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As consequências da modernidade – Anthony Giddens A modernidade refere-se ao estilo, costume de vida ou organização social que surgiu na Europa no século XVII e passou a exercer influência sob o mundo todo. Ao passo que o século XX foi chegando ao fim, as pessoas começaram a crer que a modernidade estava acabando, e um novo tipo de sistema social surgindo. Para esse novo sistema social, passaram a utilizar alguns termos como sociedade da informação, sociedade do consumo, pós-modernidade, sociedade pós- industrial, etc. Porém o autor diz que, não conseguimos compreender os eventos plenamente e as ciências sociais não tem abrangido o conceito de modernidade de forma suficiente, por isso não basta somente criar termos como os citados aqui. Para o autor não estamos entrando em um período de pós modernidade propriamente dito, mas em um período onde as consequências da modernidade estão sendo mais radicais e universais. Para ele, pode-se perceber os contornos de uma nova ordem: A pós-moderna que é diferente de pós-modernidade. As descontinuidades da modernidade: Para o autor, os modos de vida produzidos pela modernidade nos desvencilharam de todos os tipos tradicionais de ordem social, de uma maneira que não tem precedentes. As transformações que ocorrem na modernidade, as que ocorreram nos últimos quatro séculos são mais profundas, abrangentes e dramáticas. “A história "começa" com culturas pequenas, isoladas, de caçadores e coletores, se movimenta através do desenvolvimento de comunidades agrícolas e pastoris e daí para a formação de estados agrários, culminando na emergência de sociedades modernas no Ocidente”. Um exemplo de três características (ritmo de mudança, escopo da mudança e natureza intrínseca das instituições modernos), podem nos mostrar como deveríamos identificar as descontinuidades que separas as instituições modernas das ordens sociais tradicionais. Segurança x Perigo e Confiança x Risco “O desenvolvimento das instituições sociais modernas e sua difusão em escala mundial criaram oportunidades bem maiores para os seres humanos gozarem de uma existência segura e gratificante que qualquer tipo de sistema pré-moderno. Mas a modernidade tem também um lado sombrio, que se tornou muito aparente no século atual”. O autor diz que Marx e Durkheim viam a era moderna como uma era turbulenta, porém acreditava que as possibilidades benéficas que a era moderna proporcionava, superava suas características negativas. Por exemplo, Durkheim acreditava que a expansão do industrialismo estabelecia uma vida social harmoniosa e gratificante, integrada através de uma combinação da divisão do trabalho e do individualismo moral. Para Weber, “o progresso material era obtido apenas á custa de uma expansão da burocracia que esmagava a criatividade e autonomia individuais”. “Para dar um exemplo, todos os três autores viram que o trabalho industrial moderno tinha consequências degradantes, submetendo muito seres humanos à disciplina de um labor maçante, repetitivo. Mas não se chegou a prever que o desenvolvimento das "forças de produção" teria um potencial destrutivo de larga escala em relação ao meio ambiente material” Também, para os sociólogos, o poder autoritário, o despotismo, era uma característica dos estados pré0modernos, porém, segundo o autor, pode-se ver que a possibilidade de totalitarismos é contida dentro dos parâmetros da modernidade ao invés de ser por ela excluída. Ou seja, ainda são um eco no presente. Os sociólogos não poderiam prever por exemplo, a invenção das armas nucleares. Atualmente, o confronto nuclear e militar formam o lado sombrio da modernidade. Basta analisar a quantidade de mortos nas duas guerras mundiais frente ao número da população mundial na época. Um conflito total entre superpotências pode erradicar completamente a humanidade. O mundo em que vivemos hoje é um mundo carregado e perigoso.
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