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Trabalho Intermitente O trabalho intermitente está previsto no artigo 443 da CLT, que foi alterada pela Lei nº 13.467/17, cujo texto versa o seguinte: “O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente.” Seu conceito vem expresso no artigo 443, Parágrafo 3º e sua regulamentação passa a ser abordada a partir do artigo 452-A até parágrafo 9º. Conceitualmente temos que: “Considera-se como intermitente o contrato de trabalho na qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação específica.” Em suma, essa proposta prevê o contrato de empregados por empresas, somente em períodos que fosse realmente preciso, por exemplo por alta demanda devido a um evento, o que em outros países também é conhecido como “Contrato Zero Hora”. Nesta modalidade, não são definidas jornadas fixas de trabalho, o trabalhador será convocado mediante necessidade da empresa. Essa característica gerou algumas críticas, pois muitos legisladores entendem que nesse cenário o trabalhador compartilha dos riscos da atividade. De modo geral, essa modalidade pode ser aplicada a qualquer tipo de atividade, exceto as funções realizadas pelos aeronautas, visto que eles têm legislação própria. Este tipo de contrato de trabalho prevê um contrato obrigatoriamente escrito, com assinatura na carteira de trabalho e a convocação para exercício de suas funções devem ser com três dias corridos de antecedência, cabendo ao empregado a possibilidade de aceitar o recusar a convocação, ficando o mesmo limitado ao prazo de um dia útil para resposta, caso não haja resposta, presume- se a recusa. Vale ressaltar que a negação a convocação, não caracteriza insubordinação, visto que o empregado, diante de um cenário de incerteza que tal metodologia traz, pode estar prestando serviço a um terceiro na data da convocação. Essa é uma das razões que muitos especialistas apontam para que esse tipo de contrato não tenha tido tanto sucesso, visto que não é interessante para as empresas a possibilidade de uma recusa por parte do empregado. Ainda nesse ponto, é importante observar que embora a recusa não signifique insubordinação, caso o empregado aceite a convocação e por algum motivo não compareça para a prestação de serviço, o mesmo está sujeito a punições, tais como uma multa de 50% sobre o valor da diária estabelecida no contrato de trabalho, o mesmo ocorre no caso inverso, caso o empregador desista da aquisição do serviço. O pagamento nesse tipo de contrato é feito após o término do período de convocação, ou seja, se o trabalhador foi convocado para trabalhar por um período de 5 dias, em um determinado momento, ao fim daqueles 5 dias será gerada uma folha de pagamento, que deve conter obrigatoriamente a remuneração, as férias referentes aos dias trabalhados acrescidos de um terço, o 13º, também referente aos dias trabalhados, adicionais legais e o DSR. Trabalho Parcial O trabalho parcial já era uma forma prevista na CLT, em seu artigo 58, porém a reforma da previdência trouxe algumas atualizações importantes. Conforme definição expressa no artigo 58-A: “Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem possibilidade de horas suplementares, ou ainda, aqueles cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais”. Essa modalidade de trabalho, após a reforma trabalhista, tenta melhorar os efeitos dessa opção para os empregadores, visto que trouxe uma maior flexibilização para esse tipo de contratação. Antes, o regime parcial previa o contrato com 25 horas semanais e sem a possibilidade de horas extraordinárias, o que para algumas empresas não era muito benéfico. Com as alterações trazidas pela lei nº 13.467/17, o empregador passa a ter duas modalidades possíveis de contratação, com ou sem a possibilidade de horas extraordinárias. Esse é um dos pontos mais importantes da alteração e cabe algumas ressalvas: pelo regime normal de trabalho, as horas extraordinárias podem ser compensadas ao longo do período ou sua compensação pode ser modificado por acordo coletivo. Nessa modalidade, as horas extraordinárias, se efetivas, devem ser compensadas na semana seguinte ou quitadas no mês subsequente, não havendo a possibilidade de banco de horas. Para o empregado, essa modalidade, conforme explicada cima, não é vista como benéfica por alguns especialistas, visto que logicamente, causa um “achatamento salarial” em virtude da menor carga horária. Esse aspecto é considerado danoso, visto que o empregado muitas vezes fica restrito aquela possibilidade, trabalhando menos e recebendo menos. Uma outra alteração importante nesse quesito, é que a nova legislação garantiu a estes trabalhadores o direito aos 30 dias de férias. Antes, conforme artigo 130- A, havia uma tabela progressiva para aplicação desse direito, hoje, essa previsão já vem expressa no novo texto do artigo 130. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Lei Nº 13.467/17 disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015- 2018/2017/lei/l13467.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm
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