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2 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ MBA EM LIDERANÇA E COACHING Resenha Crítica de Caso BRUNO TONINI DE ANDRADE PINTO Trabalho da disciplina Governança Corporativa e Excelência Empresarial Tutor: Prof. RICARDO BARBOSA DA SILVEIRA RIO DE JANEIRO, RJ 2020 http://portal.estacio.br/ 2 ESCÂNDALO DA CONTABILIDADE DA TOSHIBA: COMO A GOVERNANÇA CORPORATIVA FALHOU Referência: MISAWA, Mitsuru. Escândalo da contabilidade da Toshiba: Como a governança corporativa falhou. Universidade de Hong Kong, agosto 2016. Disponível em: The Asia Case Research Center, Universidade de Hong Kong. Acesso em: 01/04/2020. Uma grande descoberta negativa abala um nome, até o momento, muito forte no mercado: TOSHIBA. Porém, o que teria levado esta empresa a usar manipulações na contabilidade pelo alto escalão de executivos e não ser percebido durante sete anos?! O cenário encontrado pelo novo presidente, Masashi Muromachi, foi de perdas significativas de dinheiro e uma pressão enorme, além de desafios, após a saída do antigo CEO Hisao Tanaka. Foi criado um comitê terceirizado para realizar uma auditoria detalhada da rotina contábil do grupo, que é uma das recomendações da Auditoria. Feita tal auditoria, descobriu-se que a TOSHIBA havia estimado em excesso seus lucros ao longo desses anos, gerando uma perda líquida acumulada em mais de 151 bilhões de ienes (moeda japonesa), o que fez a empresa perder prestígio no mercado, sendo vista como ilusória após a exposição das fraquezas desse modelo de governança. Não obstante, por que ficou tantos anos sem ser percebido?! A Toshiba era uma marca japonesa; neste país a cultura baseia-se na tradição milenar de lealdade, como prioridade a hierarquia e a obediência total e irrestrita aos superiores, não tento opção para ser contrário às decisões; e era justamente a presidência da empresa que estava envolvida, então, quando os novos desafios surgiram, a empresa já havia tido uma perda econômica significativa devido ao desastre de Fukushima no ano de 2011, que gerou grande impacto a unidade nuclear da Toshiba, além da perda em posições do mercado e seu prestígio. Após um pedido aberto de desculpas e a promessa de que a empresa não hesitaria em agilizar seus negócios de computadores pessoais, televisão, bens de consumo duráveis e semicondutores, mesmo com qualidades estratégicas, corporativas e sociais para conseguir 2 impulsionar mudanças organizacionais, o novo CEO enfrentaria grandes desafios para recolocar a Toshiba ‘de pé’ e conseguir restaurar a reputação da marca. Houve também uma reforma significativa da empresa após perceber que toda a organização possuía, fundamentalmente, culpa; então foram implementadas as novas culturas, que são: desenvolver, compartilhar e implementar a visão, a missão e a estratégia. Desta forma, formalizou-se uma direção estratégica através da qual os principais produtos poderiam ser alcançados e assim gerenciar a organização e a cadeia de valor de acordo com os requisitos especificados em planos estratégicos, assegurando que o trabalho e o comportamento dos líderes executivos, internos e externos, fossem alinhados com o objeto corporativo. Em 2017, com o nome manchado e com dívidas, ocorreu o pedido de falência da marca, e após a venda de um dos seus bens mais preciosos, a divisão de chips, deixou as usinas com obras inacabadas. Por fim, uma falta de liderança na corporação, uma não excelência empresarial, a falta de comprometimento com a marca, são mais do que suficientes para decretar falência em empresas renomadas no mercado, quiçá em pequenas e médias empresas. Acredito ainda, que se o governo tivesse sido mais rigoroso, além dos stakeholders, solicitando a transparência (disclosure) de todo o processo da forma correta, muita coisa teria sido evitada e talvez ainda houvesse a marca Toshiba no mercado atual.
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