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Processo Saúde e Doença P ROFA. SABRI NA Q UEIROZ T ERAPEUTA OCUPACIONAL Determinantes e Condicionantes de Saúde MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo mágico-religioso ou xamanístico: -Predominante na Antiguidade; -Doenças: derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos sobrenaturais; -Para ter a saúde novamente: era necessário reatar o enlace com as divindades através dos processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs (Herzlich, 2004). -A saúde: equilíbrio entre os elementos e humores/fluidos que compõem o organismo humano; -Doença: seria o desequilíbrio desses elementos; -A causa do desequilíbrio: os astros, o clima, os insetos etc. (Alcmeon e Heráclito) MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo Holístico -Os primeiros filósofos (século VI a.C.) tentaram encontrar explicações não sobrenaturais para a saúde e a doença; -Saúde: fruto do equilíbrio dos humores/fluidos; -Doença: é resultante do desequilíbrio desses elementos, e o cuidado depende de uma compreensão desses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio. MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo Empírico-Racional (hipocrático) Modelo de medicina científica ocidental: -Método de Descartes (séculos XVI e XVII); -Focada na explicação da doença e passou a tratar o corpo em partes cada vez menores, reduzindo a saúde a um funcionamento mecânico (Barros, 2002); -As doenças eram relacionadas às situações ambientais e as causas passaram a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptáculo da doença; MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo Biomédico -Teoria dos Miasmas: a associação entre o surgimento de epidemias e as condições do ambiente; “Os miasmas seriam gases decorrentes da putrefação da matéria orgânica que produziam doenças quando absorvidos pelos seres vivos” MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo Biomédico -Final da década de 70; -Sistema: entendido como “um conjunto de elementos, de tal forma relacionados, que uma mudança no estado de qualquer elemento provoca mudança no estado dos demais elementos”; MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo Sistêmico Modelo processual -Leavell & Clark (1976); -Acompanha o processo saúde-doença: as inter-relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença. -Permite compreender os diferentes métodos de prevenção e controle das doenças. MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo da História Natural das Doenças Sigerist: primeiro autor a referir o termo Promoção à Saúde e definiu 04 tarefas da medicina: promoção da saúde, prevenção das doenças; recuperação dos enfermos e reabilitação; “A saúde se promove proporcionando condições de vida decentes, boas condições de trabalho, educação, cultura e formas de lazer e descanso” MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo da História Natural das Doenças 1) Período Pré-patogênico: -A patologia ainda não se manifesta; -Os determinantes intrínsecos ao sujeito estruturam disposições ao adoecimento: agentes físicos, químicos, nutricionais, genéticos, econômicos, culturais, etc. -Permite ações de promoção à saúde e proteção específica; PUTTINI, PEREIRA, OLIVEIRA, 2010 MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo da História Natural das Doenças 2) Período Patogênico: -O processo patológico está ativo; -Alteração no estado de normalidade da saúde devido a ação do agente patogênico; -Distúrbio na forma e funções dos órgãos e sistemas; -Evolução: sequela, cronicidade, cura ou morte PUTTINI, PEREIRA, OLIVEIRA, 2010 MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo da História Natural das Doenças Leavell & Clark (1976): estruturaram as medidas preventivas Prevenção: Ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural, a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença. Medidas de intervenção nos diferentes estágios da doença; MODELOS EXPLICATIVOS DO PROCESSO SAÚDE- DOENÇA: Modelo da História Natural das Doenças 1) Prevenção Primária: - Realizado no período pré-patogênico; - Conjunto de medidas dirigidas à população sadia: evitar a ocorrência de novos casos; - Promoção da saúde: medidas destinadas a desenvolver uma saúde “ótima”; - Proteção específica: contra agentes patogênicos ou criando barreira contra esses agentes Classificação das Medidas Preventivas Fases 2) Prevenção Secundária: -Conjunto de medidas dirigidas à população doente; -Diagnóstico e tratamento precoce; -Limitação da invalidez; 3) Prevenção Terciária: Reabilitação Sequelas de doenças ou acidentes e objetivam a recuperação ou manutenção do equilíbrio funcional Classificação das Medidas Preventivas Fases “A prevenção secundária e terciária, de acordo com a História Natural da Doenças de Leavell & Clark objetivam a redução dos fatores de risco relacionados aos agentes patogênicos e ao ambiente, propondo medidas educativas e fiscalização para adoção ou reforço de comportamentos adequados à saúde e de enfrentamento da doença” Classificação das Medidas Preventivas Fases Leavell & Clark (1976) desenvolverem o modelo da história natural da doença, que comportaria três níveis de prevenção. Dentro dessas três fases de prevenção existiriam pelo menos cinco níveis distintos, nos quais poder-se-iam aplicar medidas preventivas, dependendo do grau de conhecimento da história natural de cada doença. Classificação das Medidas Preventivas Cinco Níveis de Prevenção 1. Promoção a saúde -Educação sanitária; -Alimentação e nutrição adequada; -Empregos e salários adequados; -Condições para satisfação das necessidades básicas do indivíduo; Classificação das Medidas Preventivas Níveis 2. Proteção específica -Vacinação; -Exame pré-natal; -Quimioprofilaxia (prevenir ou impedir adoecimento); -Eliminação de exposição a agentes carcinogênicos; Classificação das Medidas Preventivas Níveis 3. Diagnóstico e tratamento precoce -Rastreamento; -Exame periódico da saúde; -Procura de casos entre os contatos; -Auto-exame; -Intervenções médicas ou cirúrgicas precoces; Classificação das Medidas Preventivas Níveis 4. Limitação do dano/invalidez -Acesso facilitado a serviço de saúde; -Tratamento médico ou cirúrgico adequado; -Hospitalização em função da necessidade; Classificação das Medidas Preventivas Níveis 5. Reabilitação -Terapia ocupacional, Educação Física, Fonoaudiologia, Fisioterapia; -Treinamento do deficiente; -Melhores condições de trabalho para o deficiente; -Tecnologia Assistiva: Próteses, órteses e adaptações... Classificação das Medidas Preventivas Níveis 1º. nível 2º. nível 3º. nível 4º. nível 5º. nível Promoção da saúde Proteção específica Diagnóstico Precoce e tratamento oportuno Limitação do dano Reabilitação Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária Prevenção Cura Reabilitação Promoção Proteção Recuperação Fatores Determinantes e Condicionantes da Saúde O que leva uma doença a ocorrer? TEORIAS CAUSAIS Fatores Determinantes O HOMEM é um ser dotado de uma GRANDIOSA CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA, que permite que viva ou sobreviva em quase todos os ambientes do continente terrestre. O meio onde vive oferece OBSTÁCULOS NATURAIS E/OU ARTIFICIAIS que se transformam ciclicamente em novas barreiras, à medida que o homem se adapta à condição existente. Esses obstáculos ou barreiras promovem mudanças permanentes ou transitórias na vida do indivíduo sendo denominados fatores determinantes do processo saúde-doença e oferecem a base para estudos epidemiológicos (BELLUSCI, 1995). Fatores Determinantes •A PRIMEIRA FASE ou política de saúde foi conhecida como a FASE DA MAGIA ou DOS ASPECTOS SOCIAIS; •Na SEGUNDA FASE, imperava os fatores FÍSICO-QUÍMICOS, os ‘’MIASMAS’’; •A TERCEIRA FASE, denominada BIOLÓGICA OU MICROBIOLÓGICA:Abordagem UNICAUSAL, que relaciona o agravo à saúde a um único agente etiológico, e assim, as intervenções se direcionavam para um único fator determinante da doença. Fatores Determinantes • A QUARTA FASE muda a abordagem da doença, relacionando-a a uma CAUSALIDADE MÚLTIPLA: -Incorpora os aspectos sociais ou psicossociais no processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a manutenção da doença na coletividade como resultante da interação do homem com os fatores biológicos, químicos e físicos. Fatores Determinantes Na abordagem MULTICAUSAL, uma única doença é proveniente de diversos fatores determinantes, inter-relacionados e dinâmicos. A intervenção é baseada em múltipla direção de modo a abranger os fatores MULTICAUSAIS. O adoecer deixa de ser o resultado de apenas UM FATOR, passando a ser entendido como um PROCESSO em que INÚMEROS FATORES estão envolvidos. Fatores Determinantes O processo SAÚDE-DOENÇA é considerado como resultante de fatores, bio-psíquico-sociais e essa concepção permeia todas as POLÍTICAS PÚBLICAS para a saúde instituídas após a Constituição brasileira de 1988, que define a SAÚDE COMO RESULTANTE DE INÚMEROS FATORES, pois reafirma que é num direito de todos os cidadãos e um dever do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução dos riscos de adoecer e o acesso universal e igualitário às ações e serviços (BRASIL, 1988). Fatores Determinantes Teorias Causais TEORIA DA MULTICAUSALIDADE Nem toda doença tinha origem apenas no agente etiológico; Havia infecção sem doença e doenças não infecciosas; Outros fatores estavam envolvidos; Hospedeiro agente Meio Ambiente Tríade Ecológica Classificação dos Agentes Etiológicos - Biológicos – Bactérias, vírus; - Genéticos – Translocação de cromossomos; - Químicos – nutrientes, drogas, gases, fumo, álcool; - Físicos – radiação, atrito e impacto de veículos automotores, acidentes; - Psíquicos ou psicossociais – estresse do desemprego e da migração Teorias Causais Fatores Ambientais Ambiente Físico -Clima, altitude, umidade relativa do ar, temperatura; Ambiente Biológico -Seres vivos da terra; -Podem constituírem como agente, hospedeiro, reservatório de doença; Ambiente Social - Características sociais, econômicas, políticas e culturais; Teorias Causais Fatores do Hospedeiro Herança Genética -Alterações cromossômicas – Hemofilia e anemia falciforme... Anatomia e Fisiologia do Organismo Humano -Imunidade natural e a adquirida -Idade, sexo, raça. Estilo de Vida -Controle social e autocontrole -Usuários de drogas injetáveis, fumantes... Teorias Causais Ações para intervir no processo saúde-doença Hospedeiro (homem) 1. Em relação a herança genética - aconselhamento genético - diagnóstico pré-natal Teorias Causais 2. Em relação à anatomia e fisiologia - imunização ativa ou passiva - manutenção do peso corporal em níveis aceitáveis 3. Estilo de vida - não fumar - fazer atividade física Teorias Causais Teorias Causais Ações para intervir no processo saúde-doença Meio ambiente 1. Meio Físico - saneamento das águas - saneamento do ar - saneamento do solo 2. Meio Biológico - controle biológico de vetores - vigilância de alimento - eliminação de vetores na cidade
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