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Aconselhamento Familiar no processo de divorcio e reconstituição familiar

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Página de 18
21
UNIFIL
CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA 
 VANUZA DOS SANTOS RAMOS DA SILVA
ACONSELHAMENTO FAMILIAR NO PROCESSO DE DIVÓRCIO E RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR
 
 
NITERÓI
2019
UNIFIL – CENTRO UNIVERSITÁRIO FILADÉLFIA
VANUZA DOS SANTOS RAMOS DA SILVA
ACONSELHAMENTO FAMILIAR NO PROCESSO DE DIVÓRCIO E RECONSTITUIÇÃO 
Artigo apresentado ao curso de pós graduação em Aconselhamento Pastoral de Enfoque Sistêmico. 
Orientador: Albert Friesen.
NITERÓI 
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4
2 TRANSIÇÃO ENTRE DIVÓRCIO E RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR ........... 5
2.1 REPETIÇÃO DE PADRÕES .......................................................................... 6
2.2 VÍNCULOS NO PROCESSO DO DIVÓRCIO E DA RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR ...................................................................................................... 09
2.3 LUTO VIVENCIADO PELOS FILHOS E PELO CASAL NO DIVÓRCIO ...... 10
3 FUNCIONAMENTO DA FAMÍLIA RECONSTITUÍDA ................................. 14
3.1 SUBSISTEMA CASAL E O SUBSISTEMA PAÍS E FILHOS ....................... 14
3.2 INSERÇÃO DE NOVOS MEMBROS E FUNÇÕES NA FAMÍLIA CONSTITUÍDA ............................................................................................ 16
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 19
 5 REFERÊNCIAS .......................................................................................... 19
O ACONSELHAMENTO FAMILIAR SISTÊMICO NO PROCESSO DE DIVÓRCIO E RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR
 
 Vanuza dos S. R. da Silva[footnoteRef:1] [1: Psicóloga na área clínica, atendimentos a crianças e famílias desde 1997, Pós Graduada em Psicologia Hospitalar pela Universidade Veiga de Almeida, lecionando na área de Saúde Mental do Mestre no curso de extensão do Seminário Carisma - Rio (Deep).] 
RESUMO:
Esse artigo tem como objetivo fazer considerações sobre o tema do divórcio e da reconstituição familiar, identificando a necessidade de um aconselhamento familiar nesta fase de transição. Para tanto, descrevem-se algumas pesquisas encontradas nesta área, examinando fatores relacionados com o processo de separação, o impacto desta transição na família, assim como o período de pós divórcio e de reconstituição familiar.
Palavras - chave: Divórcio, pós divórcio, recasamento e aconselhamento familiar. 
_________________________________________________________________________________
ABSTRACT:
This article aims to consider divorce and rebuilding or remarriage, identifying the need for family counseling in this transition phase. To this end, we describe some research found in this area, examining factors related to the separation process, the impact of this transition on the family, as well as the post divorce and rebuilding or remarriage period.
Key words: Divorce, post divorce, remarriage and family counseling.
___________________________________________________________________
1. INTRODUÇÃO 
 Este artigo pretende abordar alguns tópicos que facilitem a compreensão da dinâmica dos conflitos matrimoniais e do processo de divórcio e reconstituição familiar.
Iniciaremos trazendo alguns padrões de comportamento conflituosos na relação conjugal e a possibilidade de repetição desses padrões na família reconstituída. Em seguida trataremos sobre a formação de vínculos, discutindo esse tema na atualidade, e sua relação com o divórcio. Ao finalizarmos esse primeiro capítulo falaremos sobre o luto vivenciado pelo casal e pelos filhos no rompimento da relação conjugal. 
Após abordamos questões sobre o momento da família reconstituída e entre tantos assuntos que envolvem este tema, elegeremos para este estudo o subsistema casal, o subsistema pais e filhos e a inserção de novos membros no processo de reconstituição familiar.
 Compreendemos que diante de tantas famílias vivendo este processo, é importante considerarmos que estudos sobre este assunto tem sido de grande relevância, a fim de serem fontes de pesquisa para respaldar famílias que vivem essa realidade e os conselheiros familiares que se propõe a cuidarem dessas famílias.
 Em geral, entendemos que o processo do conselheiro termina quando o casal decide se divorciar. E, na verdade, este é o momento de haver um contínuo acompanhamento na transformação para a nova família, exercitando o acolhimento, dando espaço para expressão de sentimentos e auxiliando na transição para a reconstituição da nova família, agora, com novos padrões de funcionamento.
2. TRANSIÇÃO ENTRE O DIVÓRCIO E A RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR.
Em geral as pessoas não se divorciam para permanecerem sozinhas, elas querem se casar de novo. Casamentos rápidos, imitam o padrão do casamento anterior ou podem ser tornar piores em caso da pessoa continuar com as mesmas atitudes diante das divergências. É comum ocorrerem separações como uma fuga dos conflitos que surgiram na relação, revelando a incapacidade que o casal apresenta diante da resolução dos mesmos. 
No entanto, ao contrário do que se pensa, na nova família há novos padrões, ainda mais delicados, demandando maior habilidade para resolução de conflitos do que na família intacta. Será necessário um nível ainda maior de maturidade e disposição para acordos que visem um funcionamento familiar de forma saudável na família reconstituída. 
Afinal, de acordo com Friesen (2004): 
Quando uma família se separa e seus componentes matrimoniais casam mais uma vez, então se formam novos sistemas de convivência que somam complexidades, ao invés de reduzi-las como esperado. A ideia que casar mais uma vez alivia muito do sofrimento é ilusória, com raras exceções. Se o desafio anterior de fazer família já redundou em fracasso, que garantias se pode ter que as novas famílias terão mais êxito em sua inter-relação? A complexidade dinâmica de uma família se potencializa de maneira importante quando novas famílias surgem a partir de antigos padrões de convivência. 
2.1 REPETIÇÃO DE PADRÕES
Entendemos que a família irá demandar maturidade de seus membros. Quanto mais maduras forem as pessoas, menos terão probabilidade de fazerem parte de famílias reconstituídas em conflitos e crises.
Se essa capacidade de resolver conflitos não for desenvolvida, ao surgirem novos conflitos em futuros relacionamentos, eles enfrentarão novas dificuldades, podendo repetir ciclos de rompimento de relacionamento
O autor Friesen Albert (2004), ressalta que os conflitos familiares são universais, e que mesmo as famílias bíblicas se apresentam com diversos conflitos. Nenhuma delas se apresenta sem conflito, nem mesmo a de Jesus. O mesmo autor nos apresenta a Escala de Poder e Conflitos Matrimoniais, que estão em sequência ascendente de gravidade e intensidade dos conflitos, da seguinte forma:
a. Falta de habilidade e preparo para a convivência a dois, ou com mais alguns filhos
b. Desilusão, desencantamento, perda da propulsão das expectativas e a consequente rotina e tédio.
c. Descrédito de que o desejo (termo psicanalítico) possa ser realizado. Descrédito de que a “felicidade” possa ser alcançada. Instalação de conduta manipulativa para que o outro mude e “melhore”. 
d. Escalada verbal do(s) conflito(s).
e. Escalada condutual do(s) conflito(s) – não dormir com o cônjuge; brigar e/ou oprimir; dirigir meticulosamente para intimidar o cônjuge, etc.
f. Agressividade psicológica – falar de morte; mencionar suicídio; andar armado; desfazer o outro em sua imagem, capacidade e dignidade; falar mal e ridicularizar do cônjuge para outras pessoas na presença do mesmo; etc.
g. Escalada de conflito(s) físico(s), tocar no outro em momentos de ira; empurrar; bater; fazer sexo contra a vontade do cônjuge, com força; etc.
h. Afastamento para nãose machucar, afastamento para não machucar o outro. A raiva se transforma em fúria destruidora.
i. Separação e divórcio.
j. Continuidade de conflitos em torno da divisão dos bens, da custódia dos filhos, do direito de visitar os filhos e de manipular um ao outro através dos filhos.[footnoteRef:2] [2: Veja também: COLLINS, Gary. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 1985, p. 156 – “Sinais de alarme para os problemas conjugais”.] 
Collins (1985), sintetiza algumas das raízes mais frequentes dos problemas conjugais, sendo elas: comunicação defeituosa; atitudes egocêntricas; tensão interpessoal devido a problemas com sexo; definição de papéis; escolha da religião; adaptação única de valores; suprimento de necessidades e expectativas e manejo do dinheiro; pressões externas advindas dos sogros, dos filhos, de amigos, de crises imprevistas e das exigências profissionais e tédio e rotina na relação.[footnoteRef:3] [3: COLLINS, Gary. Aconselhamento Cristão. São Paulo: Vida Nova, 1985, p. 148–150.
] 
Com menor tolerância a esses conflitos, as relações conjugais hoje são caracterizadas pela menor durabilidade das uniões, menos paciência e mais imediatismo, um contexto onde as pessoas assumiram a autonomia, a independência, a individualidade e liberdade como valores centrais para as suas vidas, favorecendo muito o aumento das separações (ZORDAN, 2010).
Esta realidade é desfavorável para a estabilidade conjugal e influencia diretamente nos relacionamentos duradouros, que demandam, acomodar necessidades mútuas, desenvolver padrões complementares de apoio mútuo dentro de períodos de ajustamento, formando assim uma parceria funcional (MINUCHIM, 1974).
Nos valores centrais da sociedade atual está implícito o egoísmo e, há uma incompatibilidade entre a união conjugal e esse egoísmo, já que para um casal permanecer casado, é necessário entrar frequentemente em acordos. Andar em acordos implica em incluir o outro e suas necessidades em sua vida. Implica em considerar o outro sem no entanto deixar de considerar-se.
Segundo Leonora Ciribelli (2014), o casamento não é fazer o outro feliz, é uma parceria. No casamento há o outro e há a si mesmo. Há um autocuidado e um cuidado com o outro. Acrescenta ainda que a proposta bíblica de “uma só carne” não indica fusionamento e sim intercessão. O fusionamento envolve um relacionamento de codependência, onde um dos parceiros sempre é suplantado, desenvolvendo uma dependência emocional. A pessoa que está sendo suplantada (na cultura Brasileira normalmente é a mulher), vai normalmente apresentar um sintoma (doença física, filhos com sintoma, suicídio), sinalizando que há desequilíbrio nesse sistema. O parceiro suplantado tem dificuldade de responder sobre o que gosta, cor, filme e comidas prediletas. 
Casamentos fusionados, são casamentos silenciosos, onde não existem brigas, no entanto, estão doentes. Um outro extremo que Ceribelli (2014), nos apresenta são os casamentos que evidenciam a independência, muito comum nos dias atuais e pautado pelo egoísmo. Nestes relacionamentos há um desconforto no partilhar. O casal tem quartos, banheiros e/ou apartamentos individuais para não serem incomodados e não precisarem mudar ou fazer qualquer ajuste devido ao “casamento”.
A autora citada ainda traz uma perspectiva de que no casamento há momentos de fusão e independência. Por exemplo, no momento do ato relacional profundo, que segundo Grzybowski (2013), vai além do ato sexual físico, envolve uma profunda ternura, há uma fusão entre o casal. Quando o casal por exemplo está trabalhando em suas áreas de atuação profissional podem estar em um momento de independência, sem que isso lhe tire o status de casados e de fidelidade ao cônjuge.
Ela ainda aponta (CIRIBELLI, 2014), a interdependência entre o casal como ponto de equilíbrio, e essa relação interdependente sendo uma construção ao longo do casamento.
Logo, a transição do namoro para uma parceria funcional, exige um processo de adaptação que muitos casais não suportam. Quando nas suas famílias de origem não transitaram da adolescência para a fase adulta, terão que fazê-lo junto com o processo de adaptação com todas as outras mudanças que o casamento demanda.
A habilidade para resolver conflitos e fazer acordos são características da fase de maturidade. Caso essas habilidades não sejam desenvolvidas, haverá o rompimento do relacionamento, mas o mesmo padrão pode ser repetido nos próximos relacionamentos, criando assim um ciclo repetitivo de relacionamentos interrompidos por motivos, quando bem observados, bastante semelhantes.
Podemos considerar uma pessoa na fase adulta quando se torna independente dos pais emocional e financeiramente. Frutos de uma geração que infantiliza e estimula a dependência, através de uma criação permissiva e protetora, muitos jovens chegam ao casamento ainda nesse processo de transição para a fase adulta. Atualmente se fala dos adultescentes, jovens que estando na faixa etária adulta, ainda são dependentes emocionais e financeiros de seus progenitores.
Desta forma, orientar no sentido de prevenir novos relacionamentos precoces é um objetivo do aconselhamento familiar nesta fase de transição entre divórcio e reconstituição familiar. Fazendo-se necessário um tempo de avaliação e revisão de vida, a fim de identificar e cuidar de pontos que necessitam sofrer mudanças, antes de um novo relacionamento. 
É quase inevitável que ocorra a repetição de padrões quando o cônjuge não deu o tempo suficiente para reflexões e mudanças pessoais, a ponto de obter recursos internos para conduzir de forma diferente a nova relação. Repete-se padrões também quando tenta-se imitar o que “existia”, modelo anterior da família tradicional.
O conselheiro, nesta conjuntura, ajudará o casal a enxergar essa nova relação de forma diferente, com padrões de relacionamentos diferentes. Por exemplo, o parceiro novo deve assimilar que a mãe precisa manter comunicação com o pai das crianças sem apresentar cena de ciúme. Esta situação é nova e está dentro de um padrão que não existia.
A família reconstituída funciona com padrões diferentes de uma família intacta e esta forma de funcionar irá influenciar na forma também de resolver os conflitos dessa nova família.
2.2 VÍNCULOS NO PROCESSO DE DIVÓRCIO E DA RECONSTITUIÇÃO FAMILIAR. 
 “Vivemos tempos líquidos, nada é para durar”. (Zygmunt Bauman)
Algo que favorece o número de divórcio hoje são os novos valores que regem a sociedade contemporânea. Um deles é a instantaneidade (BAUMAN, 1998 -2004). O mesmo autor fala que as relações líquidas se caracterizam por sua fragilidade. Criam-se laços que se diluem e se escapam diante de qualquer conflito ou com qualquer justificativa. Teme-se o “para sempre” e tudo que traz uma conotação de eterno ou constante. Há uma resistência a relações de compromisso.
Ainda que não haja uma opção para esse tipo de relação, segundo Bauman (2004), nossa sociedade está em constante mudança exigindo uma flexibilidade e adaptação a essas transformações. Isso não só dá lugar a relações líquidas, mas, segundo o autor favorece que o indivíduo desenvolva uma “identidade líquida” que no seu exterior estará endurecida, vestida de uma armadura. Na sua aparência será sólida e forte, mas no seu interior está frágil e desgarrada. O sentimento é visto como algo que pode gerar dependência, e isto não convém no momento. Além disso, há uma consciência da fácil possibilidade de substituição, e que, se um se vai, pode ser substituído por outro sem nenhum problema.
Bauman (2004), fala ainda sobre a liberdade e a segurança como dois valores indispensáveis à vida. Segundo o autor não é possível ser feliz e ter uma vida digna na ausência de um deles. Segurança sem liberdade seria escravidão e é um completo caos a liberdade sem a segurança. Há uma necessidade dos dois e, cada vez que se tem um pouco mais de segurança se entrega um pouco de liberdade e ao ganhar liberdade perde-se segurança. O ser humano necessita de vínculos, mas estes,quando são profundos lhes diminuem a liberdade. Nos tempos atuais há uma escolha pela liberdade, embora isso implique em menor segurança. 
Casamento e aliança, termos que envolvem eternidade e compromisso, são contrários ao pensamento nos dias atuais, onde o constante e contínuo é visto como perda de oportunidades de viver o novo. Isto facilita o rompimento de vínculos, já que eles são construídos de forma frágil. Apesar disso os danos de uma separação ainda são considerados bastante sérios por muitos autores.
2.3 LUTO VIVENCIADO PELOS FILHOS E PELO CASAL NO DIVÓRCIO.
É necessário considerar que apesar da liberalização das leis do divórcio e da aceitação social da dissolução do casamento, os efeitos traumáticos não diminuem. Todos os membros da família nuclear envolvidos são acometidos de tensões emocionais, psicossomáticas, sociais e espirituais. Muitas vezes, as famílias de origem também manifestam reações similares (FRIEZIN, 2004)
O luto é um processo do psiquismo de se adaptar a vida sem aquele objeto. Levamos tempo para construir vínculos. Quando o vínculo se rompe há um processo de luto. Pode não haver matrimônio, mas paternidade sempre haverá.
As famílias atualmente estão menos conservadoras, revelando maior aceitação de diferentes estilos de vida que incluem ficar solteiro, viver com um parceiro de qualquer um dos sexos, casar-se novamente e não ter filhos (PAPAIA, et al., 2006). Isto favorece o processo de separação, pois o microssistema se inclina a aceitar com mais facilidade tais questões (ZORDAN, 2010).
A separação não deixou de ser extremamente dolorosa, embora, possa às vezes ser considerada a melhor solução para o casal. Há um luto a ser elaborado muitas vezes mais difícil do que no caso de viuvez (GONZALES, 2005).
 Maldonado (1995), vai dizer que a dor da separação é sentida com frequência fisicamente, sendo comuns as dores no peito, sensação de peso, sufocamento e falta de ar. A incapacidade de trabalhar efetivamente, má saúde, mudança no peso, disfunção sexual, insônia e outros transtornos de sono também são frequentes diante da separação.
Embora as histórias de separação sejam individuais, elas quase sempre provocam um abalo emotivo, que segundo diz Giusti (1987), numa escala de causas de estresse, segue imediatamente ao trauma de morte de um parente ou o choque de ser preso e pode também ser nivelado ao trauma causado pela perda da única fonte de subsistência. O gasto de energia no trabalho para recuperar o equilíbrio emocional e existencial, provoca com frequência desgaste físico e nervoso semelhante ao vivido durante o processo de um luto grave.
Ao estudar a separação amorosa, Caruso (1981) afirma que tem o mesmo significado que estudar a presença da morte na vida. Descreve ainda, que na separação há uma morte recíproca, usando ao falar do tema o ditado francês, “partir c’est mourrir um peu (partir é morrer um pouco)” (CARUSO, 1981, p.12), afirmando ainda que, na separação, há uma sentença de morte recíproca: "o outro morre em vida dentro de mim e eu também morro na consciência do outro".
Quanto ao tempo do luto é impossível prever a sua duração, assim como é difícil identificar o momento em que ele de fato tem início (Giusti, 1987). Segundo Feres-Carneiro (1998), a elaboração do luto na separação pode demandar mais tempo que o luto pela morte de alguém próximo.
Maldonado (1995), afirma que são comuns as atitudes irracionais, ilógicas e impulsivas devido a sentimentos de medo, incerteza, insegurança gerados por uma mobilização intensa após viver a separação, que vem na tentativa de ter a solução e alívio de um problema que não viam outra forma de resolver.
Conforme o responsável pelo término da relação, são diferentes os tipos de dor. Ainda que ambos sofram prejuízo a no processo de separação, aquele que é percebido como deixado costuma sofrer mais. Colasanti (1986), afirma que a separação também é dolorosa para quem teve a iniciativa de terminar, mas este p, para aliviar sua dor, tem o estímulo do impulso que o levou a agir e o sentido de renovação. Para este, inicialmente o alívio predomina, às vezes a euforia, por se estar livre do peso e da tensão da situação que provocava infelicidade e desconforto. Neste caso o impacto é amortecido pela sensação de alívio e e pelas novidades, mudanças e transição de um passado conhecido para a expectativa de um futuro com possibilidades diferentes. Após esse momento é comum o sentimento de culpa e tristeza acompanhados das reflexões sobre os bons momentos do casamento, os sonhos interrompidos e tristeza pelo que não aconteceu devido a impossibilidade de manter a relação. (Sobrenome em maiúsculo, primeiro nome minúsculo, ano e pagina).
Diante do impacto emocional da separação, algumas pessoas produzem uma defesa de "anestesia afetiva total" (Maldonado, 1995, p.122): "Eu estou tão estranha, não consigo sentir nem alegria nem tristeza". Há ainda o que busca o isolamento preferindo ficar sozinho ou em contato com pouca gente buscando a sensação de paz e de alívio.
Aos poucos, porém, as emoções que nos mantêm impossibilitados de reagir vão sendo reelaboradas e vividas de maneira mais direta e menos dilacerante. 
É nesse processo que o aconselhamento familiar pode ser muito bem vindo, promovendo o espaço de elaboração para a família.
Uma das consequências da não elaboração adequada do luto é o TEPT (transtorno do estresse pós traumático), que se manifesta com pesadelos recorrentes, apresenta flashbacks nos quais se reedita o evento estressor, com surgimento de despertar súbito, com característica da perda afetiva, suor e tremores, seguidos de sentimentos de ódio, desconfiança ou perseguição.
Sob o olhar da psicologia o divórcio vai provocar reações emocionais características da perda afetiva, dando lugar ao processo de luto. Kluber Ross (1994), sistematizou as etapas deste complexo trabalho e dentro dele identificou cinco estágios: Estágio de negação; de raiva; de barganha; de depressão e estagio de aceitação e superação. Estas fases podem ocorrer em ordem diferente de acordo com cada pessoa, mas elas ocorrerão em algum momento neste processo de elaboração de luto. 
O conselheiro familiar, compreende, acolhe e pode acompanhar o divórcio emocional onde ocorre um processo triplo de fazer o luto pelo casamento e família perdida, examinar o próprio papel na deterioração doe planejar uma nova maneira de viver deste momento em diante.
Especialmente para a criança, a separação é vivenciada como perda, pois mantem uma condição de dependência física e psíquica dos pais. A forma como os pais administram seus conflitos vai repercutir no emocional da criança. Segundo Bee (2003), nos primeiros dois a quatro anos, as crianças costumam a apresentar-se mais desafiadoras, agressivas e negativas, deprimidas, zangadas e, se em idade escolar, o desempenho tende a diminuir.
Os filhos são de fato os mais prejudicados com o divórcio dos pais ( FRIESEN , 2004). Por isso o atendimento individual a criança pode se tornar necessário, especialmente com adolescentes. Um apoio incondicional por parte do conselheiro familiar vai criar um vínculo de confiança, retirando o medo de que informações sejam passadas para seus pais. A criança pode se manter calada por medo de ferir os pais, por estar insegura em torno do futuro ou por não querer interferir em nenhuma direção de sua vida. Um ambiente de confiança promovido pelo conselheiro, pode ajudar a criança ou adolescente a quebrar seu silêncio, liberando pensamento e sentimentos sem medo.
Segundo Wallerstein (1983), as demonstrações de sofrimento diante do divórcio dos pais conforme a idade seriam como demonstra a tabela a seguir:
	IDADE
	DEMONTRAÇÂO DE SOFRIMENTO
	Pré-escola
	Regressão
	Idade latente
	Agressão e retraimento
	Adolescência
	Promiscuidade sexual, raiva, sair de casa
	Jovem
	Rebelião e depressão
	Crianças mais jovens
	Sentem culpa pela separação
	Jovens
	Tendem a desaprovar o comportamento de um ou de ambos os pais
5 FUNCIONAMENTO DA FAMÍLIA RECONSTITUÍDA
3.1 SUBSISTEMA CASAL E SUBSISTEMA PAIS EFILHOS
Mesmo com o novo casamento e com inserção de novos membros, dentro de uma família funcional, o subsistema casal está acima da relação com os filhos.
O trauma surge do que não é dito. Não falar sobre a separação vai desenvolver possivelmente ansiedade e depressão.
A criança acha que a culpa da separação é dela porque não pode admitir que entre os pais haja um conflito. A comunicação amorosa, pelos pais, usando uma linguagem adequada, do que está ocorrendo e de que os filhos não serão abandonados e de que o papel de pai e mãe serão preservados, irá trazer a criança uma clareza a respeito da situação, aliviando os conflitos.
No novo funcionamento familiar é comum que o filho se sinta na necessidade de assumir o lugar do pai na provisão e cuidado produzindo para acriança uma sensação de responsabilidade precoce e inadequada para a idade, podendo causar sérios prejuízos emocionais, como ansiedade devido a ainda necessitar de proteção.
A formação de triangulação, usando os filhos para levar mensagem para o cônjuge (“pombos correios”) pode trazer danos emocionais para os filhos. 
Ainda que separados o subsistema casal vai precisar manter a comunicação a respeito de coisas concernentes a educação do filho em comum. 
Maldonado (1986), relata que o conflito emocional entre o casal que se divorcia inevitavelmente se transmite na relação com os filhos. Os sentimentos de mágoa, vingança, raiva transmitidos um para o outro, em geral envolvem os filhos que passam a sentir a tensão da separação.
Quando há uma separação do cônjuge há também uma alteração no relacionamento com os filhos. Mesmo aquele membro que fica com a custódia dos filhos vai inevitavelmente vivenciar o final de semana em que os filhos estarão com a outra parte (Friesen, 2004).
 Quando os dois ambientes (casa do pai e casa da mãe) são opostos, é normal que a criança apresente irritabilidade. A comunicação entre os pais decidindo juntos a respeito de princípios a serem seguidos pela criança, proporciona maior equilíbrio emocional na criança.
Dentro deste contexto, combinações de relacionamentos, das mais variadas são feitas pela família. Por exemplo a mãe que fica com o filhos e inicia um aliciamento dos filhos contra o pai ( esta combinação pode evoluir para uma alienação parental – termo jurídico que consiste em uma das partes envolvidas, tanto o pai quanto a mãe, programar uma criança para que odeie um de seus genitores); o pai que faz uma demanda excessiva da presença e do carinho dos filhos, tentando compensar a falta de cuidados que sente da ex-esposa; um filho que escolhe estar com um dos pais enquanto os outros ficam, surgindo partidos na família; visitas sendo usada para vingança do outro; presente privilegio para os filhos buscando garantir o afeto dos filhos, entre outras possibilidades de combinações (Friesen, 2004).
No processo de separação do casal, inevitavelmente ocorrerá uma separação entre pais e filhos. Neste momento o conselheiro familiar entra como um facilitador, para os relacionamentos ocorrerem de forma mais leve e clara. É muito comum que cada parte, incluindo os filhos, percebam que a mudança gerou perda de privilégios e será necessário a compreensão sobre o empenho em estarem flexíveis para novidades agradáveis que favoreçam o novo momento. 
3.2 INSERÇÃO DE NOVOS MEMBROS E FUNÇÕES NA FAMÍLIA RECONSTITUÍDA
As pesquisas indicam que nos EUA em 1990 35% das crianças iriam conviver com um padrasto/ madrasta por algum tempo antes de sua idade de 18 anos. Isto seria fruto de mais de 50% dos primeiros casamentos rompidos. E destes, em torno de 65% das mulheres e 70% dos homens casariam mais uma vez.[footnoteRef:4]Estes dados certamente não são mais animadores no Brasil no ano de 2003. Portanto, a igreja de Jesus deve estar pronta para acolher uma grande parcela da população que está nestas condições. Independentemente se a Bíblia é a favor ou contra o divórcio. O preconceito deve ser tratado no seio da igreja e atitudes cristãs devem abrir as portas e os corações para evangelizar aqueles que estão feridos e machucados por famílias disfuncionais. [4: McGOLDRICK, Monica & CARTER, Betty. Constituindo uma Família Recasada, in: McGOLDRICK, M. & CARTER, B. As Mudanças no Ciclo de Vida Familiar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995, p. 344.
] 
 Albert Friesen 
Em nossa sociedade se tornou frequente o recasar-se. Nesse processo uma das dificuldades a ser enfrentada é o ingresso de novos personagens. Os termos de parentescos desses novos membros, carregados de uma conotação negativa, como padrasto (“abusador”), madrasta (“malvada”), enteado, não colaboram para sua assimilação (Wagner, 2002, p.30). Á nova família se integram ainda os filhos do novo cônjuge que trazem uma variedade de nomeações no meio literário. Maldonado (2006), traz para eles nomeações como irmãos de convívio, irmãos políticos, irmãos falsos, coirmãos, irmãos por afinidade, irmãos tortos, irmãos do recasamento ou irmãos socioafetivos, que não possuem entre si vínculo sanguíneo. Em vários trabalhos sobre o tema tem-se optado por usar a denominação irmãos sócio afetivos, que se refere a vínculos psicossociais existentes ente pessoas sem ligação biológica ou jurídica e entre as quais há uma relação em que tenham sido exercidas funções maternas, paternas ou fraternas (PAULO, 2006).
Além desses membros já citados, que podem ser inseridos no convívio familiar, é preciso considerar a possibilidade do nascimento de um irmão fruto desse novo relacionamento, denominado meio-irmão por Bucher (1999). Essa relação muitas vezes é conflituosa. É comum encontrarmos na relação dos irmãos socioafetivos a presença de competição, ciúme e rivalidade. 
A intimidade entre os membros não pode ocorrer instantaneamente, é necessário um tempo de construção de relacionamentos. Na família intacta o processo é lento, os relacionamentos vão sendo construídos com o tempo, a família vai sendo construída e as pessoas vão convivendo e formando vínculos. Já o processo de recasamento começa no meio do caminho e é preciso muita paciência.
Na verdade, há um mergulho em papéis que ainda não estão bem definidos. Papéis como madrasta, padrasto e enteado e irmãos afetivos não se baseiam em ligação biológica e nem respaldo legal, portanto o que vai contar de fato na promoção da consolidação da integração familiar é a convivência.
 	A introdução dos novos membros na família reconstituída é um processo delicado que demanda tempo de adaptação. O conselheiro pode usar a metáfora do implante de órgão no corpo físico - como o implante de rim, ou coração, por exemplo. As mesmas reações de rejeição e adaptação que acontece em caso de implantes de membros no corpo físico, podem também ocorrer em caso de inserção de membros em família reconstituída. Pode haver uma resistência, sintomas de rejeição aquele membro, demora no processo de adaptação, mas, é possível que haja uma total adaptação, a ponto daquele membro se tornar como parte do corpo. Os membros de uma família reconstituída, vivem uma espécie de enxerto de novos membros. Há plantas que precisam de uma espécie de cera para preservar o enxerto. Para esse enxerto acontecer precisa ser preservado.
Para as crianças as relações afetivas nessa organização familiar podem ser muito delicadas. Os ajustes emocionais vividos pelos filhos, implicam ‘na reconstrução de relações mais individualizadas com os pais após a separação, criar novos laços com os novos cônjuges dos genitores recasados e com os irmãos sócio afetivos. Pode ser preciso para os filhos, lidarem com diferentes estilos de vida e terem que conviver e se adaptar a dois novos núcleos que podem ser muito antagônicos, inclusive com orientações contraditoras. Diante dessa vivência é possível os filhos apresentarem respostas distintas nesses núcleos (Garbar e Theodore, 2000).A fratria (irmãos paternos ou maternos), possibilitam as crianças a enfrentarem os conflitos ao apoiarem-se mutualmente. Eles podem se tornar em significativa fonte de ajuda (Meynckns e Fourez, 2000). A idade (crianças maiores) e a capacidade de comunicação possibilita melhores condições para passarem pelas dificuldades e pelo desamparo, da mesma forma nos casos de morte, acidente e perda. Esses vínculos entre os irmãos normalmente são reforçados e se tornam um continente substitutivo, e a lealdade entre eles é aumentada (Simeón, 2000).
Minuchin e Nichols (1995), sinalizam a dificuldade da educação dos filhos na segunda união, onde há a necessidade da conciliação de dois estilos diferentes de parentalidade e onde já se estabeleceram regras e ritmos anteriores. A transição para esse novo funcionamento é assimilado lentamente pelos filhos e é necessário muita paciência. O desenvolvimento do sentido de pertencimento à família recasada é prejudicado pela presença da ideia de que estão traindo um dos pais biológicos e pelo apego mantido ao genitor com quem não residem (Ferraris, 2002).
O novo cônjuge, muitas vezes se sente como um apêndice, muitas vezes prescindível. Como se quando inflamasse pudesse ser retirado. O conselheiro deve acolher esse sentimento do novo cônjuge e ajuda-lo a compreender que é um processo de anos e a contabilizar as pequenas conquistas e não as derrotas.
O pai de sangue deve legitimar a autoridade do novo pai, caso o novo pai vá exercer autoridade. Os rituais de legitimação ajudam nessa compreensão nova de funcionamento familiar, mas é saudável que essa introdução não seja feita de maneira precoce, antes de ocorrer o vínculo padrasto filial. O conselheiro tem o desafio de ajudar o casal a funcionar dentro do novo padrão da família reconstituída. Dentro deste novo padrão de funcionamento familiar, o novo parceiro compreende que a mãe necessita manter comunicação com o pai (progenitor) dos filhos e assimila esse novo padrão, sem cena de ciúmes.
O padrasto respeita e aguarda o processo de vinculação paterno filial. Quando isso não ocorre ele é o opoente e não o ajudador. Essa vinculação paterno filial é construída com o tempo e a qualidade afetiva. No caso de crianças a vinculação paterno filial é construída em média durante os 3 primeiros anos de vida. No caso de filhos na adolescência há uma necessidade maior de tempo para ocorrer a vinculação paterno filial, em média entre os 5 primeiros anos.
Quanto mais o padrasto participa, estimulando os encontros dos enteados com o pai, mais rápido esse elo, vínculo padrasto filial ocorre. Na mesma medida que, quanto menos há tensão do padrasto com o pai, mais rápido o vínculo padrasto filial.
Atitudes de amor, valor, compreensão, interação, sem negar a posição do pai biológico, ainda que este tenha falhas de caráter, vão possibilitar a formação de filhos saudáveis, apesar de pais não saudáveis.
Quando a autoridade do padrasto é introduzida precocemente, sem ainda ter sido construída a vinculação padrasto filial, o sentimento de paternidade da criança é abalado, podendo gerar vários prejuízos emocionais a criança.
Quanto mais o filho tem tempo de qualidade com a mãe, mais rápido delega autoridade paterna sobre o padrasto.
 Pais e mães que se recasam com cônjuges mais novos e menos maduros podem desenvolver na família uma espécie de paralização em alguma etapa do desenvolvimento. Em casos de pais imaturos e com idade próxima a idade dos filhos, revemos a questão de introdução da autoridade.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando falamos sobre família, falamos sobre individualidades, culturas, histórias particulares. Diante dessa diversidade de formas de vivenciar os conflitos e as etapas da vida, o assunto que nos propomos a abordar fica ainda mais delicado e complexo, Mas, o objetivo aqui foi salientar a complexidade do divórcio e da reconstituição familiar, chamando a atenção para o seu impacto nas famílias que passam por esta transição.
O divórcio implica em perdas que necessitarão ser elaboradas e geram muitas mudanças, implicando diretamente nos relacionamentos entre os subsistemas familiares. Diante desse quadro, o aconselhamento familiar é muito importante para promover uma escuta acolhedora, gerar ambiente de segurança e ser um facilitador para que a família encontre caminhos criativos, novos e saudáveis para prosseguir.
Ainda que se fale nos dias atuais de forma natural sobre esse tema, as consequências dessa transição continuam sendo dolorosas e desafiadoras para aqueles que estão envolvidos e enfrentam esse processo. 
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