Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA-CE. AÇÃO DE ALIMENTOS Resolução n.º 2656 (XLI-O/11). OEA - Organização dos Estados Americanos. (Aprovada em 7 de junho de 2011. São Salvador, El Salvador) RESOLVE: 1. Afirmar que o acesso à justiça, como direito humano fundamental, é, ao mesmo tempo, o meio que possibilita que se restabeleça o exercício dos direitos que tenham sido ignorados ou violados. 2. Apoiar o trabalho que vêm desenvolvendo os defensores públicos oficiais dos Estados do Hemisfério, que constitui um aspecto essencial para o fortalecimento do acesso à justiça e à consolidação da democracia. 3. Afirmar a importância fundamental do serviço de assistência jurídica gratuita para a promoção e a proteção do direito ao acesso à justiça de todas as pessoas, em especial daquelas que se encontram em situação especial de vulnerabilidade. 4. Recomendar aos Estados membros que já disponham do serviço de assistência jurídica gratuita que adotem medidas que garantam que os defensores públicos oficiais gozem de independência e autonomia funcional. ANA JULIA, menor impúbere, neste ato representada por sua genitora ANTONIA DA SILVA brasileira, casada, secretária, portadora da cédula de identidade R.G. nº e inscrita no CPF nº , residentes e domiciliada na Rua, sessenta, n° XXXX, CEP , Bairro, Prefeito José Walter, Fortaleza/CE, email, @gmail.com,Telefone: (85) , vem, através da DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO CEARÁ, propor perante Vossa Excelência a presente AÇÃO DE ALIMENTOS em face de DANILO MARTINS, brasileiro, casado, professor de educação física, residente e domiciliado na rua , Aldeota, Fortaleza-Ce, CEP: , pelos fatos e fundamentos que passa a expor: JUSTIÇA GRATUITA A autora, inicialmente, e com a intermediação da Defensoria Pública Geral do Estado, postula os beneplácitos da gratuidade da justiça, em razão de não ter condições de arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio e de sua família, estando, assim enquadrada na situação legal de necessitados. A Lei Complementar nº 80, de 12/01/94, com as inovações operadas por força da promulgação da LC nº 132/09, prescreve, dentre outras, como prerrogativas dos membros da Defensoria Pública do Estado: a) INTIMAÇÃO PESSOAL, mediante entrega dos autos com vista; b) PRAZO EM DOBRO em todos os atos processuais; e c) REPRESENTAR a parte independente de INSTRUMENTO DE MANDATO. Por oportuno, válido trazermos à colação o disposto no parágrafo primeiro do art. 5º da Lei Complementar Estadual n. 06, de 28 de maio de 1997, que dispõe in verbis: Art. 5º (...) “§ 1º A Defensoria Pública por seus Defensores, representará as partes em juízo e no exercício das funções institucionais independentemente de procuração, praticando todos os atos do procedimento e do processo, inclusive os recursais, ressalvados os casos para os quais a lei exija poderes especiais”. DOS FATOS A mãe do requerente manteve um relacionamento com o requerido e deste adveio 01 (uma) filha, ANA JULIA, nascida em 06/02/2014, filha legítima do requerido, conforme certidão de nascimento em anexo. Ocorre que o requerido não tem cumprido seu dever dentre eles o de colaborar para o sustento de sua filha menor impúbere. A representante legal embora tenha trabalho fixo, encontra-se em dificuldade para manter sozinha o sustento da filha, e as despesas da casa. É de se ressaltar que a criação da requerente não deve recair somente sobre a responsabilidade de sua genitora, pois a mesma arca com alimentação, vestuário, moradia, assistência médica, lazer e educação e as responsabilidades parentais de guarda, sustento e guarda são de ambos. Como narrado anteriormente a responsabilidade de criação da menor não deve recair somente sobre um de seus representantes legais, especialmente porque a mãe da menor não possui condições financeiras suficientes para proporcionar todas as necessidades que a filha carece, visto que se encontra em fase de desenvolvimento e possui custos como alimentação, assistência médica, vestuário, educação e lazer. Sendo assim o requerido tem plenas condições para colaborar para o sustento da filha, todavia, nega-se a qualquer tipo de negociação com a genitora de pagar pensão alimentícia, não restando alternativa senão a propositura da presente ação. Tal condição tem ensejado privações de ordem material, pois a genitora da menor não tem condições de criá-la sozinha, não tem renda suficiente para prover sozinha as despesas, uma vez que trabalha como secretária, percebendo aproximadamente R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) de remuneração, situação esta que a leva a socorrer-se da tutela jurisdicional do Estado a fim de obter uma solução para o caso. Registre-se que o requerido trabalha como professor de educação física na Escola XXXX, tendo outra ocupação profissional nos finais de semana no grupo infantil Adoleta, percebendo aproximadamente R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês, tendo condições de colaborar de forma justa com o sustento da requerente no valor de R$ 1.000,00 (Hum mil reais), o que deverá ser depositado em conta de titularidade da genitora da menor, Banco Santander, Agência , Conta Corrente, até o dia 05 de cada mês. Para fins de comprovação das despesas com a menor, apresentam-se documentos de gastos empreendidos com fardamento, Livros, entre outros. DO DIREITO • DOS ALIMENTOS O dever de prestar alimentos está expressamente previsto no artigo 229 da Constituição Federal de 1988 estatuindo de forma claríssima a obrigação dos pais de sustentarem seus filhos menores em todas suas necessidades vitais, sic: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Ainda neste sentido, vejamos o artigo 22 do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente que preceitua: Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. E por fim, para total resguardo do direito, o artigo 1.694 do Código Civil de 2002, estabelece sic: Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. Portanto, Excelência, vislumbra-se claramente que há total respaldo jurídico para que os representantes legais arquem com as obrigações alimentícias dos menores, onde resta comprovada a necessidade da demandante em ingressar com a presente ação, buscando ajuda com o custeio para a criação de sua filha.• DO RITO PROCESSUAL De acordo com o artigo 693 do Novo Código de Processo Civil poderá ser usado de forma subsidiária, senão vejamos: Art. 693. As normas deste Capítulo aplicam-se aos processos contenciosos de divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. Parágrafo único. A ação de alimentos e a que versar sobre interesse de criança ou de adolescente observarão o procedimento previsto em legislação específica, aplicando-se, no que couber, as disposições deste Capítulo. Dito isto, vejamos o que se é estabelecido no artigo 1º da Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68): Art. 1º. A ação de alimentos é de rito especial, independente de prévia distribuição e de anterior concessão do benefício de gratuidade. § 1º A distribuição será determinada posteriormente por ofício do juízo, inclusive para o fim de registro do feito. § 2º A parte que não estiver em condições de pagar as custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família, gozará do benefício da gratuidade, por simples afirmativa dessas condições perante o juiz, sob pena de pagamento até o décuplo das custas judiciais. § 3º Presume-se pobre, até prova em contrário, quem afirmar essa condição, nos termos desta lei. § 4º A impugnação do direito à gratuidade não suspende o curso do processo de alimentos e será feita em autos apartados. • DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS O artigo 4º da Lei de Alimentos (Lei nº 5.478/68) estabelece que o juiz logo no primeiro despacho poderá fixar os alimentos provisórios, diante desta possibilidade, pleiteia-se que o juiz fixe desde logo os alimentos no percentual de 20% (vinte por cento) do salário do requerido, atualmente no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devendo tal valor ser depositado em conta de titularidade da genitora da menor, Banco Santander, Agência 4172, Conta 77001153-8, Conta Corrente, até o dia 05 de cada mês. Vejamos o referido artigo: Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções. § 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado. § 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação. § 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso extraordinário. A prova pré-constituída do parentesco faz-se, aqui, pelo exame da certidão de nascimento anexa(s). Trata-se do fumus boni iuris. Quanto ao segundo requisito, dito periculum in mora, é latente a sua configuração, haja vista a necessidade manifesta do(a)(s) autor(a)(es) de se alimentar(em) e sobreviver(em) dia-a-dia até o desfecho do processo e consequente prolação da sentença concessiva dos alimentos definitivos. • DOS ALIMENTOS DEFINITIVOS As necessidades de uma criança são notórias e consistem nas despesas indispensáveis à sua subsistência, tais como alimentação, remédios, material escolar, vestuário, laser, dentre outras, despesas essas que lhe acompanham até a vida adulta, onde poderá caminhar por si só e trabalhar para sustentar-se. Assim sendo, com base na ponderação acerca da necessidade do(s) alimentando(s) e da condição econômica do(s) alimentante(s), requer-se ao final da presente ação a conversão dos alimentos provisórios para definitivos no percentual mensal de 20% ( vinte por cento) do salário do requerido, atualmente no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devendo tal valor ser depositado em conta de titularidade da genitora da menor, Banco Santander, Agência , Conta Corrente, até o dia 05 de cada mês. Na hipótese de desemprego, os alimentos serão na importância de um salário-mínimo. DOS PEDIDOS Assim com fundamento no artigo 229 da CF/88, artigo 22 do ECA, artigo 1694 do CC/02 e artigo 4º da Lei nº 5.478/68 e demais dispositivos legais correlatos, requer a Vossa Excelência: 1) o recebimento da inicial com a qualificação apresentada (cf. artigo 319, inciso II, e §2º e 3ºdo CPC/15); 2) a citação do réu através por Edital para comparecer à audiência de conciliação/instrução (Artigo 319, II, §1º CPC/15); 3) o processamento da ação sob segredo de justiça (cf. artigo 189, inciso II do CPC/15) e durante as férias forenses (cf. artigo 215, inciso II do CPC/15); 4) o deferimento da gratuidade judiciária integral para todos os atos processuais (cf. artigo 98 caput e §1º,§5º do CPC/15); 7) a intimação do Ministério Público Estadual para comparecer à audiência de conciliação/julgamento (artigo 9º “caput” da Lei nº 5.478/68); 8) a fixação de ALIMENTOS PROVISÓRIOS no quantum solicitado, notadamente no percentual 20% ( vinte por cento) do salário do requerido, atualmente no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), devendo tal valor ser depositado em conta de titularidade da genitora da menor, Banco Santander, Agência, Conta Corrente, até o dia 05 de cada mês . Aplicando-se no caso de não comparecimento do réu a revelia, o que importa em confissão quanto à matéria de fato (artigo 7º da Lei nº 5.478/68) e autoriza o JULGAMENTO ANTECIPADO TOTAL DE MÉRITO (artigo 355, incisos I e II do CPC/15) (8.2) lavrando-se termo de acordo – se houver – com a assinatura das partes e do representante do Ministério Público Estadual (artigo 9º, §1º da Lei n.º 5.478/68) OU; (8.3) realizando-se o depoimento pessoal das partes e oitiva das testemunhas indicadas na hipótese de aberta a audiência, não se operar a revelia ou as partes não celebrarem acordo (artigo 9º, §2º da Lei n.º 5.478/68); 9) a intimação das partes e do Ministério Público para aduzir alegações finais/parecer através de memoriais escritos caso não tenha sido possível fazê-lo oralmente ao final da audiência de instrução e julgamento (artigo 11º Lei n.º 5.478/68); 10) O julgamento pela procedência do pedido fixando ALIMENTOS DEFINITIVOS no mesmo valor estabelecido para fins de alimentos provisórios ou em quantia superior conforme apuração quando da instrução probatória. Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, notadamente depoimento pessoal das partes, oitiva de testemunhas e juntada posterior de documentos. Atribui à causa o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais) Termos em que pede deferimento. Fortaleza/CE, 12 de Junho de 2019.
Compartilhar