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AUXÍLIO - ACIDENTE 800 MIL ACIDENTES – Em torno de um acidente por minuto 1. DISPOSITIVOS LEGAIS: EC 103 Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. § 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos: I - do inciso II do § 6º do art. 4º, do § 4º do art. 15, do § 3º do art. 16 e do § 2º do art. 18; II - do § 4º do art. 10, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º e no § 4º deste artigo; III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º deste artigo; e IV - do § 2º do art. 19 e do § 2º do art. 21, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo. § 3º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º: I - no caso do inciso II do § 2º do art. 20; II - no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho. Lei 8213 - Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, conforme situações discriminadas no regulamento. Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. § 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. (Revogado pela Medida Provisória nº 905, de 2019) § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências do anterior. Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia, conforme situações discriminadas no regulamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) § 1º O auxílio-acidente, mensal e vitalício, corresponderá, respectivamente às situações previstas nos incisos I, II e III deste artigo, a 30% (trinta por cento), 40% (quarenta por cento) ou 60% (sessenta por cento) do salário-de-contribuição do segurado vigente no dia do acidente, não podendo ser inferior a esse percentual do seu salário-de-benefício. § 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do benefício de aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito e será devido somente enquanto persistirem as condições de que trata o caput. (Redação dada pela Medida Provisória nº 905, de 2019) § 1º-A. Na hipótese de manutenção das condições que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o auxílio será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado. § 2º O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, vedada sua acumulação com qualquer aposentadoria. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. § 3º O recebimento de salário ou concessão de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado o disposto no § 5º, não prejudicará a continuidade do recebimento do auxílio-acidente. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 4º A perda da audição, em qualquer grau, somente proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. (Restabelecido com nova redação pela Lei nº 9.528, de 1997) pela Lei nº 9.032, de 1995) § 6º As sequelas a que se refere o caputserão especificadas em lista elaborada e atualizada a cada três anos pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, de acordo com critérios técnicos e científicos. (Incluído pela Medida Provisória nº 905, de 2019) 1.1 Cálculo – Emenda Constitucional de nº 103: Cálculo Antes de Emenda 13/12 JAMARA TRABALHO 17 ANOS Antes de 13 de novembro A partir de 13 de novembro de 2019 Média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição e aplicação do fator previdenciário (nos benefícios aplicáveis) – desde julho de 1994. Imagine que a média fosse de R$4.400,00 então a pessoa receberia como auxilio-acidente 50% de tal média, o valor seria R$2200,00. Média aritmética simples dos 100% de todos salários de contribuição e aplicação do fator previdenciário (nos benefícios aplicáveis) – desde julho de 1994. Imagine que o Valor calculado fosse de R$2000,00 o calculo deveria ser 60% mais dois por cento por cada ano o que daria 64% de 4000,00, ou seja R$2560,00. Só depois que o auxílio acidente será calculado que será metade desse valor, Jamara receberia então R$1280,00. 2 . Conceito legal: “acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”– art. 19 da Lei n. 8.213/1991, com a redação conferida pela LC n. 150/2015. “pelo segurado a serviço da empresa ou de empregador doméstico”, ou pelo segurado especial. Com a promulgação da EC n. 72, de 2013, impunha-se a alteração do conceito legal, para a inclusão dos domésticos. Sobreveio, então, a LC n. 150/2015, com vigência a partir de sua publicação – 1º de junho de 2015. Surge, todavia, daí um debate importante – a partir de quando os domésticos têm proteção acidentária: se apenas a partir de 1.6.2015, ou se desde a promulgação da EC n. 72, ante a autoaplicabilidade da norma prevendo um direito fundamental. Entendemos que a demora na produção da lei não pode subtrair dos segurados a proteção – até porque os benefícios acidentários e toda a disciplina concernente a eles já existe em relação aos demais segurados, bastando que se fizesse a interpretação do texto do art. 19 da Lei n. 8.213/1991 em conformidade com a nova ordem constitucional erigida pós EC n. 72, desconsiderando-se o discrímen antes existente – aliás, nada razoável, pois os empregados domésticos sempre foram vítimas de acidentes durante a atividade laborativa, sendo deveras injusta a ausência de proteção acidentária, especialmente, em termos práticos, pela ausência de concessão de auxílio-acidente a estes, quando vítimas de acidentes com sequelas. Os médicos-residentes, apesar de enquadrados como contribuintes individuais, tinham direito à proteção acidentária na forma da Lei n. 8.138/1990, que conferiu nova redação ao art. 4º da Lei n. 6.932/1981. Todavia, a Medida Provisória n. 536/2011 (convertida na Lei n. 12.514/2011) alterou novamente o artigo em questão, suprimindo a previsão de proteção acidentária ao médico-residente. Assim, a concessão de benefícios acidentários a pessoas enquadradas nessa atividade se limita a 24.6.2011, data da publicação da referida MP. Acidente in itinere, ou de trajeto de deslocamento entre sua residência e o local de trabalho, e vice-versa. Conforme a melhor jurisprudência, não há que se exigir, para a caracterização do acidente de trajeto, ter o segurado percorrido o “caminho mais curto” entre a sua residência e o local de trabalho. Assim, “ligeiro desvio no percurso, quando o obreiro entra em um estabelecimento comercial para aquisição de um bem, não rompe o nexo entre o acidente e o retorno do trabalho para casa” (RT 619:139). Para descaracterizar o acidente de percurso, o desvio de rota deve ser relevante, como no caso em que o trabalhador “passou horas bebendo com amigos (RT 588:149) ou quando foge do percurso usual (RT 589:168)”. 8 A MP n. 905, de 11.11.2019, revoga a alínea “d” do inciso IV do caput do art. 21 da Lei n. 8.213/91, que retira do acidente de trajeto o caráter de situação equiparada a acidente típico. Com isso, os acidentes in itinere sofridos desde 12.11.2019 não vêm sendo reconhecidos pelo INSS como geradores de direito a benefícios acidentários, mas apenas ao auxílio-doença e à aposentadoria por invalidez previdenciários, com enorme retrocesso social, caso venha a ser transformada a MP em lei 3 . Natureza: Benefício de caráter indenizatório Benefícios não programados - cobre eventos não planejados e os riscos sociais, que podem ser de causas diversas ou decorrentes de acidente do trabalho, tais como, o auxílio-doença, a aposentadoria por invalidez, o auxílio-acidente, a pensão por morte, o auxílio-reclusão e até o salário maternidade. 4. Origem mudanças: Exceto o Cálculo do valor que está na EC 103 Medida provisória – 905 que ainda não foi convertida em Lei 5. Alterações: Impacto maior ao cálculo; Categorização de sequelas aptas a ser consideradas aptas (artigo 86 e 6º da Lei 8213), rol taxativo. Crítica – contradiz artigo 86..... In itinere Possibilidade de cancelamento reversão 6. Requisitos: Redução da capacidade parcial de forma permanente. Não tem grau mínimo: a sequela – basta a redução da capacidade laboral. Qualidade de segurado Acidente - Exige-se, para concessão do auxílio-acidente, a existência de lesão, decorrente de acidente do trabalho, que implique redução da capacidade para o labor habitualmente exercido. Nexo de Causalidade Nexo de Causalidade: Vínculo fático que liga o efeito (incapacidade para o trabalho ou morte) à causa (acidente de trabalho ou doença ocupacional). Necessária uma análise técnica de médico do INSS, que faz a investigação do nexo de causalidade entre a lesão, perturbação ou morte e o acidente ou doença. Machuca Joelho no futebol e descobre problema de coração? / CONCAUSA: quando a apesar de não ser a única fonte contribuiu, de forma direta, para redução ou perda de sua capacidade laborativa, vide o inciso I do art. 21 da Lei n. 8.213/1991. A causa propriamente dita, a causa originária, a causa traumática, como dizem os peritos, gera determinados efeitos, mas não são, por sua vez, resultantes da causa traumática. São concorrentes e, não, decorrentes. (Russomano) Ex: Imagine pessoa que tinha doença problema da perna. Ficou vinte anos trabalhando em pé, trocador. Agravamento na hipótese, é concausa. As concausas podem ser anteriores (doença anterior), simultâneas (infarto - assalto) ou posteriores ao acidente (infecção hospitalar) é irrelevante para reconhecer o acidente de trabalho o momento da 7. Acúmulo: Sim. 8. Elemento Subjetivo (beneficiário): Trabalhadores urbanos, trabalhadores rurais, trabalhadores avulsos/Empregado Doméstico/Segurado Especial Excluídos: contribuinte individual/segurado facultativo 9. Elemento Objetivo: Ocorrência de lesão corporal ou perturbação funcional que a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Lesão corporal:integridade física do indivíduo, causando um dano físico-anatômico, enquanto a perturbação funcional é a que, sem aparentar lesão física, apresenta dano fisiológico ou psíquico, relacionado com órgãos ou funções específicas do organismo humano. 10. Requisitos: concausa. 11. Análise de conduta do Empregado: Não há que se analisar a conduta do empregado (segurado) - teoria do risco social, segundo a qual a sociedade arca com o ônus do segurado incapacitado, independentemente de quem tenha causada a situação acidentária. Responsabilidade do empregador deve ser reduzida pela metade das despesas previdenciárias decorrentes do acidente de trabalho.“DIREITO ADMINISTRATIVO. AÇÃO REGRESSIVA DO INSS CONTRA O EMPREGADOR DO TRABALHADOR ACIDENTADO. LEI 8.213/91, ART. 120. CULPA CONCORRENTE DA VÍTIMA. Configurada a culpa concorrente do trabalhador vítima do acidente do trabalho e da empresa empregadora, esta não responde integralmente pelos custos da cobertura acidentária assumida pelo INSS, mas apenas na medida de sua responsabilidade, devendo arcar com a metade das despesas, se inexistirem elementos nos autos que apontem para a necessidade de se estabelecer outra quantificação. Julgamento realizado pela Turma ampliada, conforme art. 942 do CPC.” (TRF/4, AC 5050067-27.2013.4.04.7000/PR, 4ª Turma, Rel. p/ Acórdão Des. Fed. Cândido A. Silva Leal Júnior, julg. em 12.9.2017). 12. Direito de Regresso: Previdência Social pode propor ação regressiva contra os responsáveis nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho indicadas para a proteção individual e coletiva (art. 120, I, da LBPS). STJ reconhece que o INSS poderá cobrar os valores do benefício de pensão por morte pagos aos dependentes da mulher assassinada (REsp 1.431.150/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julg. em 23.8.2016, DJe 2.2.2017). A Lei n. 13.846/2019, acabou incluída na LBPS (art. 120, II) a possibilidade de ação regressiva por violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. 13. Trabalhador não registrado: Dano in re ipsa. Após o indeferimento do INSS: “Na hipótese em que o empregado, por culpa exclusiva de seu empregador, fica impossibilitado de receber o benefício previdenciário do auxílio-doença, por culpa exclusiva do empregador que cadastrou PIS diverso daquele da trabalhadora junto à Caixa Econômica Federal, o dano não precisa sequer ser provado, pois trata-se de dano in re ipsa, ou seja, é aquele que a presunção da sua ocorrência é bastante, em situação na qual há suficiente indício de que haja ocorrido, em razão de ser consequência necessária e inevitável da conduta praticada, bastando tão somente a comprovação do fato.” (TRT 1ª Região, RO 000000680.2011.5.01.0062, Rel. Des. Evandro V. Lopes, 5ª Turma, publ. 2.9.2014) 14. Vantagens: Benefício permanente Soma com o salário de contribuição 15 Contagem para efeito de tempo de contribuição: É computado para efeito de tempo de contribuição, mesmo quando não intercalado com períodos de atividade, conforme normatização contida no art. 60, IX, do Decreto n. 3.048/1999: Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contribuição, entre outros: (...) IX – o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por acidente do trabalho, intercalado ou não. TNU: “O tempo de gozo de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente do trabalho deve ser computado para fins de tempo de contribuição e carência, quando intercalado com períodos de contribuição, independentemente do número de contribuições vertido e o título a que realizadas” (PUIL n. 0000805-67.2015.4.03.6317/SP, Sessão de 25.4.2019). TNU – Súmula n. 73: “O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social”. TRF/4ª Região – Súmula n. 102: “É possível o cômputo do interregno em que o segurado esteve usufruindo benefício por incapacidade (auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez) para fins de carência, desde que intercalado com períodos contributivos ou de efetivo trabalho”. Agravo regimental no recurso extraordinário. Previdenciário. Aposentadoria por invalidez. Cômputo do tempo de gozo de auxílio-doença para fins de carência. Possibilidade. Precedentes. 1. O Supremo Tribunal Federal decidiu, nos autos do RE nº 583.834/PR-RG, com repercussão geral reconhecida, que devem ser computados, para fins de concessão de aposentadoria por invalidez, os períodos em que o segurado tenha usufruído do benefício de auxílio-doença, desde que intercalados com atividade laborativa. 2. A Suprema Corte vem se pronunciando no sentido de que o referido entendimento se aplica, inclusive, para fins de cômputo da carência, e não apenas para cálculo do tempo de contribuição. Precedentes: ARE 802.877/RS, Min. Teori Zavascki, DJe de 1.4.14; ARE 771.133/RS, Min. Luiz Fux, DJe de 21.2.2014; ARE 824.328/SC, Min. Gilmar Mendes, DJe de 8.8.14; e ARE 822.483/RS, Min. Cármem Lúcia, DJe de 8.8.14. 3. Agravo regimental não provido. (STF – RE: 771577 SC, Relator: Min. Dias Tof oli, j. 19.8.2014, 1ª Turma, DJe 213 publ. 30.10.2014). 16. Responsabilidade da Empresa na comunicação (CAT): Deve o empregador comunicar acidente do trabalho ou situação a ela equiparada, bem como doenças ocupacionais diagnosticadas ao INSS até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência estará sujeita à multa. A CAT ao INSS é feita por formulário próprio, e constitui obrigação da empresa e do empregador doméstico, no prazo até o primeiro dia útil após a ocorrência, e, em caso de falecimento, de imediato, à autoridade policial competente, sob pena de multa variável entre os limites mínimo e máximo do salário de contribuição, a ser aplicada pela fiscalização do INSS – art. 22 da Lei n. 8.213/1991 e art. 286 do Decreto n. 3.048/1999. Ausência da CAT QUEM PODE FAZER A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE: O segurado, seus dependentes, o sindicato da categoria, medico que cuidou, qualquer autoridade pública. Não há prazo. A falta de emissão da CAT não constitui óbice para o reconhecimento da natureza acidentária da incapacidade, vide por exemplo, (TST, RR - 80600- 85.2006.5.02.0464, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 8.9.2017). Valor da multa: varia entre os limites mínimo e máximo do salário de contribuição, por acidente que tenha deixado de comunicar nesse prazo. A A multa acima terá elevado em duas vezes o seu valor a cada reincidência, e será aplicada, no seu grau mínimo, na ocorrência da primeira comunicação feita fora do prazo estabelecido no art. 22 da Lei n. 8.213/1991, ou não comunicada, atentando-se para as eventuais circunstâncias agravantes, ver artigos 283 a 290 do Decreto n. 3.048/1999 Circuntâncias agravantes: Há uma gradação para a multa e são circunstâncias agravantes da infraçãor: tentativa suborno; atuação com dolo ou fraude ou má-fé; desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização; obstar a ação da fiscalização; incorrido em reincidência. Reincidência: é a prática de nova infração a dispositivo da legislação por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, dentro de cinco anos da data em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação anterior 17. Doenças Ocupacionais: Decorrem em razão da atividade laborativa desempenhada pelo segurado. Resultam de constante exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, ou mesmo do uso inadequado dos novos recursos tecnológicos, como os da informática. Podem ser: Doença profissional aquela decorrente de situações comuns aos integrantes de determinada categoria de trabalhadores, relacionada como tal no Decreto n. 3.048/1999, Anexo II, ou, caso comprovado o nexo causal entre a doença e a lesão, aquela que seja reconhecida pela Previdência, independentemente de constar na relação. São também chamadas de idiopatias, tecnopatias ou ergopatias. São comuns aos profissionais de certa atividade, como, por exemplo, a pneumoconiose, entre os mineiros. Doença do trabalho aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, estando elencada no referido Anexo II do Decreto n.3.048/1999, ou reconhecida pela Previdência. É o caso, verbi gratia, de um empregado de casa noturna cujo “som ambiente” supere os limites de tolerância; a atividade profissional que desempenha não geraria nenhuma doença ou perturbação funcional auditiva, porém, pelas condições em que exerce o seu trabalho, está sujeito ao agente nocivo à sua saúde – ruído excessivo. Também é o exemplo dos “Distúrbios do Sistema Osteomuscular Relacionados ao Trabalho” – DORT, dos quais as lesões por esforços repetitivos são o principal evento; são casos em que as condições inadequadas, sob o prisma da ergonomia, desenvolvem os problemas típicos. A prevenção, no caso, deve ser baseada na limitação do tempo de exposição (duração da jornada e concessão de pausas regulares), na alteração do processo e organização do trabalho (evitando excessos de demanda) e na adequação de máquinas, mobília, equipamentos e ferramental do trabalho às características ergonômicas dos trabalhadores. São as chamadas mesopatias. In dubio pro misero - 18. CESSAÇÃO: O auxílio-acidente deixou de ser vitalício. Recebe o auxílio-doença até a concessão de aposentadoria – § 1º do art. 86 da Lei do RGPS. Obs: A MP n. 905/2019 alterou novamente a LBPS para estabelecer que, somente na hipótese de manutenção das condições que ensejaram o reconhecimento do auxílio-acidente, o auxílio será devido até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado. Somente enquanto persistirem as sequelas – rever as condições. Não há cessação do auxílio-acidente em vritude do recebimento e nem mesmo pela condição de desemprego. No caso de novo auxílio-doença, ocasionado por outra enfermidade que não a causadora da sequela que deu origem ao auxílio-acidente, o segurado receberá os dois benefícios (auxílio-acidente e auxílio-doença) cumulativamente. Quando o segurado em gozo de auxílio-acidente fizer jus a um novo auxílioacidente, em decorrência de outro acidente ou de doença, serão comparadas as rendas mensais dos dois benefícios e mantido o benefício mais vantajoso. BENEFÍCIO AUXÍLIO ACIDENTE - Códigos da Espécie (INSS): B-36 (previdenciário) ou B-94 (acidentário) EVENTO GERADOR Segurado que sofre acidente e fica com sequelas que reduzem sua capacidade de trabalho. REQUISITOS 1) qualidade de segurado; 2) a superveniência de acidente de qualquer natureza; 3) a redução parcial e definitiva da capacidade para o trabalho habitual (sequela); 4) o nexo causal entre o acidente a redução da capacidade. BENEFICIÁRIOS Segurados empregados, inclusive o doméstico, trabalhadores avulsos e segurados especiais. CARÊNCIA NÃO há ACÚMULO Pode ser acumulado com outros benefícios pagos pela Previdência Social exceto aposentadoria. Súmula n. 507 do STJ: “A acumulação de auxílio-acidente com aposentadoria pressupõe que a lesão incapacitante e a aposentadoria sejam anteriores a 11/11/97, observado o critério do artigo 23 da Lei 8.213/91 para definição do momento da lesão nos casos de doença profissional ou do trabalho” INTERRUPÇÃO DO BENEFÍCIO O auxílio-acidente será suspenso quando da concessão ou da reabertura do auxílio-doença, em razão do mesmo acidente ou de doença que lhe tenha dado origem, sendo restabelecido quando da cessação do auxílio-doença. SALÁRIO-BENEFÍCIO Para os segurados inscritos na Previdência Social a partir de 29.11.1999 (Lei n. 9.876, de 1999), o salário de benefício consistia: na média aritmética simples dos maiores salários de contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, corrigidos mês a mês; Para o segurado filiado à Previdência Social até 28.11.1999, o salário de benefício consistia: na média aritmética simples dos 80% maiores salários de contribuição, corrigidos mês a mês, de todo o período contributivo decorrido desde julho de 1994; Para os benefícios requeridos após a publicação da EC n. 103/2019: 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994, ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. RENDA MENSAL 50% do salário de benefício que deu origem ao auxíliodoença, corrigido até o mês anterior ao do início do auxílio-acidente, pelos índices de atualização dos benefícios do RGPS. A partir da MP n. 905/2019: 50% do benefício de aposentadoria por invalidez a que o segurado teria direito. PERIÓDO BASE DE CÁLCULO O Período Básico de Cálculo – PBC é fixado, conforme o caso, de acordo com a: I – Data do Afastamento da Atividade ou do Trabalho – DAT; II – Data de Entrada do Requerimento – DER INÍCIO DO BENEFÍCIO A partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio- doença, devendo ser verificado de ofício pela perícia do INSS. DURAÇÃO INDETERMINADA. Cessa com a aposentadoria ou com a morte do segurado, o que ocorrer primeiro A partir da MP n. 905/2019, será devido somente enquanto persistirem as sequelas ou até a véspera do início de qualquer aposentadoria
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