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Gestão Financeira

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Pedro Salanek Filho* 
Prezado(a) Empreendedor(a) 
Estamos na metade do curso e chegamos agora ao módulo de Gestão Financeira. 
Esse é o momento em que você aprenderá a elaborar controles e definir estratégias ligadas ao 
lado econômico do negócio. 
Por que este módulo é importante para você? 
Quem tem negócio próprio sabe muito bem como é preciso, por vezes, fazer muitas 
contas, tirar daqui, pôr ali, tudo para fechar o mês com saldo positivo. 
Algumas ferramentas financeiras são necessárias para o bom desempenho do 
negócio. As empresas precisam: elaborar planejamento orçamentário, definir investimentos, 
fazer controle do fluxo de caixa, conhecer os seus custos, formar o preço de venda e avaliar 
todos os seus riscos e retornos... São temas que compõem um leque fundamental para a 
saúde financeira da sua empresa. 
Procuramos apresentar aqui tudo de forma simples e objetiva, com uma linguagem 
prática e, ao mesmo tempo, envolvente. 
Você pode e deve transformar seu empreendimento em um negócio cada vez mais 
rentável e de muito SUCE$$O. 
 
 
* Mestre em Organizações e Desenvolvimento, MBA em Gestão Empresarial. Pós-graduado em 
Finanças. Graduado em Administração. Diretor Executivo da Revista Geração Sustentável, publicação 
direcionada ao público empresarial. Tem uma longa experiência em Finanças no segmento de 
Cooperativas. É professor da Estação Business School. 
 
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você ainda não controla as finanças da sua empresa de forma adequada, chegou o momento de 
organizar os seus controles financeiros. Eles serão úteis para as decisões empresariais. Será 
que podemos tomar decisões acertadas sem informações confiáveis? 
As empresas nunca estão sozinhas no mercado... Apesar de essa afirmação ser 
simples e óbvia, o que observamos no mundo dos negócios é que muitas empresas têm as 
suas estratégias pensadas e estruturadas na limitação do seu espaço físico. Deve-se gerenciar 
empreendimentos e negócios de forma sistêmica e entender que o todo não é a mera soma 
das partes que os compõem, mas sim um resultado expressivo do conjunto funcionando de 
forma holística. 
A experiência do Bom Negócio junto às micro e pequenas empresas permite afirmar que, 
na maioria das vezes, os problemas de natureza financeira são decorrentes de decisões 
empresariais tomadas sem planejamento como, por exemplo, investimentos na expansão do 
negócio sem um estudo minucioso, definição do preço de venda sem cálculos corretos, 
substituição de equipamentos antigos, compras excessivas ou retiradas (pró-labore) dos sócios. 
Neste contexto, o processo de gestão financeira do negócio possui uma tendência de 
ser gerenciado apenas pelas variáveis internas. Um dos principais problemas é calcular 
adequadamente o preço de venda. Esse modelo ainda nos influencia desde os períodos de 
produto/serviço. Atualmente o processo de formação de preço vem sofrendo as influências de 
 
isso conflita, em um primeiro momento, com o tradicional paradigma segundo o qual o preço é 
igual à soma das partes (custos, impostos, despesas e lucro). É óbvio que o preço de um 
produto/serviços deve ser suficiente para contemplar os itens acima mencionados, mas deve 
considerar também os fatores externos e os desejos de toda a rede em que a organização está 
inserida. Aspectos intangíveis observados pela rede passam a influenciar a composição de 
valor da empresa, bem como a formação de preços. 
"Há mais pessoas que desistem 
do que pessoas que 
fracassam". (Henry Ford) 
 
 
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Em outras situações, a falta de controles gerenciais e informações para a gestão de 
capital de giro (compras, estoques, contas a receber e contas a pagar), gestão de preços 
e margens de lucro, provoca um permanente aperto financeiro, aumentando a tensão do dia a 
dia e, nessas situações, o empresário passa a administrar sob forte pressão dos credores; 
consequentemente, grande parte de seu tempo e esforços são dedicados para apagar 
incêndios. À medida que as decisões empresariais são tomadas com base em planejamento e 
informações confiáveis, o próprio empresário pode solucionar ou minimizar seus problemas, 
evitando outros futuros problemas. 
Na administração financeira, uma das ferramentas para ajudar a atingir esses pontos é 
o famoso orçamento. O processo orçamentário deve estar alinhado à visão estratégica da 
empresa e, antes de atribuir os números financeiros, a empresa deve estudar o ambiente onde 
atua e entender se a estrutura está adequada ao mercado, seja por meio do produto ou serviço 
requerido pelo cliente, novas tecnologias, concorrentes ou produtos substitutivos, tudo para 
atingir a visão estratégica da empresa. 
O sucesso de um planejamento orçamentário de uma empresa está baseado na 
flexibilidade e na capacidade para responder às mudanças e na competência de gerenciar 
cenários futuros de forma dinâmica, rápida e eficaz. 
Agora é hora de planejar todos os detalhes financeiros do negócio e, depois, ver se 
tudo deu realmente certo. 
 
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Começaremos a nossa conversa pelas finanças pessoais. Inicialmente você deverá 
questionar a seguinte situação: Como você irá controlar as finanças da sua empresa (Pessoa 
Jurídica) se, muitas vezes, você não consegue nem controlar as suas próprias finanças 
(Pessoa Física)? 
Para responder a essa e outras perguntas que dificultam também o nosso dia a dia 
sob a ótica financeira, trabalharemos aqui aspectos relevantes de Finanças Pessoais. 
aspectos 
financeiros, mas sim a aspectos psicológicos, ou seja, você até elabora seus controles, 
anota suas despesas, realiza planos de contenção, mas não consegue se controlar podemos 
simplesmente dizer que você gasta porque é descontrolado. Por analogia, é como se você 
necessita controlar e outra 
que deseja gastar. Geralmente você fica muito vulnerável às opções de consumo e acaba 
criando gastos que não estavam previstos simplesmente devido ao aparecimento de supostas 
 
Para demonstrar melhor essa relação dos descontroles, abaixo destacaremos os 
fatores importantes de que trataremos nesta etapa de finanças pessoais: 
11. Inteligência Financeira: ganhar, gastar, economizar e investir. 
12. Desequilíbrio financeiro (gastar mais do que ganha). 
13. Quais os motivos para seus gastos (necessidades x desejos). 
14. Impulso (inimigo n.º 1 do orçamento equilibrado). 
15. Registro das despesas (planilha de controle e ordem de prioridades). 
16. Gastos sazonais (despesas existentes apenas em alguns períodos). 
17. Planejamento de investimentos (crescimento do patrimônio). 
18. Disciplina financeira familiar. 
19. Cuidados com as armadilhas dos empréstimos (parcelamentos e taxas de juros). 
 
 
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Você consegue equilibrar as suas receitas com as suas despesas? Geralmente você 
gasta mais do que ganha? Você vive equilibrado com as quatro leis do dinheiro ganhar; 
gastar; economizar e investir? 
Para gastar você precisa GANHAR. 
Para ECONOMIZAR precisa gastar MENOS. 
Além de economizar, você precisa saber INVESTIR, só assim conquistará a tão 
sonhada independência financeira. 
Vamos fazer uma breve simulação no quadro abaixo: 
Coloque aqui o valor das suas receitas mensais: R$__________________. 
Coloque aqui o valor das suas despesas mensais: R$_________________. 
E aí? Está com saldo positivo ou negativo? R$______________________. 
Financeiramentefalando, temos basicamente três tipos de pessoas: 
 Aquelas que vivem bem financeiramente; 
São aquelas que gastam MENOS do que GANHAM. 
 Aquelas que vivem estressadas financeiramente; 
São aquelas que gastam MAIS do que GANHAM. 
 Aquelas que vivem em estado de alerta constante. 
São aquelas que GASTAM na mesma proporção que GANHAM. 
Vamos avaliar agora a dosagem dos seus gastos entre os desembolsos necessários e 
os supérfluos. 
Desejo x Necessidade Como lidar com essas variáveis 
 
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Relacione aqui as cinco principais despesas que você considera necessárias para 
sua sobrevivência. 
Despesa Valor (R$) 
 
 
 
 
 
Relacione abaixo as cinco principais despesas que você considera não necessárias 
para sua sobrevivência, isto é, de que você abriria mão para alcançar seus objetivos pessoais. 
Despesa Valor (R$) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você... 
20. Está organizando suas finanças? 
21. Está endividado no cheque especial, cartão de crédito, empréstimos, etc.? 
22. Perdeu o controle das suas finanças e precisa de ajuda? 
23. Consegue realizar o que quer? Sabe determinar o que quer? 
24. Acha que sempre lhe falta tempo? E seu ânimo, como está? 
-se agora e pague 
depois, ou pague agora e 
divirta- 
(Autor desconhecido) 
 
 
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Afinal de contas, aonde, como e quando você quer chegar? Você tem a sensação de 
nunca ter dinheiro suficiente para tudo o que quer? Você adoraria poder gastar mais? Em 
geral, você é muito cauteloso, mas às vezes se vê em apuros? 
Caso o seu carro tenha algum problema, o que vai fazer? Se você se sente 
descontrolado com o dinheiro que ganha; o dinheiro em suas mãos evapora; está endividado e 
gostaria de quitar as suas dívidas e ficar com o nome limpo na praça; gostaria de poupar para 
conseguir o que deseja, como uma casa nova ou a viagem dos seus sonhos... Você deve 
enfrentar a sua situação e perceber que a solução não é ganhar mais dinheiro, mas sim 
aprender a administrar o dinheiro que possui. 
Veja algumas dicas para você aprender a administrar melhor seu dinheiro. Sempre é 
possível economizar algum dinheiro, seja qual for a quantia. O importante é você começar a poupar. 
Liste suas metas e objetivos de vida e coloque no topo da lista de prioridades. Mesmo 
que você esteja endividado, sua prioridade deve ser alcançar suas metas e sonhos. A 
liquidação de uma dívida e o início de uma poupança deve ser o caminho a ser seguido. A 
grande armadilha da vida é quando você fica esperando sua situação financeira melhorar para 
que comece a realizar seus sonhos e vontades. 
Está na hora de ver as coisas de outra forma. A pergunta que devemos fazer é: O que 
me dá alegria? Em que ocasiões tenho aquela maravilhosa sensação de satisfação? O que 
realmente quero na vida? Não se esqueça de incluir como meta de vida uma aposentadoria 
tranquila e de qualidade. Liste todas as suas despesas do mês (o ideal é dos três últimos 
meses) e a sua renda. 
 
 
Para começar a se organizar, você deve definir um plano. Vamos destacar mais 
algumas dicas: 
a) Monte uma estratégia para alcançar as suas metas e sonhos: 
 Poupança para adquirir algum bem ou viagem a ser realizada. 
 Programação para a minha aposentadoria. 
 Reserva financeira para emergências. 
 Poupança para pagar os estudos do meu filho. 
 Troca do meu apartamento. 
b) Corte todos os gastos que são considerados supérfluos e que não acrescentem 
nada para alcançar as suas metas. Reúna todos da casa e mostre a nova situação, 
 
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a necessidade de um controle emergencial para alcançar uma saúde financeira 
equilibrada e com perspectivas futuras boas para todos. 
c) Se você está endividado, monte um plano para pagamento e liquidação das dívidas. 
d) Se você possui uma boa saúde financeira, com um orçamento equilibrado, é hora 
de preparar um bom planejamento financeiro para não ser pego de surpresa. Veja 
em Planejamento Financeiro a importância de você programar e administrar seus 
recursos para alcançar seus objetivos e metas financeiras. 
 
 
 
 
Você já colocou no papel as suas despesas gerais? Você sabe elaborar um orçamento 
em sua casa? 
O plano familiar não é apenas anotar as despesas realizadas. O plano envolve 
planejar os gastos, definir as necessidades, eleger as prioridades, dentro da renda disponível. 
Ele o ajudará a entender seus hábitos de consumo e identificar como atingir suas metas. A 
elaboração do orçamento doméstico não é uma tarefa fácil, porém, é necessária para quem 
tem planos para o seu futuro e o de sua família. Estabelecer objetivos comuns e conversar 
francamente sobre as finanças com a família é o caminho para que cada um esteja 
comprometido e faça sua parte. 
É a forma de garantir a estabilidade das finanças, no presente e no futuro. O primeiro 
passo do orçamento é identificar para onde está indo o dinheiro. Discrimine as despesas fixas 
como luz, gás, água, telefone, aluguel, condomínio, transporte, educação, assistência médica, 
alimentação e outras. Considere, também, despesas eventuais, como remédios, consertos em 
geral, cabeleireiro, oficina mecânica, lazer, vícios, prestações, taxas, impostos, cheques pré-
datados e outras. 
 
 
IMPORTANTE 
 
 
 
Distribua essas despesas em grupos (alimentação, transporte, saúde, etc.). 
Exemplo: 
Grupo Transporte: combustível, IPVA, consertos do veículo, seguro e despesas com ônibus. 
 
 
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Com esse levantamento feito, você deve projetar o orçamento para os próximos 
meses, considerando as despesas sazonais como volta às aulas, IPVA, licenciamento, datas 
comemorativas (Dia dos Pais, das Mães, dos Namorados, da Criança, Natal, Páscoa etc.), 
férias para a família. Elas podem representar um gasto substancial em seu orçamento. 
Discrimine as receitas: salário, rendas, etc. Utilize o valor líquido recebido. Faça o 
balanceamento das receitas e despesas mensais: receitas (-) despesas. 
Reserve uma parcela de suas receitas para investimentos. Não se esqueça da 
despesa de juros e saldo devedor em cartão de crédito, empréstimo pessoal, cheque especial 
e pré-datado. Não se esqueça, também, dos pequenos gastos na padaria, uma revista, um 
lanche, etc. Você pode simular, no nosso planejador de despesas, quanto iria acumular, em um 
período de cinco anos, caso cortasse alguns gastos. Agora você já sabe aonde quer chegar e 
qual a sua atual situação. É hora de fazer uma boa análise dos seus gastos. 
 
 
Identifique gastos que podem ser eliminados ou reduzidos. Não é fácil mudar hábitos 
da noite para o dia. Dialogue com a família: o aprendizado da austeridade no trato das finanças 
e o atendimento das metas compensarão os eventuais sacrifícios presentes e os desconten-
tamentos passageiros. 
 
 
Os investimentos devem ter objetivos definidos: fundo de emergência, férias, previdência, 
compra de automóvel, etc. Veja as questões importantes que o investidor deve observar: 
 Qual o objetivo ao fazer esse investimento? 
 Qual é a expectativa de rentabilidade? 
 Quanto tenho disponível para investir? 
 Quando vou precisar desse dinheiro? 
 Tenho todas as informações sobre esse tipo de investimento? 
 A diversificação da minha carteira é consistente com meu perfil de risco? 
 Procure orientação e acompanhe a performance do seu investimento. 
 
 
 
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Ao fazer suas compras, é importante lembrar que o comércio disponibiliza diferentes 
formas de pagamento. Evite qualquer comprometimento do seu orçamento, analise a 
necessidade da compra. 
 A vista opte por essa forma de pagamento. Isso possibilitará bons descontos. 
 A prazo fique atento às taxas de juros cobradas para ofinanciamento, compare 
o preço à vista com o total das parcelas: mesmo no parcelamento "sem acréscimo" 
geralmente estão embutidos altos juros. 
Atrasos no pagamento da prestação de financiamento implicam multa de até 2%. É 
assegurada ao consumidor a liquidação antecipada dos débitos, total ou parcialmente, 
mediante a redução proporcional dos juros e demais acréscimos. 
Veja as formas de pagamentos mais usuais: 
 Cheque/cartão de débito é uma ordem de pagamento à vista. Ao emiti-lo, 
lembre-se de que ele será descontado imediatamente. 
 Cheque pré-datado é um acordo informal entre fornecedor e consumidor. Se 
você for utilizá-lo como forma de pagamento, faça constar do pedido, da nota fiscal 
ou do orçamento os números dos cheques e as datas previstas para os descontos. 
Essa é a sua única garantia, caso o fornecedor venha a depositá-lo antes do 
combinado. 
 Cheque especial evite entrar no limite do cheque especial, já que as taxas de 
juros costumam ser muito elevadas; não faça desse limite um segundo salário. 
 Cartão de crédito/parcelado no cartão o controle das despesas realizadas com 
cartão exige cuidados. Verifique a conveniência de ter mais de um cartão, não se 
esquecendo de incluir, em suas despesas, as anuidades. Pague a fatura 
integralmente na data do vencimento. Além da multa de até 2% por atraso no 
pagamento, os juros cobrados no parcelamento do saldo devedor são muito altos. 
Em situação de inadimplência, seu cartão poderá ser cancelado. 
 
 
 
 
"Economizar em pequenas 
coisas faz uma grande 
diferença em seu orçamento 
no final do mês". 
 
 
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Para programar os seus gastos e seus investimentos, você precisa, necessariamente, 
definir seus objetivos financeiros. Esses objetivos dividem-se em prazos. Você deverá se 
programar para ter sempre recursos disponíveis para investimentos. Abaixo sugerimos que 
você reflita e anote os seus investimentos: 
a) Objetivos de curto prazo (até um ano). 
(exemplo: aquisição de eletrodomésticos) 
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b) Objetivos de médio prazo (até cinco anos). 
(exemplo: aquisição de veículo) 
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c) Objetivos de longo prazo (acima de cinco anos) 
(exemplo: aquisição da casa) 
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O crédito fácil tem como principal público-alvo as pessoas descontroladas. Essa é a 
negócios. Basta ver qualquer contracapa de uma revista, ver um pouco de televisão, escutar um 
pouco de rádio ou ligar-se na internet para compreender que as empresas de crédito fácil estão 
por todo o lado. Estamos diariamente vulneráveis a campanhas de marketing que apelam ao 
consumo exagerado e que esperam por um momento de fraqueza para conseguir nos convencer 
que precisamos ampliar ou refinanciar nossas dívidas. Não é fácil resistir constantemente a 
esses ataques diários a que somos sujeitos. Todos nós temos momentos de fraqueza e essas 
empresas de crédito pessoal sabem disso, por isso mantêm campanhas incessantes seguindo o 
velho provérbio " Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura". 
Mas por que estas taxas de juro tão altas no Brasil? As taxas de juro do crédito fácil 
são muito elevadas devido às suas características. É um crédito de alto risco, as empresas de 
crédito fácil têm noção de que muitos dos créditos que concedem nunca lhes serão devolvidos, 
ou pelo menos terão muitas contrariedades e despesas para conseguir reaver o dinheiro. São 
créditos que são concedidos com muito poucas garantias, ao contrário dos que são concedidos 
pelos bancos. Muitas das vezes as pessoas que recorrem a esses créditos fáceis, já tentaram 
fazer os créditos junto dos bancos mas viram as suas pretensões deitadas por terra, devido à 
sua situação atual ou ao seu histórico de mau crédito. Claro que emprestar dinheiro a alguém 
com essas características tem um risco elevado, por isso taxas de juros também são altas. 
(Fonte: www.artigonal.com.br) 
Armadilha do crédito fácil eleva riscos de endividamento 
A partir de 2009, o brasileiro de fato começou a ver oferta de crédito. É certo que 
houve uma explosão de financiamentos quando o volume de operações de crédito para a 
pessoa física saltou de R$ 141 bilhões, no final de 2004, para R$ 237 bilhões, em dezembro de 
2006 (dado mais recente disponível no site do Banco Central). No entanto, analistas acreditam 
que o que está por vir deixará essa cifra parecendo trocados. 
Tudo porque o banqueiro brasileiro terá, depois de muitos anos, de começar a 
emprestar dinheiro ao setor privado para poder rentabilizar seu negócio. Embora esta seja uma 
atividade tradicional de qualquer banco, no Brasil das últimas décadas era necessário 
 
 
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emprestar apenas para o governo. Era o risco mais baixo pagando a taxa mais alta, por isso, 
não havia motivos para buscar uma nova clientela. 
Com as taxas de juro básicas da economia em queda, o cenário muda. O governo 
está pagando bem menos do que pagou no passado e a tendência é de cada vez mais reduzir 
essa taxa. Assim, os bancos agora colocaram o produto crédito na meta de seus gerentes, 
assim como já faziam com os títulos de capitalização, seguros e planos de previdência. E é o 
que os bancos estão começando a fazer, com a mesma agressividade com que vendem títulos 
de capitalização, seguros e planos de previdência contraindicados. Quando vendem a rodo 
esses títulos de capitalização e seguros, eles estão, na prática, minando a capacidade do 
cliente de construir um patrimônio. Mas, quando fazem o mesmo com o crédito, as 
consequências são ainda mais danosas. 
A psicóloga Tatiana Silomensky, do Hospital das Clínicas de São Paulo, faz um 
trabalho de atendimento a consumidores compulsivos. Ela relata casos realmente dramáticos. 
Uma de suas pacientes chegou a ter dívidas com 15 financeiras diferentes e ainda três agiotas. 
Não é um caso isolado. Ao contrário, situações como essa, diz Tatiana, são recorrentes e 
corroem o bem-estar de muitas famílias. O mais preocupante, contudo, é que o trabalho de 
Tatiana deve aumentar bastante daqui para frente. (Fonte: Mara Luquet Editora da revista 
ValorInveste - http://www.andima.com.br/clipping/260207/index.html) 
Aprenda a fazer cálculos de juros compostos e escapar das armadilhas 
O ideal sempre seria comprar à vista, pois teríamos condição de negociar e não pagar 
juros. Quando não dispomos dessa condição, entramos em armadilhas financeiras que podem 
custar muito caro. No momento das compras ou dos financiamentos, muitas vezes não 
sabemos de fato se o parcelamento está sendo vantajoso. Perdemos a noção se aquela 
parcela mensal atrativa é de fato justa. 
Com a intenção de ajudarmos você, empreendedor, nessa hora de negociação, foi 
desenvolvida uma planilha eletrônica que vai facilitar muito a sua vida. Como que ela funciona... 
Sempre que você vai buscar um financiamento, você precisarsaber necessariamente quatro 
coisas três delas serão apresentadas e uma terá que ser sempre calculada. 
Para compreender melhor, veja o exemplo abaixo. 
Você quer financiar um bem. Você dispõe das seguintes informações: 
 
 
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Valor nominal do financiamento 
Valor das parcelas 
Número de meses 
 
Falta??? Isso mesmo! O percentual de juros que você vai pagar! 
Por outro lado, se você tivesse o percentual de juros, teria que saber o valor do 
financiamento, a quantidade de meses e faltaria o quê? Isso mesmo! O valor da parcela. Ou 
seja, sempre das quatro informações uma delas irá faltar! Veja agora o exemplo abaixo: 
 
Valor do financiamento: R$ 15.000,00 
Valor das parcelas: R$ 1.400,00 
Número de meses: 12 meses 
Os juros serão de: ??? 
 
Utilizando a planilha sugerida (juros_BOMNEGOCIO_2010.xls), você terá 
juros de 1,7881% 
 
Se você precisar saber o valor da parcela, faça o seguinte cálculo usando a mesma 
planilha (tabela valor das parcelas) 
 
Valor do financiamento: R$ 15.000,00 
Juros: 1,7881% 
Número de meses: 12 meses 
O valor da parcela: ??? 
 
Utilizando a planilha sugerida (juros_BOMNEGOCIO_2010.xls), você terá o 
valor de R$ 1.400,00 
 
Ou seja, você sempre terá de calcular uma das variáveis. Você deverá tomar o 
seguinte cuidado quando estiver ampliando o número de parcelas, mantendo os mesmos juros 
e o mesmo valor nominal. 
Veja na tabela abaixo quanto você estaria pagando se o tempo do financiamento fosse 
ampliado: 
 
 
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(Em R$) 
VALOR DO 
FINANCIAMENTO 
TAXA DE 
JUROS 
(%) 
QUANTIDADE 
DE MESES 
VALOR DAS 
PARCELAS 
DIFERENÇA ENTRE 
AS PARCELAS PELO 
FINANCIAMENTO 
ANTERIOR 
VALOR TOTAL DO 
PRODUTO 
ADQUIRIDO PELO 
FINANCIAMENTO 
 15.000,00 1,7881 12 meses 1.400,00 - 16.800,00 
 15.000,00 1,7881 24 meses 774,61 625,39 18.590,64 
 15.000,00 1,7881 36 meses 568,65 205,96 20.471,40 
 15.000,00 1,7881 48 meses 468,18 100,47 22.472,64 
 15.000,00 1,7881 60 meses 409,67 58,51 24.580,20 
 15.000,00 1,7881 72 meses 372,07 37,60 26.789,04 
 15.000,00 1,7881 84 meses 346,38 25,69 29.095,92 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
 
Neste exemplo fica bem claro que à medida que você amplie o número de parcelas, a 
diferença entre elas vai reduzindo. Por exemplo, para 72 meses você vai pagar R$ 372,07 ou 
seja, é melhor você apertar um pouco mais o seu orçamento e fazer o financiamento em 60 
meses, pois a parcela é apenas R$ 37,60 maior! É melhor você pagar 60 parcelas de 
R$ 409,67 ou 72 parcelas de R$ 372,07? 
Tome muito cuidado quando você estiver contratando seus financiamentos. Calcule 
muito bem quando os investimentos tiverem um prazo muito longo. É normal que se observe 
levados apenas a enxergar a nossa capacidade de pagamento mensal e não quanto estamos 
pagando de fato para adquirir um determinado bem. No exemplo acima, em 84 meses, 
pagaremos praticamente o dobro do valor nominal, ou seja, para adquirir um bem de 
R$ 15.000,00 pagaremos, em 7 anos, R$ 29.095,92. (ver cálculos no arquivo Excel: 
juros_BOMNEGOCIO_2010.xls) 
Material Complementar 
(ver arquivo Excel: orcamentopessoal_BOMNEGOCIO_2010.xls) 
 
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A área de Finanças tem por responsabilidade principal administrar os recursos 
financeiros (numerários) que circulam pelo caixa ou pelas contas bancárias de uma empresa. 
Essa administração ocorre, basicamente, mediante os controles das receitas e outros 
ingressos financeiros, bem como das despesas, custos e outros desembolsos financeiros. 
A definição acima apresentada, de forma bastante simples e prática, descreve a 
principal atribuição da área de finanças, ou seja, gerir recursos financeiros. Para que essa gestão 
seja eficaz, a pessoa responsável (gestor financeiro) deverá controlar esses recursos, buscando 
as melhores opções e tomando as decisões mais oportunas para remunerar, da melhor forma 
alguns controles e ferramentas, como, por exemplo, orçamento, fluxo de caixa, previsões 
financeiras, administração de caixa, administração do crédito, administração dos custos, análise 
de investimentos e captação de recursos. 
A dimensão e a importância da área de finanças dependem do tamanho da empresa. 
Em pequenas empresas, essa função é geralmente exercida pelo proprietário. À medida que a 
empresa cresce, a importância aumenta e conduz, em geral, à criação de um departamento 
próprio, com funções diversificadas como: tesouraria, contas a pagar, contas a receber, 
cobrança, etc. 
Além dos controles acima mencionados, nos quais se incluem aspectos operacionais e 
internos de uma empresa, o gestor financeiro deverá preocupar-se, também, com o ambiente 
externo, basicamente com alguns fatores econômicos que interferem no ambiente em que a 
empresa atua, influenciando, assim, diretamente a área de finanças. Dessa forma, podemos 
considerar que existe uma afinidade considerável entre a área de finanças e as variáveis 
econômicas. Entre essas variáveis, podemos citar: a lei da oferta e da procura, a taxa básica 
de juros do governo (taxa Selic), a inflação, os juros bancários (limite de conta corrente, cartão 
de crédito, contratos de financiamento, juros sobre atraso), a taxa do dólar, etc. O 
acompanhamento das variáveis econômicas e a boa compreensão da influência sobre o 
negócio irão contribuir para a tomada das decisões financeiras. O gestor financeiro deverá, 
inicialmente, realizar a análise marginal, que é um princípio econômico segundo o qual devem 
 
 
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ser tomadas decisões financeiras e realizadas ações somente quando os benefícios adicionais 
superarem os custos adicionais. 
 
 
 
 
A área de finanças pode ser observada sob dois enfoques: o operacional e o 
estratégico. Fazem parte do operacional todas aquelas atividades rotineiras, bem como as 
decisões tomadas no dia a dia da empresa, ou seja, tudo o que envolve o curto prazo. Já no 
estratégico estão as análises e avaliações que farão parte do futuro da empresa, bem como as 
decisões de médio e longo prazo. 
Podemos dizer também que o estratégico é uma forma de antecipar o futuro, 
direcionando da melhor forma possível as finanças da empresa. 
Na ilustração a seguir, podemos, por analogia, comparar o operacional e o estratégico 
como se dirigíssemos um carro à noite. Na primeira situação, quando dirigimos de farol baixo, 
apenas vemos alguns metros a nossa frente, tendo pouca noção de espaço como na visão 
operacional. Na segunda situação, com farol alto, temos uma visão bem mais ampla do espaço, 
enxergando mais longe e tendo assim uma maior noção de espaço comparável ao estratégico. 
 
 
 
1 Enfoque Operacional 
Abaixo são citadas algumas das atividades operacionais que normalmente encontramos 
na gestão financeira das empresas. É oportuno destacar que as atividades financeiras da empresa 
devem ser separadas das atividades da pessoa física dos proprietários da empresa. 
 
 128 
 
 
 Contas a Receber 
É um processo que controla os valores em cobrança das entradas de recursos no caixa ou 
na conta bancária da empresa. 
É um relatório gerencial que informa todos os valores que serão recebidos. Abaixo são 
mencionados alguns pontos que devem ser observados. 
 Cadastro atualizado dos clientes; 
 Ficha de controle dos cheques pré-datados; 
 Controle de outros recebíveis (cartão de crédito, nota promissória, bloqueto bancário); 
 Política de concessão de crédito; 
 Controle da inadimplência; 
 Juros e multas; 
 Tempo de atraso; 
 Arquivocom os comprovantes de recebimento; 
 Controle das vendas parceladas. 
 Contas a Pagar 
É um processo que controla os valores que serão desembolsados, ou seja, as saídas de 
caixa ou na conta bancária da empresa. É controlado por meio da elaboração de um 
relatório gerencial que informa todos os valores que serão pagos. Abaixo são mencionados 
alguns pontos que devem ser observados. 
 Cadastro atualizado dos fornecedores; 
 Controle das formas de pagamento; 
 Sintonia com compras; 
 Sintonia com estoques; 
 Acompanhamento dos prazos e vencimentos; 
 Acompanhamento da disponibilidade de recursos; 
 Arquivo dos comprovantes de pagamento; 
 Juros e multas. 
 Processo de Compras 
As compras de materiais e suprimentos são etapas fundamentais na boa gestão financeira 
do negócio. Essas atividades têm a finalidade de iniciar ou dar continuidade ao trabalho de 
 
 
129 
_____________________________________________________________________________________________ 
produção. O termo compras simplesmente descreve o processo de comprar e adquirir, 
entretanto, em sentido mais amplo, o termo envolve a definição das necessidades, a 
seleção dos fornecedores, a chegada da mercadoria ao preço combinado, nos termos e nas 
condições explicitas no contrato, e o respectivo acompanhamento de forma a assegurar a 
entrega. Muitas vezes o lucro não é gerado na venda, mas sim em uma boa compra. 
É importante o empreendedor perceber que nesse trabalho de compras preocupa-se muito 
com o estoque de matéria-prima, essa responsabilidade de compras assegurar que as 
matérias-primas exigidas pela produção estejam disponíveis nas quantidades certas, nos 
períodos desejados. É interessante saber, que compras não é somente responsável pela 
quantidade e pelo prazo, mas precisa também realizar a compra em preço mais favorável 
possível, já que o custo da matéria-prima é um componente importante no custo do produto. 
Considerando a totalidade do valor de seu produto, as compras devem ser devidamente 
focadas dentro de sua estratégia de competitividade, considerando o real peso do que está 
a montante dela. Toda direção de compras deve ter um ponto de vista realista em relação às 
possibilidades de se obter uma ou mais vantagens. As compras fluem grande parte do 
capital de giro de uma organização, desta forma quanto melhor transcorrer o processo de 
compras maiores serão os lucros. Assim sendo a atividade de compras é tão importante 
para a empresa, como as atividades de produção e vendas. A Função compras é uma 
função básica nos negócios e com um grande potencial de criação de valor para as 
empresas. Nos próximos capítulos será abordada a questão de custos e a importância de 
uma boa estratégia de compras influenciará, de forma positiva, na formação de preço. 
 Controles Bancários (conciliação bancária) 
É um processo que controla a conta corrente da empresa, a emissão de cheques para 
pagamento à vista e pré-datado. A conciliação bancária é outro aspecto importante que também 
deve ser controlado. Trata-se de um relatório gerencial que informa toda a movimentação 
bancária. Abaixo são mencionados alguns pontos que devem ser observados. 
 Acompanhamento do extrato bancário; 
 Confiança nos próprios controles; 
 Controle da emissão de cheques; 
 Controle dos depósitos; 
 Controle de todos os lançamentos (créditos e débitos) 
 
 130 
 
 
 Controle Geral de Documentos 
Nessa etapa são mencionados todos os demais documentos que são recebidos ou emitidos 
pela empresa, como, por exemplo: duplicatas, nota promissória, nota fiscal, contratos de 
empréstimos, etc. 
 Produção e Comercialização 
O ponto principal do aspecto operacional, sem dúvida nenhuma, é a produção e a 
comercialização dos produtos e/ou serviços. De nada adianta elaborar todos os controles 
operacionais ou projetar as melhores estratégias futuras se a empresa não tiver capacidade 
produtiva e logística eficaz para atender o seu público consumidor. 
2 Enfoque Estratégico 
Abaixo são citadas algumas das ferramentas estratégicas que devem ser elaboradas 
pela gestão financeira das empresas. 
 O Fluxo de Caixa 
O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o empreendedor na tomada de 
decisões da sua empresa. O termo fluxo de caixa (do inglês cash flow) refere-se ao montante 
de caixa recebido e gasto por uma empresa durante um período de tempo definido. 
Uma projeção de fluxo de caixa demonstra todos os pagamentos e recebimentos 
esperados em um determinado período de tempo. O gestor do fluxo de caixa necessita de uma 
visão geral sobre todas as funções da empresa, como: pagamentos, recebimentos, compras de 
matéria-prima, compras de materiais secundários, salários e outros, porque é necessário 
prever o que se poderá gastar no futuro dependendo do que se consome hoje. Por meio desse 
controle, é possível observar que os custos fixos e variáveis ficam evidentes, permitindo-se, 
dessa forma, um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais. 
Conforme definido acima, o fuxo de caixa retrata o movimento do caixa no mês (por 
exemplo), e é um elemento indispensável em qualquer empresa, porque controla o movimento 
financeiro. O fluxo de caixa deve ser planejado para no mínimo seis meses antecipando 
necessidades de adequação de caixa. Isso evita contratempos no decorrer da gestão 
empresarial. Ressalta-se que, se a empresa é pequena ou média, o empresário não deve 
repassar a ninguém o prazer de desenvolver essa atividade, deve fazê-la ele mesmo. Uma 
simples planilha de Excel assegura o domínio das finanças e do ciclo operacional. O fluxo de 
caixa revela muitas verdades da empresa na questão financeira. 
 
 
131 
_____________________________________________________________________________________________ 
Com 
das entradas e saídas. 
É um instrumento de controle, que tem por objetivo auxiliar o empresário na tomada 
das decisões financeiras da empresa. É um relatório gerencial que informa toda a 
movimentação de dinheiro (entradas e saídas). Indica os recebimentos e os pagamentos a 
serem realizados e apura o saldo disponível de caixa, pelo regime de caixa (no dia de seu 
recebimento ou pagamento). Por meio do fluxo de caixa o gestor financeiro poderá: 
 visualizar um planejamento financeiro de médio prazo; 
 antecipar a previsão das entradas e saídas de caixa; 
 
 verificar se o negócio terá recursos suficientes em um determinado período 
capital de giro; 
 planejar as melhores políticas de prazos (receber e pagar); 
 avaliar a capacidade de pagamento antes de assumir novos compromissos; 
 avaliar se os recebimentos de vendas são suficientes para cobrir os gastos previstos; 
 avaliar os melhores momentos para realizar investimentos (imobilizados, 
estoques); 
 avaliar os melhores momentos para realizar promoções de vendas. 
Modelo de Fluxo de Caixa 
 
 
 132 
 
 
Modelo de Fluxo de Caixa (componentes) 
Composição do Relatório: 
 
SALDO INICIAL é o valor constante no caixa no início do período do fluxo de caixa. 
(dinheiro em caixa + bancos); 
 
ENTRADAS DE CAIXA corresponde as vendas realizadas a vista, bem como outros 
valores recebidos a vista; 
 
SAÍDAS DE CAIXA - corresponde a todos os pagamentos efetuados; 
 
SALDO OPERACIONAL é o resultado das entradas menos as saídas de caixa; 
 
SALDO FINAL DE CAIXA representa o valor obtido considerando o saldo inicial e o 
saldo operacional. 
 
 A Formação do Preço de Venda 
O preço de venda nada mais é do que o valor pelo qual o produto deve ser vendido 
considerando os custos variáveis (matéria-prima, embalagens, comissões, etc.) os custos fixos 
proporcionais (aluguel, água, luz, telefone, salários, pró-labore, etc), e ainda o lucro líquido 
estimado. Para definir o preço de venda de um produto ou serviço, o empresário deve considerar 
dois aspectos: o financeiro (interno) e o mercadológico (externo).Pelo aspecto mercadológico, o 
preço de venda deverá estar próximo do praticado pelos concorrentes diretos da mesma categoria 
de produto e qualidade. Além disso, outros fatores influenciam diretamente: conhecimento de 
marca, tempo de mercado, volume de vendas já conquistado e agressividade da concorrência. 
Pelo aspecto financeiro, o preço de venda deverá cobrir tanto os custos (variável e fixo) da merca-
doria/produto/serviço vendidos, bem como o lucro líquido. Se o preço determinado pelo mercado 
for menor que o encontrado a partir dos custos da empresa, o gestor financeiro deve rever os 
cálculos financeiros para avaliar a viabilidade de continuar atuando no segmento daquele produto. 
O aumento da concorrência que vem acontecendo em quase todos os tipos de 
negócio está levando o empresário a trabalhar, a cada dia, com uma menor margem de lucro. 
O aumento de importações, a maior liberdade nos preços e a crescente diversificação de 
produtos e serviços têm sido fatores que contribuíram para esse novo cenário. 
Antigamente o empreendedor calculava todos os custos e acrescentava uma margem 
de l
Atualmente o processo se inverteu e o preço passou a ser determinado pelo mercado. Hoje o 
 
 
133 
_____________________________________________________________________________________________ 
empresário que não perceber que é o cliente que influencia no preço terá grandes riscos de 
insucesso no seu negócio. Dessa forma o lucro, que antes era calculado pelo empreendedor 
(que podia colocar a margem que quisesse), passou a ser a diferença entre o preço 
modelo anterior o preço era função de uma planificação interna, propiciando meros repasses, 
no modelo atual o preço é arbitrado pelo mercado. Nesse novo modelo, leva-se em conta o 
poder aquisitivo, valor do dinheiro, a qualidade, as alternativas de escolha e a utilidade do 
produto e/ou serviço. Na empresa, isso significa repensar métodos de trabalho e gestão, 
planejando com base na variável externa, ou seja, de fora para dentro, buscando seu retorno 
via produtividade, redução de custos, eficiência, qualidade, o que significa repensar a empresa 
estrategicamente quanto aos métodos de gestão financeira. 
 
QUADRO 1 - FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA NO BRASIL 
INÍCIO DA DÉCADA DE 90 PERÍODO DO PLANO REAL FINAL DA DÉCADA DE 90 
Período Inflacionário Período Intermediário Período de Estabilização 
 
Custo 
+ 
Impostos 
+ 
Despesas 
+ 
Lucro 
= 
PREÇO 
 
PREÇO 
- 
Custos 
- 
Impostos 
- 
Despesas 
= 
Lucro 
 
 
PREÇO 
- 
Impostos 
- 
Lucro 
= 
Custos 
+ 
Despesas 
 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
 
Se o preço é dado pelo mercado, por que então se preocupar com a política e 
formação de preços? Dentro desse novo cenário e dessa nova forma de calcular os preços, 
passa a ser fundamental um bom gerenciamento de custos. Podemos comparar que 
antigamente (período inflacionário) era o período de formação dos preços enquanto que 
atualmente é o período de formação dos custos. Todos nós sabemos que o lucro provém dos 
preços e dos volumes de vendas; portanto, muito mais do que qualquer outra situação, é de 
importância vital que a empresa conheça seus custos e despesas de forma minuciosa, que 
examine cuidadosamente sua política e formação de preços e administre de forma harmônica 
todas as variáveis envolvidas na questão, de forma a conhecer exatamente seus limites de 
atuação, no que diz respeito ao mercado, volumes e retornos possíveis. 
A formação do preço de venda deve respeitar duas perspectivas (interna e externa) e 
ambas são importantes de serem consideradas. 
Na financeira (interna) é considerado o paradigma tradicional, onde o preço é formado 
de dentro para fora. Assim, permite cobrir os custos e despesas e gerar a rentabilidade 
desejada. Considera-se como o produto e/ou serviço ideal ao cliente e neste modelo respeita-
se a RENTABILIDADE. 
 
 134 
 
 
Na mercadológica (externa) é observado o comportamento dos preços no mercado. O 
preço é formado de fora para dentro. Nesta perspectiva existe interação com a liberdade de 
preços e com a necessidade de mercado e respeita-se a COMPETITIVIDADE. 
Para a empresa, o preço é uma referência definida para um produto (perspectiva interna), 
disposto a pagar pelo benefício recebido. 
 
FIGURA 1 - PERSPECTIVAS INTERNAS E EXTERNAS DA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 
 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
No momento da relação comercial, o cliente recebe o pacote de valor, com todos os 
seus benefícios associados, e o vendedor recebe o preço, que é a quantidade de dinheiro ou 
algo mais de valor que a empresa entregue em troca de um produto. 
Nesta parte do módulo vamos aprender as etapas necessárias para formar o preço 
sugerido de venda. O empreendedor deverá seguir estes passos: 
 Definir a capacidade de produção. 
 Definir os percentuais de rentabilidade, comissões sobre venda, investimentos e 
impostos. 
 Determinar o custo fixo e o custo variável por unidade. 
 Calcular o mark-up. 
 Calcular o preço de venda. 
 
 
135 
_____________________________________________________________________________________________ 
 Cálculo da Capacidade de Produção 
É importante que o empreendedor tenha claramente definida qual é a sua capacidade 
de produção, considerando as variáveis de estoques, matéria-prima, mão de obra, variáveis 
logísticas. A capacidade de produção pode ser dada em diversas referências. A mais 
interessante de ser adotada, normalmente, é aquela que define o preço. Abaixo citamos alguns 
exemplos de empresas e suas referências de capacidade de produção. 
Serviços 
 Locação de trajes: quantidade de trajes locados; 
 Transportadora: transportes realizados ou quilômetros rodados; 
 Oficina mecânica: atividades realizadas ou horas trabalhadas; 
 Pedreiro: empreitada ou horas trabalhadas. 
Comércio 
 Distribuidora de bebidas: dúzias ou caixas de bebidas vendidas; 
 Loja de roupas: quantidade unitária de roupas vendidas; 
 Material elétrico: quantidade de rolos de fios vendidos. 
Produção 
 Olaria: milheiro de tijolos produzidos; 
 Construtora: metros quadrados construídos; 
 Panificadora: quantidade unitária de pães; 
 Confeitaria: quantidade de quilos de bolos. 
 Cálculo dos Percentuais 
O empreendedor deverá calcular (%) diretamente sobre as receitas os valores que 
deseja lucrar com aquele produto, bem como os impostos, as comissões e os investimentos 
futuros. Deverá definir quanto quer ganhar de lucro e investimentos e quanto terá que pagar 
em impostos e comissões sobre a venda. 
 
 136 
 
 
 Cálculo do Custo Unitário Total (CUT) 
Custos Variáveis 
São os custos que se alteram com as quantidades produzidas, ou seja, são os custos 
de produção. O custo variável é o valor gasto diretamente com as mercadorias/produtos/ 
serviços que a empresa vende. Nas atividades comerciais, é o valor de aquisição das 
mercadorias a serem revendidas. Nas atividades industriais, são os valores gastos na 
fabricação dos produtos a serem vendidos, envolvendo matérias-primas e mão de obra 
diretamente utilizada no processo de fabricação. Nas atividades de prestação de serviços, são 
os gastos com a mão de obra diretamente envolvida e materiais utilizados na realização do 
serviço vendido. O custo variável é fixo por unidade. 
Custos Fixos 
São os custos que não se alteram com as quantidades produzidas, ou seja, são os 
custos de estrutura. São realizados para adequado funcionamento da empresa, 
independentemente do valor das vendas. Exemplos de despesas fixas: aluguel, condomínio, 
IPTU, água, luz, telefone, salários administrativos, pró-labore (retirada dos sócios), encargos 
sociais sobre salários e pró-labore, honorários profissionais (contador, outros), despesas com 
veículos, despesas com alimentação, despesas financeiras, despesas de manutenção, 
depreciação sobre ativo fixo. O custo fixo é variável por unidade.O cálculo do custo unitário total consiste na soma dos custos variáveis mais os custos 
fixos por produto. 
 
Custos variáveis são os custos que se alteram com as 
quantidades produzidas, ou seja, são os custos de 
produção. Já os custos fixos não se alteram com as 
quantidades, pois são os custos de estrutura. 
 
 
 
 
137 
_____________________________________________________________________________________________ 
Cálculo da Taxa de Marcação (mark-up)
A taxa de marcação é uma etapa importantíssima para definição do preço de venda. 
Neste cálculo, o gestor financeiro definirá um coeficiente que será utilizado para o cálculo do 
preço de venda. Nesse coeficiente estão embutidos os percentuais que foram definidos no 
 
 Cálculo do Preço de Venda Unitário 
Após ter elaborado os cálculos já descritos e obtido os valores do custo unitário total mais 
a taxa de marcação, multiplicando-se um pelo outro terá diretamente o preço de venda final. 
No anexo 1, você encontrará exercícios do cálculo do preço de venda para aprimorar 
os seus conhecimentos. 
Exemplo: 
- Definir dentro de um determinado período (dia) qual a minha capacidade de 
produção. Horas trabalhadas x atendimentos realizados por hora = atendimentos 
realizados por dia. 
- Exemplo de uma empresa prestadora de serviços: 
- 10 horas X 5 atendimentos = 50 atendimentos/dia 
- 50 atendimentos por dia x 20 dias = 1.000 atendimentos por mês 
 Cálculo dos percentuais 
O gestor financeiro deverá calcular (%) diretamente sobre as receitas os valores que 
deseja lucrar com aquele serviço, bem como os impostos, as comissões e os investimentos 
futuros. 
Exemplo: 
- Rentabilidade (lucro) = 28% 
- Impostos (s/venda) = 15% 
- Comissões sobre venda = 5% 
- Investimentos = 2% 
 Cálculo do Custo Unitário Total (CUT) 
O cálculo do custo unitário total consiste na soma dos custos variáveis mais os custos 
fixos por serviço prestado. 
Exemplo: 
- CUT = Custo variável unitário + (custos fixos/capacidade de produção) 
- CUT = 20,00 + (10.000/1.000) = 20,00 + 10,00 = 30,00 
 
 138 
 
 
 Cálculo da Taxa de Marcação (mark-up) 
A taxa de marcação é uma etapa importantíssima para definição do preço de venda. 
Nesse cálculo, o gestor financeiro definirá um coeficiente que será utilizado para o cálculo do preço 
de venda. Nesse coeficiente estão embutidos os percentuais que foram definidos 
Exemplo: 
- Taxa de Marcação Multiplicadora: 
- TM = 100 / (100 (% lucro + % impostos + % comissões +% investimentos)) 
- TM = 100/(100 (28 +15 + 5 + 2)) = 2,00 
- Taxa de Marcação Divisora 
- TM = Custo total / (100 (% lucro + % impostos + % comissões + % investimentos)) 
 Cálculo do Preço de Venda Unitário 
 
O cálculo do custo unitário total consiste na soma dos custos variáveis mais os custos 
fixos por serviço. Lembrando que os custos variáveis são os custos que se alteram com as 
quantidades produzidas, ou seja, são os custos de produção. O custo variável é o valor gasto 
diretamente com os serviços que a empresa vende. Nas atividades comerciais, é o valor de 
aquisição das mercadorias a serem revendidas. Nas atividades industriais, são os valores gastos 
na fabricação dos produtos a serem vendidos, envolvendo matérias-primas e mão de obra 
diretamente utilizada no processo de fabricação. Nas atividades de prestação de serviços, são os 
gastos com a mão de obra diretamente envolvida e materiais utilizados na realização do serviço 
vendido. Já os custos fixos são os custos que não se alteram com as quantidades produzidas, ou 
seja, são os custos de estrutura. São realizados para adequado funcionamento da empresa, 
independentemente do valor das vendas. Exemplos de custos fixos: aluguel, condomínio, IPTU, 
água, luz, telefone, salários administrativos, pró-labore (retirada dos sócios), encargos sociais sobre 
salários e pró-labore, honorários profissionais (contador, outros), despesas com veículos, despesas 
com alimentação, despesas financeiras, despesas de manutenção, depreciação sobre ativo fixo 
. 
- PVF (unitário) = 30,00 x 2,00 = R$ 60,00 
- FATURAMENTO = R$ 60,00 x 1.000 = R$ 60.000,00 ou 
- PVF (unitário) = 30,00 / (100-50) = R$ 60,00 
 
 
 
 
 
 
 
139 
_____________________________________________________________________________________________ 
Cálculo da Margem de Contribuição
A margem de contribuição (MC) é o valor que sobra do faturamento total menos o 
custo variável. A margem de contribuição representa quanto a empresa tem para pagar os 
custos fixos e gerar o lucro estimado e os recursos para os futuros investimentos. 
MC = faturamento (custos variáveis totais + (faturamento x (comissão de vendas + impostos)) 
MC = 60.000,00 (20.000,00 + (60.000,00 x 20%) 
MC = 60.000,00 32.000,00 
MC = 28.000,00 
 
 140 
 
 
 Cálculo do Ponto de Equilíbrio (Break-even) 
Ponto de equilíbrio é calculado em valor e quantidade para saber quanto que a 
empresa precisa vender para cobrir apenas o custo (fixo e variável). No ponto de equilíbrio, a 
empresa não terá lucro nem prejuízo, muito menos recursos para futuros investimentos. 
PE valor = (custo fixo / margem de contribuição) x faturamento 
PE valor = (10.000,00 / 28.000,00) x 60.000,00 
PE valor = R$ 21.428,57 
PE qtde. = PE / PVF 
PE qtde = 21.428,57 / 60,00 
PE qtde. = 358 unidades 
 Cálculo do Lucro e dos Investimentos 
Neste cálculo o gestor financeiro projetará diretamente quais serão os valores finais 
que a empresa terá de lucro e de recursos para futuros investimentos. 
Lucro = Faturamento x % lucro 
Lucro = 60.000,00 x 28% = 16.800,00 
Investimentos = faturamento x % investimentos 
Investimentos = 60.000,00 x 2% = 1.200,00 
 
Linhas de Crédito 
O crescimento do negócio é um dos maiores desejos do empreendedores. Porém, as 
estatísticas demonstram que a taxa de mortalidade das empresas é alta nos primeiros 3 anos 
de vida, e um dos principais fatores é a falta de planejamento na 
expansão dos negócios. Muitas vezes o empreendedor compromete o 
capital de giro da empresa no projeto de expansão e isso pode ser 
evitado quando ele busca financiamentos para expandir seus negócios. 
Mas para isso é essencial elaborar um planejamento, no qual deve constar quanto 
dinheiro o empreendedor vai precisar para fazer as melhorias que pretende, em quanto tempo, 
e que impacto essas melhorias terão diretamente no seu faturamento. Essas informações são 
essenciais para que ele verifique a real necessidade de um financiamento e qual a linha de 
crédito mais adequada. 
No planejamento, você deve considerar o quanto vai precisar de dinheiro para 
reformar ou ampliar suas instalações, para comprar produtos ou matérias-primas ou 
equipamentos para produzir ou prestar os serviços (investimento). 
A pequisa anual do 
SEBRAE mostra que 46% 
dos pequenos negócios 
fecham as portas até o 3º 
ano de vida. 
 
 
141 
_____________________________________________________________________________________________ 
Outra possibilidade é a necessidade de dinheiro imediato para comprar matéria-prima 
ou mercadorias com a finalidade de ampliar a capacidade da empresa, dinheiro este que se for 
retirado das entradas e saídas normais da empresa podem colocá-la em uma situação 
financeira difícil, ou seja, a necessidade de capital de giro. 
Um planejamento bem elaborado é fundamental para que uma instituição financeira 
(banco, cooperativa, financeiras) possa financiar o crescimento da sua empresa. 
Em geral, você terá que apresentar garantias reais de acordo com o valor que está 
solicitando, e também comprovar que está investindo uma quantia de dinheiro (capital) próprio. 
A instituição irá analisar a capacidade de pagamento das parcelas de acordo com o que for 
demonstrado no seu planejamento e também a situação jurídica da empresa e dos sócios. 
Basicamente, as necessidades das empresas passam por algumas modalidadesde 
financiamentos: 
Capital de Giro 
É o dinheiro necessário para a empresa funcionar, comprando mercadorias, repondo 
estoques, pagando as despesas para manter-se aberta. É fundamental em um processo de 
ampliação, para não comprometer (imobilizar) o dinheiro necessário para o funcionamento 
normal da empresa. 
Investimento Fixo 
É o dinheiro que é destinado à compra de máquinas, equipamentos e algumas obras 
civis para o funcionamento do negócio, seja para atualização tecnológica seja para ampliação 
da capacidade produtiva de cada negócio. 
Investimento Misto 
É a soma dos dois, ou seja, por exemplo, o financiamento de uma máquina 
(investimento fixo) e também o financiamento da matéria-prima necessária para a máquina 
produzir (capital de giro). 
Qualquer decisão de melhoria ou ampliação do seu negócio deve ser pautada e, 
números, ou seja, uma gestão financeira bem controlada é decisiva para que você possa tomar 
a decisão de buscar um financiamento seja para que motivo for. 
Cada instituição tem suas regras, taxas de juros e tarifas. É muito importante estar 
atento a esses detalhes antes de fechar qualquer empréstimo ou financiamento. Em especial, 
dentro do âmbito do programa de capacitação empresarial Bom Negócio a Fomento Paraná 
disponibiliza linhas de crédito em condições especiais para os alunos que completarem a o 
programa de capacitação. 
 
 
 
 
 142 
 
 
Linhas de Crédito Fomento Paraná - Banco do Empreendedor 
A Fomento Paraná, dentro do âmbito do programa de capacitação Bom Negócio criou 
uma linha de crédito específica aos seus participantes. Todos os alunos empreendedores que 
realizarem a capacitação do programa Bom Negócio podem ter acesso as linhas de crédito do 
produto Banco do Empreendedor com taxas diferenciadas. As linhas de crédito do Banco do 
Empreededor podem financiar investimentos fixos, capital de giro e investimentos mistos e 
estão divididas em duas faixas como apontado abaixo: 
 
 Empresas com faturamento bruto anual Valores de financiamento Prazo de pagamento 
Até R$ 360.000,00 De R$ 1.000,00 a R$ 15.000,00 Investimento Fixo: até 36 meses 
Investimento misto: até 24 meses 
Capital de giro: até 12 meses 
De R$ 360.000,01 a R$ 3.600.000,00 De R$ 15.000,00 a 
R$ 300.000,00 
Investimento fixo: até 60 meses 
Investimento misto: até 60 meses 
As taxas podem variar de 0,55% a 1,10% ao mês, dependendo do enquadramento do 
projeto de cada cliente1. A solicitação do crédito pode ser realizada através da internet em 
http:www.fomento.pr.gov.br ou diretamente com o Agente de Crédito do município do 
solicitante. 
Características das Linhas de financiamento de R$ 15.000,00 a R$ 300.000,00 
Objetivo de apoiar financeiramente a modernização e expansão das micro e pequenas 
empresas do Estado do Paraná. 
Clientes 
Microempresas e empresas de pequeno porte, com faturamento entre R$ 360.000,00 a R$ 
3.600.000,00 e que comprovem estar em atividade há, no mínimo, 12 (doze) meses da data do 
protocolo do pedido de financiamento. 
Investimentos financiáveis 
Investimento fixo: 
 Obras civis (construção e reforma) e instalações. 
 Máquinas e equipamentos novos de fabricação nacional (*), inclusive despesas de 
montagem. 
 Móveis e utensílios. 
 Informatização. 
 
1 sujeito a avaliação de crédito, cadastro e regras do produto, sendo que as taxas de juros podem ser alteradas sem 
prévio aviso 
 
 
 
143 
_____________________________________________________________________________________________ 
 Treinamento vinculado a um projeto de investimento. 
 Desenvolvimento de produtos e processos, incluindo gastos com compra, absorção e 
adaptação de tecnologia e assistência técnica. 
 
* Para microempresas, é possível financiar máquinas e equipamentos usados com até 5 anos de fabricação. 
Capital de giro: pode ser financiado, não isoladamente - deve sempre ser associado a 
investimento fixo, caracterizado no item anterior. 
Pode-se associar, para capital de giro, até 70% do valor do investimento fixo. Isto é, para 
cada R$ 1,00 em investimento fixo, poderá ser agregado um capital de giro de até R$ 0,70, 
totalizando R$1,70 para investir na empresa e para o qual o financiamento pode ser solicitado. 
Importante: caso já tenha realizado e pago, com recursos próprios da empresa ou dos sócios, 
algum investimento fixo em período anterior ao financiamento que não supere 12 (doze) 
meses, a empresa poderá solicitar à FOMENTO PARANÁ capital de giro puro, equivalente a 
até 70% dos valores efetivamente gastos e comprovados. Se no exemplo anterior o R$ 1,00 já 
tivesse sido realizado e pago, a empresa poderia pleitear financiamento de R$ 0,70. 
 
 Valor do financiamento 
 
Pode-se associar, para capital de giro, até 70% do valor do investimento fixo. Isto é, para 
cada R$ 1,00 em investimento fixo, poderá ser agregado um capital de giro de até R$ 0,70, 
totalizando R$1,70 para investir. 
Minímo de R$ 15 mil e máximo de R$ 300 mil (operações inferiores a R$ 15 mil poderão ser 
atendidos na linha de microcrédito, essas informações estão disponíveis com outro produto em 
nosso site www.fomento.pr.gov.br. 
A FOMENTO PARANÁ financia até 90% dos investimentos, observada a capacidade de 
pagamento do cliente. 
 
Prazo de pagamento 
Até 60 meses, podendo ser incluído um prazo de carência de até 12 meses, conforme 
análise desta necessidade. 
 
Forma de pagamento 
O sistema de pagamento é o Sistema de Amortização Constante SAC, com prestações 
decrescentes em termos reais. Os juros serão cobrados trimestralmente durante a carência, e 
mensalmente, junto com a amortização do principal, após o período de carência. 
 
Juros 
Juros de 6,90% ao ano + TJLP*, podendo ser reduzido(**) para 1,9% ao ano + TJLP.* 
(*) Taxa de Juros de Longo Prazo, fixada pelo Governo Federal a cada 3 meses. 
 
 144 
 
 
(**) Esta redução dos juros, de 5 pontos percentuais ao ano, poderá ser concedida em forma de subsídio do 
Governo do Estado do Paraná em forma de desconto no boleto, caso a empresa pague em dia as prestações e 
mantenha a quantidade de empregados que possuía no momento da emissão do contrato do financiamento. 
 
Outras despesas 
Despesas com avaliação das garantias reais, caso necessário, a serem pagas pelo 
interessado. 
IOF de 0,88% para financiamentos até R$ 30 mil ou de 1,88% para financiamentos acima de 
R$ 30 mil, conforme Decreto Federal nº 6.306 de 14/12/2007 e Instrução Normativa RFB nº 
907 de 09/01/2009. 
 
Garantias 
O aval dos sócios principais será exigido em todas as operações. 
Operações até R$ 30 mil: aval de terceiros (pessoa física não ligada à empresa, com 
patrimônio de 1,5 vezes o valor do financiamento, não considerando o imóvel residencial único 
ou de maior valor declarado no I.R; e/ou pessoa que tenha renda líquida compatível com o 
valor a ser garantido). 
Operações de R$ 30 mil até R$ 300 mil: garantias reais (hipoteca de bens imóveis) no valor 
mínimo equivalente a 1,3 vezes o valor do financiamento. Outros tipos de bens propostos 
podem ser analisados caso a caso. 
 
3 Relação do preço de venda com os aspectos econômicos conceitos de 
oferta e demanda 
Para apresentar essa relação, destacaremos a Lei da Oferta e Procura, também chamada 
de Lei da Oferta e da Demanda. É a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto - 
isto é, a procura - e a quantidade que é oferecida, a oferta. A partir dela, é possível descrever o 
comportamento preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em 
determinados períodos, em função de quantidades e preços. A demanda é a quantidade de um 
bem ou serviço que pode ser adquirido por um preço definido em um dado mercado, durante uma 
unidade de tempo, conforme apresentado na Figura 2. Já a oferta pode ser entendida como sendo 
aquantidade de um bem ou serviço produzido e oferecido no mercado, por um determinado preço 
em um dado período, conforme demonstrado na Figura 3. Já a relação entre a oferta e a demanda 
em um mesmo plano gráfico demonstraremos na Figura 4. 
As pessoas procuram bens e serviços para satisfazerem suas necessidades. A 
demanda de mercado de um bem ou serviço nos informa a quantidade que os consumidores 
participantes desejam comprar. Na oferta temos a relação com a produção, ou seja, quanto as 
 
 
145 
_____________________________________________________________________________________________ 
empresas estão dispostas a produzir e disponibilizar ao mercado; na oferta, incluem-se 
questões relativas à escala, custo de produção e tecnologia. 
Quando a oferta de um determinado produto excede muito a procura, seu preço tende 
a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento 
do preço. A estabilização da relação entre a oferta e a procura leva, em primeira análise, a uma 
estabilização do preço. Uma possível concorrência, por exemplo, pode desequilibrar essas 
relações, provocando alterações de preço. Ao contrário do que pode parecer a princípio, o 
comportamento da sociedade não é influenciado apenas pelos preços. O valor de um produto 
pode ser um estímulo positivo ou negativo para que os consumidores adquiram os serviços de 
que necessitam, mas não é o único. Existem outros elementos a serem considerados nessa 
equação, entre eles: 
 Os desejos e necessidades das pessoas e o poder de compra; 
 A disponibilidade dos serviços - concorrência; 
 A capacidade das empresas de produzirem determinadas mercadorias com o nível 
tecnológico desejado. 
Da mesma forma que a oferta exerce uma influência sobre a procura dos 
consumidores, a frequência com que as pessoas buscam determinados produtos também pode 
aumentar e diminuir os preços dos bens e serviços.De forma geral, a lei da oferta e da 
demanda sugere que quem determina o preço são os consumidores. Eles decidem quanto 
querem comprar e a que preço, e os fornecedores só podem concordar com as exigências e 
decidir quanto vale a pena produzir para vender ao preço dado pelo consumidor. Nos gráficos a 
seguir são demonstradas as linhas da demanda e da oferta. 
FIGURA 2 - GRÁFICO DA DEMANDA 
 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 146 
 
 
 
 
FIGURA 3 - GRÁFICO DA OFERTA 
 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
 
 
FIGURA 4 - RELAÇÃO GRÁFICA ENTRE A OFERTA E A DEMANDA 
 
FONTE: Elaborado pelo Autor 
 
 
147 
_____________________________________________________________________________________________ 
4 Orçamento 
Em sua definição clássica, orçamento é a previsão das quantias monetárias que, num 
período determinado, devem entrar e sair do caixa. 
Orçamento é um instrumento de natureza econômica elaborada com objetivo de 
prever determinadas quantias que serão utilizadas para determinados fins. Ele consiste em um 
resumo sistemático, ordenado e classificado das despesas previstas e das receitas projetadas 
para cobrir essas despesas. Nas organizações, é comum tomar orçamento por planejamento 
financeiro e vice-versa. Aqui se fará uma breve distinção entre os dois. 
No orçamento você supõe que aplicará um determinado recurso numa certa atividade. 
Já no planejamento financeiro, você dispõe desses recursos para investir numa determinada 
atividade. A expressão planejamento financeiro remete à ideia da necessidade de controle de 
um projeto. Tentar controlar esse projeto sugere uma visita antecipada às ações desejadas 
(que se dá por meio do orçamento) e uma análise posterior das ocorrências financeiras. 
Nessa perspectiva pode-se afirmar que, para efetuar um orçamento, é necessário ter: 
 a noção do que realizar, e 
 o quanto custará realizar. 
Ao contrário, para elaborar um planejamento financeiro você necessita ter seu 
orçamento aprovado, e nele ter definido claramente as épocas em que serão necessárias 
entradas de recursos para que se possa autorizar a realização de atividades. 
 Para que se faz e para que serve o orçamento 
Elabora-se um orçamento para saber quais serão os recursos necessários para a 
realização de um determinado projeto. O orçamento informa, de um modo transparente, a 
maneira como se pretende aplicar os recursos que se visa obter. Esse instrumento serve como 
norteador da execução financeira institucional. 
O êxito de um projeto está diretamente ligado à formulação cuidadosa e à adminis-
tração rigorosa de um orçamento. Esse instrumento deve ser elaborado para ser o norteador 
financeiro para a execução das atividades que ocorram no âmbito do projeto. Ao elaborá-lo da 
forma mais próxima possível daquilo que se deseja realizar, o orçamento torna-se 
transparente, simples de entender e um instrumento bastante eficaz para realizar o 
acompanhamento das ocorrências financeiras. 
Por exemplo: Se no seu projeto serão necessárias algumas viagens, você deve tornar 
evidente o trajeto, o número de passagens necessárias, as despesas com hospedagem, 
locomoção, refeições e outras despesas que poderão ocorrer, tendo sempre o cuidado de quanti-
ficar essas ocorrências de tal forma que elas possam ser comparadas em qualquer época. O 
 
 148 
 
 
detalhamento da natureza, da quantidade de ocorrências e do valor de uma determinada despesa 
facilita tanto a análise para aprovação do orçamento quanto o acompanhamento, por parte do 
gestor financeiro, das despesas ocorridas. 
 Como se faz um orçamento 
Aspectos que devem ser observados: 
a) Que a organização, em seu projeto global, tenha definidas as metas e as 
estratégias das ações a serem realizadas para atingir seu objetivo; 
b) Que a organização tenha claro que orçamento é produto de intensos debates entre 
o sonho e a realidade, ou seja, ajuste entre o desejável e o possível; 
c) Que a organização tenha clareza dos recursos necessários; 
d) Que o orçamento do projeto nem sempre é o orçamento da organização; 
e) Que o orçamento será o espelho das atividades relacionadas na sua estratégia de 
ação; 
f) Que o orçamento é um instrumento útil quando: 
- é elaborado com a mesma intensidade do desejo; 
- é aceito como um instrumento de orientação; 
- é respeitado em seus limites; 
- é revisto periodicamente. 
Os mandamentos ideais de um orçamento: 
 Ser transparente. 
 Definir metas. 
 Discutir estratégias. 
 Ter clareza das necessidades. 
 Ter equilíbrio entre o desejado e o possível. 
 Aceitar os limites na utilização dos recursos. 
 Aceitar o orçamento como instrumento de orientação. 
 
 
149 
_____________________________________________________________________________________________ 
 Como fazer as previsões 
Entendidas as premissas acima, devem-se dar os seguintes passos: 
1. Em primeiro lugar, promover uma reunião entre todos os envolvidos na execução 
da atividade e definir as prioridades. 
2. Listar todas as variáveis que estarão contidas no seu orçamento. 
3. Fazer uma descrição sucinta das atividades, procurando identificar, com o maior 
grau de acerto possível, os diversos recursos que serão utilizados nelas. 
4. Separar os recursos financeiros dos não financeiros e relacioná-los em colunas 
separadas. 
5. Procurar informar-se dos preços unitários de cada item, assim como o custo/hora 
dos trabalhos de consultoria e assessoria, eventualmente necessários. 
6. Fazer pesquisa de preços para os produtos, tomando o cuidado de consultar, no 
mínimo, três fornecedores diferentes. 
O orçamento deve ir além dos aspectos financeiros, é um retrato fiel e antecipado do 
ambiente em que a empresa atua, é a bússola do gestor, é o mapa das ações operacionais 
em busca da tradução da estratégia. 
A capacidade de previsão de uma empresa está na competência de gerenciar 
cenários futuros de forma dinâmica, rápida e eficaz. Uma dasferramentas para atingir esse 
objetivo é o orçamento. O processo orçamentário deve estar alinhado à visão estratégica da 
empresa e, antes de atribuir os números financeiros, a empresa deve estudar o ambiente onde 
atua e entender se a estrutura está adequada ao mercado, seja por meio do produto ou serviço 
requerido pelo cliente, novas tecnologias, concorrentes, produtos substitutivos, parceiros, seja 
pelos processos internos e seus requerimentos para atingir a visão estratégica. O orçamento 
deve ser iniciado de forma única e tudo o que se faça na empresa deve estar focado na 
tradução do intento estratégico e privilegiar os valores que norteiam as ações da empresa para 
cumprir as metas e objetivos traçados. 
O sucesso de um planejamento orçamentário eficiente está baseado na flexibilidade e 
na rápida capacidade para responder às mudanças. 
 
 150 
 
 
5 Contabilidade 
A importância da contabilidade para a micro e pequena empresa. 
Essa área é de grande importância para todas as empresas, independente do seu 
tamanho e da sua estrutura. Uma empresa sem contabilidade é uma empresa sem histórico, 
sem identidade e sem as mínimas condições de sobreviver ou de planejar seu crescimento. 
Uma empresa sem contabilidade passa a ter algumas dificuldades, como, por exemplo, 
conseguir empréstimos bancários. Então é necessário contratar um bom contador. 
O que devemos observar quando contratarmos esse profissional? 
O contador é o profissional responsável pelo cálculo, pagamento e controle das suas 
obrigações tributárias, fiscais, previdenciárias e trabalhistas. O empresário deverá contratar um 
bom profissional dessa área e acompanhar e conhecer as suas obrigações, pois são 
informações importantes e necessárias para o seu gerenciamento. 
Além das obrigações fiscais e tributárias, o contador deve estruturar toda a 
contabilidade. As funções de um contador ou escritório de contabilidade não se limitam a 
apurar os impostos e manter a contabilidade em dia, o contador deve contribuir com todas as 
áreas da empresa com o objetivo de oferecer ao empresário as ferramentas necessárias para a 
preservação do seu patrimônio e a gestão dos negócios. Ele deve ter informações que lhe 
ofereçam condições para avaliar o desempenho e os resultados da empresa, não só da 
apuração dos resultados mensais, mas de que maneira eles foram alcançados. 
Um bom contador está preparado para auxiliá-lo na definição de seu negócio como 
também nas decisões diárias, mas não deixe a decisão que é sua para o contador, saiba o que 
é necessário solicitar ao seu contador para a correta tomada de decisão. Devido à falta de 
valorização dos trabalhos de contabilidade (as empresas, muitas vezes, também não querem 
pagar o devido trabalho), os escritórios se acomodaram e fornecem o estritamente necessário 
para cumprir as obrigações fiscais e legais, deixando de orientar com relação à contabilidade 
gerencial, que são as informações analisadas para tomada de decisões; daí o alto índice de 
mortalidade das micro e pequenas empresas. 
O que poderia fazer o escritório de contabilidade para as pequenas empresas, sem 
onerar muito seus custos, ou talvez com pequeno reajuste na mensalidade? 
Vamos citar os principais: 
 
 
151 
_____________________________________________________________________________________________ 
 Confrontar as compras mensais, por meio da comparação entre os livros de 
entradas com as vendas e os livros de saídas; e verificar se não há excesso de 
estoque, o que poderá criar problemas no seu caixa. 
 Orientar o empresário na formação do preço de venda, pois é fundamental embutir 
no preço todos os impostos, as despesas e o lucro desejado. 
 Montar uma planilha simples de fluxo de caixa (entradas e saídas de dinheiro), na 
qual será registrado o saldo atual de caixa (bancos), a previsão das entradas pelas 
duplicatas ou vendas a receber, e/ou previsão de vendas futuras; e as saídas, que 
são os pagamentos já compromissados e a previsão de gastos, tais como: 
matérias-primas ou mercadorias, folha de pagamento, encargos, impostos, 
empréstimos e outras despesas. 
 Certifique-se mensalmente se os livros fiscais foram escriturados e os impostos 
calculados e recolhidos dentro dos prazos especificados pelos órgãos governamentais 
federal, estadual e municipal, se for o caso. Guarde as originais desses impostos em 
arquivo em separado e de fácil acesso na empresa, pois quando da fiscalização você 
deverá tê-los em mãos. 
 Solicite mensalmente um balancete contábil, ou uma previsão mais perto da 
realidade (vendas, menos impostos, menos custo das mercadorias vendidas, 
menos despesas) para saber o lucro do mês.Isso lhe dará um parâmetro para 
verificar se o seu preço de venda foi calculado corretamente ou se suas despesas 
não estão além do planejado. 
Com estas informações em mãos, reúna-se com seu contador uma vez por mês para 
avaliação do desempenho, comparando sempre com meses anteriores. O que você vai 
analisar? 
Comece pelas vendas, se foram suficientes para cobrir os gastos do mês ou se há 
necessidade de incrementá-las; verifique também se você não está vendendo somente 
produtos de baixa lucratividade, talvez necessite forçar a venda de produtos mais rentáveis; o 
contador poderá lhe ajudar a identificar esses produtos. Depois passe a analisar o custo dos 
produtos vendidos, se as matérias-primas, as mercadorias ou os serviços não subiram, se a 
folha de pagamento da fábrica continua a mesma, ou se os gastos gerais de fabricação não se 
alteraram. Também aqui a ajuda do contador é fundamental. 
 
 152 
 
 
BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de formação de preços: políticas, estratégias e fundamentos. São 
Paulo: Atlas, 2004. 
BRASIL, Haroldo Vinagre; BRASIL, Haroldo Guimarães. Gestão financeira das empresas: um modelo 
dinâmico. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1991. 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 7.ed. São Paulo: Harbra, 1997. 
RAZA, Cláudio. O papel dos escritórios de contabilidade na sobrevivência das micro e pequenas 
empresas. Disponível em: <www.administradores.com.br/membros>. Acesso em: 12 jan. 2007. 
ROSS, A. Stephen; WESTERFIED, Randolph W.; JAFFE Jeffrey F. Administração financeira: 
corporate finance. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
SARTORI, Eloi. Gestão de preços: estratégia e flexibilização de preços, fidelização de clientes e 
aumento de rentabilidade. São Paulo: Atlas, 2004. 
 
 
153 
_____________________________________________________________________________________________ 
EXERCÍCIOS 1 (PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS) 
 
Exercícios de Capacidade de Produção 
1. Uma empresa de call center recebe 4.000 ligações por semana. Deste total 60% se concentram na 
sexta-feira, no sábado e no domingo. Quantas ligações são recebidas nos outros dias? 
Resposta: 1.600 ligações 
2. Um auto center tem seu expediente de segunda a sexta, das 07h às 17h, consertando uma média de 
30 carros por dia. Pergunta-se: Quantos carros são consertados semanalmente? Em média, quantos 
carros são consertados por hora? 
Resposta: 150 carros 
Resposta: 3 carros 
3. Uma imobiliária atende semanalmente 500 pessoas interessadas na locação de imóveis. Deste total, 
80% ocorrem entre segunda e sexta-feira quando o atendimento ocorre entre 8h e 18h. No sábado a 
empresa trabalha das 8h às 12h. Quantas pessoas são atendidas (em média) na quarta-feira por 
hora? Quantas pessoas são atendidas no sábado? 
Resposta: 8 pessoas 
Resposta: 100 pessoas 
Exercícios de Custos: Fixo e Variável 
4. Um departamento de contratos de uma instituição financeira elabora 500 contratos mensalmente com 
um custo variável total no valor de R$ 7.500,00. Sabe-se que, desse total, 75% são comissões dos 
funcionários e R$ 1.500,00 como adicional por meta atingida. Além desses dois custos, a instituição 
ainda tem um terceiro custo variável. Qual

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