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1. Suponha um estudo realizado sobre 200 indivíduos para avaliar um teste diagnóstico de determinada doença. Sabendo que, avaliadas por um teste considerado “padrão-ouro”, 50 pessoas foram consideradas doentes e que destas o novo teste identificou 45 como doentes, enquanto 15 das pessoas sabidamente livres da doença foram diagnosticadas como doentes pelo novo teste. A. Qual é a sensibilidade, especificidade e acurácia do método? Sensibilidade: 45/50=0,9=90% especificidade=135/150=0,9=90% Acurácia= 45+135/200= doente Não doente positivo 45 15 60 negativo 5 135 140 50 150 200 B. Se você utilizar este novo método quantos casos você realmente conseguiria diagnosticar corretamente a doença testada? VPP=45/60=0,75=75% 2. Os resultados finais de um estudo randomizado são apresentados na tabela abaixo. Com base nesses resultados, quais seriam os valores e seu significado da redução relativa do risco e da redução absoluta do risco de morrer, respectivamente? RT=34/100=0,34 RC=42/100=0,42 RRR= Redução relativa de risco (RRR) = eficácia; RRR = (1 - RT/RC) X 100= 1 – 0,34/0,42= 1- 0,81=0,2 RAR= RC - RT= 0,42 – 0,34 = 0,08 3. O antígeno prostático específico (PSA) é uma substância produzida pelas células da glândula prostática. O PSA é encontrado principalmente no sêmen, mas uma pequena quantidade é também encontrada no sangue. A maioria dos homens saudáveis tem níveis séricos menores de 4 ng/mL. Geralmente, quando o câncer de próstata está presente, o nível de PSA está acima de 4 ng/mL. Entretanto, um nível abaixo desse valor não significa que o câncer não esteja presente. Com o interesse de validar o nível aumentado do PSA no sangue com o câncer de próstata, foi realizada a comparação desse exame com o método do exame clínico do toque retal (padrão ouro) em 120 pacientes. O nível de PSA diagnosticou a doença em 10 pacientes. O exame clínico do toque retal resultou positivo em 40 pacientes. Dentre esses pacientes, constatou-se que, em 6, o nível de aumento do PSA identificou a presença da doença. Não houve erro na avaliação clínica, pelo toque retal, no diagnóstico da doença. Com base nessas informações, qual foi a sensibilidade e especificidade do teste do PSA? doente Não doente positivo 6 4 10 negativo 34 76 110 40 80 120 Sensibilidade=6/40=0,15=15% especificidade= 76/80=0,95=95% 4.Em relação aos estudos epidemiológicos, considere as afirmações a seguir, que apresentam características de três diferentes delineamentos de estudos. I - Estes estudos são o segundo método na escala de evidenciação científica, sendo menos rigoroso que os estudos clínicos randomizados. Apresentam uma poderosa estratégia para definir a incidência de uma condição clínica, sendo útil também para investigar suas possíveis causas. O risco de viés é aumentado por causa das potenciais diferenças de características entre os participantes expostos e em não expostos. II - Estes estudos surgiram com estudos epidemiológicos que buscavam identificar fatores de risco para as doenças. São bons ponto de partida ao gerar e explorar hipóteses causais, especialmente para doenças raras. Estão em terceiro lugar na evidenciação científica. Esse delineamento é muito mais fácil e rápido de implementar, pois os desfechos indesejáveis já ocorreram. III - Estes estudos são úteis quando se quer descrever variáveis e seus padrões de distribuição. São realizados em um único momento no tempo, fazendo com que sejam rápidos e de baixo custo. São, porém, pouco práticos para estudar doenças raras em amostra de indivíduos da população geral. Estão no degrau mais baixo da escala de evidências. I – Estudos de Coorte; II – Estudos de Caso Controle; III – Estudos Transversais. 5. Em um estudo para avaliar a associação entre a faixa etária e infecção por Schistosoma mansoni, 198 indivíduos infectados foram pareados com 308 controles. Ao término do estudo foi observado o desenvolvimento de 19 casos de esquistossomose entre 113 crianças de 2 a 9 anos de idade, 84 casos entre 132 adolescentes com 10 a 19 anos e 95 casos entre 261 indivíduos com mais de 20 anos de idade. Considerando o delineamento do estudo e partindo da premissa que as crianças de 2 a 9 anos de idade não constituem grupo de risco, qual foi o risco de adoecer dos indivíduos das faixas etárias de 10 a 19 anos e 20 anos de idade ou mais, respectivamente? Risco de adoecer (10a19anos)=8,6 e Risco de adoecer (>20anos)=2,8 6. “Em uma comunidade rural africana, em 1998, a população suscetível à poliomielite pertencente ao grupo etário recomendável para a vacinação antipólio era de 4000 crianças. No início de 1998, foi instituída uma campanha geral de vacinação contra essa doença que resultou em 3000 crianças vacinadas na comunidade. Ao curso daquele ano constataram-se 440 casos de poliomielite, dos quais 340 em não vacinados. ” De posse dessas informações, qual foi a eficácia da vacinação? RRR= Redução relativa de risco (RRR) = eficácia; RRR = (1 - RT/RC) X 100=91,2 7. Um inquérito domiciliar foi realizado para se conhecer a associação entre o desmame precoce e a prevalência de diarreia em menores de um ano. Uma amostra representativa de crianças menores de um ano foi selecionada em um bairro popular da cidade de Manaus. As crianças foram examinadas para identificação da diarreia e do histórico de desmame precoce. Verificou‐ se que a prevalência de diarreia era maior no grupo de crianças com história de desmame precoce. O desenho de estudo epidemiológico descrito é um Estudo de Coorte. 8. Para realizar um estudo epidemiológico, um investigador selecionou 30 mulheres com câncer de endométrio e 30 mulheres sem a doença. As mulheres foram pareadas por idade e paridade. Todas as mulheres foram questionadas sobre uso de estrogênio em algum momento de sua vida. O desenho de estudo utilizado foi estudo experimental. 9. Em um estudo caso‐controle, pesquisadores compararam pessoas com a doença (D+) com seus controles (D‐) em relação à presença ou à ausência de uma determinada exposição (E+ e E‐, respectivamente). Posteriormente, estratificaram os dados segundo a presença ou não de uma determinada variável C (C+ e C‐, respectivamente). As tabelas a seguir mostram os resultados das odds ratio encontradas. Considerando que as diferenças nas odds ratio foram significativas, o fenômeno encontrado é denominado de interação. . 10. Durante o ano de 2012, pesquisadores identificaram cada criança nascida na cidade de Parintins e identificaram o peso ao nascimento. As crianças foram classificadas em dois grupos (peso normal ≥ 2.500 g e baixo peso < 2.500 g) e acompanhadas por um ano. Ao final deste período, comparou‐se a mortalidade infantil nos dois grupos. O desenho de estudo utilizado foi estudo caso‐controle. 11. Considerando que o risco de adquirir uma determinada doença entre os expostos a um fator de risco é cinco vezes maior que os não expostos a este fator, a proporção de doença entre os expostos, que poderia ser prevenida se a exposição fosse eliminada, é igual a RR=5= RT/RC 5 x RC= RT 50%. 12. A transfusão de concentrado de hemácias (CHA) é muito freqüente no centro de tratamento intensivo (CTI), mas as conseqüências da anemia nos pacientes gravemente enfermos ainda são obscuras. O objetivo desse estudo foi avaliar a freqüência, as indicações, os limiares transfusionais e o prognóstico dos pacientes criticamente enfermos que receberam CHA. O estudo foi realizado no CTI médico-cirúrgico de um hospital universitário durante 16 meses. Foram coletados dados demográficos, clínicos e os relacionados à transfusão de CHA. A regressão logística binária foi utilizada após as análises univariadas. Dos 698 pacientes internados, 244 (35%) foram transfundidos com CHA. Os pacientes clínicos e em pós-operatório de urgência foram mais transfundidos.Eles receberam em média 4,4 ± 3,7 CHA e apresentaram maior letalidade no CTI (39,8% versus 13,2%; p < 0,0001) e no hospital (48,8% versus 20,3%; p < 0,0001). A letalidade correlacionou-se com o número de CHA transfundidos (R2 = 0,91). Na análise multivariada, os fatores relacionados com a necessidade de transfusão foram cirrose hepática, ventilação mecânica (VM), tipo e duração da internação no CTI, hematócrito e escore SAPS II. A transfusão de CHA é freqüente no CTI, particularmente nos pacientes internados por problemas clínicos e após cirurgias de emergência, com internação prolongada, em VM e com cirrose hepática. O limiar transfusional observado foi mais baixo que aquele assinalado pela literatura. A transfusão de CHA foi associada com maior letalidade. O desenho desse estudo epidemiológico pode ser classificado como: Estudo de Coorte Prospectivo. 13. Um estudo com Proteína C Ativada apresentou uma redução na mortalidade por sepsis 24,7% contra 30,8% dos que utilizaram o placebo, com uma redução do risco relativo de 19,4% (IC 95%, 6,6% - 30,5%) e uma redução do risco absoluto de 6,1%. Tendo em vista o estudo relatado, qual é o número de tratamentos necessários para evitar um desfecho adicional? R: NNT= 1 / (RC – RT) = 16 14. Foi realizado um estudo sobre a capacidade dos clínicos de diagnosticar infecção estreptocócica em 149 pacientes que vieram à emergência de um hospital com dor de garganta. As impressões clínicas foram comparadas aos resultados de culturas orofaríngeas para estreptococcus do grupo A. Dos 37 pacientes que apresentaram cultura orofaríngea positiva, 27 foram diagnosticados pelos médicos como tendo faringite estreptocócica. Entre 112 pacientes que apresentaram cultura negativa, os médicos diagnosticaram que 35 deles apresentavam a doença. Com base nesse relato, qual o cálculo estatístico que você utiliza para saber em qual porcentagem dos pacientes o médico estava certo quando supôs a ausência da faringe estreptocócica nos pacientes? R: Valor Preditivo Negativo 15. Uma investigação realizada em banco de sangue de um hospital chegou aos seguintes resultados: entre 2 mil pessoas que receberam transfusão sangüínea, acompanhadas durante um ano, 200 contraíram hepatite. No grupo controle, 5 mil pessoas que não receberam transfusão, acompanhadas igualmente durante idêntico período, apenas cinco contraíram a doença. Arme uma tabela 2x2 com os resultados. Pergunta-se: a) Trata-se de um estudo de coorte ou de caso-controle? Por quê? Coorte, pois partiu da exposição (transfusão sangüínea) para acompanhar a população até o desfecho (hepatite). Com hepatite Sem hepatite Total Casos (transfusão sanguinea) 200 1800 2000 Controles 5 4995 5000 16. Em um hospital universitário foi feito um estudo para verificar a associação entre consumo de álcool e câncer de estômago. Foram incluídos na investigação, 300 pacientes do sexo masculino com diagnóstico comprovado de câncer de estômago; desses, 30 eram casos de alcoolismo crônico. Entre 500 controles (por definição, pessoas em que o câncer gástrico foi excluído), 50 foram considerados alcoólatras, pelos mesmos critérios diagnósticos usados no grupo de casos. Pergunta-se: Este é um estudo do tipo coorte ou caso-controle? Por quê? Caso- controle, pois selecionou os indivíduos partindo do desfecho (câncer de estômago), dividindo-os em casos e controles, e depois verificou se havia ou não a exposição (alcoolismo) nos grupos. 17. Em uma visita de uma equipe de profissionais de saúde, com a duração de uma semana, a um município do estado de Tocantins, todos os adultos de um pequeno povoado e de fazendas vizinhas foram examinados. Entre os resultados obtidos estão os seguintes: de 40 pessoas com sorologia positiva para Tripanosoma cruzi, quatro eram desnutridas, enquanto em 100 outros indivíduos, com sorologia negativa para T. cruzi 10 foram rotulados como desnutridos. Pergunta- se: Qual o tipo de estudo? Por quê? Estudo transversal analítico, pois mede a exposição (Tripanosoma) e o desfecho (desnutrição) em um só momento, sem acompanhar a população ao longo do tempo. 18. Um pesquisador foi ao Serviço de Arquivo Médico de um hospital e identificou as crianças internadas entre 1989 a 1993 com diagnóstico de gastroenterite. No grupo controle, utilizou crianças internadas por motivo diferente da gastroenterite. A partir daí, comparou entre os grupos o risco das crianças virem a desenvolver alteração nos testes de síndrome de má absorção. Este tipo de estudo é denominado: Coorte histórica 19. Um estudo procurou identificar o risco da associação do uso de pílula anticoncepcional e trombose venosa profunda. Foram selecionadas 100 pessoas que faziam uso de pílula anticoncepcional, sendo que destes, 20 apresentaram trombose venosa profunda durante o uso da pílula. No grupo controle, foram selecionadas 100 pessoas que não faziam uso de pílula anticoncepcional, e destes, 5 apresentaram trombose venosa profunda durante a pesquisa. De acordo com esse estudo, se os pacientes deixarem de usar pílula anticoncepcional, reduziremos em quanto a chance de trombose venosa profunda? a) 15% b) 20% c) 60% d) 5% e) 40% Uso de pílula anticoncepcional Trombose TOTAL Sim Não Sim 20 80 100 Não 5 95 100 Total 25 175 200 A pergunta que é feita: se os pacientes deixarem de usar pílula anticoncepcional, reduziremos em quanto a chance de trombose venosa profunda? Na verdade, a pergunta é uma forma indireta de enxergar o quanto a pílula (sozinha) é responsável pelos casos de trombose venosa profunda na população. Logo, se eu sei o quanto ela causa, quando eu retirar vou saber o quanto vai diminuir. É respondida pelo cálculo do Risco Atribuível na População (%). Risco Atribuível na População (%) = (Incidência na população do estudo – incidência dos não expostos) / Incidência na população do estudo 25/200 – 5/100 = 60 % 25/200 20. Supondo que a taxa de mortalidade anual de câncer de pulmão numa dada comunidade seja de 20 por 100.000 nos fumantes e de 2 por 100.000 nos não fumantes, qual o risco relativo e o risco atribuível dos fumantes em relação aos não fumantes, de morrer por câncer de pulmão, respectivamente: a) 38,20 por 100.000 b) 18, 10 por 100.000 c) 9, 20 por 100.000 d) 10, 18 por 100.000 e) 20, 38 por 100.000 Risco Relativo = incidência dos expostos / incidência dos não expostos = 20/2= 10 por 100.000 Risco Atribuível = incidência dos expostos - incidência dos não expostos = 20-2= 18 por 100.000.
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