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Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO NO ENSINO REGULAR: ATENDIMENTO A CRIANÇA COM AUTISMO SOARES, Jaqueline Dos Santos Soares; ROMEIRO, Camila de A. Cabral; MATHIAS, Sérgio Larruscaim RESUMO Esta pesquisa tem como principal objetivo compreender como o aluno autista é alfabetizado no ensino regular, quais são as dificuldades encontradas pelos professores, qual metodologia esta sendo aplicada para que alcançar resultados, se o a criança é incluída nas atividades e práticas culturais escolares da rede de ensino estadual de Antonio João. Parte-se dos estudos teóricos de Kanner como organização em torno do distúrbio central que é inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente às situações desde o início da vida, assim era visto o autista. Caracterizado por Kanner tornou-se um dos desvios comportamental mais estudado, debatido, podendo-se identificar a diferença do comportamento esquizofrênico e do autismo, sendo que mesmo na atualidade sua descrição clínica é utilizada da mesma forma, intitulada de Distúrbios do Contato Afetivo. Para tanto, busca-se como referencial de análise as contribuições teóricas da história do autismo e da alfabetização que nele se baseiam, de modo a compreender não somente o percurso histórico do autismo e o papel da alfabetização como formar novas práticas educacionais, mas também qual a participação ativa da coordenadora para que haja de fato a alfabetização da criança com autismo. Na pesquisa de campo foi observado e analisado que a criança com Transtorno de Espectro de Autismo (TEA) tem possibilidade de ser alfabetizada em uma escola de ensino regular, depende do professor que o auxilia a todo tempo e o planejamento, sendo também levado em conta o grau da síndrome diagnosticado pelo médico. Toda escola tem que estar envolvida com a alfabetização e inclusão com professores e funcionários capacitados para lidar com crianças com TEA. Palavras-chave: Alfabetização, Autismo, Metodologia. 1 INTRODUÇÃO No processo de alfabetização a vários fatores que afeta as crianças quando ao ingresso na escola. Isso acontece porque o processo de alfabetização é individualista, ou seja, onde cada criança constrói a sua caminhada de acordo com os conteúdos apresentados a ele. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Várias dificuldades percorrem sua introdução na vida escolar para ser alfabetizadas, e essas mesmas terão o auxilio dos pais e de toda comunidade escolar para que ela se identifique com a realidade que a rodeia. A dificuldade é ainda maior quando a criança não passa por nenhuma entidade escolar, isso ocorre muito com as crianças que moram em fazendas, chegam sem reconhecer nenhum signo da linguagem escrita, enquanto outras crianças algumas já sabem o alfabeto, números e cores, já que passaram pelos centros de educação infantil. Os problemas não se restringem a crianças que entram na escola sem saber o básico, os problemas podem estar na cultura do aluno, no professor, no método que está sendo utilizado, no material didático, no meio em que a criança convive, ou na linguagem, ou psicológico, na família e também nas questões de saúde aqui entram as questões das deficiências e transtornos. Há algum tempo já há discussões sobre estudos e pesquisas que tratam da alfabetização de crianças com deficiências e transtornos, esta questão que está sendo estudada tem o propósito de auxiliar nas dificuldades envolvidas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). O autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por dificuldades de comunicação oral, de interação social e de presença de movimentos repetitivos e estereotipados (LEBOYER,1935). Há uma luta para que esses alunos sejam incluídos nas salas regulares. Nessa perspectiva busca-se responder a seguinte pergunta: Quais as práticas pedagógicas utilizadas pelo professor para alfabetizar o estudante com autismo no ensino regular. O objetivo geral desta pesquisa busca realizar um estudo sobre o autismo através do seu conceito e um breve histórico, visando compreender como o professor auxilia o estudante com autismo no processo de alfabetização. Tem também por objetivos específicos; estudar autores que escrevem sobre Autismo; observar como é o trabalho do pedagogo na alfabetização de crianças com Transtorno de Espectro do Autismo; compreender como é a aprendizagem do estudante com Autismo. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Justifica-se este trabalho à medida que se busca aprofundamento sobre o tema e responder as seguintes dúvidas; como a criança com autismo é alfabetizada? O professor adapta suas aulas para essa criança? Ele tem algum sucesso? Através desta pesquisa tentarei responder essas indagações. O método a ser utilizado para esta pesquisa é a qualitativa e o estudo de caso onde serão utilizados os autores Lüdke e André (1986), Gil (1946), para defender este estudo, seguido de observação e entrevista semi-estruturada. Para dar embasamento teórico à pesquisa serão utilizados os autores KRAMER (2001), SOARES, MAGDA (2007), CAGLIARI (2009), ORRÚ (2009) LEBOYER (1995), MENDES (2002), GODOY (2010), LIBÂNEO (2001) dentre outros. Na primeira etapa serão abordados temas introdutórios desta pesquisa, na segunda etapa buscaremos a partir do referencia teórico compreender o estudante com autismo. E na etapa será tratada a metodologia que será utilizada. Assim, dessa forma, foi realizada a pesquisa de campo e a analise documental, considerações e referencias. REFERENCIAL TEÓRICO Considerações Iniciais Sobre O Autismo Os primeiros estudos sobre o autismo foram desenvolvidos por Leo Kanner e Eugen Bleuler, de modo que Balbuena destacar: „‟Por Leo Kanner (1894 a 1981) no estudo do autismo, devemos lembrar à escolha infeliz que o termo significava, dada a confusão que gerou com autismo em 1911 tinha usado Eugen Bleuler (1857-1939) para expressar a retirada ativa que alguns pacientes esquizofrênicos são retraídos para o reino da fantasia, porque, ao contrário Bleuer, que ele se referiu ao comportamento intencional para evitar relações sociais, o que Kanner se referia era a incapacidade de estabelecer tais ligações relacionais. Além disso, enquanto em bleueriano sentiu essa retirada foi conectado à grande rica vida do sujeito esquizofrênico, que não acontece na autista, que carece de tal ingrediente cognitiva. Ele alguns pesquisadores do autismo inferir uma possível ligação entre este e esquizofrenia posterior na vida adulta, o que influenciou a tendência entre psiquiatras infantis Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 para usar etiquetas alternadamente diagnóstico de esquizofrenia infantil, autismo e psicose infantil‟‟ (Balbuena,2007, p.61). Através desses primeiros estudos é que há a tentativa de isolar a síndrome autista, definindo assim quais sintomas são universais e quais são específicos. Sendo a primeira incapacidade profunda e geral para estabelecer relações com os outros; aquisição de linguagem atrasada, o que dificultava a compreensão; ecolalia e inversão pronominal e distúrbios rituais ou compulsivos, como a insistência na identidade, que Rivière prefere a chamar transtorno função executiva, a julgar que a pesquisa mais precisa nutrido e sustentado por fenômenos de etiqueta. A falta de resposta social e dificuldades de linguagem só podem ser consideradas indicadores claros de autismo, se eles não correspondem à idade mental da criança e explicou exclusivamente como características distintivas do transtorno autista ausente no desenvolvimentoevolutivo normal. Em poucos segundos, no entanto, eles podem tornar-se evidentes estereotipados movimentos repetitivos (especialmente maneirismos nas mãos e dedos), déficit de atenção, controle da bexiga atrasado e auto comportamentos prejudiciais. (Balbuena,2007, n.p.). A característica mais forte no autista é a não socialização com outras pessoas, isso levou estudiosos a observação do desenvolver de interação social. George Herbert Mead dedicou-se à investigação da gênese do eu humano no processo da interação social. Na abordagem denominada por seus seguidores de interacionismo simbólico, Mead (1934/1972) foi um dos fundadores da sociologia empírica e sistemática, sendo um dos primeiros a descrever a socialização como construção de uma identidade social na e pela interação com os outros (Dubar, 1999). Para esse teórico, o centro do processo de socialização é a comunicação pelo gesto, que constitui uma adaptação à reação do outro. Tais gestos são atos parciais dirigidos a outros, os quais devem receber e responder a eles. Assim, o gesto é uma ação incompleta, cuja complementação e sentido são construídos apenas na interação com os outros. Esses "outros", a quem Mead chamou de "outros significativos", são os agentes da socialização, constituídos pelos indivíduos que possuem uma importância significativa na adaptação da criança ao mundo em que ela vive. Desse modo, o processo de socialização está na base da Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 construção do Eu, dada pela mediação dos outros e suas respostas. (Camargo; Bosa,2009, p.65). Pessoas com deficiência sempre existiram no mundo e em todas as civilizações. Contudo a forma como são tratadas em dentro dos ambientes aos quais vivencia, faz com que diferencie cada cultura humana. Quando se trata de pessoas com deficiência analisando o contexto histórico percebe que acorreram várias nomenclaturas usadas para destacar esta característica, algumas usadas até hoje como, por exemplo, pessoas com necessidades especiais ou portadoras de necessidades especiais. „De acordo com a ONU, pessoa com deficiência é aquela que tem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade [...] (Brasil, Inep, 2014). Esse conceito mostra de forma clara que a definição de pessoa com deficiência é aquela que de alguma forma necessita de adaptação das atividades rotineiras para que dessa forma participe de modo concreto do lugar onde está inserido. Por outro lado, os transtornos globais do desenvolvimento se caracterizam como “alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras...”. (Inep, 2011, n.p.). Por vezes se confunde deficiência com transtorno, como se percebe transtorno compromete também a forma de comunicação e interação dessas pessoas. A criança com síndrome de Espectro Autista inicia na escola regular com 4 anos, conforme está na Lei de Diretrizes Bases (LDB,1996, n.p.). É comum a criança apresentar distúrbios de comportamento não se socializando com outras pessoas, quando verbaliza sua voz se caracteriza como uma ecolalia imediata e retardada. Na maioria das vezes (considerando o nível mais severo da síndrome) a pessoa com autismo não se expressa por meio da fala, não expressa sentimentos por outras pessoas e não esperam que as pessoas demonstrem sentimentos por ela, seus movimentos são estereotipados. Segundo Dreaper (2010) “O autismo não é uma desordem de interação social, mais uma desordem global, que afeta a maneira que o cérebro processa a informação Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 que recebe – especialmente quando a informação é mais complexa” Fato esse visível na presença de uma pessoa com esse transtorno que se caracteriza geralmente aos primeiros contatos. E segundo os estudos de Orrú, (2009 p. 61) “Nenhum ser humano deve ser privado de se relacionar com outras pessoas, o ambiente onde as relações sociais são privilegiadas é o melhor e o mais adequado, independentemente da pessoa ter ou não esta deficiência”. Não existem apenas essas deficiências de comunicação, mas sim outras formas onde as pessoas não expressam seus sentimentos por repressão do modelo estabelecido pela sociedade. Vale ressaltar que nenhuma pessoa deve viver sozinha, escondida da sociedade, pois é através da convivência com outras pessoas que se pode aprender com os exemplos que vivencia ações rotineiras que fazem a compreensão de como se viver em sociedade. Essa já é uma aprendizagem que a criança leva para a vida, pois elas precisam ser estimuladas a todas as formas de comunicação e de vivencias, já que todos são estimulados a todo tempo. Com relações de conduta e personalidades de crianças com autismo, distintos autores entre as décadas de 50 e 60 atribuíram maior relevância á síndrome no que se refere a possuírem uma anomalia de compreensão linguística, alterações relacionadas ao déficit simbólico, além de dificuldades na imitação e na integração sensório – motora (Rutter, 1979, apud Orrú, 2009, p. 65-66). Algumas crianças que apresentam a síndrome do autismo possuem QI superior às pessoas ditas normais. Contudo esses testes não são aplicados atualmente, pois existem outras formas de diagnosticar o grau de capacidade de cada individuo, como por exemplo, utilizando as inteligências múltiplas. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Segundo a Classificação Internacional de Doenças –CID – 10:*Classificados como transtorno F 84 – 0, como um invisível do desenvolvimento, definido pela presença de desenvolvimento anormal e (ou comprometimento que se manifesta antes da idade de 03 anos e pelo tipo característico de funcionamento anormal em todas as três áreas): de interação social, comunicação e comportamento restrito e repetitivo. O transtorno ocorre três a quatro vezes mais frequentemente em garotos do que em meninas" (Silva, 1999, p. 01). Outros autores ressaltam que esse transtorno ocorre também com maior intensidade podendo a criança jamais falar. Todavia com o diagnostico precoce pode-se utilizar de todos os conhecimentos clínicos para que a criança atinja o potencial mais elevado que ela esta destinada através de seu padrão genético. Conforme as observações foram realizadas durante os anos que se passaram, pode se dizer que a mais incidência da síndrome em meninos do que em meninas. De acordo com a revista americana Time Magazine (Maio\2002, apud Orrú, 2009, p.22), a incidência de autismo atualmente é um em cada 175 nascimentos, sendo quatro meninos para cada menina. Já, em 2003, as estatísticas apontam um caso de autismo para cada 150 nascimentos apud (Leboyer, 2005, n.p.). Segundo Brown, 1960, o prognóstico é pior para as crianças que na idade de 05 anos não adquiriram linguagem "útil", isto é, valor comunicativa (Eisenberg, 1956; Rutter, 1967; Ficher, 1968). A incapacidade de utilizar brinquedos de forma adaptada é também um fator de mal prognóstico. O melhor critério prognóstico é o QI da criança. As que têm um QI inferior a 70 ficam muito prejudicadas, não tendo linguagem útil e nenhuma autonomia durante sua vida. (Brown, 1960, apud Leboyer, 2005, n.p.). A alfabetização é um conjunto de habilidades, que caracteriza como um fenômeno de natureza complexa. Ele se inicia desde o nascimento, pois a criança começa a prender as primeiras formas de comunicação através do choro, da * C-10 é a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacionalde Doenças – CID 10 é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças, cada um corresponde um código CID 10 . Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 gesticulação, da vivencia, para que dessa forma possa usar da linguagem oral e escrita de forma que isso possa contribuir para o seu entendimento como ser humano. Freire (1993), o processo de alfabetização é muito mais do que reconhecer símbolos e letras, é saber interpretar o que esta a sua volta com a leitura de mundo. Precisa que lhes e já ensinado quase tudo o que uma criança normal aprende espontaneamente por meio da observação e da experiência. (Furtado, 2004, p.15). A alfabetização é de muita importância para o ser humano, essencial para que o indivíduo tenha seu lugar na sociedade. Todavia deve interiorizar normas de convivência, e com ela entender como é estruturada a sociedade a qual ele pertence, para que dessa forma possa interagir de modo que não seja reprimido ou considerado anormal. Piaget entende que o pensamento, o raciocínio, as estruturas lógicas é que fazem com que o sujeito seja capaz, ou não, de compreender a linguagem que vem do exterior. Assim, é o momento do desenvolvimento da criança que determina que ele internalizasse, assimilando o conhecimento e reformulando aquele que já possui (Kramer, 2001, p.120). Por outro Lado Cagliari (2009, p.17) assegura que „„Os pais e a comunidade de um modo geral zelam pelo desempenho linguístico de seus membros, porque lhes convém que cada um assuma seu papel na sociedade‟‟. Fato esse marcado pelo interesse dos pais e membros escolares que sempre procuram corrigir os seus estudantes desde linguagem até ações que são consideradas inadequadas ao convívio social. No entanto Soares cita que “pode-se concluir que a alfabetização é, como se disse, inicialmente, um processo de natureza complexa. Trata-se de fenômeno de múltiplas facetas que fazem dele objeto de estudo de várias ciências” (Soares, 2007, p.21). Assim o estudante deve se apropriar dos conhecimentos já formulados pela sociedade de forma gradativa que contemple as suas dificuldades e as suas peculiaridades de modo de vida. Os pais precisam estar atentos aos seus filhos, para Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 que busquem ajuda necessária quando perceberem algo incomum quanto ao desenvolvimento social e cognitivo. A atenção e respectiva ajuda são essenciais tanto para a criança quanto para seus pais, já que eles formam uma comunidade familiar onde os pais criam seus filhos e depois de algum tempo os papeis se invertem. O autismo é incurável e seu prognóstico variável. Teorias recentes, no entanto, ressaltam a importância das interações precoces entre o cuidados e a criança como forma de atenuar seus sintomas ou ate prevenir a manifestação da síndrome (Mendes, E; Almeida, M. A, apud Dawson, 2010, p.372). O grande desempenho dos pais pelos seus filhos quando pequenos no falar muitas das vezes podem interferir em outras oportunidades de aprendizagem. Essa influencia vem sendo muito estudada, pois se percebe que algumas crianças que tenham uma atenção especial de forma que a família desempenha reage de forma comportamental diferenciada. Isso acontece, pois, a criança cria uma linguagem que só os componentes do ciclo familiar entendem e quando não estiverem perto dos familiares, os demais sujeitos não entenderam o que significa o que a criança deseja e assim não poderão lhe ajudar. Segundo o autor Halle (1984), observa-se que: Embora os pais possam desempenhar o papel mais importante – no ensino da linguagem para crianças pequenas, podem, inadvertidamente, ignorar importantes oportunidades de aprendizagem para elas. (Halle, 1984, apud Netto, M. M. F. C; NUNES, L. R. D‟O. de P. 2013, p.1585). Os pais devem procurar profissionais que os oriente a participar, de um modo ou de outro, na realização de tarefas que venham contribuir para o avanço da educação de seus filhos, quando mais cedo melhor. Entender desde cedo que a criança não é incapacitada, mas sim que tem necessidades específicas para algumas funções que ira desempenhar fará o diferencial para estabelecer como deve estimula ela. Ao iniciar esse processo de ensino devemos considerar que: a criança tem maior facilidade relacionamento com o universo concreto do que com Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 o das ideias abstratas; além disso, estamos ajudando a construir o referencial pelo qual se vai estabelecer o relacionamento da criança com o mundo, e é por isso que, no inicio, podemos somente trabalhar com acertos (FURTADO, 2004, p.18). A criança ao ir à escola tem a possibilidade de interagir com seus colegas por mais que seja portador de necessidades especial, através da pratica e socialização que a criança com transtorno do Espectro de Autismo tem a possibilidade de ser alfabetizada. A História do Autismo O autismo vem de uma palavra grega (autos), que significa “por si mesmo”. A psiquiatria o denomina como um comportamento centralizado em si mesmo. Há ainda vários adjetivos para denominar o autismo. Sendo assim alguns conceitos são necessários para se localizar sobre esse tema tão comentado. Síndrome é o agregado de sinais e sintomas associados a uma mesma patologia e que em seu conjunto definem o diagnóstico e o quadro clínico de uma condição médica. Em geral são um conjunto determinados sintomas, de causa desconhecida ou em estudos, que são classificados, geralmente com o nome do cientista que o descreveu ou o nome que o cientista lhes atribuir. Uma síndrome não caracteriza necessariamente uma só doença, mas um grupo de doenças. (Orrú, 2009, p. 18. apud, Stedman 1987) O termo autismo foi empregado pela primeira vez por Bleuler em 1911, seus estudos demonstravam um isolamento profundo, formas de pensar e falar diferenciadas e imaginárias parece estar fora da realidade isolada no seu interior na sua própria vida. De acordo com Bleuler, os autistas tornam o mundo fantástico no real, a realidade em ilusão. O conceito de autismo atribuído a Bleuler fez que houvesse uma confusão, como se fez notar Rutter (1979): segundo o conceito de Bleuler, o Autismo nos esquizofrênicos se refere a um retraimento ativo de imaginário. Na realidade sugere, primeiramente, “um retraimento” fora das relações sociais enquanto Kanner descreve uma incapacidade de desenvolver o relacionamento social; em segundo lugar, ele implica uma vida imaginária Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 rica, enquanto que as observações de Kanner sugerem uma falta de imaginação; em terceiro lugar, ele postula uma ligação com a esquizofrenia dos adultos. São esses conflitos que explicam o fato de os psiquiatras terem algumas vezes, utilizado de forma permutável os diagnósticos de esquizofrenia infantil, psicose infantil e de Autismo. Léo Kanner um psiquiatra austríaco, que residia nos Estados Unidos foi um dos primeiros estudiosos a se dedicar a pesquisa de crianças que apresentavam estranhos e peculiares comportamentos. Relatando um quadro de autismo extremo, obsessão, estereotipias e ecolalia. O grupo observado por Kanner era de 11 crianças, de acordo com Orrú: As características apresentadas são: incapacidade para estabelecer relações com as pessoas, um vasto conjunto de atrasos e alterações na aquisição e no uso da linguagem e umaobsessão em manter o ambiente intacto, acompanhada da tendência a repetir uma sequencia limitada de atividades ritualizadas. (Orrú,2012, p.19) Leo Kanner em 1943 publicou um artigo na revista Nervous Children, número 2, páginas 217-250, intitulado: Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo (Autistic disturbances of affective contact). Nessa primeira publicação, Kanner (1943) ressalta que o sintoma fundamental, “o isolamento autístico”, estava presente na criança desde o início da vida e Kanner mostrava a importância que queria atribuir à noção de afastamento social. O autismo caracterizado por Leo Kanner tornou-se um dos desvios comportamentais mais estudados, debatidos e disputados, que teve o mérito de identificar a diferença do comportamento esquizofrênico e do autismo. Até hoje, sua descrição clínica é utilizada da mesma forma, que foi chamado de Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo – Síndrome Única. Paralelamente, numerosos autores tentaram classificar os itens diagnósticos e definir os testes de avaliação. Não é exagerado dizer que há na literatura quase tantas descrições do autismo infantil quanto autores, cada um deles privilegiando o sintoma que lhe parecia pertinente e o mecanismo que o explicava. (Leboyer, 1935, p.12). A partir de Leo Kanner e o pediatra Hans Asperger que residia em Viena, na Áustria, as primeiras publicações sobre o autismo, independentemente, relataram de maneira sistemática suas suposições teóricas sobre casos que acompanhavam dessa Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 síndrome até então desconhecida (Bosa, 2002,n.p.). Asperger propôs um estudo com definições similares à de Kanner, onde propunha uma abordagem autística. Outro marco sobre o estudo do autismo ocorreu na década de 1970, quando a psiquiatra inglesa Lorna Wing traduziu para o inglês os trabalhos de Asperger (originalmente escritos em alemão e, portanto, pouco conhecidos até então) e propôs a noção de espectro do autismo e do que ficou conhecido como “Tríade de Wing” – déficits específicos do sujeito autista em três áreas: imaginação, socialização e comunicação. Os estudos de Asperger foram importantes para que se diferencie as síndromes. Antes de ocorrer o reconhecimento da síndrome de Asperger, muitas crianças foram diagnosticadas com autismo ou com outras síndromes. Apesar de serem síndromes relacionadas ao Transtorno do Desenvolvimento, diferem em vários aspectos entre si com características peculiares. Segundo Teixeira (2005, p.2). Apesar de existirem algumas semelhanças com o Autismo, às pessoas com Síndrome de Asperger geralmente têm elevadas habilidades cognitivas (pelo menos Q.I. normal, às vezes indo até às faixas mais altas) e por funções de linguagem normais, se comparadas a outras desordenas ao longo do espectro. Com o passar dos anos a síndrome de Asperger foi identificada, em 1944, mas só em 1994 que a DSM-IV (Diagnostical Statistical Manual – Versão 4) desenvolvido pela Associação Americana de Psiquiatria (Apa, 1994), que Asperger foi reconhecido oficialmente como critério de diagnóstico. Estudos sugerem que a síndrome de Asperger é mais comum do que o autismo. Numa proporção de 4 a cada 10.000 crianças são autistas e Asperger está na faixa dos 20 a 25 a cada 10.000, isso significa que a escola deve encontrar diversos casos de Asperger (SA). Assim como o autismo é encontrado mais em meninos. O mais óbvio marco da síndrome de Asperger e a característica que faz dessas crianças tão únicas e fascinantes é a sua peculiar idiossincrática área de “interesse especial”. Em contraste com o mais típico Autismo, onde os interesses são mais para objetos ou parte de objetos, na SA os interesses são mais frequentes por áreas intelectuais específicas. (BAUER, 1995 apud TEIXEIRA, 2005, p.6). Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Essa síndrome geralmente apresenta alguns sintomas iguais a do autismo, uma delas é a pouca habilidade de interagir com o meio social, mas diferentemente do autismo não ficam somente no seu mundinho, possuem interesses por temas complexos e com habilidades verbais bem acima da média da população. O transtorno de Asperger pode ser diferenciado do transtorno autista pela ausência de atraso no desenvolvimento da linguagem e pela análise de pequenos detalhes que diferenciam o perfil desses dois transtornos. No ano 1952, o termo autismo apareceu pela primeira vez como um subgrupo da esquizofrenia infantil, pois ainda não era visto como um diagnóstico distinto. Esse novo estudo foi publicado na primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais- DSM I (A Associação Americana de Psiquiatria, 2015). Em 1983, a Síndrome de Asperger foi reconhecida, a Associação Americana de Psiquiatria criara o termo Distúrbio Abrangente do desenvolvimento e em 1987, desta forma o Autismo deixa de ser uma psicose infantil. As causas do Autismo ainda são desconhecidas, consistindo o problema da etiologia, sendo um tema base de intensas pesquisas de conceituados estudiosos na área. Segundo Bosa e Callis (2000) apontam que há dois grandes blocos de teorias que se opõem, sendo essas as teorias psicogenéticas e biológicas. De acordo com Klin (2006), a teoria psicogenética apresentava-se como defensora que a criança autista era normal no momento do nascimento, mas devido fatores familiares adversos no decorrer do seu desenvolvimento desencadeou um quadro autista. Os sintomas eram considerados secundários, atribuíveis, portanto, as condutas parentais impróprias. Essa teoria deu início a pesquisas reagrupadas em quatro eixos, sendo esses o stress precoce, as patologias psiquiátricas parentais, quociente de inteligência e classe social dos pais, e por ultimo a interação pais e filhos. Com base nas informações, Leboyer, chega à determinada observação: “[...] as teorias psicogênicas não parecem explicar a patologia do autismo. Não podemos aceitar o modelo segundo o qual pais Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 normais (com frequência calorosa e afetuosa) seriam responsáveis por graves distúrbios de seus filhos, enquanto seus irmãos são normais” (LEBOYER, 2005, p.49). O Autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que indica uma ampla variação na sintomatologia, onde se inclui um tripé de características: dificuldade de comunicação, de interação social, e interesse e atividades restritos, estereotipados e repetitivos. Dentro do quadro do autismo, existem vários graus de comprometimento dos sintomas, tornando mais ou menos severa à situação do portador desta síndrome. Dentre os graus de severidade, propõe-se um indivíduo de comprometimento maior, outro intermediário e o terceiro com comprometimento mais discreto. Conforme Klin: Há uma variação notável na expressão de sintomas no autismo. As crianças com funcionamento mais baixo são caracteristicamente mudas por completo ou em grande parte, isoladas da interação social e com realização de poucas incursões sociais. No próximo nível, as crianças podem aceitar a interação social passivamente, mas não a procuram. Nesse nível, pode-se observar alguma linguagem espontânea. Entre as que possuem grau mais alto de funcionamento e são um pouco mais velhas, seu estilo de vida social é diferente, no sentido que elas podem interessar-se pela interação social, mas não podem iniciá-la ou mantê-la de forma típica. O estilo social de tais indivíduos foi denominado „ativo, mas estranho‟, no sentido de que eles geralmente têm dificuldade de regular a interação social após essa ter começado. As características comportamentais do autismo se alteram durante o curso do desenvolvimento. (KLIN, 2006, p. 6). O crescente corpo de estudos sobreo autismo influenciou sua colocação no DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais), que é um manual para profissionais da área da saúde mental que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los de acordo com a Associação Americana de Psiquiatra. É usado por todo o mundo em que clínicos e pesquisadores, bem como por companhia de seguros, indústrias farmacêuticas e parlamentos políticos. Em 1980 o autismo foi pela primeira vez reconhecida e colocada numa nova classe de transtornos, que hoje é chamada de Transtornos Globais do Desenvolvimento Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 (TGD). Antes disso, a CID-8 (Classificação Internacional de Doenças) e a CID-9 classificavam o autismo, respectivamente, como uma forma de esquizofrenia e como psicose infantil. Hoje em dia, a DSM-IV6 e a CID-107 integraram suas definições e estabelecem como critério para o transtorno autista o comprometimento das três áreas principais anteriormente mencionadas (KLIN, 2006; BOSA, 2002). Conceito Atual do Autismo Por o autista não apresentar não demonstrar o que sente durante o contato com as outras pessoas faz com que sejam criticados e até considerados imunes aos efeitos do sofrimento humano, como se eles não sentissem dor, alegria, tristeza e tantos outros sentimentos que são característicos dos homens, mulheres e crianças. São taxados de antissocial e de pessoa egoísta que pensa apenas em sim mesmo. Na maioria das vezes os autistas não se socializam, então seus colegas acreditam que ele não gosta de ninguém e não se interessa por coisas normais de acordo com a idade em que se encontra. E tantas formas de descrever o autista através do senso comum, sem saber ao menos o que é seu transtorno, como se aproximar de pessoas assim e como conviver com eles. Sabe-se com certeza de que o autista sente sim as mesmas emoções que qualquer ser humano, contudo não consegue expressar de forma que a maioria considera adequada. Com o passar do tempo o conceito de autismo é considerado conforme os estudos sobre o diagnostico e o tratamento do autismo infantil, apresentado por Gillberg como uma “síndrome comportamental com etiologias múltiplas e curso de um distúrbio de desenvolvimento‟‟, ainda o mesmo autor explica que “é altamente improvável que existam casos de autismo não orgânico‟‟, dizendo que o autismo é uma disfunção orgânica e não um problema dos pais. O “novo modo de ver o autismo é biológico‟‟ (GILLBERG, 1990, apud ORRÚ, 2009, p.21). Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Constataram que o autismo aparece mais em meninos do que em meninas em todo o mundo. A síndrome permanece por toda sua vida e um décimo desses indivíduos está no espectro grave do autismo. Segundo Orrú: “Os resultados dos estudos e das pesquisas são bem variáveis. Isto quer dizer que há muito que estudar e investigar acerca da dimensão da síndrome do autismo”. (ORRÚ, 2009, p.24). Após as descrições de Kanner que centralizava a inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente ás situações desde o inicio da vida. As estatísticas apresentada ate 1989, mostrava que a síndrome acometia crianças com idade inferior a três anos, com predominância de quatro crianças a cada dez mil nascidas. Segundo Gaspar (1998), neuropediatra, o autismo tem sido notório em 20 crianças a cada dez mil nascido, numero que vem crescendo nos últimos anos, não se restringindo á raça, á etnia ou ao grupo social. De causa ainda não especificamente determinada, o aumento pode ser em virtude, também, de um maior e melhor diagnóstico e das informações resultantes de maiores estudos e divulgações sobre a síndrome que atinge indivíduos de todos os países do mundo. (GASPAR, 1998, apud ORRÚ, 2009, p.22). Características do Autismo O autismo é uma síndrome que deve ser diagnosticada até os três anos de idade raramente podem aparecer depois desse período, mas não se descarta essa possibilidade. É uma desordem da personalidade que atinge principalmente aos homens. No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mental de 2013 (DSM IVTM). A criança com autismo apresenta características que são fáceis de ser detectadas desde os primeiros anos de sua vida e vão evoluindo de acordo com as mudanças que o Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 seu desenvolvimento proporciona segundo o Orntz apud Costa e Nunes Maia (1998, p. 25): Quando recém-nascido se parece diferente de outros bebês, raramente chora, torna-se rígido quando é pego no colo. Primeiro ano, não pede nada, não nota sua mãe, sorrisos, resmungos, demonstra falta de interesse por jogos, é muito reativo aos sons, não é afetuoso à ausência de comunicação verbal ou não verbal, é hipo ou hiper-reativo aos estímulos, há aversão pela alimentação sólida, etapas do desenvolvimento motor são irregulares ou retardadas. Segundo e o terceiro anos, é indiferente aos contatos sociais, comunica-se mexendo a mão do adulto, o interesse pelos brinquedos, consiste em alinhá-los, procura estimulações sensoriais como ranger os dentes, esfregar e arranhar superfícies, fitar fixamente detalhes visuais, olhar mãos em movimento ou objetos com movimentos circulares. Quarto e quinto anos, possui ausência do contato visual, linguagem limitada ou ausente – ecolalia- inversão pronominal, anomalias do ritmo do discurso, do tom e das inflexões e resistência às mudanças no ambiente e nas rotinas. Costa e Nunes Maia apud MARTINS (2011, p. 14). O autor Kanner encontra três sintomas principais para apresentar o autista utilizando uma conduta que difere de uma criança normal. Elas são; Incapacidade de se relacionar com outras pessoas; alteração na linguagem, que variam na falta de comunicação verbal e na produção de sons sem significados ou com alguma alteração; movimentos repetitivos e limitados sem uma finalização. São esses os fatores mais encontrados e conhecidos das pessoas que já tem algum conhecimento sobre o assunto. As crianças apresentam desde os primeiros anos de vida o isolamento e não corresponde a nenhum estimulo externo. Mas na aparência é igual a todos, é inteligente e possui habilidades especiais e uma memória excepcional. Após as descrições de Kanner que centralizava a inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente ás situações desde o inicio da vida. O autismo infantil foi incluído como subcategoria do Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), juntamente com outros 4 transtornos. Abaixo estará uma Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 descrição breve de cada um dos transtornos e suas condições citados no site Autismo e Realidade. Transtorno autista: Um dos transtornos mais graves e mais conhecidos. Pessoas com autismo apresentam alterações na comunicação, na socialização e comportamentos restritos. Os sintomas são evidentes nas crianças. Autismo atípico: Apresentam geralmente leves déficits na comunicação, socialização ou no comportamento. Deficiência intelectual leve é muito comum. O transtorno de Asperger: Indivíduos com Asperger apresentam inteligência normal ou acima da média, desenvolvem a fala, apresentam problemas de interação social e alterações do comportamento. Transtorno Heller: também conhecida como desintegrador da infância. Crianças com essa condição têm seu desenvolvimento normal até os dois anos de idade. Após esse período tendem a perder habilidades em pelo menos duas áreas: linguagem expressiva, linguagem receptiva,comportamentos adaptativos, habilidades motoras, interação social, brincadeiras, ou controle de esfíncteres. Transtorno de Rett: é um distúrbio que afeta apenas o sexo feminino. Crianças com essa síndrome apresentam deficiência intelectual profunda ou severa, movimentos repetitivos com as mãos e prejuízos na linguagem. As cinco condições acima descritas passaram a ser considerado um único distúrbio, denominado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). De acordo com a nova edição do Manual Diagnostico de Doenças Mentais (DSM-V), publicada em 2013 no site Autismo e Realidade. Diagnóstico do Autismo Para diagnosticar uma criança com autismo é necessário fazer uma analise multidisciplinar que aponte vários critérios para ser concretizada a síndrome, visto que não existem testes clínicos que apontem o diagnostico. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Para identificar os critérios diagnósticos para o autismo é preciso possuir experiência e especialização, pois eles apresentam um alto grau de especificidade e sensibilidade em grupos de diversas faixas etárias e entre indivíduos com habilidades cognitivas e de linguagem variadas. Petersen & Wainer (2011 p. 87). De acordo com Petersen & Wainer (2011) apud Papim; Sanches (2013) “avaliação diagnóstica de crianças com suspeita de autismo deve compreender uma observação dos comportamentos desviantes em comparação com aqueles presentes no curso normal do desenvolvimento infantil‟‟, as características do comportamento mais avaliadas são de comunicação social. Na análise comportamental, averígua-se o desenvolvimento da criança e se a mesma adquiriu ou está adquirindo as competências pertinentes a sua faixa etária comparando o desenvolvimento típico ao atípico (Petersen & Wainer, 2011, p. 87). Para detectar o autismo o DFM-IV 1995 apresentou um formulário de questionamento e assim detectar o transtorno. Mas para ter certeza do diagnostico é necessário ter um total de itens com pelo menos duas características do primeiro item, uma característica do segundo item e uma do terceiro item. Estes estão relacionados abaixo: Prejuízo qualitativo na interação social, manifestado por pelo menos dois dos seguintes aspectos: (a) Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não verbais tais como contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social; (b) Fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares apropriados ao nível do desenvolvimento; (c) Falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por exemplo, não mostrar, trazer ou apontar objetos de interesse); (d) Falta de reciprocidade social ou emocional; Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Prejuízos qualitativos da comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos: (a) Atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada (não acompanhando por uma tentativa de compensar por meio de modos alternativos de comunicação tais como gestos ou mímica), em indivíduos com fala adequada. (b) Acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou desenvolver uma conversação; (c) Uso estereotipado e repetitivo da linguagem (pode aparecer ecolalia) ou linguagem idiossincrática; (d) Falta de jogos ou brincadeiras de imitação social variada e espontâneos apropriados ao nível do desenvolvimento. Padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses, e atividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos: (a) Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco; (b) Adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não funcionais; (c) Maneiras motoras estereotipadas e repetitivas (por exemplo, agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo); (d) Preocupação persistente com partes de objetos, não atentando para aspectos relevantes do meio. A. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos três anos de idade; (a) Interação social (b) Linguagem para fins de comunicação social (c) Jogos imaginativos ou símbolos. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 B. O distúrbio não é melhor explicado por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da infância. A CID-10†(1993), abrange como critérios diagnósticos os mencionados a seguir: Pelo menos 8 dos 16 itens especificados devem ser satisfeitos. Lesão marcante na interação social recíproca, manifestada por pelo menos três dos próximos cinco itens. (a) Dificuldade em usar adequadamente o contato ocular, expressão facial, gestos e postura corporal para lidar com a interação social. (b) Dificuldade no desenvolvimento de relações de companheirismo; (c) Raramente procura conforto ou afeição em outras pessoas em tempos de tensão ou ansiedade, e/ou oferece conforto ou afeição a outras pessoas que apresentem ansiedade ou infelicidade; (d) Ausência de compartilhamento de satisfação com relação a ter prazer com a felicidade de outras pessoas e/ou de procura espontânea em compartilhar suas próprias satisfações por meio do envolvimento com outras pessoas; (e) Falta de reciprocidade social e emocional. Marcante lesão na comunicação: (a) Ausência de uso social de quaisquer habilidades de linguagem existentes; (b) Diminuição de ações imaginativas e de imitação social; (c) Pouca sincronia e ausência de reciprocidade em diálogos; (d) Pouca flexibilidade na expressão de linguagem e relativa falta de criatividade e imaginação em processos mentais; C-10 é a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10 é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças, cada um corresponde um código CID 10. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 (e) Ausência de resposta emocional a ações verbais e não verbais de outras pessoas; (f) Pouca utilização das variações na cadência e ênfase para refletir a modulação comunicativa; (g) Ausência de gestos para enfatizar ou facilitar a compreensão na comunicação oral. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos dois dos próximos seis itens: (a) Obsessão por padrões estereotipados e restritos de interesse; (b) Apego específico a objetos incomuns; (c) Fidelidade aparentemente compulsiva a rotinas ou rituais não funcionais específicos; (d) Hábitos motores estereotipados e repetitivos; (e) Obsessão por elementos não funcionais ou objetos parciais do material de recreação; (f) Ansiedade com relação a mudanças em pequenos detalhes não funcionais do ambiente. Além dos critérios acima ainda tem mais um que deve ser levado em consideração seguindo as orientações que é; Anormalidades de desenvolvimento devem ter sido notadas nos primeiros três anos para que o diagnóstico seja feito. Conceito da Alfabetização Se tratando de alfabetização é na década de 1980 que se começa a surgir algumas discussões sobre o uso e as funções da língua escrita e o seu ensino no contexto da escola. Com isso “surge o conceito de “analfabetismofuncional” que caracteriza indivíduos que, tendo se apropriado das habilidades de “codificação” e “decodificação”, não conseguiam fazer uso da escrita em diferentes contextos sociais” (Albuquerque, 2005). Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 No mesmo período, foi muito criticado o modelo de leitura através da memorização de sílabas, frases soltas. Alguns estudos novos apareceram no campo da psicologia com Ferreiro e Teberosky (1985). De acordo com essas autoras, a criança passa por três principais níveis no processo da alfabetização, começando pela escrita pré-sílabica, até a escrita alfabética. Na primeira etapa, a criança percebe que, além do desenho, existe outra forma de representar a escrita, como a utilização de garatujas, números ou até letras. No nível silábico, a fase seguinte, a escrita não representa mais o objeto, e passa a representar letras. Nesse nível a criança começa a perceber que o segmento da escrita pode representar o som da fala. No nível alfabético a criança entende que cada fonema possui um signo gráfico correspondente e busca o padrão silábico. Assim, os alunos aprendem o processo do sistema alfabético através da interação da escrita com as suas funções. A linguagem é fundamental para a nossa socialização e compreende três tipos de atividades ligadas respectivamente aos fenômenos da fala, da escrita e da leitura. São realidades diferentes da vida de uma língua, mas cada um tem a realização própria e independente. Cagliari, conhecer a realidade linguística da criança não é apenas verificar se ela fala “certo” ou “errado na escola, mas sim descobrir como ela adquiriu esse modo de falar. Aprender a falar constitui um processo mental e físico muito mais complexo e difícil do que simplesmente escrever ou mesmo aprender modismos de um determinado dialeto. (CAGLIARI, 2009, p.40). Por tanto o conceito de linguagem é distorcido dentro de ambiente escolar por algumas pessoas acharem que linguagem é a forma mais correta de produzir sons e apenas ler aquilo que se observa em forma de signos, mas ela está voltada não estritamente a isso, pois deve apropriar deles, saber decifrar, entender o que eles querem representar e dessa forma tomar um posicionamento de acordo com aquilo que se acredita. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Os estudiosos recentes apresentam esse pensamento voltado às novas formas de alfabetização geradas pelo avanço das tecnologias. Fato esse comprovado pelas formas de capacitação continuada via pacto nacional pela alfabetização na idade certa. Em relação à alfabetização o que pode se dizer do processo da língua escrita e do seu desenvolvimento. Segundo Soares, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de levar a aquisição do alfabeto, ou seja, ensinar o código da língua escrita, ensinar as habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribuir um significado muito amplo ao processo de alfabetização seria negar-lhe a especificidade, com reflexo indesejáveis na caracterização de sua natureza, na configuração das habilidades básicas de leitura e escrita, na definição da competência em alfabetizar (SOARES, 2007, pag.15). O mesmo autor Soares (2007) considera ainda que: A alfabetização é um processo de representação de fonemas em grafemas, e vice-versa, mas é também um processo de compreenção\expressão de significados por meio do código escrito. Não se consideraria “alfabetizada” uma pessoa que fosse somente capaz de codificar símbolos visuais em símbolos sonoros, “lendo”, por exemplo, simbolos ou palavras isoladas, como também não se consideraria “alfabetizada” uma pessoa incapaz de, por exemplo, usar adequadamente o sistema ortográfico de sua língua, ao expressar-se por escrito (Soares, 2007, p.16). Os verbos ler e escrever estão de certa forma ligada na alfabetização e não tem como separa-los pós é através deles que a crianças começa o processo de ser alfabetizada na escola, ensinando o processo de se expressar e compreender, levando em conta o estado de maturidade da criança. Tratando- se do sistema da escrita que é representa pela linguagem segundo as considerações de Ferreiro (1988) percebemos que: Ao concebermos a escrita como um código de transcrição que converte as unidades sonoras em unidades gráficas coloca-se em primeiro plano a discriminação perceptiva nas modalidades envolvidas (visual e auditiva). Os programas de preparação para a leitura e a escrita que derivam desta concepção centram-se, assim, na exercitação da discriminação, sem se questionarem jamais sobre a natureza das unidades utilizadas. A linguagem, como tal, é colocada de certa forma “entre parentes”, ou Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 melhor, reduzida a uma série de sons (contrastes sonoros a nível do significante) (FERREIRO, 1988, p.14, 15). Embora se discuta a importância da alfabetização na vida das crianças ainda não se chegou a um único método a ser aplicado, porque cada criança tem seu tempo e seu modo de vida. Segundo Ferreiro: Nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas de certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem. São provavelmente estas praticas (mais do que os métodos em si) que tem efeitos mais duráveis a longo prazo, no domínio da língua escrita como em todos os outros. Conforme se coloque a relação entre o sujeito e o objeto de conhecimento, e conforme se caracterize a ambos, certas praticas aparecerão como “normais” ou como “aberrantes” é aqui que a reflexão psicopedagógica necessita se apoiar em uma reflexão epistemológica. (1988, p.31). Atualmente estudos sobre a psicicologia da alfabetização apontam que o nível de maturidade da criança faz com que os resultados sejam alcançados ou não. As crianças vão para escola, cada vez mais jovens e se não tiverem maturidade para acompanhar a turma elas sentem dificuldades “a alfabetização inicial é considerada em funções da relação entre o método utilizado e o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança”. (FERREIRO, 1988, p.09). Nas leituras sobre a alfabetização podemos identificar que ha quatro métodos mais utilizados na educação: o método tradicional que engloba tanto o método sintético (fônico), quanto o analítico (global) e o método construtivista (RIBEIRO, 2016). Segundo a alfabetização para Seabra e Dias (2011) destacam dois métodos típicamente de alfabetização discutidos em pesquisas. São eles, o método fônico, que tem como proposta de alfabetização ensinar as correspondências entre as letras e seus sons. Esse método tem como foco auxiliar o leitor a discriminar, segmentar e manipular os sons da fala. Passando para o método global, a aprendizagem da linguagem escrita é identificada através da imagem da palavra. Este método é ensinado através da associação direta entre as palavras e seus significados. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 No método tradicional é centrado no professor, no qual o aluno é um reprodutor das atividades elaboradas pelo professor. Com isso, leva o aluno apenas a decorar e não aprender, assim o aluno se torna desmotivado. O ensino através desse método é feito por partes, aprendendo primeiro as vogais, o alfabeto, para depois fazer a junção das sílabas até chegar à construção de textos. O uso da cartilha é muito utilizado nesse método (PEREIRA et. al., 2013). No entanto o mais indicado é o método construtivista, que por outro lado valoriza alfabetização e a construção do conhecimento da criança de acordo com o seu desenvolvimento cognitivo (PEREIRA et.al.2013). Considera os conhecimentos prévios das crianças para atividadesdesenvolvidas na escola. Essas atividades são feitas de maneira conjunta, unificando a linguagem oral com a escrita. Dados Preliminares da Escola a Ser Pesquisada Através dessa pesquisa foi possível observar que a escola esta ainda se preparando para atender o aluno com Transtorno de Espectro do Autismo, elaborando um estudo direcionado aos professores, embora não houve a oportunidade de sentarmos num momento tranquilo para falar sobre e como a escola esta se adaptando para suprir as necessidades desse aluno, de modo geral a escola está bem organizada na estruturação do corpo docente em buscar formas de atender as necessidades características desse aluno. A organização escolar é tomada como uma realidade objetiva, neutra, técnica, que funciona racionalmente e, por isso, pode ser planejada, organizada e controlada, a fim de alcançar maiores índices de eficácia e eficiência. (LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSCHI, 2001, p.323). Durante as visitas observou-se que o diretor nem sempre se encontra presente na escola, por motivo de outros compromissos que demandam uma necessidade especifica de sua presença, porém não é por sua ausência que a escola aguarda instruções para continuar seu trabalho. As coordenadoras auxiliadas pela supervisora do estado continuam suas funções de acordo com as normas instruídas pelo regimento que propõe Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 ações de aperfeiçoamento de conhecimento e apresentações de proposta para melhorar os índices de qualidade da instituição. No entanto, saber gerir e, frequentemente, conciliar interesses pessoais e coletivos, peculiaridades culturais e exigências universais da convivência humana, são grandes desafios à competência dos diretores que se propõem a desenvolver uma forma de organização e de gestão escolar estabelecida nas relações democráticas e 12 participativas, com foco nos objetivos educacionais e sociais a serem alcançados, sem descuidar das normas estabelecidas pelos órgãos normativos dos sistemas de ensino e de suas mantenedoras, no sentido de manter-se integrado, compondo um todo harmônico, não apenas internamente, mas com as demais instituições educacionais de sua rede. (LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSCHI, 2001, p. 323). No Projeto Político Pedagógico da escola não há nada especifico que fale do transtorno de Espetro do Autismo (TEA), os professores participam das formações continuadas oferecidas regularmente pela SEDMS e a equipe administrativa em sua maioria cursa o pró-funcionário, não houve ainda nenhuma formação ligada ao TEA para os funcionários, só as técnicas do NUESP, é que fazem cursos ligados a educação especial e repassam para os professores e professores de apoio que tem alunos especiais em sala, estas informações não são repassadas para todos. De acordo com o PPP pra escola apresenta a missão de „„é procurar, garantir e oportunizar o acesso, a permanência e o sucesso do estudante na escola, oferecendo um ensino de qualidade e socializando integralmente o individuo‟‟. Isso significa que a escola deve promover o máximo de vagas possíveis de acordo com suas estruturas para que os seus integrantes que já fazem parte da sociedade possam adquirir os conhecimentos científicos necessários para sua formação critica. Por outro lado os valores apresentados também tem um papel singular na formação do educando enquanto estiver dentro da instituição. Seus valores são; „„valorizar o estudante e suas qualidades, assim como capacidade de desenvolver algo para elevar o desempenho, principalmente nos anos e disciplinas criticas‟‟ Assim sendo, deve valorizar as potencialidades que cada estudante tem para que eles possam Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 promover mudanças desses conhecimentos em busca de uma sociedade mais igualitária. Todos devem ser preparados para lidar com o aluno com TEA, de modo geral gestores e professores fazem parte do cotidiano desse aluno, a aprendizagem não esta só dentro da sala de aula. Todas as participações que envolvam um aglomerado de pessoa para determinado fim, ora diversão, ora processo de alfabetização, pois é considerado um local de interação de pessoas e assim se torna um processo de aprendizado. É preciso conhecer e analisar como se inter-relacionam as políticas educacionais, a organização e gestão das escolas e as práticas pedagógicas na sala de aula. O professor não pode se contentar apenas em desenvolver saberes e competências para ter uma boa atuação em sala de aula, é preciso tomar consciência do sistema escolar e enxergar além. (LIBÂNEO, OLIVEIRA & TOSCHI, 2001). As avaliações institucionais internas e externas são feitas no final do ano referente a toda escola, porém a coordenadora assegura que a escola está mudando algumas formas de avaliação. Já que recebeu esse ano na escola o primeiro aluno com TEA, o mesmo está cursando a 1º ano do ensino fundamental. No PPP da escola encontra-se como deve aplicar a teoria e a prática, como normativa a organizar a instituição. Mostrando-nos o quanto o PPP é de fundamental importância para a escola. O PPP da escola sugere que as avaliações podem ser aplicadas por meio de avaliação diária (escrita ou oral); avaliação diária (interesse, participação, assiduidade, desenvolvimento, de atividades proposta como: alternativas múltiplas, escolhas e dissertativas e o caderno). Avaliação Bimestral (escrita ou oral) e trabalhos: pesquisa – seminários – debates - portfólios, simulados (para prova Brasil, Olimpíadas de português e matemática), Produções Interativas (textuais e artísticas), abrangendo, dessa forma, as concepções de avaliações: diagnóstico formativa e somativa. A finalidade da escola é adequar as necessidades individuais ao meio social e, para isso, ela deve se organizar de forma a retratar, o quanto possível, a vida. Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 adaptação progressiva ao meio e de uma consequente integração dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio de experiências que devem satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. (LIBÂNEO, OLIVEIRA &TOSCHI 2001. P.58). A escola deve estar preparada para receber todas as crianças e adolescentes, sem distinguir raça ou etnia dando oportunidade para todos os conhecimentos. Esse conceito de que aluno com necessidades especiais era de outro local está ultrapassado, pois todos são cidadãos e dessa forma vão exercer suas funções na sociedade dentro de suas limitações. Para tanto a escola possui uma sala de recurso multifuncional que tem como finalidade auxiliar o educando em seu processo de aprendizagem de acordo com as suas necessidades e fases de desenvolvimento. O PPP aponta como; „„um espaço organizado como materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o atendimento as necessidades educacionais especiais...‟‟. Esse local permite que a criança possa realizar suas atividades de modo que ela usufrua os equipamentos de modo a assimilar melhor os conhecimentos que lhes são transmitidos. Por outro lado à comunicação entre o profissional responsável pela sala e os outros esclareçam duvidas e também troquem informações de como trabalhar com cada criança de acordo com suas características. METODOLOGIA Esta pesquisa busca compreender os aspectos que norteiam o processo de alfabetização de crianças autistas dentro das instituições publicas, assim como areceptividade da escola e a forma de trabalho dos profissionais que o atendem. O pesquisador deve estar sempre atento á acuidade e veracidade das informações que vai obtendo, ou melhor, construindo. Que ele coloque nessa construção toda sua inteligência, habilidade técnica e uma dose de paixão para temperar (e manter a temperatura). Mas que cerque o seu Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 trabalho com o maior cuidado e exigência, para merecer a confiança dos que necessitam dos seus resultados. (Lüdke e André, 1986. p.9). Todavia para um estudo que promova apresentar respostas com clareza através de analise de dados e conciliar os mesmo com material já publicado recomenda-se um estudo de caso de natureza qualitativa. Este tipo de pesquisa permite ao pesquisador se aprofundar no assunto. A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e com e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que esta sendo investigada, via de regra através do trabalha intensivo de campo. (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. p.11) Desse modo será possível investigar de forma mais ampla como a criança com a síndrome do autismo é alfabetizada no ensino regular, quais aspectos são trabalhados de forma alternativa, como o professor atende essa criança, como os estudantes da sala a interagem entre outras questões que se apresentarem necessário. Estudo de Caso Segundo Gil (1991), de caso é „„Uma modalidade de pesquisa amplamente utilizada nas ciências biomédicas e sociais. Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, tarefa praticamente impossível mediante os outros delineamentos‟‟. É um estudo que permite o pesquisador abordar um determinado assunto e buscar esclarecer de forma a compreender o que aconteceu ou acontece. O estudo de caso é o estudo de um caso, seja ele simples e especifico, como o de uma professora competente de uma escola pública, ou complexo e abstrato, como o das classes de alfabetização (CA) ou o do ensino noturno. O caso é sempre bem delimitado, devendo ter seus contornos claramente definidos no desenrolar do estudo. (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. P.17.). O estudo de caso é delimitado, mas também similar a outros trabalhos que já foram pesquisados. O estudo de caso parte do principio de que o leitor vá usar esse conhecimento tático para fazer as generalizações e desenvolver novas ideias, novos significados, novas compreensões. (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. p. 23). Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 O estudo de caso pode ser usado para diferentes propósitos como aponta Gil (1946) em seus trabalhos, tais como; Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos; Preservar o caráter unitário do objeto estudado; Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; Formular hipóteses ou desenvolver teorias; Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos; O estudo de caso está sendo realizado em uma escola estadual regular do município de Antonio João MS no primeiro ano do ensino fundamental, onde se encontra um aluno com o Transtorno de Espectro de Autismo. Em primeiro momento acontecerá a participação na escola para que possa observar como a professora trabalha com a criança com a síndrome do autismo, como a criança recebe as informações passadas pela professora, se ele mostra algum interesse pelo que esta sendo passado para ela. É muito provável que, ao olhar para um mesmo objeto ou situação, duas pessoas enxerguem diferentes coisas. O que cada pessoa seleciona para “ver” depende muito de sua historia pessoal e principalmente de sua bagagem cultural (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. p.25). Porém ao observar posso ver diferentes aspectos, pois nem sempre temos a mesma opinião sobre a situação ocorrida, já temos uma cultura diferente uns dos outros. Para isso é necessário anotar apenas fatos reais deixando de lado elementos subjetivos que possam apontam dupla interpretação. Como instrumento de coleta de dados será utilizado um questionário para os professores e gestores que trabalham com criança com síndrome do autismo. Através deste pode obter informações sobre que conhecimentos prévios que os educadores tem Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 sobre as necessidades dessa criança, assim como as características da síndrome e como trabalhar com ela dentro do ambiente escolar. A grande vantagem da entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais variados tópicos. (LÜDKE E ANDRÉ, 1986. p.34). Como podemos ver podemos realizar o mesmo questionário com os professores poderemos conseguir respostas distintas, pois os professores são concursados em áreas diferentes e tem autonomia e apresentar seus conteúdos dentro dos conhecimentos necessários apontados pelo referencial curricular. Após obter esses questionários acontecera a análise de dados apresentadas pelas respostas dos profissionais associadas às publicações que norteiam a área através de uma reflexão descritiva. Os propósitos de estudo de caso não são os de proporcionar o conhecimento preciso das características de uma população, mas sim o de proporcionar uma visão global do problema ou de identificar possíveis fatores que o influenciam ou são por ele influenciados. (GIL, 1991, p.55). A pesquisa propõe que se possa conhecer mais a rotina de uma escola através do processo de inclusão de crianças com autismo, para que dessa forma esses conhecimentos sirvam de caminho para todos que participaram dela, acadêmica, professores, coordenadora entre tantos outros envolvidos. A Pesquisa e Observação A pesquisa se inicia com a formulação de um questionário que será entregue a coordenação e aos professores do estudante. Fiz a primeira visita a escola para me apresentar e relatar sobre a pesquisa que farei na escola. Após a entrega do questionário, marquei com os professores e coordenação os horários para que fosse realizada a observação do aluno em sala de aula, também o prazo de entrega do questionário respondido, que era de três dias nas só consegui reunir os questionários com dez dias depois da entrega. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Este questionário foi respondido pela coordenadora da escola, sendo a primeira pregunta o professor da sala regular tem a liberdade de adaptar materiais para facilitar a participação de estudantes com TEA? A gestão escolar apoia esse trabalho? De que maneira? A professora regente tem a liberdade de adaptar materiais e tem apoio de toda a equipe gestora no que se refere a liberdade. O NUESP também agiliza materiais para as professoras deste aluno. (Coordenadora pedagógica). Porém através das observações feita em sala de aula, não percebi nenhum material adaptado para o aluno, a não ser as atividades impressas coloridas e de tamanhos maiores dadas pela professora regente, nas demais não a materiais adaptados. No livro caminhos pedagógicos da inclusão diz que. Inclusão escolar é indispensável que os estabelecimentos de ensino eliminem barreiras arquitetônicas e adotem práticas de ensino adequadas ás diferenças dos alunos em geral, oferecendo alternativas que contemplem a diversidade, além de recursos de ensino e equipamentos especializados que atendam a todas as necessidades educacionais dos educados, com ou sem deficiência,mas sem discriminações. (MANTOAN, 2001, p.25; FOREST,1985). A segunda pergunta é se crianças com TEA necessitam de cuidadores durante o intervalo (recreio). Como é programado o intervalo para esta criança? Sim, eles possuem professora de apoio, que fica a disposição destes o tempo integral de aula. Sendo que o recreio deste é no mesmo horário, mas ela o acompanha. (Coordenadora pedagógica). O que posso relatar é que a professora de apoio no intervalo só o observa não ha uma programação de fato para o aluno com TEA. Na terceira quero saber se a escola só pode ser considerada inclusiva quando tem crianças com deficiências? Acredito que não é somente no caso de crianças com deficiências, mas aceitar, respeitar e garantir o livre acesso e permanência para as diversidades. (Coordenadora pedagógica). Para nos mostrar o quanto é importante à pessoa estar incluída na sociedade foi feita a seguinte pergunta. Como os gestores podem incentivar os professores e estudantes sem deficiência a fazer parte do processo de inclusão de colegas com deficiências? Apresentar direitos, deveres, valores, respeita os passos apresentados Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 pelo livro do projeto SED MS- família e escola são de grande valia para esse fim, mas é na conversa diária, na construção do cidadão. (Coordenadora pedagógica). Sabemos que a criança esta a todo o momento recebendo informações direta ou indiretamente assim gostaria de saber se a escola propicia momentos de inclusão durante eventos festivos, por exemplo? Como? Sim, nenhum aluno fica excluído de apresentações ou mesmo da sala de aula nas atividades, exemplo; tênis de mesa. Sendo assim nosso aluno é incluído no time da escola. (Coordenadora pedagógica). O aluno que esta sendo citado pela coordenadora não é o aluno com TEA e sim um com paralisia cerebral. Nas questões a cima pode verificar que a inclusão é de fato muito importante para que o aluno seja inserido na educação escolar. Segundo Mantoan (2003, p.38), na concepção inclusiva e na lei, esse atendimento especializado deve estar disponível em todos os níveis de ensino, de preferência na rede regular, desde a educação infantil até a universidade. A escola comum é o ambiente mais adequado para se garantir o relacionamento dos alunos com ou sem deficiência e de mesma idade cronológica. Ou seja, a escola é o espaço de interação entre pessoas que proporciona momentos de qualidade em aprendizado de conhecimentos científicos e interação social entre seus participantes. Gostaria de saber também, qual a relação da escola com a família do aluno autista? Boa, sempre, mensal no máximo, conversamos NUESP, equipe gestora e família. (Coordenadora pedagógica). Na escola se encontra uma sala que se intitula Núcleo de educação especial onde os professores tem assistência para trabalhar com as diferenças. Por outro lado temos as entrevistas feitas com os professores que possibilitam um entendimento sobre como é a rotina das aulas na sala de aula. Para iniciar essa conversa a primeira pergunta relevante é; qual sua formação geral e especifica? Professor 1: Pedagoga, pós-graduada em alfabetização. Professor 2: Graduação Artes Visuais, especialização Educação Musical, cursando Antropologia e Historia dos Povos Indígenas. Professor 3: Licenciatura plena em Educação Física. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Percebe-se que os professores que atendem o estudante são todos graduados em suas áreas, isso faz com que eles tenham algum conhecimento das necessidades educacionais e as formas de utilizar seus conhecimentos para que o estudante tenha contato com os conteúdos adequados a sua idade. Para tanto é necessário investigar quais estratégias você costuma utilizar para melhorar a socialização de crianças autistas? Como você aprendeu essas estratégias? Professor 1: Contato visual com o estudante, estimulando a comunicação, propondo atividades inclusivas com toda a turma, propiciando e mediando as brincadeiras e atividades e grupos. Professor 2: Deixar que ele interaja com as outras crianças, apenas auxiliando mais de perto no desenvolvimento das atividades. No decorrer da docência. Professor 3: Sempre tentando adaptar as atividades para que todos sem descrição possa participar e interagir na aula e me esforçando ao máximo para adequar corretamente o modo de ensino da criança com autismo se desenvolver suas potencialidades através das aulas de Educação Física. Estratégias adquiridas através de formação continuada, pesquisas em livros, internet e apoio do núcleo de educação especial. Através das respostas obtidas nota- se que é essencial uma formação contínua, Libâneo (2013, p.187), uma formação permanente, que se prolonga por toda a vida, torna-se crucial numa profissão que lida com a transmissão e internalização de saberes e com a formação humana, numa época em que se renovam os currículos, introduzem- se novas tecnologias, acentuam- se os problemas sociais e econômicos modificam-se os modos de viver e de aprender, reconhece- se a diversidade social e cultural dos alunos. Os encontros de formação continuada são de grande valia para os professores, pois possibilitam momentos de troca de experiências e também uma formação teórica para todos os educadores. Contudo percebe-se também que as vivencias proporcionam uma necessidade do professor em conhecer as necessidades de seus alunos para que promovam um ensino de qualidade. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Através de toda essa pesquisa vem à forma de aplicar a mesma dentro de sua rotina, respeitando a individualidade do aluno. Contudo isso gera um sentimento de satisfação ou de insegurança. Os resultados alcançados são satisfatórios? Como você reage dentro desse processo? Professor 1: Sim, por que conseguimos fazer com que ele permanecesse na sala de aula, ele já teve um grande avanço. Professor 2: Sim, algumas vezes o aluno esta nervoso ou cansado e não realiza todas as atividades, mas quase sempre chega ao ponto esperado. Professor 3: Com certeza, quando alcançado resultados de imediato é satisfatório, minha reação é de completa alegria, pelo fato que objetivos foram alcançados pelo aluno com autismo durante as atividades nas aulas de Educação Física. Constata através deste questionário que os professores entendem a necessidade do aluno e assim não se frustram através dos momentos de aula já que respeitam seu desenvolvimento gradativo. Por outro lado vem a seguinte indagação; O professor deve propor atividades escolares mais fáceis para criança com TEA? Professor 1: Dependendo do grau de autismo da criança, com material adaptado que facilita a aprendizagem e incentivo do estudante. Professor 2: Acredito que devem ser no mesmo nível que os outros estudantes, apenas serem acompanhados mais de perto para realizar as atividades. Professor 3: Sim, sem problema algum, desde que não prejudique sua aquisição de aprendizado e dos demais alunos. Os conteúdos devem ser trabalhados sim na mesma complexidade dos demais estudantes, mas de forma a respeitar o desenvolvimento do estudante de acordo com suas especificidades, ou seja, adaptar a partir daquilo que o estudante já sabe. Revista Magsul de Educação da Fronteira, Faculdades Magsul, v. 2, n. 1, p.82-132, Mar. 2017. ISSN 2526-4796 Por outro lado existem relatos de crianças com a síndrome do autismo que se destacam em determinadas áreas do conhecimento, como por exemplo, arte através desenhos e pinturas. Sendo assim a próxima pregunta será; Crianças com TEA podem ajudar colegas sem deficiência nas atividades? Como isso ocorre? Professor 1: Sim, interagindo e ajudando nas atividades
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