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Trabalho Final da Disciplina Teoria do Desenvolvimento Organizacional - Resenha Estudo de Caso

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS
Resenha Crítica de Caso
Leandra Alves dos Reis
Trabalho da disciplina Teoria do Desenvolvimento Organizacional
 Tutor: Prof. ANDREA QUINTELLA BEZERRA
Valparaíso de Goiás 
2019
CIRQUE DU SOLEIL
Referências: DELONG, Thomas J., VIJAYARAGHAVAN Vineeta. Cirque du Soleil. Harvard Business School. Abril, 2006.
O Cirque du Soleil foi fundado em 1984 na cidade de Baie-Saint-Paul, Montreal, Canadá, e é uma companhia multinacional de entretenimento, sendo atualmente, a maior companhia circense do mundo visto por mais de 6 milhões de pessoas por ano nos seis continentes. No início era um grupo de personagens coloridos em cima de pernas de pau, andavam pelas ruas, fazendo malabarismos, dançando, cuspindo fogo e tocando músicas. Seus principais administradores eram Guy Laliberté e Daniel Gautier. Murielle Cantin era a diretora de elenco e ficava nas estradas do mundo por semanas e até mesmo meses procurando artistas de grandes talentos. Outrora se fazia no Circo a necessidade de 50 talentos por ano agora para complementar o ano eram necessários 100 e Cantin já estava cansada desta incessante busca. 
A administração do Cirque du Soleil nem sempre foi de fácil administração, pois no início houve uma rebelião dos artistas, pois eles queriam melhores condições de trabalho, questionando a diretoria. Foi então que a administração resolveu descentralizar em regiões da América do Norte, na Europa e na Ásia, no entanto, este modelo não teve os resultados esperados ficado assim no escritório central de Montreal.
Soleil não tinha animais, e seu sucesso é grande por conta da diversidade dos artistas, com grande variedade deles, sendo acrobatas, palhaços e ginastas, sua música era cantada em Latim, transcrevendo assim fronteiras culturais. Para realizar a expansão do Cirque, globalizando, foi realizado um empréstimo de 1,5 milhão de dólares canadenses, cujo foi quitado rapidamente devido ao grande sucesso das apresentações, sendo uma delas a “We Reinvent the Circus” e “Dralion”. Lançou seu primeiro filme “Alegria” que se baseou no espetáculo Homônimo e seu primeiro especial de TV em 1999, desta forma foi chamado para abrir sua primeira loja nas propriedades do Walt Disney Word Resort, na Florida desenvolvendo assim um conceito de entretenimento, e as instalações em cada complexo eram com teatro permanente pra uma produção do Cirque du Soleil.
Os artistas no Cirque, tinha a certeza que o produto oferecido era impressionante, dada a diversidade das apresentações, o equilíbrio que os apresentados tinham ficando por 6 minutos em uma corda mesmo sendo comum em acrobacias chinesas, o que incrementava era a iluminação e o figurino. Oberacker, cujo viera da Broadway havia sido membro do sindicato que defendia os artistas da cidade, acostumou-se com o Cirque dizendo que é um filme bem-feito, forte e emocionante, que até mesmo o fez chorar na primeira vez que viu a mágica, mesmo sabendo como a máquina funciona. Neste sindicato, era exigido que todos os profissionais do ramo tivessem remunerações diárias incluídas com moradia e alimentação e no Cirque, era oferecido. Oberacker era a apresentação central todas as noites e dizia que suas ambições como compositor poderiam ser melhores remuneradas, no entanto adorava o trabalho dentro do Soleil. 
Os palhaços como Gonzalo Muñoz que veio do mundo da arte cômica, cresceu e estudou teatro na Colômbia e na França, e após ver o espetáculo “Quidam”, se encantou com o Cirque e logo entregou seu talento a ele. Para tal, a diretora de elenco Murielle Cantim acreditava ser um desafio constante encontrar esses artistas, viajando por todo o planeta, contratando tesouros artísticos. Cantim media as dimensões fundamentais de cada um observando se eram capazes de continuar se desenvolverem, se poderiam ser generosas nas apresentações. Em suas viagens ela sempre buscava ser humilde, não ter pretensões e não ser preconceituosa. Havia também um treinador de ginastas e equipes olímpicas, Bernad Petiot que criou programas genéricos, onde os atletas eram escolhidos para determinados espetáculos, trabalhando em conjunto com os diretores artísticos. 
E por fim este renomado circo criou os conceitos claros de entretenimento “combinação única da dramaturgia, da arquitetura e da arte em geral”. Sobre a relação de pessoa, podemos identificar que os artistas são tratados de forma que sintam-se felizes e motivados. E o maior desafio desta companhia, de acordo com Cantim, é de fato, encontrar os artistas certos. Um outro aspecto do Soleil eram os desafios nas turnês, pois os atletas sofriam contusões e o diretor do espetáculo tinha que readaptar trechos, aumentando ou excluindo, compensando assim as faltas dos artistas. 
Uma forma de não desmotiva-los (os artistas contundidos), era deixá-los envolvidos com o processo, para isso a diretora de arte, Alison Crawford, disse que era preciso ter uma mente aberta, ter paciência, lidar bem com a tensão e amar as pessoas. 
Marc Gagnon, vice presidente Operacional (COO), iniciou suas atividades para o Cirque em 1989, no setor de RH e tentou criar os códigos de comportamentos e também solicitou críticas a si próprio, à diretoria criando um boletim dos funcionários, o “la boule”, deixando assim, os funcionários concentrados. Gagnon buscou o equilíbrio dentro da companhia, sendo não só o COO, mas também sendo o pai benevolente e empregador oficial. Em relação aos clientes, Gagnon tinha um objetivo que era proporcionar uma “experiência inesquecível”, e que todos voltassem uma próxima vez com mais três ou quatro amigos, e na verdade este objetivo foi alcançado, pois alguns dos clientes tornaram-se fãs cativos, e para maior promoção e incentivo o Cirque criou sites e fã clubes, sites estes que criaram uma base de marketing, uma pré-venda para apresentações futuras. Outra tática criada, foi a de encurtar seu tempo de permanência durante as turnês, gerando uma demanda futura não atendida, e por vez, encurtar os intervalos entre turnês que era de três anos. 
O vice-presidente executivo de Marketing Mario D’Amico, afirma “no Cirque a criatividade é o centro, e não os clientes. O negócio do Cirque é deixar que artistas puros trabalhem como quiserem, eles têm algo a dizer, eles se expressam”. 
Infelizmente, ou felizmente, os espetáculos eram voltados para um público de classe média alta, sendo dessa forma um “bem de luxo” e por isso eram voltados para o crescimento em mercados com uma renda média apropriada. Por isso era questionável Questionavam-se a entrada em outros mercados de massa com um produto mais acessível, e os artistas deveriam abrir mão de suas ambições e criatividade. 
Todos os funcionários e diretores se preocupavam com a qualidade do espetáculo e com isso achavam que deveriam continuar sendo um “bem de luxo”, pois com renda menor, também diminuiria a característica do serviço. Para Laliberté, o mais importante era manter a alma, a magia da companhia, e afirmava não colocar ações da empresa a venda, pois no Cirque constitui-se a sua essência. Os funcionários sempre se perguntavam em qual direção estavam indo, e a resposta estava nas ferramentas utilizadas pelas corporações empresarias, como estratégia, missão, planejamento corporativo e processos. 
Murielle Cantim, temia o crescimento vasto do Cirque, possibilitando o desgaste da imagem principalmente na América do Norte, perdendo seus primeiros talentos originais e o padrão de qualidade diminuir, questionava-se a respeito da existência de estratégia no Cirque, se era realmente necessária, se seria melhor fazer o que sempre fizeram, então, pensou e decidiu que o mais certo a fazer era manter o foco nos artistas.
Esses conceitos encaixaram-se muito bem para o Cirque du Soleil no passado e até nos dias atuais.

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