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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS, ADMINISTRATIVAS E CONTÁBEIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO
PROF. TAGIANE G. FIORENTIN TRES
	
1 A CONTABILIDADE APLICADA AO SETOR PÚBLICO: Contextualização 
A ciência contábil no Brasil vem passando por significativas transformações rumo à convergência aos padrões internacionais. O processo de evolução da contabilidade do setor público deve ser analisado de forma histórica e contextualizada com o próprio processo de evolução das finanças públicas.
Nesse sentido, o primeiro marco histórico foi a edição da Lei nº 4.320/1964, que estabeleceu importantes regras para propiciar o controle das finanças públicas, bem como a construção de uma administração financeira e contábil sólidas no País, tendo como principal instrumento o orçamento público. 
Deste modo, o orçamento público ganhou significativa importância no Brasil. Como consequência, as normas relativas a registros e demonstrações contábeis, vigentes até hoje, acabaram por dar enfoque sobretudo aos conceitos orçamentários, em detrimento da evidenciação dos aspectos patrimoniais. 
Outro importante avanço na área das finanças públicas foi a edição da Lei Complementar nº 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu para toda a Federação, direta ou indiretamente, limites de dívida consolidada, garantias, operações de crédito, restos a pagar e despesas de pessoal, dentre outros, com o intuito de propiciar o equilíbrio das finanças públicas e instituir instrumentos de transparência da gestão fiscal. 
A LRF estabeleceu, ainda, a exigência de realizar-se a consolidação nacional das contas públicas1. Esta competência é exercida pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) por meio da publicação anual do Balanço do Setor Público Nacional (BSPN), congregando as contas da União, estados, Distrito Federal e municípios. 
Tendo em vista essa competência, a Portaria MF nº 184/2008 e o Decreto nº 6.976/2009 determinam que a STN, enquanto órgão central do Sistema de Contabilidade Federal, edite normativos, manuais, instruções de procedimentos contábeis e plano de contas de âmbito nacional, objetivando a elaboração e publicação de demonstrações contábeis consolidadas. Tais instrumentos encontram-se em consonância com as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Aplicadas ao Setor Público (NBCT SP) editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), e buscam a convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público – International Public Sector Accounting Standards (IPSAS) – editadas pelo International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB).
A necessidade de evidenciar com qualidade os fenômenos patrimoniais e a busca por um tratamento contábil padronizado dos atos e fatos administrativos no âmbito do setor público tornou imprescindível a elaboração de um plano de contas com abrangência nacional. Este plano apresenta uma metodologia, estrutura, regras, conceitos e funcionalidades que possibilitam a obtenção de dados que atendam aos diversos usuários da informação contábil. Dessa forma, a STN editou o Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP) e o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP), com abrangência nacional, que permitem e regulamentam o registro da aprovação e execução do orçamento, resgatam o objeto da contabilidade – o patrimônio, e buscam a convergência aos padrões internacionais, tendo sempre em vista a legislação nacional vigente e os princípios da ciência contábil.
1.1 Contabilidade Aplicada ao Setor Público no Brasil: fatos relevantes
- 1914 – O Ministro da Fazenda não teve condições de realizar operações de crédito com banqueiros ingleses por incapacidade de oferecer garantias para os empréstimos. Motivo: falta de contabilidade organizada que produzisse informações consistentes sobre a situação econômica, financeira e patrimonial do Governo.
- 1921 – Foi criada a Contadoria Geral da República, uma repartição da Diretoria do Tesouro Nacional, denominada Diretoria Central da Contabilidade Pública.
- 1922 – A Diretoria Central de Contabilidade Pública foi transformada na Contadoria Central da República. Foi criado o Código de Contabilidade Pública e o Regulamento Geral de Contabilidade Pública e dividiu a Contabilidade Pública em Orçamentária, Financeira e Patrimonial.
- 1940 – Decreto 1.990, de 31/01/1940, foi denominada a Contadoria Geral da República.
Essa vinculação histórica da Contabilidade Pública com o Ministério da Fazenda justifica a estrutura da STN (Secretaria do Tesouro Nacional) que congrega, ainda hoje, o Sistema de Administração Financeira Federal e de Contabilidade Federal além de comandar o SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira).
- 1964 – Lei 4.320 – tratou da importância do controle do orçamento e definiu que as demonstrações tivessem como base a Contabilidade. A lei 4320/64 tratou das informações em quatro dimensões: orçamentária, financeira, patrimonial e compensação (atos potenciais). Também criou as demonstrações contábeis obrigatórias:
- Balanço orçamentário
- Balanço financeiro
- Demonstração das Variações Patrimoniais
- Balanço Patrimonial
A lei 4320/64 inseriu no contexto da contabilidade pública a utilização de lançamentos por sistemas:
- Sistema financeiro
- Sistema Patrimonial
- Sistema Orçamentário
- Sistema de compensação
- 1988 - sistema de Controle Interno foi estruturado na forma apresentada na figura a seguir:
- 2000 – A Lei de Responsabilidade Fiscal nº 101/2000, estabeleceu normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal.
- 2008 – Edições, através de resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBC TSP.
1.2 NBC TSP, IPSAS e MCASP
1.2.1 Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBC TSP)
No dia 21 de novembro de 2008, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público (NBC TSP). Constituem a NBC T 16, que aborda “Aspectos Contábeis Específicos da Gestão Governamental”, desmembrada em 11 partes.
	RESOLUÇÃO CFC
	NBC T
	DESCRIÇÃO
	1.128/2008
	16.1
	Conceituação, objeto e campo de aplicação
	1.129/2008
	16.2
	Patrimônio e Sistemas Contábeis
	1.130/2008
	16.3
	Planejamento e seus instrumentos sob o enfoque contábil
	1.131/2008
	16.4
	Transações no Setor Público
	1.132/2008
	16.5
	Registro Contábil
	1.133/2008
	16.6
	Demonstrações Contábeis
	1.134/2008
	16.7
	Consolidação das Demonstrações Contábeis
	1.135/2008
	16.8
	Controle interno
	1.136/2008
	16.9
	Depreciação, Amortização e Exaustão
	1.137/2008
	16.10
	Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos
	1.366/2011
	16.11
	Sistema de Informações de Custos no Setor Público
Fonte: www.cfc.org.br
Em 2016, o CFC reformou as 11 normas acima, revogando algumas e editando novas normas. A seguir apresenta-se o quadro das NBCT SP vigentes.
	NBC
	NOME DA NORMA
	Correlação IFAC
	NBCT SP – ESTRUTURA CONCEITUAL
	Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Informação Contábil de Propósito Geral pelas Entidades do Setor Público
	Conceptual Framework
	NBCT SP 01
	Receita de Transação sem Contraprestação
	IPSAS 9
	NBCT SP 02
	Receita de Transação com Contraprestação
	IPSAS 9
	NBCT SP 03
	Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
	IPSAS 19
	NBCT SP 04
	Estoques
	IPSAS 12
	NBCT SP 05
	Contratos de Concessão de Serviços Públicos: Concedente
	IPSAS 32
	NBCT SP 06
	Propriedade para investimento
	IPSAS 16
	NBCT SP 07
	Ativo Imobobilizado
	IPSAS 17
	NBCT SP 08
	Ativo Intangível
	IPSAS 31
	NBCT SP 09
	Redução ao Valor Recuperável de Ativo Não Gerador de Caixa
	IPSAS 21
	NBCT SP 10
	Redução ao Valor Recuperável de Ativo Gerador de Caixa
	IPSAS 26
	NBCT 16.6 R1 
	Demonstrações Contábeis
	Não há
	NBCT 16.7
	Consolidação das Demonstrações Contábeis
	Não há
	NBCT 16.8
	Controle interno
	Não há
	NBCT 16.9
	Depreciação, Amortização e Exaustão (Revogadaa partir de 01/01/2019)
	Não há
	NBCT 16.10
	Avaliação e Mensuração de Ativos e Passivos (Revogada a partir de 01/01/2019)
	Não há
	NBCT 16.11
	Sistema de Informações de Custos no Setor Público
	Não há
Fonte: CFC, 29/07/2018
Destaca-se que o CFC e os CRCs estão participando de um processo de convergência das normas contábeis aos padrões internacionais, inclusive das relativas à Contabilidade Pública. Mediante a Resolução CFC n.º 1.103/2007, o CFC instituiu o Comitê Gestor de Convergência Brasil (CGCB). O objetivo do Comitê é contribuir para o desenvolvimento sustentável do País buscando, por meio de uma reforma contábil e de auditoria, maior transparência das informações financeiras utilizadas pelo mercado e pela sociedade, além do aprimoramento das práticas da profissão, considerando sempre a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais (CARLIN, 2008).
O CGCB busca monitorar as ações a serem implantadas para viabilizar a convergência das normas contábeis e de auditoria, por meio de uma série de ações definidas. O Plano de Ação, quando de sua concepção (em torno de 2009), almejava a convergência das NBC TSP às IPSAS até 2012. Nesse ponto, merece referência o envolvimento da STN que, por meio da Portaria do Ministério da Fazenda n.º 184, de 25/08/2008 (MF, 2008), recebeu a responsabilidade de identificar as necessidades de convergência às normas emitidas pela IFAC e pelo CFC. As siglas IPSAS e IFAC são tratadas logo em seguida.
1.2.2 International Public Sector Accounting Standards (IPSAS)
A sigla IPSAS pode ser traduzida (de modo livre) como Normas (ou Padrões) Internacionais de Contabilidade do Setor Público (NICSP), constituindo um conjunto de regras emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC, traduzida como Federação Internacional de Contadores).
Em certo grau, as IPSAS são baseadas nas International Accounting Standards (IAS,traduzido como Padrões Internacionais de Contabilidade) e nas International Financial Reporting Standards (IFRS, traduzido como Padrões Internacionais de Evidenciação Financeira), aplicadas na área da Contabilidade Empresarial. As IAS foram emitidas originalmente pelo International Accounting Standards Committee (IASC, traduzido como Comitê Internacional de Padrões Contábeis), criado em 1973. As IFRS são emitidas e atualizadas pelo International Accounting Standards Board (IASB, traduzido como Conselho Internacional de Padrões Contábeis), componente da estrutura do IASC que assumiu as responsabilidades técnicas de emitir e atualizar as referidas normas a partir de 2001.
O conjunto das IPSAS emitidas pela IFAC somava trinta e duas normas até janeiro de 2012.
1.2.3 Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP)
O Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) foi elaborado pela STN e CFC e refere-se a um conjunto de “partes” com textos de orientação e regulação, conforme evidenciado no quadro a seguir.
Quadro demonstrativo do MCASP – 7ª Edição (2017)
	I - 
	Parte Geral - Introdução ao MCASP
	II - 
	Parte II - Procedimentos Contábeis Patrimoniais
	III - 
	Parte III - Procedimentos Contábeis Específicos
	IV - 
	Parte IV - Plano de Contas Aplicado ao Setor Público; e
	V - 
	Demonstrações Contábeis Aplicadas ao Setor Público.
Fonte: Adaptado de STN
O MCASP faz parte das ações da STN que se apresentam em consonância com as orientações estratégicas para a CASP, conforme documento elaborado pelo CFC (2008), visando (STN, 2008):
a) a convergência aos padrões internacionais de CASP;
b) a implementação de procedimentos e práticas contábeis que permitam o reconhecimento, a mensuração, a avaliação e a evidenciação dos elementos que integram o patrimônio público;
c) a implantação de sistema de custos no âmbito do setor público;
d) a melhoria das informações que integram os demonstrativos contábeis e os relatórios necessários à consolidação das contas nacionais; e
e) possibilitar a avaliação do impacto das políticas públicas e da gestão, nas dimensões social, econômica e fiscal, segundo aspectos relacionados à variação patrimonial.
1.2.4 O Plano de Contas Aplicado ao Setor Público – PCASP
O PCASP representa uma das maiores conquistas da contabilidade aplicada ao setor público. Além de ser uma ferramenta para a consolidação das contas nacionais e instrumento para a adoção das normas internacionais de contabilidade, o PCASP permitiu diversas inovações, por exemplo: 
a) Segregação das informações orçamentárias e patrimoniais: no PCASP as contas contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam – orçamentária, patrimonial e de controle, de modo que os registros orçamentários não influenciem ou alterem os registros patrimoniais, e vice-versa. 
b) Registro dos fatos que afetam o patrimônio público segundo o regime de competência: as variações patrimoniais aumentativas (VPA) e as variações patrimoniais diminutivas (VPD) registram as transações que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido, devendo ser reconhecidas nos períodos a que se referem, segundo seu fato gerador, sejam elas dependentes ou independentes da execução orçamentária. 
c) Registro de procedimentos contábeis gerais em observância às normas internacionais, como as provisões, os créditos tributários e não tributários, os estoques, os ativos imobilizados e intangíveis, dentre outros. Incluem-se também os procedimentos de mensuração após o reconhecimento, tais como a reavaliação, a depreciação, a amortização, a exaustão e a redução ao valor recuperável (impairment), dentre outros.
1.3 Aspectos orçamentário, patrimonial e fiscal da Contabilidade Aplicada ao Setor Público
O objetivo principal da maioria das entidades do setor público é prestar serviços à sociedade, em vez de obter lucros e gerar retorno financeiro aos investidores. Esses serviços incluem, por exemplo: programas e políticas de bem-estar, educação pública, segurança nacional e defesa nacional. Consequentemente, o desempenho de tais entidades pode ser apenas parcialmente avaliado por meio da análise da situação patrimonial, do desempenho e dos fluxos de caixa. 
As entidades do setor público possuem características que as diferem das demais entidades, dentre as quais destacam-se: 
a) A importância do orçamento público. A Constituição brasileira exige a elaboração do orçamento anual, a sua aprovação pelo poder Legislativo e a sua disponibilização à sociedade. A sociedade fiscaliza a gestão das entidades públicas diretamente, respaldada pela Constituição, ou indiretamente, por meio de representantes. A elaboração de demonstrativo que apresenta e compara a execução do orçamento com o orçamento previsto é o mecanismo normalmente utilizado para demonstrar a conformidade com os requisitos legais relativos às finanças públicas.
b) Natureza dos programas e longevidade do setor público. Muitos programas do setor público são de longo prazo, e a capacidade para cumprir os compromissos depende dos tributos e das contribuições a serem arrecadados no futuro. Ademais, as entidades do setor público têm existências muito longas, mesmo que passem por severas dificuldades financeiras e se tornem inadimplentes com as obrigações oriundas da sua respectiva dívida. Consequentemente, as demonstrações que evidenciam a situação patrimonial e o desempenho não fornecem todas as informações que os usuários precisam conhecer a respeito dos programas de longo prazo.
c) Natureza e propósito dos ativos e passivos no setor público. No setor público, a principal razão de se manterem ativos imobilizados e outros ativos é voltada para o potencial de serviços desses ativos e, não, para a sua capacidade de gerar fluxos de caixa. Em razão dos tipos de serviços prestados, uma parcela significativa dos ativos utilizados pelas entidades do setor público é especializada, como, por exemplo, os ativos de infraestrutura e os ativos militares. 
d) Papel regulador das entidades do setor público. Muitos governos e outras entidades do setor público possuem poder de regulação de entidades que operamem determinados setores da economia, de forma direta ou por meio de agências reguladoras. A principal razão da regulação é assegurar o interesse público de acordo com objetivos definidos nas políticas públicas ou quando existem falhas de mercados para determinados serviços. Essas atividades regulatórias são conduzidas de acordo com o estabelecido na legislação. 
Nesse contexto, é importante compreender os diferentes aspectos da contabilidade aplicada ao setor público (CASP) – orçamentário, patrimonial e fiscal, de modo a interpretar corretamente as informações contábeis. 
1.3.1. Aspecto orçamentário
Compreende o registro e a evidenciação do orçamento público, tanto quanto à sua aprovação quanto à sua execução. Os registros de natureza orçamentária são base para a elaboração do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) e dos Balanços Orçamentário e Financeiro, que representam os principais instrumentos para refletir esse aspecto. O aspecto orçamentário está assentado na Lei 4320/1964.
1.3.2 Aspecto patrimonial
Compreende o registro e a evidenciação da composição patrimonial do ente público. Nesse aspecto, devem ser atendidos os princípios e as normas contábeis voltadas para o reconhecimento, mensuração e evidenciação dos ativos e passivos e de suas variações patrimoniais. O Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) representam os principais instrumentos para refletir esse aspecto. O processo de convergência às normas internacionais de contabilidade aplicada ao setor público (CASP) visa a contribuir, primordialmente, para o desenvolvimento deste aspecto. O aspecto patrimonial sustenta-se nas Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público – NBC TSP.
1.3.3 Aspecto fiscal
Compreende a apuração e evidenciação, por meio da contabilidade, dos indicadores estabelecidos pela LRF, dentre os quais se destacam os da despesa com pessoal, das operações de crédito e da dívida consolidada, além da apuração da disponibilidade de caixa, do resultado primário e do resultado nominal, a fim de verificar-se o equilíbrio das contas públicas. O Relatório de Gestão Fiscal (RGF) e o Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) representam os principais instrumentos para evidenciar esse aspecto. A base do aspecto fiscal da Contabilidade Aplicada ao Setor Público é a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF (Lei Complementar 101/2000).
As demonstrações contábeis e os relatórios fiscais têm muito em comum. Ambas as estruturas de relatórios estão voltadas para ativos, passivos, receitas e despesas governamentais e informações abrangentes sobre os fluxos de caixa. Há uma considerável sobreposição entre as duas estruturas que sustentam essas informações. 
No entanto, as demonstrações contábeis e as diretrizes para relatórios fiscais têm objetivos diferentes. O objetivo das demonstrações contábeis das entidades do setor público é o fornecimento de informações úteis sobre a entidade que reporta a informação, voltadas para fins de prestação de contas e responsabilização (accountability) e para a tomada de decisão. 
Os relatórios fiscais são utilizados, principalmente, para: (a) analisar opções de política fiscal, definir essas políticas e avaliar os seus impactos; (b) determinar o impacto sobre a economia; e (c) comparar os resultados fiscais nacional e internacionalmente. 
Dessa maneira, cabe aos responsáveis pelos serviços de contabilidade em cada ente da Federação compreender os eventos e seus efeitos na evidenciação contábil e buscar, sempre que possível, o alinhamento entre essas informações, a partir do entendimento das normas e conceitos inerentes a cada aspecto, apresentados neste Manual.
1.4 Alcance e obrigatoriedade das NBC TSP
As normas estabelecidas no MCASP aplicam-se, obrigatoriamente, às entidades do setor público. Estão compreendidos no conceito de entidades do setor público: os governos nacional (União), estaduais, distrital (Distrito Federal) e municipais e seus respectivos poderes (abrangidos os tribunais de contas, as defensorias e o Ministério Público), órgãos, secretarias, departamentos, agências, autarquias, fundações (instituídas e mantidas pelo poder público), fundos, consórcios públicos e outras repartições públicas congêneres das administrações direta e indireta (inclusive as empresas estatais dependentes).
Os Conselhos Profissionais e as demais entidades não compreendidas no conceito de entidades do setor público, incluídas as empresas estatais independentes, poderão aplicar as normas estabelecidas no MCASP de maneira facultativa ou por determinação dos respectivos órgãos reguladores, fiscalizadores e congêneres. 
Os requisitos obrigatórios relacionados ao reconhecimento, mensuração e evidenciação das transações e dos eventos nas demonstrações contábeis são especificados no MCASP. Em caso de eventuais conflitos com outros normativos, prevalecem as disposições neste Manual, aplicando-se subsidiariamente os conceitos descritos nas demais normas, observada a seguinte ordem de observância:
a) Norma Brasileira de Contabilidade (NBC TSP) relativa ao assunto;
b) Norma Brasileira de Contabilidade (NBC T 16.1 a 16.11), nas partes não revogadas;
c) Norma Brasileira de Contabilidade (NBC TSP) – Estrutura Conceitual.
As disposições das normas internacionais de contabilidade, International Public Sector Accounting Standards (IPSAS), editadas pelo International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB), podem ser observadas em caráter residual e não obrigatório.
1.5 Patrimônios Públicos 
Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens (ATIVO), tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações (PASSIVO) (NBCASP: NBC T 16.1 e 16.2). O valor residual positivo entre o valor do Ativo e do Passivo corresponde ao Patrimônio Líquido da entidade governamental. 
Os bens que formam o patrimônio do Estado classificam-se segundo dois critérios:
· critério jurídico;
· critério contábil.
a) Critério jurídico
O Código Civil divide inicialmente os bens em públicos e particulares conceituando como públicos os do domínio nacional, pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios e como particulares todos os outros.
No desenvolvimento de sua atividade, a administração tanto se serve de bens que se acham sujeitos ao seu domínio como de bens dos cidadãos sobre os quais exerce determinados poderes no interesse geral.
Esses bens, segundo o critério jurídico, são assim classificados:
· Bens de uso comum do povo;
· Bens de uso especial;
· Bens dominicais.
Os bens de uso comum do povo, também denominados de domínio público, são divididos, segundo sua formação em:
naturais – correspondem aos bens que não absorveram ou absorvem recursos públicos como mares, baías, enseadas, rios, praias, lagos, ilhas etc.;
artificiais – são aqueles bens de uso comum que absorveram ou absorvem recursos públicos e, portanto, cuja existência supõe a intervenção do homem, como ruas, praças, avenidas, canais, fontes etc.
São, portanto, de uso comum todos os bens destinados ao uso da comunidade quer individual ou coletivamente e por isso apresentam as seguintes características:
quando naturais não são contabilizados como Ativo;
quando artificiais são contabilizados no ativo e incluídos no patrimônio da instituição;
quando naturais não são inventariados ou avaliados;
não podem ser alienados enquanto conservarem a qualificação de uso comum do povo;
são impenhoráveis e imprescritíveis;
o uso pode ser oneroso ou gratuito, conforme estabelecido em lei;
Os bens de uso especial, ou do patrimônio administrativo são os destinados à execução dos serviços públicos, como os edifícios ou terrenos utilizados pelas repartições ou estabelecimentos públicos, bem como os móveis e materiaisindispensáveis ao seu funcionamento. Tais bens têm uma finalidade pública permanente, razão pela qual são denominados bens patrimoniais indispensáveis. Ex. Escola
Os bens do patrimônio administrativo têm as seguintes características:
são contabilizados no ativo;
são inventariados e avaliados;
são inalienáveis quando empregados no serviço público e enquanto conservarem esta condição.
Os bens dominicais, ou do patrimônio disponível, são os que integram o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público como objeto de direito pessoal ou real das entidades do setor público.
Os bens dominicais possuem as seguintes características:
estão sujeitos à contabilização no ativo;
são inventariados e avaliados;
podem ser alienados nos casos e na forma que a lei estabelecer;
dão e podem produzir renda.
b) Critério Contábil
Segundo o critério contábil os bens públicos são classificados em:
· Ativo circulante que compreende as próprias disponibilidades, os bens e direitos e os valores realizáveis desde que atendam a um dos seguintes critérios:
- estarem disponíveis para realização imediata e
- tiverem a expectativa de realização até o término do exercício seguinte.
· Ativos permanentes ou não circulantes compreendem todos os demais ativos e incluem os bens, direitos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa
1.6. Variações Patrimoniais 
1.6.1. Conceito e classificação 
Variações patrimoniais são transações que promovem alterações nos elementos patrimoniais da entidade do setor público, mesmo em caráter compensatório, afetando, ou não, o seu resultado. 
Assim, todas as alterações ocorridas no patrimônio são denominadas Variações Patrimoniais e podem ser classificadas em: 
 Quantitativas; e 
 Qualitativas. 
As variações quantitativas decorrem de transações que aumentam ou diminuem o patrimônio líquido, correspondendo aos fenômenos modificativos patrimoniais e subdividindo-se em: 
 Variações Patrimoniais Aumentativas – quando aumentam o patrimônio líquido. Ex. Recebimento de receitas.
 Variações Patrimoniais Diminutivas – quando diminuem o patrimônio líquido. Ex. Pagamento de despesas.
As variações qualitativas alteram a composição dos elementos patrimoniais sem afetar o patrimônio líquido, determinando modificações apenas na composição específica dos elementos patrimoniais. Correspondem à materialização dos fenômenos permutativos patrimoniais. Ex.: contratação de operação de crédito, alienação de bens do imobilizado.
Existem variações que, simultaneamente, alteram a composição qualitativa e a expressão quantitativa dos elementos patrimoniais e são conhecidas como variações mistas ou compostas. Ex. Alienação de bens por valor superior ao registrado no imobilizado. 
1.6.2. Resultado patrimonial 
O resultado patrimonial corresponde à diferença entre o valor total das variações patrimoniais aumentativas e o valor total das variações patrimoniais diminutivas de um dado período. 
Caso o total das variações patrimoniais aumentativas sejam superiores ao total das variações patrimoniais diminutivas, diz-se que o resultado patrimonial foi superavitário ou que houve um superávit patrimonial. Caso contrário, diz-se que o resultado patrimonial foi deficitário ou que houve um déficit patrimonial.
Exercícios de fixação
01) Classifique os bens públicos a seguir:
1 – Ambulâncias ___________________________________________
2 – Praias ________________________________________________
3 - Prédio não utilizado______________________________________
4 – Hospital ______________________________________________
5 – Ponte________________________________________________
6 - Veículo fora de uso______________________________________
7 – Ilha _________________________________________________
8 – Praça________________________________________________
09 – Estrada______________________________________________
02) Exercício de Fixação: Informe quais as entidades abaixo que estão dentro do campo de aplicação da contabilidade pública segundo a doutrina majoritária:
1 - Agencia Nacional do Petróleo_______________
2 - Ministério da Fazenda _______________
3 – Fundação Osvaldo Cruz (FIOCRUZ) _______________
4 - Tribunal de Contas _______________
5 – Petrobras _______________
6 – Organização não Governamental _______________
7 – Embrapa _______________
8 - Banco do Brasil_______________
9 – INSS _______________
10 - Fundação Roberto Marinho_______________
11 – BNDES _______________
12 - Conselho Regional de Contabilidade _______________
13 – Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS ​_______________
14 – RADIOBRÁS _______________
15 - Câmaras Municipais _______________
16 - Ministério Público _______________
17 – Tribunal de Justiça _______________
03) Explique o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público aos padrões internacionais.
04) Explique os aspectos orçamentários, patrimonial e fiscal da CASP.
05) O que são variações patrimoniais? Como se classificam? Quais os efeitos sobre o patrimônio da entidade pública?
1.7 Estrutura do sistema contábil aplicado ao setor público
A NBC T 16.2 trata do patrimônio e dos sistemas contábeis.
O sistema contábil representa a estrutura de informações sobre identificação, mensuração, avaliação, registro, controle e evidenciação dos atos e dos fatos da gestão do patrimônio público, com o objetivo de orientar e suprir o processo de decisão, a prestação de contas e a instrumentalização do controle social.
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsistemas convergem para o produto final, que é a informação sobre o patrimônio público
1.7.1 Subsistemas de informações contábeis
O sistema contábil deve ser estruturado nos seguintes subsistemas de informações:
- orçamentário: registra, processa e evidencia os atos e fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária, tais como, o orçamento inicial e suas alterações, a programação e a execução orçamentária, o resultado orçamentário.
- patrimonial e de resultados: gera informações sobre o patrimônio, a situação dinâmica e estática, engloba as contas do ativo e passivo, exceto as contas de compensação e as VPAs e VPDs, ou seja, registra, processa e evidencia os fatos financeiros, não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público.
- custos: registra, processa e evidencia os custos dos bens e serviços produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública, levando em conta os objetos de custos estabelecidos, subsidiando a administração com informações relacionadas com o método de custeio adotado para a apuração dos custos e os principais critérios de mensuração.
- compensação: registra, processa e evidencia os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle, tais como, alterações potenciais nos elementos patrimoniais, acordos, garantias e responsabilidades.
Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de informações de modo a subsidiar a administração pública sobre:
(a)
desempenho da unidade contábil no cumprimento da sua missão;
(b)
avaliação dos resultados obtidos na execução dos programas de trabalho com relação à economicidade, à eficiência, à eficácia e à efetividade;
(c)
avaliação das metas estabelecidas pelo planejamento;
(d) avaliação dos riscos e das contingências.
Portanto, o sistema de Contabilidade Pública constitui-se num sistema de informações que visa atender às necessidades dos administradores, às determinações legais que regem a Administração Pública e ao oferecimento ao cidadão de informes sobre o destino dos recursos dos tributos que lhe foram cobrados
1.8 Regimes contábeis
A Lei 4320/64, dispõe que o exercício financeiro coincidirá com o ano civil e que pertencem ao exercício financeiro as receitas nele arrecadadas e as despesas nele legalmenteempenhadas (regime misto)
Por sua vez a LRF/2000 em seu art. 50, parágrafo 2º diz:”a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa”.
Assim, identifica-se os critérios de contabilização de receitas e despesas no setor público:
- Regime de caixa: as despesas ocorrem no momento do efetivo pagamento, ou seja, na saída do recurso do disponível. As receitas somente são registradas quando ocorre a entrada dos recursos.
- Regime de competência: registra as receitas quando nasce o crédito em favor do Estado mediante o lançamento tributário efetuado pelo órgão competente. Reconhece as despesas em função dos compromissos ou obrigações assumidas.
- Regime misto: apropriam-se as despesas pelo regime de empenho e as receitas pelo regime de caixa.
Resumindo:
EVENTOS ORÇAMENTÁRIO: Regime Misto
EVENTOS PATRIMONIAIS: Regime de competência tanto para receitas como para despesas
.
Exercícios:
1) A Prefeitura ABC apresentou as seguintes informações relativas a Receitas e Despesas: 
- IPTU vencido em 2011 recebido em 2012 .................. 10.000
 - ISS de 2012 recebido em 2012....................................20.000
- Despesa empenhada em 2011 e paga em 2012........... 15.000 
- Despesa empenhada em 2012 e paga em 2012..............5.000 
Com base nessas informações e de acordo com o regime contábil misto, o resultado do exercício de 2012 foi:
a) 5.000
b) 10.000
c) 15.000
d) 20.000
e) 25.000
2) Em um governo municipal e conforme o regime orçamentário, a receita oriunda dos Impostos sobre Serviços deve ser registrada quando de: 
a) sua previsão. 
b) sua atualização da previsão. 
c) seu lançamento. 
d) sua arrecadação. 
e) seu recolhimento
3) Em março de 2010, uma empresa adquiriu uma apólice de seguro anual, com vigência entre 1º de abril de 2010 e 31 de março de 2011, no valor de R$ 1.800,00. O pagamento da apólice será feito em três parcelas de R$ 600,00, em 31 de março de 2010, 30 de abril de 2010 e 31 de maio de 2010. Considerando o regime de competência, como deve ser contabilizada a despesa de seguros da empresa em relação à apólice vendida?
a) Despesa de R$ 1.800,00 no mês de março de 2010. 
b) Despesa de R$ 1.800,00 no mês de abril de 2010. 
c) Despesa de R$ 600,00 nos meses de março de 2010, abril de 2010 e maio de 2010. 
d) Despesa de R$ 150,00 nos meses de abril de 2010 a março de 2011. 
04) (CRC-2012-1) Relacione os subsistemas de informações da Contabilidade Aplicada ao Setor Público descritas na primeira coluna com os seus objetivos na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA.
( ) Registrar, processar e evidenciar os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
( ) Registrar, processar e evidenciar os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como aqueles com função especificas de controle.
( ) Registrar, processar e evidenciar os custos dos bens e serviços, produzidos e ofertados a sociedade pela entidade pública.
( ) Registrar, processar e evidenciar os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público.
(1) Orçamentário
(2) Patrimonial
(3) Custos
(4) Compensação
A sequencia CORRETA 
a) 2, 4, 3, 1.
b) 2, 3, 4, 1.
c) 1, 4, 3, 2.
d) 1, 2, 3, 4.
05) (Cespe UNB – MPU/2013) Acerca dos princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor público e do sistema de contabilidade federal, julgue os itens a seguir.
O sistema contábil do setor público está estruturado nos seguintes subsistemas / módulos de informações: caixa, contas a receber, contas a pagar, faturamento e folha de pagamento.
( ) Certo ( ) Errado
06) (Cespe UNB – MPU/2013) Acerca da conceituação, do objeto e do campo de aplicação da contabilidade governamental e do patrimônio e suas variações, julgue os itens subsequentes.
Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros subsistemas de informações de modo a subsidiar a administração pública com informações sobre o conhecimento da composição e movimentação patrimonial.
( ) Certo ( ) Errado
07) (Cespe – MPE/2012) Com base no que dispõe a legislação sobre direito financeiro e contabilidade pública, julgue os itens que se seguem.
O subsistema de custos contém conta contábil com vistas ao controle e acompanhamento do custo de cada ação desenvolvida por órgãos e entidades públicas.
( ) Certo ( ) Errado
08) (ISAE – AL/2011) Para o Estado registrar o consumo de merenda em estoque, deverá movimentar as contas no subsistema:
a) Financeiro
b) Patrimonial
c) Orçamentário
d) Administrativo
e) Tributário
09) (Cespe/2011 – EBC) Com relação a registros contábeis, julgue os itens a seguir.
 O registro contábil da assinatura de um contrato de serviço deve ser realizado em contas contábeis do subsistema de compensação.
( ) Certo ( ) Errado
10) (Cespe/2011 – EBC) Com relação a registros contábeis, julgue os itens a seguir.
Para o registro da receita prevista na lei orçamentária anual (LOA), devem ser utilizadas contas contábeis do subsistema de contas orçamentário.
( ) Certo ( ) Errado
11) (Cesgranrio/2008- TJ/RO) Dentre os critérios de contabilização de receitas e despesas do setor público, existe o regime misto. Neste regime, os critérios de apropriação são:
	Despesas pelo
a) Regime de competência 
b) Regime de competência
c) Regime de caixa 
d) Regime de caixa 
e) Regime de caixa 
	Receitas pelo
Regime de caixa
Regime de competência
Valor de realização
Regime de caixa
Regime de competência
12) (FCC 2006 – TRT 4ª região) Contabilidade orçamentária no momento do empenho é fato que denota o regime
a) de caixa da despesa pública
 b) de competência da despesa pública.
c) misto do registro orçamentário
d) de caixa da receita pública.
e) misto para despesas; regime de caixa para receitas
1.9 Princípios contábeis sob a perspectiva do setor público
O ponto de partida para qualquer área do conhecimento humano deve ser sempre os princípios que a sustentam. Esses princípios espelham a ideologia de determinado sistema, seus postulados básicos e seus fins. Vale dizer, os princípios são eleitos como fundamentos e qualificações essenciais da ordem que institui.
Adicionalmente, as novas demandas sociais estão a exigir um novo padrão de informações geradas pela Contabilidade Pública, e que seus demonstrativos – item essencial das prestações de contas dos gestores públicos – devem ser elaborados de modo a facilitar, por parte dos seus usuários e por toda a sociedade, a adequada interpretação dos fenômenos patrimoniais do setor público, o acompanhamento do processo orçamentário, a análise dos resultados econômicos e o fluxo financeiro.
a) Princípio de ENTIDADE
O Princípio da Entidade se afirma, para o ente público, pela autonomia e responsabilização do patrimônio a ele pertencente. A autonomia patrimonial tem origem na destinação social do patrimônio e a responsabilização pela obrigatoriedade da prestação de contas pelos agentes públicos.
b) Princípio da CONTINUIDADE
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cumprimento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da entidade se dá enquanto perdurar sua finalidade.
c) Principio da OPORTUNIDADE
O Princípio da Oportunidade é base indispensável à integridade e à fidedignidade dos processos de reconhecimento, mensuração e evidenciação da informação contábil, dos atos e dos fatos que afetam ou possam afetar o patrimônio da entidade pública, observadas as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público. (A integridade e a fidedignidade dizem respeito à necessidade de as variações serem reconhecidas na sua totalidade, independentemente do cumprimento das formalidades legais para sua ocorrência,visando ao completo atendimento da essência sobre a forma.
d) Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
Nos registros dos atos e fatos contábeis será considerado o valor original dos componentes patrimoniais. Valor Original, que ao longo do tempo não se confunde com o custo histórico, corresponde ao valor resultante de consensos de mensuração com agentes internos ou externos, com base em valores de entrada – a exemplo de custo histórico, custo histórico corrigido e custo corrente; ou valores de saída – a exemplo de valor de liquidação, valor de realização, valor presente do fluxo de benefício do ativo e valor justo.
e) Princípio da COMPETÊNCIA
O Princípio da Competência aplica-se integralmente ao Setor Público, ou seja, o Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.
f) Princípio da PRUDÊNCIA
As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram montantes, menores para ativos, entre alternativas igualmente válidas, e valores maiores para passivos.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um passivo já escriturado por determinados valores, segundo os Princípios do Valor Original, surgirem possibilidades de novas mensurações. 
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou a situações classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em consonância com os Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve constituir garantia de inexistência de valores fictícios, de interesses de grupos ou pessoas, especialmente gestores, ordenadores e controladores.
1.10 Formalidades do registro contábil (NBC T 16.5)
As entidades do setor público devem manter procedimentos uniformes de registros contábeis, em rigorosa ordem cronológica, como suporte às informações.
São características do registro e da informação contábil no setor público, devendo observância aos princípios e às Normas Brasileiras Aplicadas ao Setor Público. 
(a) Comparabilidade – os registros e as informações contábeis devem possibilitar a análise da situação patrimonial de entidades do setor público ao longo do tempo e estaticamente, bem como a identificação de semelhanças e diferenças dessa situação patrimonial com a de outras entidades. 
(b) Compreensibilidade – as informações apresentadas nas demonstrações contábeis devem ser entendidas pelos usuários. Para esse fim, presume-se que estes já tenham conhecimento do ambiente de atuação das entidades do setor público. Todavia, as informações relevantes sobre temas complexos não devem ser excluídas das demonstrações contábeis, mesmo sob o pretexto de que são de difícil compreensão pelos usuários. 
(c) Confiabilidade – o registro e a informação contábil devem reunir requisitos de verdade e de validade que possibilitem segurança e credibilidade aos usuários no processo de tomada de decisão. 
(d) Fidedignidade – os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem representar fielmente o fenômeno contábil que lhes deu origem. 
(e) Imparcialidade – os registros contábeis devem ser realizados e as informações devem ser apresentadas de modo a não privilegiar interesses específicos e particulares de agentes e/ou entidades. 
(f) Integridade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem reconhecer os fenômenos patrimoniais em sua totalidade, não podendo ser omitidas quaisquer partes do fato gerador.
(g) Objetividade – o registro deve representar a realidade dos fenômenos patrimoniais em função de critérios técnicos contábeis preestabelecidos em normas ou com base em procedimentos adequados, sem que incidam preferências individuais que provoquem distorções na informação produzida. 
(h) Representatividade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem conter todos os aspectos relevantes. 
(i) Tempestividade – os fenômenos patrimoniais devem ser registrados no momento de sua ocorrência e divulgados em tempo hábil para os usuários. 
(j) Uniformidade – os registros contábeis e as informações devem observar critérios padronizados e contínuos de identificação, classificação, mensuração, avaliação e evidenciação, de modo que fiquem compatíveis, mesmo que geradas por diferentes entidades. Esse atributo permite a interpretação e a análise das informações, levando-se em consideração a possibilidade de se comparar a situação econômico-financeira de uma entidade do setor público em distintas épocas de sua atividade. 
(k) Utilidade – os registros contábeis e as informações apresentadas devem atender às necessidades específicas dos diversos usuários. 
(l) Verificabilidade – os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem possibilitar o reconhecimento das suas respectivas validades.
(m) Visibilidade – os registros e as informações contábeis devem ser disponibilizadas para a sociedade e expressar, com transparência, o resultado da gestão e a situação patrimonial da entidade do setor público.
EXERCÍCIOS SOBRE A APLICAÇÃO PRÁTICA DOS PRINCÍPIOS CONTÁBEIS. 
Indique o princípio contábil se aplica em cada situação apresentada.
01) Registrar no Passivo possíveis gastos que o ente poderá vir a ter decorrentes de reclamatórias trabalhistas. 
02) Utilização de métodos de cálculo para depreciação, exaustão e amortização. 
03) Demonstrar que a merenda escolar foi toda distribuída com os alunos das escolas as quais se destinavam.
04) Disponibilidade de recursos do patrimônio público sob a guarda para convênio de saneamento básico.
05) Executar o programa de erradicação do analfabetismo enquanto houver pessoas analfabetas no Município 
06) Registro de despesas com o respectivo empenho anterior 
07) Avaliação de bens para efeito de leilão 
08)Registro de uma despesa de energia elétrica no respectivo mês da ocorrência do fato gerador. 
09) Reconhecer no Ativo a possibilidade de recebimento de contas a receber de liquidação duvidosa. 
10) Registro de retenções realizadas com o devido recolhimento 
11) Estoques de merenda escolar vencida e bens inservíveis, devem ser avaliados pelo valor realizável, pois se trata de "ativos" que perderam seu potencial de benefício futuro e não tem mais finalidade pública, tendem a ser alienado ou baixado como perda no resultado. 
12) Demonstrar que os recursos humanos da entidade estão todos cumprindo seu dever funcional de prestar serviços à população 
01) (Cespe/2013-MPU) Acerca dos princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor público e do sistema de contabilidade federal, julgue os itens a seguir. 
O princípio da entidade aplica-se ao ente público pela autonomia e responsabilização sobre o patrimônio; nesse sentido, é correto afirmar que o patrimônio pertence à entidade e a entidade, por sua vez, pertence ao patrimônio. 
( ) certo ( ) Errado
02) O princípio da oportunidade está estritamente relacionado à existência de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil, sob pena de perda da relevância das informações evidenciadas. 
( ) certo ( ) Errado
03) A continuidade, sob a perspectiva governamental, está relacionada ao cumprimento da destinação social do patrimônio público e será perene enquanto perdurar sua finalidade. 
( ) certo ( ) Errado
04) De acordo com as formalidades da escrituração contábil brasileira, assinale a alternativa correta.
I. As entidades brasileiras devem manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos e fatos administrativos, através de processo manual, mecanizado ou eletrônico.
II. Os registros contábeis devem ser confeccionados em moeda corrente nacional e em ordem cronológica de dia, mês e ano.
III. A terminologia utilizada no registro contábil deve expressar o verdadeiro significadodas transações.
IV. É admitido o uso de códigos e/ou abreviaturas, nos históricos dos lançamentos, desde que permanentes e uniformes, devendo constar, em elenco identificador, no "Diário" ou em registro especial revestido das formalidades extrínsecas.
V. A escrituração contábil é atribuição e responsabilidade exclusiva do Contabilista legalmente habilitado.
(a) Apenas uma afirmativa está certa. 
(b) Apenas duas afirmativas estão certas. 
(c) Apenas três afirmativas estão certas
(d) Todas as afirmativas estão certas. 
05) De acordo com a NBC TSP 16.1 e a NBC TSP 16.5, as entidades do setor público devem manter procedimentos uniformes de registros contábeis, por meio de processo manual, mecanizado ou eletrônico, em rigorosa ordem cronológica, como suporte às informações.
As características do registro e da informação contábil apresentadas abaixo são verdadeiras, EXCETO:
a) Fidedignidade – onde os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem representar fielmente o fenômeno contábil que lhes deu
origem.
b) Imparcialidade – onde os registros contábeis devem ser realizados e as informações devem ser apresentadas de modo a privilegiar interesses
específicos e particulares de agentes e/ou entidades.
c) Integridade – onde os registros contábeis e as informações apresentadas devem reconhecer os fenômenos patrimoniais em sua totalidade, não podendo ser omitidas quaisquer partes do fato gerador.
d) Verificabilidade – onde os registros contábeis realizados e as informações apresentadas devem possibilitar o reconhecimento das suas respectivas validades.
06) (Fundatec – Rondinha/2018) Na Contabilidade pública, ao determinar que os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, da composição patrimonial, a determinação dos custos, o levantamento das denonstrações contábeis e análise dos resultados econômicos e financeiros estão implicitamente se referindo à aplicabilidade do princípio da:
a) Continuidade
b) Entidade
c) Competência
d) Pridência
e) Oportunidade
1.11 Plano de Contas Aplicado ao Setor Público - PCASP
O PCASP surgiu como resultado de um processo democrático, por meio do Grupo Técnico de Procedimentos Contábeis. Esse grupo é composto por representantes de todo o país. Foi elaborado com base em critérios técnicos, seguindo os calendários definidos junto à Federação para sua implantação. Assim, em apoio ao processo de convergência, o PCASP permite que os entes possam adotar de forma sistematizada as normas contábeis, incluindo os seguintes aspectos:
a) Segregação da informação orçamentária da patrimonial;
b) Registro das variações patrimoniais segundo o regime de competência;
c) Registro de procedimentos patrimoniais específicos;
d) Elaboração de estatísticas fiscais mundiais com base nos padrões estabelecidos pelo Fundo Monetário Internacional – FMI.
1.11.1 Conceito 
Plano de contas é a estrutura básica da escrituração contábil, formada por um conjunto de contas previamente estabelecido, que permite obter as informações necessárias à elaboração de relatórios gerenciais e demonstrações contábeis conforme as características gerais da entidade, possibilitando a padronização de procedimentos contábeis.
As contas são agrupadas segundo suas funções, possibilitando:
a) Identificar, classificar e efetuar a escrituração contábil, pelo método das partidas dobradas, dos atos e fatos de gestão, de maneira uniforme e sistematizada;
b) Acompanhar e controlar a aprovação e a execução do planejamento e do orçamento, evidenciando a receita prevista, lançada, realizada e a realizar, bem como a despesa autorizada, empenhada, realizada, liquidada, paga e as dotações disponíveis;
c) Elaborar os Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial, a demonstração das Variações Patrimoniais, do Fluxo de Caixa, das Mutações do Patrimônio Líquido e do Resultado Econômico;
d) Conhecer a composição e situação do patrimônio analisado, por meio da evidenciação de todos os ativos e passivos;
e) Analisar e interpretar os resultados econômicos e financeiros;
f) “Individualizar” os devedores e credores, com a especificação necessária ao controle contábil do direito ou obrigação;
g) Controlar contabilmente os atos potenciais oriundos de contratos, convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres; e,
h) Determinar os custos das operações do governo.
De acordo com a teoria patrimonialista, as contas são classificadas em:
- contas patrimoniais: representam a situação estática, ou seja o patrimônio, os elementos do ativo e passivos, que são os bens, direitos, obrigações com terceiros e o patrimônio líquido.
- contas de resultado: representam a situação dinâmica, as variações patrimoniais, ou seja, as contas que alteram o patrimônio líquido e demonstram o resultado do exercício.
Para isso as contas do sistema contábil devem ser distribuídas no plano de contas de acordo com a natureza das informações, nos subsistemas:
- subsistema de informações patrimoniais e de resultado;
- subsistema de informações orçamentárias;
- subsistema de custos;
- subsistema de compensação.
	SISTEMA
	SUBSISTEMAS
	DEMONSTRAÇÕES PRODUZIDAS
No PCASP as contas contábeis são classificadas segundo a natureza das informações que evidenciam.
Contas com Informações de Natureza Patrimonial: são as contas que registram, processam e evidenciam os fatos financeiros e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do patrimônio público, representadas pelas contas que integram o Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Variações Patrimoniais Diminutivas (VPD) e Variações Patrimoniais Aumentativas (VPA);
Contas com Informações de Natureza Orçamentária: são as contas que registram, processam e evidenciam os atos e os fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária, representadas pelas contas que registram a aprovação e execução do planejamento e orçamento, inclusive Restos a Pagar;
Contas com Informações de Natureza Típica de Controle: são as contas que registram, processam e evidenciam os atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do setor público, bem como outras que tenham função precípua de controle, seja para fins de elaboração de informações gerenciais específicas, acompanhamento de rotinas, elaboração de procedimentos de consistência contábil ou para registrar atos que não ensejaram registros nas contas patrimoniais, mas que potencialmente possam vir a afetar o patrimônio.
	PLANO DE CONTAS APLICADO AO SETOR PÚBLICO - PCASP
	DÉBITO
	CRÉDITO
	1 ATIVO
1.1 Ativo Circulante
1.1.1. Caixa e equivalentes de caixa
1.1.2 Créditos a curto prazo
1.1.3 Demais créditos e valores a curto prazo
1.1.4 Investimentos e aplicações temporárias a curto prazo
1.1.5 Estoques
1.1.6 Ativo não circulante mantido para a venda
1.1.9 Variações patrim. diminutivas pagas antecipadamente
1.2 Ativo Não Circulante
1.2.1 Ativo Realizável a Longo Prazo
1.2.2 Investimentos
1.2.3 Imobilizado
1.2.4 Intangível
1.2.5 Diferido
	2 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.1 Passivo Circulante
2.1.1 Obrigações trab. Prev. e assistências a pagar a curto prazo
2.1.2 Empréstimos e financiamentos a curto prazo
2.1.3 Fornecedores e contas a pagar a curto prazo
2.1.4 Obrigações fiscais a curto prazo
2.1.5 Obrigações de repartição a outros entes
2.1.7 Provisões a curto prazo
2.1.8 Demais obrigações a curto prazo
2.2 Passivo Não Circulante
2.2.1 Obrigações trab. Prev. e assistências a pagar a longo prazo
2.2.2 Empréstimos e financiamentos a longo prazo
2.2.3 Fornecedores a longo prazo
2.2.4 Obrigações fiscais a longo prazo
2.2.7 Provisões a longo prazo
2.2.8 Demais obrigações a longo prazo
2.2.9 Resultado diferido
2.3 Patrimônio Líquido
2.3.1 Patrimônio Social e capital social
2.3.2 Adiantamentos para futuro aumento de capital
2.3.3 Reservas de capital
2.3.4 Ajustes de avaliação patrimonial
2.3.5 Reservas de lucros
2.3.6 Demais reservas
2.3.7 Resultados acumulados
2.3.9 (-) Ações/cotasem tesouraria
	3 VARIAÇÃO PATRIMONIAL DIMINUTIVA
3.1 Pessoal e encargos
3.2 Benefícios previdenciários e assistências
3.3 Uso de bens, serviços e consumo de capital fixo
3.4 Variações patrimoniais diminutivas financeiras 
3.5 Transferências e delegações concedidas
3.6 Desvalorização e perdas de ativos e incorporação de passivos
3.7 Tributárias
3.8 Custo das mercadorias vendidas, dos produtos vendidos e dos serviços prestados
3.9 Outras variações patrimoniais diminutivas
	4 VARIAÇÃO PATRIMONIAL AUMENTATIVA
4.1 Impostos, taxas e contribuição de melhoria
4.2 Contribuições
4.3 Exploração de bens, serviços e direitos 
4.4 Variações patrimoniais aumentativas financeiras
4.5 Transferências e delegações recebidas
4.6 Valorização e ganhos com ativos e desincorporação de passivos
4.9 Outras variações patrimoniais aumentativas
	5 CONTROLES DA APROVAÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO 
5.1 Planejamento aprovado
5.2 Orçamento aprovado
5.3 Inscrição de restos a pagar
	6 CONTROLES DA EXECUÇÃO DO PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
6.1 Execução do planejamento
6.2 Execução do orçamento
6.3 Execução de Restos a pagar
	7 CONTROLES DEVEDORES
7.1 Atos potenciais
7.2 Administração financeira
7.3 Dívida Ativa
7.4 Riscos fiscais
7.5 Consórcios Públicos
7.8 Custos
7.9 Outros controles
	8 CONTROLES CREDORES
8.1 Execução dos atos potenciais
8.2 Execução da administração financeira
8.3 Execução da dívida ativa
8.4 Execução dos riscos fiscais
8.5 Execução dos Consórcios Públicos
8.8 Apuração de custos
8.9 Outros controles
Fonte: MCASP, em 29/07/2018
A estrutura do plano de contas deve ser entendido da seguinte forma:
- Grupos 1 e 2 – Contas patrimoniais
- Grupos 3 e 4 – Contas de resultado
- Grupos 5 e 6 – Contas orçamentárias
- Grupos 7 e 8 – Contas de controle 
Sendo que os grupos 1 a 4 registram a contabilidade patrimonial, com relação ao patrimônio público e suas variações qualitativas e quantitativas: regime de competência
Os grupos 5 e 6 registram a contabilidade orçamentária, pois nessas classes são feitos os controles do Planejamento e do Orçamento, desde a aprovação até a execução: regime misto.
Os grupos 7 e 8 registram as informações típicas de controle, atos e fatos que podem vir a modificar a situação patrimonial e informações adicionais. Incluem-se informações relativas aos custos no setor público. Atos potenciais, identificar os compromissos futuros e os riscos assumidos (compensação) e informações sobre a programação financeira e outros controles de administração do caixa.
O registro contábil deve ser feito pelo método das partidas dobradas e os lançamentos devem debitar e creditar contas que apresentem a mesma natureza de informação, seja patrimonial, orçamentária ou de controle.
Assim, os lançamentos estarão fechados dentro das classes 1, 2, 3 e 4 ou das classes 5 e 6 ou das classes 7 e 8.
1.12 Classificação das atividades em dois grupos: ATOS e FATOS
ATOS: têm a capacidade de alterar os ATIVOS e PASSIVOS apenas de forma potencial.
Ex.: a assinatura de um contrato de aluguel.
FATOS: representam as atividades que têm a capacidade de alterar os ativos e passivos. Podem ser:
a) Modificativos: alteram a situação líquida (Variação Patrimonial Aumentativa ou Diminutiva – VPA e VPD)
Ex.: Recebimento de um serviço prestado no valor de R$ 10.000,00 à vista.
No exemplo citado, o FATO só impacta um elemento do ATIVO (caixa). Eu ganhei R$ 10.000,00 no meu caixa.
O ATIVO foi alterado. O PASSIVO não foi alterado. A SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA aumentou de valor.
b) Mistos: alteram a situação líquida
Ex.: Recebimento à vista de duplicatas a receber no total de R$ 50.000,00, concedendo‐se um desconto de R$ 15.000,00.
No exemplo citado, o FATO impacta dois elementos do ATIVO (caixa e duplicatas a receber). Eu perdi R$ 50.000,00 de duplicatas a receber e ganhei R$ 35.000,00 no meu caixa.
O ATIVO foi alterado. O PASSIVO não foi alterado. A SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA diminuiu de valor. Houve permuta entre o caixa e as duplicatas a receber e também diminuição da SITUAÇÃO LÍQUIDA PATRIMONIAL.
c) Permutativos: não alteram a situação líquida (Variação Qualitativa)
Ex.: 
1) Aquisição de um veículo no valor de R$ 20.000,00 à vista.
No exemplo citado, o FATO só impacta elementos do ATIVO (veículo e caixa). Eu perdi R$ 20.000,00 em caixa e ganhei R$ 20.000,00 em veículo.
O ATIVO não foi alterado. O PASSIVO não foi alterado. A SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA permaneceu a mesma.
2) Aquisição de um veículo no valor de R$ 20.000,00 a prazo.
No exemplo citado, o FATO impacta elementos do ATIVO (veículo) e do PASSIVO (contas a pagar). Eu ganhei R$ 20.000,00 em veículo e ganhei R$ 20.000,00 em conta a pagar.
O ATIVO aumentou em 20.000,00. O PASSIVO aumentou em 20.000,00. A SITUAÇÃO PATRIMONIAL LÍQUIDA permaneceu a mesma, pois o lado positivo aumentou o mesmo valor do lado negativo.
Para a Ciência Contábil “RECEITA” é:
- Variação patrimonial ativa, aumentativa ou positiva;
- Altera quantitativamente o patrimônio por meio do aumento de um ativo ou redução do passível exigível;
-A receita aumenta a situação líquida patrimonial;
- É reconhecida no momento do fato gerador;
- É independente do recebimento.
Para a Ciência Contábil “DESPESA” é:
- Variação patrimonial passiva, diminutiva ou negativa.
- Sacrifício patrimonial intencional;
- Produz efeito sobre o patrimônio por meio da redução de um ativo ou aumento do passível exigível;
- Reconhecidas no momento do fenômeno;
- Reconhecidas independente do pagamento.
- As despesas diminuem a situação líquida patrimonial.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1) CLASSIFICAR OS FATOS ABAIXO EM: 
PERMUTATIVOS (variações qualitativas/não alteram a situação patrimonial líquida)
MODIFICATIVOS (variações quantitativas/ alteram a situação patrimonial líquida)
MISTOS (Variações mistas ou compostas)
	Recebimento de um veículo (e Nota Fiscal) adquirido a prazo
	
	Recebimento de valor proveniente de contratação de uma operação de crédito com o PIMES
	
	Recebimento de um veículo (da Receita Federal) em doação 
	
	Reconhecimento em 1º de janeiro do IPTU a receber do contribuinte X
	
	Recebimento do IPTU de 2013 do contribuinte X
	
	Constituição de provisão de 1/12 de 13º salário 
	
	Pagamento de um veículo adquirido a prazo
	
	Liquidação de despesa com aquisição de material de expediente
	
	Empenho de despesa com material de expediente
	
	Prestação de contas de adiantamento a funcionário
	
	Roubo de dinheiro do caixa da prefeitura
	
	Recebimento de receita de Rendimento de aplicação financeira
	
	Recebimento de dívida ativa 
	
	Inscrição de Dívida Ativa
	
2) ASSOCIE OS FATOS A SEGUIR AOS CONCEITOS:
VPA – Variação Patrimonial Aumentativa (fato modificativo aumentativo)
VPD – Variação Patrimonial Diminutiva (fato modificativo diminutivo)
Variação Qualitativa (Fato Permutativo)
Nenhuma das Alternativas
1) Empenho de material de consumo
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
2) Recebimento de cota-parte do ICMS
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
3) Liquidação de despesa do empenho de material de consumo pela entrada das mercadorias no almoxarifado
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
4) Recebimento, em doação de uma empresa privada, de 01 microcomputador
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
5) Perda verificada em aplicação financeira sendo que durante o exercício houve rendimentos positivos
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
6) Constituição da provisão para férias 
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
7) Assinatura de convênio com entidade para o repasse de subvenção social
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
8) Retirada do material de consumo do almoxarifado para consumo
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
9) Recebimento de recursos provenientes de operação de crédito de longo prazo
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
10) Constituição de crédito a receber referente ao IPTU (receita lançada)
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo( ) NDA
11) Liquidação de empenho referente a prestação de serviço de consultoria
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
12) Abertura de crédito suplementar por excesso de arrecadação
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
13) Cessão de uso, para o Município de equipamentos de propriedade do Estado para a instalação de posto SINE
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
14) Liquidação da despesa de empenho referente a adiantamento (suprimento de fundos)
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
15) Prestação de contas do adiantamento
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
16) Liquidação de empenho de férias anteriormente provisionadas
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
17) Alienação de bens (veículos de propriedade do Município)
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
18) Roubo de dinheiro do caixa da prefeitura
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
19) Recebimento do IPTU anteriormente lançado
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
20) Redução de dotação
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
21)Aplicação de recursos no mercado financeiro
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
22) Rendimento de aplicação financeira
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
23)Inscrição de Certidão de Decisão do TCE – Título executivo
	( ) VPA
	( ) VPD
	( )Permutativo
	( ) NDA
03) (Fundatec- Rondinha/2018) Quanto à afetação patrimonial, as receitas se classificam em:
a) Ordinárias
b) Correntes
c) Capitais
d) Extraordinárias
e) Efetivas
04) (Fundatec- Rondinha/2018) Determinada empresa adquiriu uma mercadoria por R$ 100.000,00 e a vendeu à vista por R$ 90.000,00, ou seja, teve uma venda com prejuízo. Qual fato contábil ocorreu:
a) Permutativo
b) Mistos diminutivo
c) Mistos aumentativo
d) Modificativos diminutivos
e) Modificativos aumentativos
05) (Fundatec- Rondinha/2018) Determinada empresa, no exercício de 20187, realizou aumento do capital com integralização. Tal situação representa um fato contábil:
a) Modificativo diminutivo
b) Modificativo aumentativo
c) Permutativo
d) Mistos diminutivo
e) Mistos aumentativo
2 PARTICULARIDADES DA CONTABILIDADE PÚBLICA
2.1 Restos a Pagar
 Contabilidade Aplicada à Administração Pública seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal, tem como carro chefe a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
Costumamos dizer que a Lei 4.320/64 está para Contabilidade Aplicada à Administração Pública assim como a Lei das Sociedades por Ações, Lei 6.404/76, está para a Contabilidade Aplicada à Atividade Empresarial.
A despesa pública no Brasil é realizada em consonância com o orçamento de determinado exercício. Uma vez que um dos princípios orçamentários é a anualidade, que determina a vigência do orçamento, para somente o exercício ao qual se refere, não sendo permitida a sua transferência para o exercício seguinte, conclui-se que a despesa orçamentária é executada pelo regime de competência, conforme Art. 35, II da Lei nº 4.320/64, que indica pertencer ao exercício financeiro somente as despesas nele legalmente empenhadas.
Contudo, a norma legal ainda determina em seu Art. 36: "Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.”
Restos a pagar: é a despesa orçamentária empenhada que não for paga até o dia 31 de dezembro.
Uma vez empenhada, a despesa pertence ao exercício financeiro em que o empenho ocorreu, onerando a dotação orçamentária daquele exercício.
Classificação:
a) Processados: aqueles cujo empenho foi entregue ao credor, que por sua vez já forneceu o material, prestou o serviço ou  executou a obra, e a despesa foi considerada liquidada, estando apta ao pagamento.
b) Não processados: são aqueles cujo empenho foi legalmente emitido, mas depende ainda da fase de liquidação, isto é, o empenho fora emitido, porém o objeto adquirido ainda não foi entregue e depende de algum fator para sua regular liquidação;
2.2 Suprimento de Fundos (Regime de adiantamento)
Segundo o art. 65 da Lei 4320/64, “o pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente instituídas, por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio de adiantamento.”
 Ainda, segundo o art. 68 da Lei 4320/64, O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação.
2.2.1 Conceito: É a modalidade de realização de despesa por meio de adiantamento concedido a servidor, para prestação de contas posterior, quando não for realizável o pagamento utilizando-se os serviços da rede bancária.
2.2.2 Concessão: 
· para atender a despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
· quando a despesa deve ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em regulamento;
· para atender a despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.
2.2.3 Proibição para concessão:
• a responsável por dois suprimentos;
• a servidor que tenha a seu cargo a guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor;
• a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado contas de sua aplicação; e
• a servidor declarado em alcance (que não prestou contas no prazo determinado, ou que teve suas contas impugnadas).
2.3 Dívida pública
2.3.1 Conceito: Significa o conjunto de compromissos, de curto ou longo prazos, assumidos pelo Estado com terceiros.
2.3.2 Classificação, segundo a Lei 4.320/64: 
- Dívida Fundada
- Dívida Flutuante
a) Divida Flutuante:
O artigo 92 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida flutuante.
- A dívida flutuante compreende:
I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II - os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da dívida fundada);
III - os depósitos (consignações ou cauções e garantias recebidas em função de execução de obra pública, por exemplo);
IV - os débitos de tesouraria (ARO – operações de crédito por antecipação de receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).
Não dependem de autorização orçamentária. Têm a finalidade de atender a eventuais insuficiências de caixa e administrar bens e valores de terceiros
b) Dívida Fundada:
O artigo 98 da Lei nº 4.320/64 trata da dívida fundada.
- A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços públicos.
A lei 4.320/64 estabelece, ainda, que a dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos serviços de amortização e juros.
São: 
I – dívida pública consolidada ou fundada
II – dívida pública mobiliária
III – operação de crédito
IV – concessão de garantia
V – refinanciamento da dívida mobiliária
Dependem de autorização orçamentária. Tem a finalidade de atender o desequilíbrio orçamentário e financiamento de obras e serviços públicos.
2.4 Dívida ativa
Segundo a Lei 4320/64 Art. 39. “Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não-tributária, serão escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas orçamentárias” 
“§ 1º Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, emregistro próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse título”
2.4.1 Conceito: É a inscrição que se faz em conta de devedores, relacionadas a tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados, mas não arrecadados no exercício de origem.
2.4.2 Classificação:
- Dívida Ativa Tributária: reúne somente os créditos relativos a tributos (impostos, taxas e contribuições) lançados e não arrecadados. 
Segundo a Lei 4320/64, “Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas”
- Dívida Ativa Não-Tributária: engloba todos os demais créditos, líquidos e certos, da Fazenda Pública. 
Segundo a Lei 4320/64, Dívida Ativa Não-Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multas de qualquer origem ou natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação, custas processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações, reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais”
Apuração: a dívida ativa é apurada através da seguinte fórmula:
Total lançado (-) total arrecadado = valor inscrito como dívida ativa.
Exercícios
01) De acordo com o art. 36 da Lei 4320/64, consideram-se Restos a Pagar as despesas _____________________ mas não pagas até _________________________, distinguindo-se as ___________________________ e ________________________. 
Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas da frase acima:
(a) Liquidadas – o término do exercício seguinte – processadas - não processadas.
(b) Empenhadas – 31 de dezembro – processadas - não processadas.
(c) Realizadas – o término do exercício - liquidadas - não liquidadas.
(d) Empenhadas – 31 de dezembro – reconhecidas - não reconhecidas.
(e) Realizadas - 31 de dezembro - reconhecidas - não reconhecidas.
02) Segundo a Lei 4320/64, a dívida flutuante compreende:
(a) Os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida
(b) Os serviços da dívida a pagar
(c) Os depósitos
(d) Os débitos de tesouraria
(e) Todas as alternativas estão corretas
03) O Regime de Adiantamento é um processamento especial da despesa pública orçamentária previsto na Lei 4.320/64. NÃO é condição para o regime de adiantamento/suprimento de fundos:
(a) Realização em casos excepcionais.
(b) Aplicação aos casos de despesas expressamente definidas em lei.
(c) Realização em caso de despesa que não possa subordinar-se ao processo normal de aplicação.
(d) O adiantamento será precedido de empenho na dotação própria para o fim de realizar despesas
(e) Um servidor pode ser responsável por dois adiantamentos.
04) “São todos os compromissos assumidos pelo governo e os respectivos juros”. Este conceito refere-se:
(a) Despesa pública
(b) Dívida pública
(c) Receita pública
(d) Regime de Adiantamento
(e) Licitação 
05) De acordo com a Lei 4320/64 a despesa deve percorrer os seguintes estágios:
(a) Programação, empenho, liquidação e pagamento
(b) Programação, empenho, ordem de pagamento e pagamento
(c) Empenho, liquidação e pagamento
(d) Empenho, liquidação, ordem de pagamento e pagamento
(e) Nenhuma das alternativas anteriores
06) São importâncias relativas a tributos, multas e créditos da Fazenda Pública, lançados mas não cobrados ou não recebidos no prazo de vencimento, a partir da data de sua inscrição. Esse conceito refere-se a:
(a) Dívida Fundada
(b) Dívida Flutuante 
(c) Dívida interna
(d) Dívida Ativa
(e) Dívida consolidada
07) “Entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fim de realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação”. Este conceito diz respeito a um procedimento especial da despesa pública denominado:
a) Superveniência ativa.
b) Requisição de compra.
c) Crédito suplementar.
d) Regime de adiantamento
e) Restos a pagar
08) De acordo com a lei 4320/64, a dívida pública classifica-se em:
(a) Orçamentária e Extra-orçamentária
(b) Exigível a Longo Prazo e Exigível a Curto Prazo
(c) Circulante e Não Circulante
(d) Interna e Externa
(e) Fundada ou consolidada e Flutuante ou administrativa
3 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS APLICADAS AO SETOR PÚBLICO
As Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público estabelecem a obrigatoriedade dos órgão públicos elaborarem demonstrações Contábeis, para tanto foi elaborado o MCASP - Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, Parte V – Demonstrações Contábeis.
Este manual tem como objetivo padronizar os conceitos, as regras e os procedimentos relativos às demonstrações contábeis do setor público a serem observados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, permitindo a evidenciação e a consolidação das contas públicas em âmbito nacional, em consonância com os procedimentos do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP).
As demonstrações contábeis assumem papel fundamental, por representarem importantes saídas de informações geradas pela Contabilidade Aplicada ao Setor Público, promovendo transparência dos resultados orçamentário, financeiro, econômico e patrimonial do setor público.
Para cumprimento do objetivo de padronização dos procedimentos contábeis, este manual observa os dispositivos legais que regulam o assunto, como a Lei nº 4.320/1964, a Lei Complementar nº 101/2000, e também as disposições do Conselho Federal de Contabilidade relativas aos Princípios de Contabilidade, bem como as Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCT 16).
De acordo com a Lei nº 4.320/1964, art. 101, os resultados gerais do exercício serão apresentados nos seguintes demonstrativos:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Balanço Orçamentário (BO);
c) Balanço Financeiro (BF);
d) Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP);
As NBCT SP criaram outros demonstrativos:
a) Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
b) Demonstração do Resultado Econômico (DR) - Facultativo
c) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
3.1 BALANÇO ORÇAMENTÁRIO 
O Balanço Orçamentário, definido pela Lei nº 4.320/1964, demonstra as receitas e despesas previstas em confronto com as realizadas. 
Em sua estrutura, deve evidenciar as receitas e as despesas orçamentárias por categoria econômica, confrontar o orçamento inicial e as suas alterações com a execução, demonstrar o resultado orçamentário e discriminar: 
(a) as receitas por fonte (espécie); e 
(b) as despesas por grupo de natureza. 
O Balanço Orçamentário apresentará as receitas detalhadas por categoria econômica, origem e espécie, especificando a previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita realizada e o saldo a realizar. Demonstrará também as despesas por categoria econômica e grupo de natureza da despesa, discriminando a dotação inicial, a dotação atualizada para o exercício, as despesas empenhadas, as despesas liquidadas, as despesas pagas e o saldo da dotação.
3.1.1 Definições 
Para levantamento do Balanço Orçamentário, é necessário definir os seguintes conceitos: 
PREVISÃO INICIAL: identifica os valores da previsão inicial das receitas, constantes na Lei Orçamentária Anual (LOA). Esses valores permanecerão inalterados durante todo o exercício, pois refletem a posição inicial do orçamento constante da LOA. 
RECEITAS REALIZADAS: identifica as receitas realizadas no período. Consideram-se realizadas as receitas arrecadadas diretamente pelo órgão, ou por meio de outras instituições como, por exemplo, a rede bancária.
DOTAÇÃO INICIAL: identifica o valor dos créditos iniciais constantes da LOA. 
DOTAÇÃO ATUALIZADA: identifica o valor da dotação inicial mais os créditos adicionais abertos ou reabertos

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