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TRABALHO DE JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL ADI 1945 JURISDIÇÃO SOUTO 2020 format

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL DIREITO CONSTITUCIONAL
Professor: Joao Carlos Souto
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
Data:29/04/2020
Estudantes: 
João Victor Pereira de Paiva 20894996
Mauricio Barroso Jr. 21134553
Rayanne Neres 19416334
Assunto : AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 1.945
 RESUMO
O trabalho visa tratar dos fatos jurídicos a cerca da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 1.945. Inicialmente faremos uma breve explanação do que é uma ADI, sua previsão na Constituição Federal (CF) e a lei nº 9.868/99 que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal (STF), qual finalidade da ADI, quem pode propor esta ação, sua tramitação e seus efeitos no controle concentrado de constitucionalidade das leis. Posteriormente contextualizaremos o tema e analisaremos os aspectos jurídicos e o contexto histórico, social e economico que envolve a tributação dos softwares, motivo da referida ADI. 
A ADI nº 1945 foi proposta em 1999 pelo então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao STF com o questionamento a respeito da constitucionalidade de parte da Lei Estadual nº 7.098, que estabelece como tributável, com status de mercadoria, as operações com programa de computador - “software”, ainda que realizadas por transferência eletrônicas de dados “dowload, ficando estas operações sujeitas ao Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS). Desde a proposição da ação no final dos anos 90 até o pedido de vistas no último dia 23 de abril de 2020 pelo Ministro e presidente da Corte Dias Toffoli, o mercado, o judiciário e os Entes-federados foram se adaptando com arranjos, investimentos, decisões e normas infraconstitucionais e infralegais que visam amenizar e equilibrar as relações conflituosas dos interessados, mas nem sempre é eficiênte ocorrendo em determinadas localidades a incidência de ICMS e ISS sobre os softwares, causando o derretimento da viabilidade economica de parte de um setor determinante para o tempo em que vivemos conhecido como o século das cidades inteligentes. 
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): Previsão constitucional e legal, e breves considerações.
Segundo o art. 102, inciso I do texto constitucional, compete ao STF, guardião da constituição, julgar e processar originalmente um rol significativo de ações e conflitos, dentre eles, destacaremos a Ação Direta de Inconstitucionalidade objeto deste estudo. A ADI é a ação que tem por finalidade declarar que uma lei ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contraria a Constituição Federal. 
A lei ou parte dela, seja federal ou estadual, pode ter sua constitucionalidade questionada no STF desde que veja a CF. A inconstitucionalidade de norma que ocorrer em âmbito estadual, desrespeitando a Constituição do Estado federado será julgada e processada por Tribunal de |Justiça do Estado. Nosso exemplo cuida de uma Lei estadual questionada no STF por partido político. 
Já no art. 103 da CF e o art. 2º da lei nº 9.868/99 conhecemos de forma taxativa quais são as autoridades, instituições, órgão e entidades de classe e de representação sindical que podem propor uma ADI, são eles:
I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. 
A petição inicial deve conter cópia da lei ou do ato normativo que está sendo questionado. Ela deve ser fundamentada, caso contrário pode ser impugnada de imediato pelo relator. O relator deve pedir informações às autoridades de quem emanou a lei, tais como Presidente da República, Congresso Nacional, Governo Estadual ou /e Assembleia Legislativa ou Distrital para estabelecer o contraditório. Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos requerentes, o relator poderá ouvir outros órgãos ou entidades. Caso haja necessidade de esclarecimento da matéria, podem ser designados peritos para emitir pareceres sobre a questão ou chamadas pessoas com experiência e autoridade no assunto para opinar.
O Advogado-geral da União e o Procurador-Geral da República devem se manifestar nos autos. Quando houver pedido de medida cautelar, só poderá haver concessão pela maioria absoluta dos ministros que compõem o Tribunal, ou seja, por seis votos. Salvo no período de recesso, que poderá ocorrer de forma monocrática. Somente em casos de excepcional urgência, a cautelar poderá ser deferida sem que sejam ouvidas as autoridades de quem emanou a lei. Uma vez proposta à ação, não se admite desistência.
A decisão sobre a constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei somente será tomada se estiverem presentes na sessão de julgamento pelo menos oito ministros. Uma vez proclamada a constitucionalidade em uma ADC, será julgada improcedente eventual Ação Direta de Inconstitucionalidade contra a mesma lei. Do mesmo modo, uma vez proclamada a inconstitucionalidade em ADI, será improcedente a Ação Declaratória de Constitucionalidade contra a mesma norma. Contra a decisão que declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade em ADC e ADI não cabe recurso de qualquer espécie, com a exceção de embargos declaratórios. 
A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei tem eficácia genérica, válida contra todos e obrigatória. A lei também diz que se gera o efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal, que não podem contrariar a decisão. Ocorrem ainda efeitos retroativos, ou seja, quando a lei é declarada inconstitucional, perde o efeito desde o início de sua vigência.
A decisão do Supremo Tribunal Federal passa a surtir efeitos imediatamente, salvo disposição em contrário do próprio tribunal. Quando a segurança jurídica ou excepcional interesse social estiverem em jogo, o STF poderá restringir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou decidir que ela só tenha eficácia a partir do trânsito em julgado ou um outro momento a ser fixado. Essa decisão depende da aprovação de dois terços do ministros.
2. Contextualização: Constituição, tributação, competência triburária. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) e a ADI 1.945
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Segundo o ilustre advogado Saul Tourinho o século XIX foi dos impérios, o século XX das nações e o século XXI é das cidades. Dentro deste contexto é importante destacar que constituite de 88 inovou ao elevar os Municíos à condição de Ente-federado, algo único até então em qualquer outro texto constitucional no mundo, dotando-os de autonomia que trouxe efeitos e direitos sociais, políticos e econômicos. A coexistência das autonomias e distinção de competências entre os Entes-federados, onde uma não extropola a do outro, é determinante para o equilibro do federalismo nacional.
O princípio da autonomia municipal esta previsto basicamente nos arts. 29 e 30 da Carta Magna. Segundo Antônio Roque Carrazza:
			 “Em suma, o Munícipio no Brasíl é entidade autônoma. Pessoa política, legisla para si, de acordo com as competências que a Carta Magna lhe deu. Nenhuma lei que não a emanada de sua Câmara tem possibilidade jurídica de ocupar-se com assuntos de interesse local.” (CARRAZZA, 2008, P.179)   
A delimitação das competências da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal é reclamo impostergável dos príncipios federativo e da autônomia municipal e distrital, que o ordenamento jurídico consagrou. Os limites de toda competência estão distribuidos na Lei Maior de forma cuidadosa, exaustivamente bem traçadas, de tal sorteque não pode haver, em seu exercício, quaisquer atropelos, conflitos ou desarmonias. Se, porém, vierem a surgir, pela má inteligência da Carta Magna, ela própriaoferece remédios jurídicos para afasta-los.
Conceitualmente a competência tributária é a aptidão para criar, in abstracto, tributos. No Brasil, por injunção do principios da legalidade, os tributos são criados, in abstracto, por meio de lei (art.150, da CF), que deve descrever elementos essenciais da norma jurídica tributária. O que significa dizer que a competência tributária é a faculdade potencial que a Constituição confere a determinadas pessoas jurídicas de direito público interno para que por meio de lei, tributem. E quem pode tributar também pode aumentar o tributo, minira-lo, parcelar seu pagamento, isenta-lo, no todo ou em parte, anistia-lo. 
 Feitas essas considerações a respeito da autonomia e competência tributária, cabe destacar que o constituinte buscou separar em artigos distintos, não por acaso, as competências tributárias dos Estados no art. 155 e os Municípios no art. 156, da CF de forma que em hipotese alguma pudessem se confundir. No inciso II, do art. 155 foi prevista a competencia de si instituir impostos sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior e no inciso III, do art. 156 esta estabelecido a competencia tributária sobre serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. A Lei Complementar 116/2003, que dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem a seguinte previsão, na lista tributável pelo ISS (subitem 1.05), “a incidência do imposto no licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação”.
O objeto do nosso estudo é analisar a ADI que trata da edição de Lei estadual do Mato Grosso (MT) dando aos softwares status de mercadoria que a partir de então, usurpando os softwares para sua compêtecia tributária causando ao setor produtivo uma anomalia jurídica fiscal sem precedentes, onde estabele que um mesmo item tem previsão legal de ser tributado tanto como serviço como mercadoria ocasionando o derretimento da viabilidade economica do negócio.
3. Ação Direta de Inconstitucionalidade 1945(ADI): Fatos jurídicos no tempo. 
A ADI nº 1945 foi proposta em 1999 pelo então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ao STF com o questionamento a respeito da constitucionalidade de parte da Lei Estadual nº 7.098, que estabelece como tributável, com status de mercadoria, as operações com programa de computador - “software”, ainda que realizadas por transferência eletrônicas de dados “dowload, ficando estas operações sujeitas ao Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS). Desde a proposição da ação no final dos anos 90 até o pedido de vistas no último dia 23 de abril de 2020 pelo Ministro e presidente da Corte Dias Toffoli, o mercado, o judiciário e os Entes-federados foram se adaptando com arranjos, investimentos, decisões e normas infraconstitucionais e infralegais que visam amenizar e equilibrar as relações conflituosas dos interessados.
Em relação aos fatos jurídicos mais relevantes que envolvem a ADI 1945, são: 
	
I. 21/01/1999 : Registro da petição inicial com a proposição da Ação Direta de Inconstitucionalidade 1945 com destaque a legitimidade do PMDB, partido político com representação no Congresso Nacional, sendo parte legitima conforme o inciso VII do art. 103 da CF e finalidade de se se estabelecer inconstitucional a Lei nº 7.098/98 que consolida normas relativas ao ICMS no Estado de Mato Grosso dentre algumas razões o fato de exigir necessidade de previsão em lei complementar.
 
II. 02/03/1999: O Estado do Mato Grosso presta informações em petição onde dentre diversas alegações trouxe que questionava a competência do STF para tratar da matéria, afinal, segundo a visão do Estado, seria o Tribunal de Justiça compete para processar e julgar ação direta contra lei contrastante com a norma da Constituição local, mesmo quando essa venha esta consubstanciar mera reprodução da Carta Federal.
III. 05/03/1999: A Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) presta informações em petição onde dentre algumas alegações trouxe a visão errônia e misturada do que se trata de fato o software e de como é sua forma de comercialização. Segundo a ALMT “...já cabem ao Estado – transportes e comunicação, que no caso da Lei nº 7.098/98 refere-se ao programa de computador e a transferência eletrônica, o que é perfeitamente correto e aceitavel, não havendo portanto nenhuma invasão de competência e bitributação.” Obviamente que farmos juízo de tamanha aberrção em pleno 2020 não seria intelectualmente justo, entretanto é notória a confusão entre um serviço de comunicação e transmissão para ele propriamente dito.
IV. 19/04/1999: O STF decidiu por votação unânime, rejeitou a preliminar de incompetência do STF, suscitada nas informações prestadas pelo Governador do Estado, prosseguindo no julgamento, o tribunal, também por votação unânime, indeferiu o pedido de suspensão cautelar de eficácia integral da lei estadual n. 7.098, de 30/12/1998, quanto à alegação de que seria exigível lei complementar para o tratamento normativo da matéria. também , por unanimidade, o tribunal indeferiu o pedido de medida cautelar relativamente aos §§ 2º e 3º do art. 2º; ao § 3º do art 3º; e à cláusula final "fora do território mato-grossense" inscrita no § 2º do art. 16, todos da lei estadual n. 7.098/98. o tribunal, ainda por unanimidade, defeeriu o pedido de medida cautelar, para suspender a eficácia da expressão "observados os demais critérios determinados pelo regulamento", constante do § 4º do art. 13. Ao final é feito o pedido de vistas pelo Ministro Nelson Jobim.
V. 26/05/2010: O STF, por maioria, indeferiu a liminar, contra os votos dos Senhores Ministros Octavio Gallotti (Relator), Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello, votou também o Presidente, Ministro Cezar Peluso. O mais curioso deste indeferimento de liminar são as razões sustentadas pelos Ministros para tal. Segundo o Ministro Gilmar Mendes existiria um enorme esvaziamento da base de calculo de incidência dos impostos, por seguinte o Ministro Peluso admite se é possível comprar um software em uma pratileira por meio de disquete ou CD, seria a mesma coisa se tivesse acesso via dowload e ambos são uma atividade mercantil e por fim o eminente Ministro Ayres Britto citando uma eventual circulação de mercadorias virtual, que seriam os softwares bens intangiveis assemelhados a coisas, desconsiderando a real natureza do software que é uma prestação de serviço intelectual sistematizada e consolidada em dados digitais. Não é razoavél imaginar que ao fazer a assinatura da Netflix estariamos comprando seus filmes. 
VI. 13/08/2010: A Procuradoria Geral Do Distrito Federal faz um pedido de admissão no feito, do Distrito Federal, pessoa jurídica de direito público, na qualidade de amicus curia, pleiteando estabelecer uma nova fonte de receita para o bem da população. Esse pedido ocorre quando do auge do escando de corrupção no DF onde tivemos o Governador e Vice-Governador afastados por envolvimento em esquemas de corrupção e na sede do Buriti estava o Governador interino Rogério Rosso. Interesses economicos evidentes em detrimento da discussão da essência da matéria. Importante destacar que neste feito são dezenas de instituições e Governos que compõe o rol de amicus curia.
VII. 11/03/2020: A EMPRESA BRASILEIRA DE EMPRESAS DE SOFTWARE - ABES, amica curiae , neste requereu a retirada de pauta desta ADI 1945, pautada inicialmente para o dia 17/4, para que, segundo eles, “esse importante precedente sobre a tributação dos softwares” fosse realizado em conjunto não apenas com a ADI 5659 (Min. Dias Toffoli) e o RE 688.223 (Tema 590, Min. Luiz Fux), mas, também, com a ADI 5576, derelatoria do Min. Roberto Barroso e, especialmente, com a ADI 5958, ajuizada pela Brasscom. Deste requerimento não podemos de considerar dois aspectos, inicialemente o fato do Brasil já se encontrar alvo da pandemia do coronavírus e todas as sessões de julgamento do plenário do Supremo a partir daquele dia 17/4 serem em meio digital, uma experiência, que segundo eles fazia deste feito uma cobaia e o segundo fato é a perda do poder de uso daa sustentação oral.
VIII. 02/04/2020: A Ministra Carmen Lúcia determina a inclusão do feito na pauta de julgamento virtual do Plenário do Supremo Tribunal Federal, agendado para iniciar em 17/4/2020.
IX. 14/04/2020: A Ministra Carmen Lúcia indefere o requerimento alegando ausencia de prejuizo e nega a retirada de pauta do ambiente virtual. 
X. 17/04/2020 : Inicio do julgamento virtual. 
XI. 27/04/2020: Após os votos dos Ministros Cármen Lúcia (Relatora) e Edson Fachin, que julgavam parcialmente prejudicada a ação direta quanto ao § 3º do art. 3º da Lei mato-grossense n. 7.098/1998 e, na parte remanescente, improcedente o pedido. Pediu vista dos autos o Ministro Dias Toffoli (Presidente).
4. Conclusão 
Como é possivel se estabelecer um ambiente jurídico e economico seguro para o desenvolvimento das cidades do modelo do século passado para o modelo das cidades inteligentes e sustentavéis? Provávelmente sejam muitas as maneiras de se pensar este desenvolvimento, mas nenhum sem o uso da tecnologia e usurpando competência tributária e autonomia fiscal e financeira dos municípios. Procuramos fazer inicialmente na parte teorica sobre ADI, aquela dada ainda em ambiente de sala de aula e complementada em ambiente virtual. Posteriormente associamos esse conheciento ao conhecimento do Direito Tributário, visando fundamentar e apontar da sua previsão constitucional e infraconstitucional para finalizarmos com fatos jurídicos relevantes que ocorretam no feito para demonstrar aquilo visto em sala de aula em uma ADI real com julgamento em curso no STF.
O setor de tecnologia é feito por uma lógica global que o reconhece como sendo formado por duas partes: os hardwares e os softwares. Os primeiros, físicos, tangíveis, que mudam de titularidade, mercadorias propriamente ditas. Já os softwares, são a formatação das ideias, a força dos dados, a parcela fluida que não muda de titularidade, mas propicia experiências que ganham novas utilidades, um serviço. A divisão cai como uma luva no constitucionalismo brasileiro, que entrega a competência tributária dos hardwares para os Estados, com o ICMS, e dos softwares aos municípios, pelo ISS. Este, expressamente regido pela LC 116, que tem itens próprios destinados aos programas de computadores. Uma justa divisão. Quando as águas sobem, todos os barcos se elevam. . Apenas a incidência do ISS é compatível com a Constituição. A do ICMS, não. Os municípios e a sua autonomia financeira são uma ideia cujo tempo chegou. Por cidades inteligentes, a essência do que esta sendo julgado deve prevalecer. 
5. Referências bibliograficas 
Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 24. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008.
MACEDO, Alberto. Licenciamento de software ISS vs ICMS – crítica ao parecer da PGR. 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-fev-01/alberto-macedo-licenciamento-software-iss-vs-icms. Acesso em: 01 fev. 2020.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL
 
Professor
: 
J
oao
 
Carlos Souto
 
 
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
 
Data:
29
/
04
/
2020
 
 
Estudantes: 
 
João Vi
ctor Pereira de Paiva 20894996
 
Mauricio Barroso Jr. 
21134553
 
Rayanne 
 
Neres 19416334
 
 
Assunto
 
: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE Nº 1.945
 
 
 
 
RESUMO
 
 
O trabalho visa tratar 
dos
 
fatos jurídicos
 
a cerca da Ação Direta de Inconstitucionalidade
 
(ADI) 
nº 1.945. 
Inici
almente faremos uma breve explanação do que é uma ADI
,
 
sua previsão na 
Constituição Federal (CF)
 
e a lei nº 9.868/99
 
que d
ispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Supremo Tribunal Federal
 
(STF)
,
 
qual 
finalidade
 
da ADI
, quem pode propor esta ação, sua 
tramitação e seus efeitos no controle concentrado de constitucionalidade das leis. Posteriormente
 
contextualizaremos o tema e
 
analisaremos 
os 
aspectos jurídicos e o contexto 
histórico, 
social e economico 
que envolve
 
a
 
tributação dos 
softwares
, motivo da referida ADI. 
 
 
A ADI nº 1945 
foi proposta
 
em 1999 
pelo então Partido do Movimento Democrático Brasileiro
 
(PMDB),
 
ao
 
STF
 
com 
o questionamento a respeito da constitucionalidade
 
de parte
 
da Lei 
Estadual 
n
º 7.
098
, que 
estabelece 
como tributável
,
 
com 
status
 
de 
mercadoria
,
 
as operações com programa de computado
r 
-
 
“software”,
 
ainda que realizadas por transferência eletrônicas de dados
 
“dowload
, ficando estas operações 
sujeitas ao Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS
). 
Desde 
a proposição da ação
 
no final dos anos 
90 até o pedido de vistas no último dia 23 de abril de 2020
 
pelo Ministro e presidente da Corte Dias 
Toffoli,
 
o mercado, o judiciário e os Entes
-
federados foram se adaptando com arranjos, investimentos, 
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ões e normas infraconstitucionais e infralegais que visam amenizar e equilibrar as relações 
conflituosas
 
dos interessados
, mas nem sempre 
é
 
eficiênte ocorrendo em determinadas localidades a
 
incidência de ICMS e ISS sobre o
s
 
software
s
, causando o derretimento da viabilidade economica 
de
 
parte 
de
 
um setor determinante para o tempo em que vivemos
 
conhecido como
 
o século das cidades inteligentes
. 
 
 
1.
 
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): Previsão constitucional e legal
, 
e breves con
siderações.
 
 
Segundo o art. 102
, inciso I
 
do texto constitucional
, compete ao STF, guardião da constituição, julgar e 
processar originalmente um rol 
significativo de ações e conflitos, 
dentre ele
s, destacaremos a Ação Direta 
de Inconstitucionalidade objeto
 
deste estudo
. 
A ADI 
é a ação que tem por finalidade declarar que uma lei 
ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contraria a Constituição Federal
.
 
 
 
A lei ou parte dela, seja federal ou estadual, 
pode ter sua constitucionalidade questionada no STF 
desde 
que veja a CF. A inconstitucionalidade de norma que ocorrer em
 
âmbito estadual, desrespeitando a 
Constituição do Estado federado será julgada e processada por Tribunal de |Justiça do Estado.
 
Nosso 
exemplo cuida de uma Lei estadual 
questionada no STF 
por partido político. 
 
 
Já no art. 103 da CF e o art. 2º da lei nº
 
9.868/99 conhecemos de forma taxativa quais são as autoridades, 
instituições, órgão
 
e entidades
 
de classe e 
de representação sindical que podem propor uma ADI, são eles:
 
 
I 
-
 
o Presidente 
da República;
 
II 
-
 
a Mesa do Senado Federal;
 
III 
-
 
a Mesa da Câmara dos Deputados;
 
IV 
-
 
a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
 
V 
-
 
o Governador 
de Estado ou o Governador do Distrito Federal;
 
VI 
-
 
o Procurador
-
Geral da República;
 
VII 
-
 
o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VIII 
-
 
partido político com representação no Congresso 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO DISTRITO FEDERAL 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Professor: Joao Carlos Souto 
 
JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
Data:29/04/2020 
 
Estudantes: 
João Victor Pereira de Paiva 20894996 
Mauricio Barroso Jr. 21134553 
Rayanne Neres 19416334 
 
Assunto : AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADENº 1.945 
 
 
 RESUMO 
 
O trabalho visa tratar dos fatos jurídicos a cerca da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 1.945. 
Inicialmente faremos uma breve explanação do que é uma ADI, sua previsão na Constituição Federal (CF) 
e a lei nº 9.868/99 que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade 
perante o Supremo Tribunal Federal (STF), qual finalidade da ADI, quem pode propor esta ação, sua 
tramitação e seus efeitos no controle concentrado de constitucionalidade das leis. Posteriormente 
contextualizaremos o tema e analisaremos os aspectos jurídicos e o contexto histórico, social e economico 
que envolve a tributação dos softwares, motivo da referida ADI. 
 
A ADI nº 1945 foi proposta em 1999 pelo então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), 
ao STF com o questionamento a respeito da constitucionalidade de parte da Lei Estadual nº 7.098, que 
estabelece como tributável, com status de mercadoria, as operações com programa de computador - 
“software”, ainda que realizadas por transferência eletrônicas de dados “dowload, ficando estas operações 
sujeitas ao Imposto de Circulação de Mercadorias (ICMS). Desde a proposição da ação no final dos anos 
90 até o pedido de vistas no último dia 23 de abril de 2020 pelo Ministro e presidente da Corte Dias 
Toffoli, o mercado, o judiciário e os Entes-federados foram se adaptando com arranjos, investimentos, 
decisões e normas infraconstitucionais e infralegais que visam amenizar e equilibrar as relações 
conflituosas dos interessados, mas nem sempre é eficiênte ocorrendo em determinadas localidades a 
incidência de ICMS e ISS sobre os softwares, causando o derretimento da viabilidade economica de parte 
de um setor determinante para o tempo em que vivemos conhecido como o século das cidades inteligentes. 
 
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI): Previsão constitucional e legal, e breves considerações. 
 
Segundo o art. 102, inciso I do texto constitucional, compete ao STF, guardião da constituição, julgar e 
processar originalmente um rol significativo de ações e conflitos, dentre eles, destacaremos a Ação Direta 
de Inconstitucionalidade objeto deste estudo. A ADI é a ação que tem por finalidade declarar que uma lei 
ou parte dela é inconstitucional, ou seja, contraria a Constituição Federal. 
 
A lei ou parte dela, seja federal ou estadual, pode ter sua constitucionalidade questionada no STF desde 
que veja a CF. A inconstitucionalidade de norma que ocorrer em âmbito estadual, desrespeitando a 
Constituição do Estado federado será julgada e processada por Tribunal de |Justiça do Estado. Nosso 
exemplo cuida de uma Lei estadual questionada no STF por partido político. 
 
Já no art. 103 da CF e o art. 2º da lei nº 9.868/99 conhecemos de forma taxativa quais são as autoridades, 
instituições, órgão e entidades de classe e de representação sindical que podem propor uma ADI, são eles: 
 
I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - 
a Mesa de Assembléia Legislativa ou a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador 
de Estado ou o Governador do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;VIII - partido político com representação no Congresso

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