pessoa de seu representante legal, nos termos do artigo 246, incisos I, do Novel Códex Processual Civil, no endereço declinado preambularmente, para que, querendo, conteste a presente ação no prazo legal, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria fática;
c) Ao final, que seja julgada a presente ação totalmente procedente para anular o contrato de consórcio celebrado, declarando inexigível ainda, qualquer pagamento decorrente deste, determinando o imediato ressarcimento do valor de XXXX, atualizado monetariamente, desde o efetivo desembolso;
d) A condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos morais à requerente que ora se sugere, seja da monta de R$ 10.000,00 (dez mil reais), pelos fatos supracitados, principalmente pela maneira desleal e lesiva de comercializar seus produtos, entendendo esta defesa ainda ser o caso de se oficiar o Ministério Público para eventual propositura de Ação Civil Pública, ante a reiterada pratica;
e) A condenação da requerida nos ônus da sucumbência, assim compreendido o pagamento custas judiciais e honorários advocatícios ao patrono da presente ação, que requer, sejam fixados por esse juízo, no patamar de 20%, nos termos do artigo 85, parágrafo 2º, do Novo Código de Processo Civil.
Protesta provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, em especial os documentos ora juntados, juntada posterior de documentos, expedição de ofícios, depoimentos pessoais das partes e outras que se façam necessárias ao deslinde do feito, o que fica desde já, requerido.
Em atendimento ao artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil, opta pela não realização de audiência prévia de conciliação.
Atribui-se à causa o valor de XXXXX, nos termos do artigo 292, inciso V, do NCPC.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local, data.
Advogado
OAB/UF

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