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Leitura Obrigatória
A escolha do objeto de estudo, 
as linhas de pesquisa e os 
atores da pesquisa
Gabriel Henrique Collaço
Surgem agora momentos de novas reflexões, pois você conhecerá os elementos 
essenciais para iniciar uma pesquisa e as seções que compõem a estrutura 
do Projeto de Trabalho de Curso em Direito. Chegou, então, a hora de tomar 
decisões importantes. 
A escolha do tema bem delimitado, isto é, do objeto de estudo, é um momento 
instigante; um desafio. Temos uma tarefa, e tarefa é aquilo que estabelece a 
organização do trabalho ou a prescrição para o trabalho a ser realizado. 
A escolha do objeto de estudo, com tema e delimitação do tema, é o ponto inicial 
do pesquisador para o início da sua investigação acadêmico-científica. O objeto 
de estudo gratificante para o aluno é aquele que lhe interessa estudar, conhecer, 
que o entretém. Vamos, então, superar angústias, deixar o medo da pesquisa 
para trás e vencer o tempo que temos para configurar um bom pensamento. Isto 
é projetar, é enfrentar com segurança os obstáculos dos caminhos que iremos 
desvendar.
Não há necessidade de que você tenha um tema inédito para desenvolver o 
conteúdo da futura pesquisa, mas busque ser inovador/a, escolha um tema 
comum, porém com conteúdo diferente, busque o diferente. Você deve ser 
original, não necessariamente inédito. Não é momento de criar teorias, mas saber 
fazer com que pensadores “conversem” no seu texto com as escolhas criativas 
que você possibilitará por meio da temática. 
“Na nossa concepção, pesquisa é permitir olhar diferente algo que nos 
interessa, seguindo uma metodologia de estudo e de investigação do tema 
proposto. Pesquisar é conhecer o desconhecido de forma a satisfazer a 
nossa vontade de saber.” (MELLO et al., 2006, p. 14). 
A escolha do objeto de estudo, as linhas de pesquisa e os atores da pesquisa 
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Como iniciar? Por meio da leitura de obras, sejam capítulos de livros, artigos 
científicos, notícias de periódicos ou, até mesmo, em uma conversa com amigos 
e profissionais. Podemos, assim, construir novas imagens e olhares diferentes 
e, sobretudo, pensar para elaborar trabalhos com criatividade. Isso faz com que 
tenhamos base para entender novos conceitos e capacidade de propor soluções. 
E essa é a ideia central de pesquisa no curso de Direito.
Uma vez identificada a preferência por um tema ou área, o aluno deve realizar 
uma primeira consulta bibliográfica para encontrar algumas alternativas possíveis 
e procurar um professor capaz de orientá-lo, com produção científica ou 
experiência profissional conexa ao assunto. (VENTURA, 2002, p. 57).
Para a escolha do tema da pesquisa no curso de Direito, as áreas de 
concentração levam em conta a linha de pesquisa “Justiça e Sociedade”, com as 
áreas de concentração devidamente definidas:
 • Constituição, direitos fundamentais e sociedade, em que podem 
ser trabalhadas temáticas sobre
 » Dignidade da Pessoa Humana;
 » Liberdades;
 » Direitos Sociais;
 » Trabalho;
 » Previdência;
 » Direito Ambiental;
 » Direitos do Consumidor;
 » Direitos das Minorias;
 » Bioética;
 » Novas Dimensões de Direitos;
 » Colisão entre Direitos Fundamentais.
 • Organização política, administrativa e financeira do Estado, com 
a possibilidade de delimitar temática nas áreas de 
 » Organização do Estado;
 » Funções do Estado;
 » Administração Pública;
 » Tributação;
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Leitura Obrigatória 
 » Orçamento;
 » Licitação;
 » Organização econômica e financeira;
 » Partidos políticos;
 » Eleições;
 » Processo eleitoral;
 » Crimes eleitorais.
 • Direito internacional, soberania e direitos humanos é outra área 
bastante interessante para as reflexões sobre
 » Direito Internacional;
 » Direito Nacional e Teorias da Integração;
 » Teoria dos Tratados Internacionais;
 » Organizações Internacionais Governamentais;
 » Meios Bélicos de Resolução de Conflitos Internacionais;
 » Meios Pacíficos de Resolução de Conflitos Internacionais;
 » Direito Humanitário Internacional.
 • Relações civis e empresariais, processo 
e neoconstitucionalismo é proposta para discussões de 
 » Tutela da privacidade (imagem e intimidade);
 » Interferência do Estado nas relações privadas;
 » Pluralismo das entidades familiares;
 » Posse e propriedade;
 » Processo eletrônico;
 » O processo na perspectiva constitucional;
 » Alternativas não litigiosas de solução de conflitos; 
 » Empresa;
 » Títulos de Crédito;
 » Falência e Recuperação Judicial.
A escolha do objeto de estudo, as linhas de pesquisa e os atores da pesquisa 
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 • Direito penal, controle e sistema de justiça é área direcionada 
pelos tópicos da ementa:
 » Crimes;
 » Penas;
 » Processo penal;
 » Criminologia antropológica;
 » Psicologia e sociologia aplicadas à criminologia;
 » Rotulacionismo;
 » Reação social;
 » Criminologia Crítica;
 » Violência;
 » Segurança Pública.
Tenha com você um bloco e caneta para anotações, pois as ideias não 
escolhem momento para aparecer. Elas surgem nas ocasiões mais 
diversas, e você deve guardar as informações para não esquecer. 
Com diversas áreas expostas na linha de pesquisa, busca-se no ambiente do 
ensino superior estabelecer relações dialógicas, criativas, com desenvolvimento 
do senso crítico e com a participação no processo de ensino-aprendizagem. 
Isso com o impulso de desenvolvimento possibilitado também pelas novas 
tecnologias. 
Para isso, surgem os atores do processo de pesquisa. Orientador e orientando 
são “peças-chave” para um desenvolvimento produtivo de pesquisa. 
Ao orientador cabe verificar as escolhas dos alunos feitas no projeto de pesquisa 
e avaliar as necessidades de adaptação do projeto, isto é, da redação provisória 
de planejamento. Disponibilizar auxílio na indicação de referenciais (fontes de 
pesquisa), recomendar leituras, auxiliar na revisão do esqueleto da estrutura 
básica do trabalho de curso e ler a produção do aluno também são papéis 
importantes a serem desenvolvidos no processo de orientação.
As modificações necessárias, indicadas pelo orientador, devem ser realizadas 
pelo aluno, em respeito à experiência do orientador na área. Entretanto, 
caso discorde dos questionamentos do seu orientador, você deve encontrar 
argumentos para convencê-lo. 
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Organizar um cronograma de orientação também é tarefa importante. Sistematizar 
as conversas e revisões de conteúdo para verificar se os acadêmicos estão 
desenvolvendo corretamente os seus trabalhos faz com que os atores se sintam 
mais seguros. E esta organização é definida no cronograma do projeto de 
pesquisa.
Ao orientando cabe seguir as normas definidas pela 
Coordenação do Curso de Direito, cumprindo, com 
assiduidade e pontualidade, as orientações. Ademais, 
deverá exercer as atividades previstas nos planos de 
ensino, nos prazos estabelecidos, observando as normas 
técnicas da ABNT e institucionais para elaborar o projeto 
de pesquisa e o trabalho de curso em Direito, bem como 
agir com ética e responsabilidade.
Nesse processo dialógico com autores e atores, o aluno é 
o protagonista de seu próprio aprendizado, acompanhado, 
é claro, da orientação de um professor. Sendo assim, a aprendizagem significativa 
acontece quando o aluno percebe que o processo de ensino-aprendizagem é 
importante para a conclusão dos seus próprios objetivos. 
Acreditamos que, seguindo alguns passos de pesquisa, de acordo com os 
procedimentos estabelecidos no curso, o trabalho será produtivo. Para isso, 
sempre leia atentamente as informações disponibilizadas pela coordenação do 
curso e pelos professores orientadores. Mas lembre-se: ainda é momento de 
confecção de projeto de pesquisa. Um primeiro estágio.
Referências bibliográficas
MELLO, Ana Cláudia Collaço de et al. Metodologia da pesquisa. 3. ed. rev. atual. 
Palhoça: UnisulVirtual, 2006a.
VENTURA, Deisy. Monografia jurídica: uma visão prática. 2. ed. atual. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2002.
Coordenação do 
Curso de Direito 
 Para uma futuraescolha do orientador, 
visando ao Trabalho 
de Curso em Direito, 
procure a Coordenação 
do Curso de Direito 
e verifique a lista de 
orientadores dentro das 
áreas de interesse de 
pesquisa.

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