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Saúde e doença: conceitos e contexto Profª Mª Yasna Godoy Modelos explicativos do processo de saúde, doença e cuidado ➢ Modelo mágico-religioso ou xamanístico; ➢ Modelo holístico; ➢ Modelo empírico-racional (hipocrático); ➢ Modelo de medicina científica ocidental (biomédico); ➢ Modelo sistêmico; ➢ Modelo da História Natural das Doenças (modelo processual). MODELO MÁGICO-RELIGIOSO OU XAMANÍSTICO Visão mágico-religiosa sobre a saúde e a doença e sobre como cuidar era a predominante na Antiguidade. • As causas das doenças como derivadas tanto de elementos naturais como de espíritos sobrenaturais. • O adoecer era resultante de transgressões de natureza individual e coletiva, sendo requeridos, para reatar o enlace com as divindades, processos liderados pelos sacerdotes, feiticeiros ou xamãs. MODELO HOLÍSTICO As medicinas hindu e chinesa, também na Antiguidade, traziam uma nova forma de compreensão da doença. A noção de equilíbrio dá origem à medicina holística. • Doença causada pelo desequilíbrio dos elementos do organismo humano, ocasionado pelas influências do ambiente físico – astros,clima, insetos etc. Medicina chinesa – yin/yang • Restaurar o normal fluxo de energia CONCEPÇÕES SOBRE SAÚDE E DOENÇA • Homem atua ativamente no processo de doença e cura • perdem o caráter mágico e religioso, são naturalizadas. MODELO EMPÍRICO-RACIONAL (HIPOCRÁTICO) A civilização Grega representa o rompimento com a superstição e com as práticas mágicas e surge as explorações mais racionais. • Gregos: Panteístas – Os médicos também eram filósofos – Além de cuidar da saúde procuravam entender as relações do homem com a natureza. Procuravam interpretar a saúde e a doença como resultados de processos naturais e não sagrados. • Pré- Hipócrates: Saúde: harmonia entre os 4 elementos: MODELO EMPÍRICO-RACIONAL (HIPOCRÁTICO) Hipócrates (460 – 377 a.C.) • Observação empírica – diversos casos clínicos registrados. • Saúde atribuída ao equilíbrio dos 4 humores: SANGUE FLEUMA BÍLIS AMARELA BÍLIS NEGRA coração sist. respiratório fígado baço quente e úmido fria e úmida quente e seca fria e seca AR água fogo terra https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3crates • Doença desequilíbrio dos 4 humores, ou pelos alimentos assimilados pelo organismo. • O cuidado depende de uma compreensão desses desequilíbrios para buscar atingir o equilíbrio. Visão epidemiológica do problema saúde- enfermidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Hip%C3%B3crates MODELO EMPÍRICO-RACIONAL (HIPOCRÁTICO) Hipócrates Visão epidemiológica do problema saúde- doença • Fatores ambientais ligados à doença (“Ares, água, lugares”) Vantagens: O equilíbrio dos humores Desvantagens: Coloca como causa principal os humores da pessoa MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA OCIDENTAL (BIOMÉDICO) O modelo de medicina ocidental predominante na atualidade, tem suas raízes vinculadas ao Renascimento e de toda a Revolução Artístico- Cultural, que ocorreram a partir do século XVI. • Predomínio da ideia do fator externo que penetra no organismo (miasmas) → Ideia de contagiosidade . Imagem: https://ndmais.com.br/tecnologia/fotos-galeria-online Ideia de miasma: emanações de regiões insalubres (matéria orgânica pútrida) capazes de causar doenças como a malária (teoria miasmática – Malária) https://ndmais.com.br/tecnologia/fotos-galeria-online • Método de Descartes (séculos XVI e XVII): separar cada dificuldade a ser examinada em tantas partes quanto sejam possíveis e que sejam requeridas para solucioná-las; condução do pensamento de forma ordenada, partindo do simples ao mais complexo; necessidade de efetuar uma revisão exaustiva dos diversos componentes de um argumento. →VISÃO FRAGMENTÁRIA MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA OCIDENTAL (BIOMÉDICO) Metade do século XIX: Os estudos se voltam para a compreensão do corpo humano e das alterações anatômicas decorrentes da doença, centrando-se no desvelar de seus sinais e sintomas. • França : estudos investigaram a influência da pobreza, ocupação, nutrição e habitação. • Inglaterra: Revolução Industrial (medicina social, epidemiologia) Surge o conceito de que de que as doenças estavam relacionada às situações ambientais. A causa das doenças passava a estar num fator externo ao organismo, e o homem era o receptáculo da doença. MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA OCIDENTAL (BIOMÉDICO) Final do século XIX: Revolução pasteuriana (microscópio) revelação da existência de microrganismos causadores de doença e possibilitando a introdução de soros e vacinas; Doenças poderiam ser prevenidas e curadas • Teoria Unicausal : Bacteriologia • causa – uma bactéria • intervenção – eliminação da mesma Aboliu os aspectos Qualitativos em prol dos Quantitativos MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA OCIDENTAL (BIOMÉDICO) Teoria Multicausal Após a Segundo Grande Guerra houve um declínio do Modelo Unicausal. Motivo: Não explicava as doenças associadas a múltiplos fatores de risco. Neste período houve uma transição epidemiológica: MODELO DE MEDICINA CIENTÍFICA OCIDENTAL (BIOMÉDICO) Aumento das crônicas degenerativas. Diminuição da incidência das doenças Infecto parasitárias MODELO SISTÊMICO No final da década de 1970 : busca conhecer o conjunto que provoca a doença, os motivos, ou seja, faz o papel de investigação, buscando amplos conhecimentos e hipóteses para o problema. Desenvolve o conhecimento científico das doenças buscando relacionar as mais diversas razões que possam causar o problema • Sistema Epidemiológico: Conjunto formado por agente patogênico, suscetível e ambiente (...). . Sistema Epidemiológico: AGENTE: pode ser um microorganismo, poluente ou um gene. SUSCETÍVEL: é aquele em que a doença se desenvolverá e terá oportunidade de se manifestar clinicamente. Essa relação pode ser descritas por três categorias: 1. Resistência; 2. Suscetibilidade; 3. Imunidade. FATORES AMBIENTAIS: reservatório,vetores e veículos. Ex.: poluição Epidemiologicamente ambiente físico e do ambiente biológico, deve ser abordado também o ambiente social MODELO SISTÊMICO MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS (MODELO PROCESSUAL DOS FENÔMENOS PATOLÓGICOS) Leavell e Clark, no ano de 1976: • A saúde-doença passa a ser tratada como um processo dinâmico. O desequilíbrios desse sistema permitem a evolução do processo até a cura, óbito ou outros estados intermediários. • Este modelo visa compreender as inter-relações do agente causador da doença, do hospedeiro da doença e do meio ambiente e o processo de desenvolvimento de uma doença e a diferenciar os diferentes métodos de prevenção e controle das doenças. Forma um ciclo que se divide em dois momentos seqüenciais ao desenvolvimento do processo saúde-doença: 1. pré-patogênico: considerado período epidemiológico, diz respeito à interação entre os fatores do agente, do hospedeiro e do meio ambiente. →permite ações de promoção da saúde e a proteção específica; 2. patogênico: momento quando o homem interage com um estímulo externo, apresenta sinais e sintomas e submete-se a um tratamento. →envolve a prevenção secundária e a prevenção terciária. MODELO DA HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS (MODELO PROCESSUAL DOS FENÔMENOS PATOLÓGICOS) CONCEITO DE SAÚDE: OMS / WHO (2016) A “Organização Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. Condição dinâmica e mutável. SAÚDE: DIREITO DE TODOS E DEVER DO ESTADO LEI 8080 – LEI ORGÂNICA DA SAÚDE Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveisao seu pleno exercício. Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. Processo Saúde- Doença Fatores genéticos Fatores ecológicos Fatores políticos Fatores econômicos Fatores culturais Fatores educacionais Fatores ambientais Fatores psicológicos Fatores sociais O QUE É DOENÇA? • Do latim “dolentia” = dor, padecimento • Patologia = ciência que estuda as doenças • Desequilíbrio nos sistemas (físico, psíquico, social) • Ausência de saúde • Conjunto de sinais e sintomas, que definem a síndrome da doença • Impacto no indivíduo e nos que estão ao seu redor (família, amigos) BEM-ESTAR • Reflexo da saúde • Maximizar a própria saúde • Requer planejamento e compromisso • Resultado da adoção de estilo de vida • Não é igual para todas as pessoas Capacidade de realizar o melhor da sua capacidade Capacidade de se adaptar a diversas situações Relato de sensação de bem-estar Sensação de harmonia SAÚDE ≈ BEM-ESTAR Dados do setor da saúde no Brasil 2018 SAÚDE NO BRASIL – COMO NASCEM Níveis de natalidade e fecundidade em todo o país Mães: mudança na estrutura etária (após 30 anos) Mães: aumento na proporção de mães adolescentes (Norte e Nordeste) Aumento na proporção de cesarianas (Sul e Sudeste) SAÚDE NO BRASIL - MORTALIDADE BRASIL, 2014 Homens tem maior risco de morte do que as mulheres (15 aos 59 anos) Causas externas (acidentes e violência) Doenças cerebrovasculares e infarto agudo do miocárdio (IAM) foram as causas de morte mais frequentes em 2013 e na última década. SAÚDE NO BRASIL - MORTALIDADE Doenças crônicas, principalmente cardiovasculares e acidentes por transportes terrestres (causas externas). BRASIL, 2014 PRESTAÇÃO DE CUIDADOS DE SAÚDE – BRASIL E MUNDO influência Aumento do envelhecimento da população Taxa de natalidade Expectativa de vida Avanços tecnológicos PACIENTE/CLIENTE: CONSUMIDOR E CUIDADOS DE SAÚDE Paciente : do latim “sofrer” = receptores do cuidado = conotação de dependência Cliente : do latim “apoiar” = aliança = interdependência PROMOÇÃO DA SAÚDE - CONCEITO Auto-cuidado Bem-estar Estilo de vida “A arte e a ciência de assistir as pessoas a mudar seus estilos de vida no sentido de promover um estado de bem-estar mais elevado.” Importante: apenas o próprio indivíduo faz suas escolhas (processo ativo) PROMOÇÃO DA SAÚDE Objetivos: - Viver o mais saudavelmente possível - Prevenir doenças evitáveis Marco na política de saúde - Controle de custos - Redução de doenças - Redução de mortes desnecessárias PROMOÇÃO DA SAÚDE ESTRATÉGIAS Testes genéticos Programa de saúde mental Programa ambiental Educação em saúde Programa de educação alimentar PROMOÇÃO DA SAÚDE - COMPONENTES ▪ Auto-responsabilidade: controle sobre a própria vida ▪ Consciência nutricional: -Foco da publicidade -Alimentação saudável ▪ Redução e gerenciamento do estresse: - Rotinas pesadas ▪Aptidão física: - Programa de exercícios regulares Processo ativo COMPORTAMENTOS NEGATIVOS À SAÚDE • Tabagismo/uso de drogas • Dieta inadequada • Estresse • Sedentarismo • Higiene deficiente • Práticas sexuais de risco • Dirigir sob efeito de drogas PROMOÇÃO DA SAÚDE – PAPEL DO ENFERMEIRO • Promover discussão • Demonstrar ao cliente com material (sondagem, curativos, troca de bolsa de colostomia) • Panfletos, quadros, films • Interação humana • Reforço e acompanhamento • Estabelecer confiança Promover comportamentos de saúde positivos Debate Ensino grupal PROMOÇÃO DA SAÚDE E O TRABALHO • Praticamente todos os locais da comunidade • Preocupação para empregadores – absenteísmo e perda de produtividade. • Especialistas de promoção da saúde para desenvolver e implementar programas Programas internos institucionais. Ex .: Programa de controle da obesidade e emagrecimento alto custo para o plano de saúde devido às cirurgias bariátricas; Programa bem-estar – apoio psicológico aos profissionais.
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